sábado, 31 de julho de 2010

Carta e Maierovitch
mostram a folha corrida de Uribe

Genocida por genocida, até que o Milosevic é mais simpático

A revista Carta Capital que está nas bancas é excelente.

A capa, primorosa, mostra o “conto das teles”, aquele em o Luciano Coutinho caiu: os portuguêses da PT compraram a BrOi e o Jereissati e o Sergio Andrade engordam R$ 3,6 bilhões sem ter colocado um tusta no negócio – clique aqui para ler.

Nas págs. 30 a 35, a Carta, em textos de Paolo Manzo, Rodrigo Martins e Walter Maierovitch, recupera a folha corrida do presidente da Colômbia, Uribe, o novo herói do PiG (*) – clique aqui para ler “PiG joga Serra fora e lança Uribe candidato a Presidente”.

As FARC não ameaçam o poder na Colômbia.

As FARC estão para a Colômbia como a Guerrilha do Araguaia esteve para o Governo do General George Washington, quer dizer, Ernesto Geisel.

Anabolizaram a Guerrilha (e as FARC) para justificar um regime de força.

O depoimento do Coronel Jarbas Passarinho a Maria Inês Nassif, no Valor, é repugnante.

É a estratégia do medo, essa do jenio.

A família Uribe mantém historicamente ligações profundas com os grupos paramilitares.

Os camponeses colombianos têm mais medo dos militares do que do Serra.

A carreira do próprio Uribe se mistura, frequentemente, com os interesses de famílias de narcotraficantes, como os Uchoa, e, por tabela, com Pablo Escobar.

É tão edificante quanto, no Brasil, guardadas as proporções, ser amigo do Ricardo Sergio de Oliveira ou Daniel Dantas.

A matança que as FARC justificam pode levar Uribe à mesma cadeira em que se sentou Milosevic.

Não será a primeira vez que o PiG (*) endeusará um genocida.


Em tempo: registre-se que a Carta desta semana é o único órgão da imprensa escrita que noticiou a derrota do Presidente do Supremo Tribunal Federal na Justiça – clique aqui para ler “Presidente do Supremo perde na Justiça – o que isso significa”. A Carta chama a atenção para expressão que a procuradora Adriana Scordamaglia usou para descrever, com elegância e generosidade, os dois HCs que Gilmar Dantas (**) deu a Daniel Dantas: “acrobacia”.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Clique aqui para ver como um eminente colonista (***) do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista (***) da GloboNews e da CBN se refere a Ele.

(***) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

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Cuba por Sísifo

sábado, 31 de julho de 2010

Impressões sobre Cuba - Começando pela conclusão


por Paulo Jonas de Lima Piva

Balanço geral da viagem de dez dias de Sísifo a Havana, Cuba, em tom panfletário (o mais direito, eloquente e claro possível):

Viva a Revolução Cubana!! Viva Fidel Castro e todos os mártires da Revolução, com suas ousadias, equívocos e acertos! Abaixo o imperialismo norte-americano, seu bloqueio covarde, suas sabotagens genocidas e seu apoio e incentivo aos atentados terroristas contra o povo cubano promovidos pela ultradireita cubana radicada em Miami! Abaixo a mídia oligárquica do continente, reprodutora lacaia das manipulações da reacionária CNN estadunidense! Por uma Cuba soberana e sem agressões imperialistas para que a democracia e a economia da ilha possam prosperar!

Dilmaboy

DilmaBoy agora conta com versão em desenho animado

Há dias o vídeo DilmaBoy estourou na internet, com quase 200 mil acessos. Agora, uma nova versão, desta vez em desenho animado, promete ser o destaque do Youtube desta semana. O vídeo ficou famoso por parodiar a música Telephone da cantora norte-americana Lady Gaga. O goiano Paulo Reis, 27 anos e estudante de publicidade, é o criador do vídeo oficial. O clipe estourou depois que Dilma agradeceu o gesto em seu twitter, que tem milhares de seguidores.



O fato marcou a disputa pelo Palácio do Planalto como seu primeiro hit. O detalhe é que ele não saiu da cabeça de nenhum dos marqueteiros pagos a peso de ouro pelas campanhas dos presidenciáveis. O autor é mesmo um estudante. Além de Paulo, milhares de brasileiros apoiam partidos, como o PCdoB, que compõem a coligação "Para o Brasil seguir mudando" de Dilma Rousseff.

Sucesso no Youtube, DilmaBoy é um dos vídeos mais compartilhados do mundo no Twitter e Facebook, segundo o site www.zocial.tv, que classifica filmes exibidos pela web de acordo com a quantidade de citações recebidas nas redes sociais.

“Ela não é o cara, mas é amiga do homem, você nem é o cara, nem amigo do homem” e “Sorry, Serra, mais uma vez vai dar PT” são alguns dos refrões do hit, que até a tarde do dia 16 de julho exibia a marca de quase 140 mil acessos, a maioria nas últimas 48 horas, depois que passou a ser citado pelas redes sociais.

Viral eleitoral

Na esteira do sucesso, Paulo Reis, que aparece no vídeo dançando e cantando, criou um perfil oficial no Twitter (@dilmaboyoficial), que em três dias angariou quase 15 mil seguidores. Entre eles está a própria Dilma, que divulgou em seu perfil o endereço oficial de Paulo Reis e o link para o Youtube, além de postar um agradecimento especial ao estudante.

Outros dirigentes do PT, como o secretário nacional de Comunicação da legenda, deputado federal André Vargas (PR), e o coordenador da campanha da ex-ministra na rede, Marcelo Branco, também postaram em suas contas mensagens de agradecimento a Paulo, que já chama a candidata de “companheira Dilma”.

Na linguagem da internet, o estouro do vídeo é chamado de marketing viral, quando alguma informação ou conteúdo se multiplica na internet por meio das redes sociais virando o assunto do momento.

- Veja abaixo o vídeo original:


Mercosul

Ao lado de Mujica, Lula defende fortalecimento da América do Sul

Na quarta reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Uruguai, Jose Pepe Mujica, em um período de cinco meses, os dois mandatários discutiram temas relacionados à integração entre os países e Lula afirmou que ambos buscam uma América do Sul sem conflitos.

" O Uruguai e o Brasil querem uma América do Sul sem conflitos, integrada para alcançar o desenvolvimento, a prosperidade e a justiça social", disse Lula, em declaração à imprensa após reunião entre os presidentes.

O encontro ocorreu hoje na fronteira entre a cidade brasileira de Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, e a uruguaia Rivera.

Segundo Lula, para estimular o aumento das trocas comerciais entre Brasil e Uruguai, o comércio entre os dois países será feito usando as moedas locais já este ano, sem o uso do dólar.

"Colocaremos em funcionamento esse ano o sistema de pagamento em moeda local entre os dois países. Será uma alternativa adicional para que nossos empresários possam realizar operações comerciais sem ter que pagar comissões e outros custos associados a contratos de câmbio", afirmou.

Durante a declaração, Lula observou que as quatro economias que mais cresceram na América foram de países que integram o Mercado Comum do Sul (Mercosul). Além de Brasil e Uruguai, o bloco é formado por Argentina e Paraguai.

"Lembramos isso aos que, aqui e ali, propalam ou sustentam o fracasso do Mercosul, prevendo até mesmo seu fim", disse Lula.

O Brasil é o principal parceiro comercial do Uruguai. No primeiro semestre deste ano as trocas bilaterais somaram US$ 1,3 bilhão, o que representa crescimento de 23% em relação ao mesmo período de 2009. O Brasil é também o principal destino das exportações uruguaias.

Loucura xiita!

A loucura de Israel parece não ter fim

Feridos pelas bombas são socorridos esta noite em Gaza

Há cerca de uma hora, foi noticiado um novo bombardeio israelense à maltratada Faixa de Gaza. Hoje, o mesmo dia em que a Comissão da ONU determinou que Israel deve suspender seu bloqueio militar a Gaza e convidar uma missão independente para investigar o ataque a uma frota de embarcações que levavam ajuda aos palestinos. O comitê também disse a Israel que o país deve garantir que os palestinos dos territórios ocupados possam ter liberdades civis e políticas fundamentais que Israel se comprometeu a assegurar no principal tratado internacional de direitos humanos.
Israel diz que o bombardeiro aéreo é uma represália ao uma ataque do Hamas com um lança-granadas, que explodiu sem fazer vítimas. Contra isso, lançaram-se vários caças armados de mísseis.
Que paz é possível assim?

Esse General honrou a farda de seu País!

Agente de Pinochet diz que CIA matou Prats

Na calçada, o corpo do General Prats. Vítima da Dina ou da Cia?

Carlos Prats González não era um esquerdista. Era um militar legalista, que ocupava o cargo de comandante do Exército chileno no governo demorata-cristão de Eduardo Frei e que Salvador Allende manteve no posto quando foi eleito presidente do Chile.
Prats foi convidado a participar da derrubada do presidente constitucional e recusou-se a trair seus deveres militares. Deposto, amargou o exílio em Buenos Aires. Mas por pouco tempo. Um ano depois, no seu automóvel, junto com a mulher, Sofia Cuthbert, foi morto por uma bomba acionada por controle remoto.
As investigações apontaram a Diretoria Nacional de Inteligência, a Dina, órgão do governo chileno, como responsável pela explosão. Recentemente, Manoel Contreras, ex-chefe da Dina, foi condenado a 17 anos de prisão pelo crime.
Ontem, o canal Chilevision divulgou uma entrevista de Contreras, em que ele nega ter sido o mandante do crime.
- Quem mandou matar o general Prats foi a CIA, disse Contreras.
O ex-chefe do órgão de repressão chileno, que está preso, disse que “nunca recebeu um centavo da CIA” . Doente, ele diz que “foi chefe de uma instituição que eliminou o terrorismo no Chile e estou orgulhoso do que fez a DINA”.
Curioso que diga que “eliminou o terrorismo” alguém condenado por explodir um carro-bomba. Trágico que a esta altura ponha a culpa na CIA. Intrigante que não lhe seja inquirido que elementos possui para fazer tal afirmação.
Na maioria dos países da América do Sul – o Brasil é uma desonrosa exceção – os militares culpados destes atos de desumanidade foram julgados e receberam penas. Mas ainda falta muito a esclarecer – e o Governo dos EUA deveria ajudar a fazer isso – qual foi o envolvimento de seus serviços de inteligência e extermínio nestas ações.
E aos militares que acham que investigar e punir é “revanchismo”, fica o exemplo digno de Cesar Prats, um militar cujo unico “crime”, o que lhe custou a vida foi honrar a farda e o juramento de fidelidade à Constituição d seu país e à vontade de seu povo, livremente expressa nas urnas.

Conversas de rapadura e chimarrão com o Presidente

O abismo não nos espera.

Presidente, permita-me uma pequena observação.

O que foi Marko?

Presidente, obrigado por nos devolver a esperança!

Obrigado, por sua confiança.

Presidente, a esperança no homem e na mulher, independentemente da maneira como se manifesta e se diz pertencente, precisa ser permanentemente mobilizada para recriar as condições humanas de ser mais. Esperar o que se deseja é o natural, a necessidade que transcende a biologia e vem se assentar em nossa condição humana, no desejo que existe na palavra e na reflexão que impregna nossa ação. E é esta palavra carregada com nossos desejos que aviva a práxis voltada para o humano que se quer sendo mais humana, recriadora das possibilidades e oportunidades que nos aproximam. Sonhar esperança é pensar a vida com um chá refrescante de hortelã na xícara, em nossas mãos, quentinho e aconchegante, que necessita ser sorvido, tomado delicada e decisivamente, sem esperar que amorne ou esfrie. A esperança do chá está na sua delicadeza e na sua maneira diferente de observar e influir na vida, na saúde da existência.

A pedagogia antibiótica dos truculentos se revela ineficaz para acabar com o analfabetismo porque acaba com o analfabeto, tira-lhes a própria vida. Antes dos conteúdos está o amor capaz de nos aliviar aos poucos um pouco mais, antes que o tempo veloz engula e impeça de estarmos juntos, novamente, descobrindo que o amor não é paz, mas a contradição do outro e da outra em mim mesmo. Assim, na diversidade, deveríamos ajudar o mundo a mudar.

Marko, você é um obstinado no crédito que dá ao ser humano educador.

Presidente, fico pensando naqueles e naquelas desesperançadas por pura teimosia, se negam existindo e fazendo o seu teatro histórico, têm medo de narrar e registrar a sua biografia, não acreditam que podem escrever a sua própria fábula, fogem de si mesmos. Não se acreditam e querem nos impedir. Jogam nossas cabeças no abismo da fatalidade e do destino. Navegam na desesperança e na aposta imoral que os ventos não mudam, não circulam, não aumentam, tudo é fruto da manipulação imaginativa, e por isso, também, se impedem de imaginar e sonhar. Os desesperançados têm medo de encontrar a verdade nos pesadelos das suas fantasias e ilusões opressoras, teimam que a esperança não existe como um ato de mudança, como um fato do cotidiano, como uma xícara com chá de hortelã.

O destino pode ser torcido e retorcido até a dor intensa da consciência ou ficar dominado moralmente pelos desatinos do medo. Juram que não confiam no que fazemos porque o que fazemos não vai mudar nada do que sempre foi assim, não acreditam que existe beleza no trabalho de educar com esperança na palavra do outro que nos educa. A sua desesperança maliciosa e ordeira reclama que não existe o outro, nem querem entender.

Precisamos escutar o que esperam de nós, as pessoas querem apenas que a gente governe pensando em melhorar a vida de todos.

Corro atrás de uns goles de chá de hortelã.

Marko, invejo quem na sua esperança mobiliza a realidade a sua volta na busca da transformação, não sou queixoso, minha inveja não é invejosa, não é melancólica, é alegria. Precisamos pensar e atuar com esperança e não nos deixarmos invadir pela desesperança do mundo, do outro e a nossa própria, formada nos momentos de desilusão com o cotidiano. Criemos com as nossas mãos e coração o mundo da esperança, da igualdade social, do pensamento livre e da voz que não se cala, mesmo quando tagarela ou aprisionada e submetida ao silêncio pelo poder de homens e mulheres sem alma.

Saúdo as pessoas que estão sempre atentas à diversidade, às diferenças, não para jogá-las em um gueto ou estufa, mas para se aproximarem do verdadeiro combate corpo a corpo, mantendo-se éticas verdadeiras na sua luta contra um mundo excludente e falso, que valoriza o ter mais e esconde sob as mentiras das armas e da mídia a nossa necessidade ontológica de ser mais.

Saudemos a vida!

Maromar

sexta-feira, 30 de julho de 2010

E a sua informação é da RBS? Meus parabéns!

Isolamento, tumulto e esvaziamento: a campanha de Dilma e Tarso no RS, segundo ZH

Chega a ser comovente o esforço de jornalistas da RBS em encontrar algum viés negativo nos atos públicos e comícios das candidaturas Dilma Rousseff e Tarso Genro no Rio Grande do Sul. O comovente, neste caso, para ser mais exato, anda de mãos dadas com o ridículo. No dia 6 de julho, o ato que deu início à campanha das duas candidaturas no Estado foi destacado com a palavra “tumulto”. Dilma e Tarso juntaram muita gente e acabaram provocando um “tumulto” no centro de Porto Alegre.

Agora, o “tumulto” deu lugar ao “esvaziamento”. O comovente dá lugar ao ridículo que, por sua vez, cede lugar ao surreal. Se há algo que não pode ser destacado como “esvaziado” é o comício realizado ontem no Gigantinho. Pois a Zero Hora, desde ontem à noite, conseguiu dar destaque a um “Gigantinho esvaziado”. Essa era a expressão que destacava a manchete de ZH sobre a fala de Lula no Gigantinho. O presidente demorou tanto a falar que metade do público foi embora, dizia o jornal, em sua página na internet.

Nesta sexta, a colunista política de ZH, Rosane de Oliveira, foi mais específica e disse que o “esvaziamento” ocorreu justamente no momento em que Lula disse que Tarso Genro é seu candidato no RS. “Metade do público já havia ido embora”, escreveu. Ufa!

Antes de iniciar a campanha, a palavra que definia a campanha de Tarso no Estado, segundo ZH, era isolamento. Pois o isolamento virou tumulto que, felizmente, acabou esvaziado no final da noite de ontem. É notável, mas não surpreendente, que a principal analista política do jornal do grupo RBS tenha dificuldade em reconhecer e afirmar (numa frase que seja) o que os próprios adversários de Lula, Dilma e Tarso no Estado já admitem: que as suas campanhas aqui no Estado saíram na frente na mobilização da militância. Mas aí, é claro, já é pedir demais para um jornalismo imparcial.

Eles têm saudades dos Golpes, e você?

Lula diz que o C Af tinha razão:
eles tentam o golpe todo dia

    Publicado em 30/07/2010


“A direita tenta dar golpe a cada 24 horas neste país”, para não permitir que “forças democráticas” governem.

Disse o presidente Lula, em Porto Alegre, segundo a Folha (*) – uma porta-voz do Golpe -, na pág. A6.

Quem primeiro chamou a atenção deste ordinário blogueiro para o impeachment a cada 24 horas foi a professora Marilena Chauí: eles vão para o impeachment no dia seguinte à posse do Lula.

E foram.

Eles mataram o Vargas, perseguiram o JK, derrubaram o Jango e, por duas vezes, tentaram impedir que Brizola governasse no Rio.

Eles são o PiG (**) e o PiG (**) são eles.

Um não vive sem o outro: os golpistas e o PiG (**).

Um alimenta o outro.

Quem primeiro chamou a atenção deste blogueiro para o papel decisivo que o PiG (**) desempenha no desmanche da democracia brasileira foi Mino carta.

Mino diz que a elite brasileira é a pior do mundo.

(E que o Brasil é o único país do mundo em que jornalista chama patrão de colega.)

Foi a partir destas observações que o Conversa Afiada se apropriou da expressão PiG (**), de autoria do deputado Fernando Ferro, do PT de Pernambuco.

E passou a acompanhar o Golpe diário.

Hoje, por exemplo, o Golpe consiste em colar as FARC na testa da Dilma.
Clique aqui para ler “PiG troca Serra por Uribe”.

Só tem um problema.

Eles escolheram o centro-avante errado para dar o Golpe.

O jenio não é o Carlos Lacerda.

Nem para isso o Serra serve.

Ele nem de Golpe é bom.

Paulo Henrique Amorim

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quinta-feira, 29 de julho de 2010

São só boatos!

Serra sai atrás de boatos. Que cara de pau!


Acabo de ler na Folha de S.Paulo, em matéria assinada por Josias de Souza, que a reproduziu em seu blog, que a campanha de Serra montou um “esquadrão antiboato”, composto de 15 equipes de repórteres e cinegrafistas, ou seja, no mínimo 30 pessoas, caso dispensem iluminador, para percorrer o país em busca de “boatos” contra o tucano.

A notícia é a mais inusitada possível. Primeiro revela que a campanha de Serra deve estar nadando em dinheiro, já que pode deixar 30 pessoas percorrendo o país, com todos os gastos que isso implica, apenas para procurar boatos. O “esquadrão” deve funcionar assim:

- Atenção tucano 1, aqui tucano 2, câmbio.

- Pode falar tucano 2, tucano 1 na escuta.

- Positivo operante tucano 1, é que ouvi dizer que andam espalhando um boato contra nosso comandante em Maués, no alto Rio Negro.

- Entendido tucano 2, providenciando logística para transporte aéreo e embarcação para cobrir os 356 km que separam a localização de Manaus.

Ora, isso só pode ser brincadeira e é incrível que alguém a reproduza como se fosse coisa séria, merecendo alto de página de um jornal que se diz “a serviço do Brasil”. Montar um “esquadrão antiboatos” é o máximo da paranóia serrista, que sem programa de governo, busca fatos aleatórios para ter com o que se ocupar.

O blog da Folha se deu ao trabalho de ouvir um dos agentes do “esquadrão” que contou dois (atenção, dois, e precisa de um esquadrão para isso) supostos boatos: um de que Serra acabaria com o Bolsa Família e outro de que demitiria servidores públicos. Sobre o primeiro, deve se basear nos constantes ataques que os tucanos sempre fizeram ao programa e ao pouco interesse que Serra demonstrou no cadastramento das famílias paulistas em condições de receber o benefício. Mas Serra não devia se preocupar muito com isso, já que prometeu dobrar o Bolsa Família, o que ninguém acredita, naturalmente.

Quanto ao segundo, deve ter um fundo de razão, já que a matéria conta que pelo twitter Serra rebateu um boato de que privatizaria a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), vinculada ao Ministério da Agricultura. E o fez justamente ameaçando sevidores de demissão: “É tudo cabo eleitoral, não é gente que entende de abastecimento. Quem vai perder o emprego é esse pessoal, que está lá por nomeação política e não entende nada do assunto”, afirmou Serra.

Não existe uma ação sistemática para dizer que Serra é privatista e neoliberal. É espontâneo, é verdade. E nem é preciso espalhar boatos. Basta ler jornal. Vamos levantar mais um? Serra diz que só aumenta o salário mínimo quando for possível.

Deve ser triste para o próprio candidato perceber isso, mas seria mais digno que assimilasse, ao invés de supor o povo brasileiro como influenciável e burro.

Além do mais, alguém que estampa no próprio site uma ilustração, que comentamos aqui, de um suposto “contador de fuga de debates” de Dilma, e um site, cadastrado em nome de seu partido, dedicado exclusivamente ao insulto, quer ser visto como o que?

Como alguém com sua truculência, sua autossuficiência, criticada até mesmo dentro das suas fileiras, suas mentiras ao se colocar como pai dos Genéricos, sua insistência em chamar tudo que não lhe agrada de trololó, pretende acusar alguém de ‘mentir, insultar e fazer truques’? Aliás, aproveito a oportunidade para postar um vídeo que recebi, que trata justamente de todas essas características de Serra.

Quem faz terrorismo em campanha é Serra, que começou montando um time de brucutus para desencadear ataques na internet, que desvendamos aqui, inclusive com as digitais de Eduardo Graeff, ex-secretário-geral da Presidência do governo FHC e tesoureiro nacional do PSDB. Depois, o próprio Serra pôs a mão na massa, falando de ligações do PT com as Farc, e, indiretamente, com o narcotráfico, como afirmou, diretamente, o Da Costa, seu vice.

Quisera José Serra que fossem cabos eleitorais que desconfiassem de suas intenções. Quem não acredita em Serra é o povo, que vai, nas urnas, mostrar isso de uma vez por todas.

Serrágio

Serra quer subir pedágios. É “O Brasil paga mais”

Comentei hoje mais cedo que para flagrar Serra não é preciso nenhum boato. Basta ler os jornais e ouvir o que ele fala. Pois agora mesmo, em entrevista ao portal R7, segundo conta o UOL, o tucano disse que, se eleito, vai mudar o regime de concessão do governo Lula para rodovias federais, que privilegia a menor tarifa ao usuário. Leia-se: o preço dos pedágios vai aumentar e ficar como em São Paulo.

Não basta torturar os paulistas com os pedágios mais caros do país. Serra quer levar os preços altos a todo o território nacional, com a lógica que adotou em São Paulo. Lá ele cobra pela outorga (“dinheirinho no caixa”), e apenas estabelece uma tarifa máxima. Claro que é a tarifa máxima a que os empresários cobram. Ou alguém já viu empresário bonzinho cobrando menos quando o governo diz que pode cobrar mais.

Aliás, o PSDB podia mudar de slogan: devia ser “Com Serra, o Brasil paga mais”

Serra reconheceu que a cobrança de pedágio nas rodovias paulistas não é barata (que coisa… aliás, falando em mentira, não foi isso que ele disse na entrevista ao Roda-Viva) mas considerou isso um mal necessário para manter as estradas em boas condições. É exatamente o discurso padrão que os empresários usam em qualquer tipo de negócio para elevar o preço dos serviços. Não precisam de melhor porta-voz.

O candidato tucano afirmou ainda que o aumento do número de praças de pedágio serve para diminuir os custos de quem viaja distâncias menores. “Às vezes, você aumenta o número de praças para as pessoas que saem antes pagarem menos. E isso tem um custo”.

Depois o Serra fica criando esquadrão antiboatos para desmentir o que ele diz. Não precisa. No caso dele, boato é verdade, mesmo.

PS: Mais cedo, em entrevista à Folha de S.Paulo, o candidato tucano ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, defendeu o modelo de pedágios de São Paulo, mas não quis responder se achava os preços altos. Os tucanos pensam da mesma maneira. É importante que sejam entrevistados, pois quanto mais abrem o bico, mais se entregam.


Novo padrão de manipulação jornalística

Nestes sete anos e meio de governo Lula eu já tinha visto todo tipo de manipulação da imprensa a favor dos tucanos e contra o governo petista, mas o jornal O Globo de hoje desce mais um degrau rumo ao fundo do poço da credibilidade jornalística: numa matéria sobre declarações de Aloizio Mercadante o jornal simplesmente usou a resposta a uma pergunta, feita por um jornalista sobre um determinado assunto, como resposta a outra pergunta, de outro jornalista, sobre outro assunto! Parece absurdo demais, mas é a verdade.

Acho que conheço bastante bem o episódio dos “aloprados”, um dos mais vergonhosos momentos da história da imprensa brasileira, uma tentativa de golpe nas vésperas do primeiro turno da eleição presidencial de 2006, orquestrada pelos principais veículos da mídia, alguns integrantes da Polícia Federal e do Ministério Público e pelos partidos de oposição, e estranhei muito o tal “mea culpa” de Aloizio Mercadante publicado na edição de hoje de O Globo.

Segundo o jornal, Mercadante teria admitido “um grave erro”.

A matéria de O Globo tem uma chamada, que está na capa da edição on-line:

MEA CULPA

A manchete:

Mercadante assume 'grave erro' na campanha de 2006

Uma frase em destaque:

“Evidente que o erro é nosso. Nós que não fomos capazes de convencer o eleitor”.

Os dois parágrafos iniciais da matéria, na íntegra:

Candidato ao governo de São Paulo por uma coligação de 11 partidos, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) admitiu nesta quarta-feira que cometeu um "grave erro" na campanha eleitoral de 2006 ao ter seu nome envolvido no escândalo conhecido como dos "aloprados do PT". Um de seus assessores foi acusado de comprar por R$ 1,7 milhão um suposto dossiê contra o então candidato José Serra (PSDB) ao governo paulista. Mercadante disse que a denúncia foi arquivada e que nunca foi réu em processos que envolvem a administração pública.

- Nunca fui réu em nenhum processo em relação a administração pública. Nenhuma denúncia. Sou bastante rigoroso e bastante exigente. No entanto, aconteceu. Acho que foi um grave erro. Mas consegui (o arquivamento da ação), através do Ministério Público rigoroso, não o engavetador geral do passado. (...) Evidente que o erro é nosso. Nós que não fomos capazes de convencer o eleitor - disse o senador durante sabatina promovida pelo portal UOL e pela "Folha de S.Paulo".

http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2010/mat/2010/07/28/mercadante-assu...

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O texto segue o padrão de mixórdia muito em voga na antiga imprensa, onde não se distingue o que é incapacidade no uso da língua e o que é má-fé. Segundo o texto, Mercadante teria admitido que “cometeu” um “erro grave” “ao ter seu nome envolvido” no tal escândalo. Qual o erro cometido (e supostamente admitido) por Mercadante? O texto não informa.

Segundo o texto, um dos assessores de Mercadante “foi acusado de comprar um suposto dossiê”, o que já é mentira, ninguém foi acusado de comprar nada, até porque não houve compra alguma. Os tais assessores (Valdebran Padilha e Gedimar Passos) foram detidos porque supostamente iriam comprar um suposto dossiê, num caso único na história mundial onde uma prisão por flagrante foi efetuada antes do (suposto) crime acontecer, se é que algum crime aconteceria. Os dois foram imediatamente soltos, é claro, já que todo o procedimento da polícia e do Ministério Público no caso foi grosseiramente eleitoreiro e tecnicamente bizarro.

A única concretude entre tantas suposições era a necessidade de se produzir manchetes a tempo de influenciar as pesquisas eleitorais antes do primeiro turno da eleição, plano que se cumpriu. (O que não estava previsto era a fragilidade do candidato oposicionista, Geraldo Alkmin, que posou para fotos vestindo uma jaqueta ridícula com logotipos de empresas brasileiras, prometeu vender o avião presidencial para construir um hospital e, outro fato inédito na história mundial, acabou tendo menos votos no segundo turno do que no primeiro.)

O texto de O Globo segue citando Mercadante que, supostamente, teria afirmado: “Evidente que o erro é nosso. Nós que não fomos capazes de convencer o eleitor”. Esta frase aparece em destaque nas páginas de O Globo e, ao meu ver, não fazia sentido algum. O erro é nosso? A que erro Mercadante se refere? E por que o verbo no presente? Se ele se referia a um episódio de 2006 não deveria ter dito, se é que disse alguma coisa, “o erro FOI nosso”? A que “grave erro” (conforme a manchete) Mercadante se refere? A respeito de que não foi capaz de convencer o eleitor?

X

Na tentativa de preencher tantos furos da matéria de O Globo, fui em busca da entrevista no UOL. (Chega a ser engraçada a dificuldade que a antiga imprensa tem de entender o quanto encurtaram as pernas da mentira no mundo dos arquivos digitais).

Assisti a entrevista, na íntegra.

Aos 11:10 o jornalista Irineu Machado diz a Mercadante, que criticava a administração tucana em São Paulo, que o PT não foi capaz de vencer as eleições para o governo paulista. O jornalista pergunta:

IRINEU MACHADO pergunta:
O senhor acha que o erro foi do partido ou do eleitor que não soube escolher?

MERCADANTE responde:
Não, evidentemente que a deficiência é nossa, nós que não fomos capazes de convencer a sociedade de votar na mudança.

Quarenta e dois minutos depois (aos 53:00), o jornalista Fernando Canzian puxa o assunto dos “aloprados”:

FERNANDO CANZIAN pergunta:
Em 2007 o senhor foi indiciado pela polícia federal por acusação de participação na compra de um dossiê de 1,7 milhões de reais contra tucanos aqui em São Paulo. Acabou tento impacto negativo na sua eleição, o senhor perdeu a eleição em São Paulo. O STF depois arquivou mais o caso foi rumoroso, o caso dos aloprados do PT, o senhor esteve diretamente envolvido.

MERCADANTE responde:
Eu já respondi isso outras vezes pra você, você usou uma frase que você não sustenta, “esteve envolvido”, eu não tive nenhum envolvimento. O que a Polícia Federal fez: “Eu não consigo explicar, quem tem que explicar é o Mercadante”, o que é uma coisa juridicamente inacreditável. Tanto que o Procurador Geral da República, o Ministério Público falou: “Não existe um único indício de participação do Mercadante”. Não foi só o Procurador da República, o mesmo que enquadrou dezenas de deputados, senadores, cassou 4, 5 governadores, pôs na cadeia um governador, esse mesmo procurador disse: “Não existe nenhum indício de participação do Mercadante nas 1.100 páginas que tem o inquérito”. E mais: o Supremo, por unanimidade, arquivou e anulou qualquer menção ao meu nome. Então isso para mim está mais do resolvido e explicado. Agora, na vida é assim: pros amigos você não precisa explicar e para os inimigos não adianta.

MÔNICA BERGAMO pergunta:
Mas eles eram da equipe da sua campanha. O eleitor não pode olhar e falar: Será que o senador é cuidadoso na escolha da sua equipe?”

MERCADANTE responde:
Depois de 20 anos de vida pública você nunca me viu envolvido num ato de corrupção. Nunca fui réu num processo de administração pública, uma denúncia. Portanto, eu sou bastante rigoroso e bastante exigente. No entanto aconteceu, acho que foi um grave erro e eu consegui, através do Ministério Público, rigoroso, que não é o engavetador geral da república que tinha no passado, foi o mesmo que denunciou e cassou vários parlamentares, prefeitos e governadores. Esse episódio mostrou para mim o quanto é importante a justiça.

Vídeo da entrevista completa em:
http://eleicoes.uol.com.br/2010/sao-paulo/ultimas-noticias/2010/07/28/me...


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Em nenhum momento Mercadante se refere ao episódio dos “aloprados” dizendo que “evidente que o erro é nosso”.

Em nenhum momento Mercadante afirmou não ter conseguido convencer o eleitor a respeito de algo sobre o episódio dos aloprados.

O “grave erro” a que Mercadante se refere foi de integrantes da sua equipe.

Ao usar a resposta a uma pergunta, feita por um jornalista sobre um determinado assunto, como resposta a outra pergunta, de outro jornalista, sobre outro assunto, o jornal O Globo estabelece um novo padrão de manipulação jornalística. E ainda faltam dois meses para a eleição.

Quando Dilma ultrapassar Serra em todas as pesquisas, no início da propaganda eleitoral, o que mais eles vão inventar?

Abertura

TVT

Tarso no IG

Tarso Genro: Serra rememora a linguagem golpista pré-64

Serra se aproxima de ‘linguagem golpista e fascista’, diz Tarso

Em entrevista ao iG, ex-ministro diz que tucano comete ‘equívoco’ ao endossar acusações feitas pelo vice Indio da Costa ao PT

Ricardo Galhardo, enviado ao Rio Grande do Sul | 29/07/2010 13:23

no IG

Líder nas pesquisas de opinião para o governo do Rio Grande do Sul, o ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT) diz que o presidenciável tucano José Serra se aproxima da linguagem golpista e facista que levou ao golpe militar de 1964 ao endossar as declarações de seu vice, Indio da Costa, que acusou o PT de estar ligado às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e ao narcotráfico.

Por outro lado, Tarso, que trava uma disputa dura com José Fogaça (PMDB), afirma que não pretende explorar na campanha os escândalos que marcaram a gestão da governadora tucana Yeda Crusius, terceira colocada nas pesquisas e que pode ser o fiel da balança em um eventual segundo turno. De olho nos votos tucanos, ele classifica como irracional a polarização que acompanha a política gaúcha desde a Revolução Farroupilha, no século 19.

“Todos sabemos qual é o problema que cada partido teve no verão passado”, disse Tarso ao iG, em entrevista concedida ao lado da lareira de sua casa no bairro Rio Branco, em Porto Alegre, na noite de quarta-feira.

iG – Qual é sua opinião sobre as declarações de Serra e seu vice quanto à ligação do PT com as Farc e o narcotráfico?

Tarso Genro – É um equívoco do Serra. Acho que ele tem estatuto político para não rememorar uma linguagem golpista que foi construída em 1964 e naquela época apenas substituía Farc por União Soviética e usava a mesma expressão “república sindicalista”. Espero sinceramente que isso seja mais um ato de solidariedade ao seu vice – que é notoriamente uma pessoa atrasada e reacionária – do que uma posição dele, uma pessoa que tem estatuto político para compreender que isso aí não leva a nada, só o desqualifica como figura pública.

iG – Mas o próprio Serra chegou a vincular o governo com o narcotráfico quando citou a Bolívia.

Tarso – Essa visão do Serra sobre vínculos com o narcotráfico de qualquer agremiação política é uma imputação que não condiz com o estatuto democrático do próprio Serra, porque é incriminação e pronto. É uma acusação que tem um corte ideológico facista que não é compatível nem com o Serra nem com o PSDB. O combate que o governo fez ao narcotráfico e às cooperações que fizemos neste sentido com países da América do Sul foram uma característica do governo Lula.

iG – A tentativa de identificar Dilma com a ala radical do PT, como aconteceu no episódio do programa de governo, pode atrapalhar?

Tarso – Isso é o mesmo que nós querermos identificar toda a oposição com aquele coronel facistóide do Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro. Seria um equívoco. Essa linguagem de apontar os adversários como extremistas é uma linguagem da Guerra Fria. Isso não funciona mais. De uma parte porque aquela visão de Guerra Fria que tinha um inimigo com guizo vermelho do outro lado já não tem mais consistência. De outra parte porque o próprio sistema capitalista mundial, com o seu desenvolvimento globalizado tem disseminado os valores da democracia. Não há mais uma consciência que seja suscetível de ser trabalhada com essa visão da Guerra Fria.

iG – Se eleita, Dilma terá condições de fazer um governo mais à esquerda do que Lula?

Tarso – É inviável hoje qualquer proposta de desenvolvimento de um país e de sustentabilidade política de um governo que não tenha o centro como aliado. Até um dos grandes elementos positivos do projeto político do presidente foi despertar a necessidade do centro no País. Eu diria meio fisiológico, meio desideologizado, mas ainda é o centro político. É quem dá sustentabilidade a qualquer projeto. Creio que a Dilma vá governar com esse mesmo espectro político, com todas as grandezas e limitações que esse espectro possui. Não creio que vá ser mais ou menos radical que o do Lula.

iG –Além de fisiológico e desideologizado, o centro também agrega políticos com histórico de corrupção. O senhor lutou muito contra isso dentro do PT.

Tarso – O problema é que esses desvios existem em todos os partidos e não pode haver uma impugnação dos partidos. Se nós fizermos uma incriminação em grupo estaremos tendo uma posição medieval do ponto de vista do direito. Não podemos incriminar todo um bloco social ou toda uma comunidade. Os partidos reais são estes que estão aí. Qualquer governo precisa estabelecer um sistema de alianças e, seguramente, se o Serra ganhar a eleição – acredito que não vai ganhar – quem governaria com a parte mais difícil de ser contida seria ele e não a Dilma.

iG – Os escândalos que atingiram outros partidos varreram a discussão ética para debaixo do tapete nesta campanha?

Tarso – A questão ética não pode substituir o jogo da política sob pena de nós cairmos em campanhas que sejam concursos de moralismo, às vezes falso moralismo. Um governo tem que se destacar é atuando fortemente contra a corrupção e a ilegalidade como o governo Lula tem feito. É o governo que mais combateu a corrupção na história do País até hoje e me orgulho de ter tido um papel importante nisso.

iG – O pior desempenho de Dilma é na região Sul. Por outro lado o senhor lidera as pesquisas no Estado mais importante da região. É um paradoxo?

Tarso – Eu e a Dilma temos mais ou menos a mesma pontuação aqui. O que diferencia é que os meus adversários têm menos pontuação que o Serra. Não há dicotomia. Temos que crescer. Tanto eu quanto ela precisamos crescer e isso vai ocorrer fortemente quando houver conexão mais forte da minha campanha com a dela com a presença do presidente Lula (que participa nesta quinta-feira de comício em Porto Alegre).

iG – O senhor fica incomodado com o fato de o PMDB, que integra a base de Dilma, ter candidato ao governo em coligação com o PDT, que também integra a aliança de Dilma?

Tarso – Não há problema. Nós queríamos que o PMDB apoiasse a Dilma, que ela tivesse dois palanques ou até três aqui. O PMDB fez uma espécie de logro ao PDT. Prometeu apoio à Dilma, sancionado pelo presidente Carlos Lupi, e depois não apoiou. O PDT foi induzido a erro. Nós queremos que o PMDB apoie a Dilma. Que seja bem vindo. O nosso contencioso com o PMDB aqui no Estado não deveria prejudicar o apoio nacional. O fato é que foi uma escolha do PMDB e não nossa.

iG – Alguns dirigentes do PDT gaúcho acusam o PT de aliciar seus quadros. Isso pode causar turbulências à campanha de Dilma?

Tarso – Isso é uma coisa que não se sustenta. Os quadros do PDT são maduros, experientes, não se deixariam aliciar. As pessoas se inclinaram à minha candidatura e à da Dilma porque o PMDB não está apoiando a Dilma e então se sentiram liberadas. Mesmo que o PDT não nos apóie nós vamos convida-lo para participar do nosso governo porque o PDT tem muito mais identidade programática conosco do que o PMDB.

iG – O senhor pretende explorar os escândalos do governo Yeda Crusius (PSDB) na campanha?

Tarso – Todos nós sabemos que tem diferenças éticas entre nós e todos nós sabemos qual é o problema que cada partido teve no verão passado. Mas esta questão está sendo tratada de uma maneira muito elevada. Todos nós estamos apresentando qual é nossa posição para promover o combate à corrupção no Estado sem qualquer tipo de acusação pessoal. Isso é um sinal de mudança política aqui no Estado e de qualificação. É uma renovação no debate político de um estado que sempre esteve muito polarizado, às vezes meio irracional.

TVT

TV dos Trabalhadores vai ao ar em agosto

Reproduzo matéria enviada por Vanilda Oliveira, coordenadora de imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista. Aproveito para convidar blogueiros e sítios progressistas para uma coletiva com a direção da TVT nesta quinta-feira, dia 29, às 8 horas da manhã, no Café Girondino, no Largo São Bento (centro da capital paulista):

A TVT (TV dos Trabalhadores) vai entrar no ar em agosto. O presidente Lula deverá participar da estreia da emissora, a primeira que é outorgada a um sindicato de trabalhadores. A informação foi confirmada há pouco pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (CUT), que há 23 anos pede a concessão da TVT, em parceria com a Fundação Sociedade, Comunicação, Cultura e Trabalho, criada há 10 anos.

A data em que a emissora entrará no ar, os detalhes de programação e de sua retransmissão serão divulgados na próxima quinta-feira. "Os trabalhadores têm direito legítimo a um canal de TV, assim como segmentos como igrejas e universidades já tem", diz Sérgio Nobre, presidente do sindicato, que representa mais de 100 mil trabalhadores na região do ABC.

A TVT irá ao ar pelo canal 46 UHF-Mogi das Cruzes, além de canais comunitários em todo o Estado de São Paulo. No início, a TVT terá uma hora e meia diária de produção própria, com um telejornal e dois programas de debates. Para o restante da grade de programação, foram firmadas parcerias com a TV Brasil e as TVs Câmara e Senado para retransmissão de reportagens especiais e documentários.

A outorga da emissora foi feita em outubro de 2009 por meio de decreto assinado pelo presidente Lula e pelo então ministro das Comunicações, Hélio Costa passado e publicada no Diário Oficial da União. A concessão é de um canal educativo e foi feita à Fundação Sociedade de Comunicação, Cultura e Trabalho, entidade criada e mantida pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

ACM negou primeiro pedido

O primeiro pedido de concessão de canais de rádio e televisão para os trabalhadores, feito por meio do sindicato, ocorreu em setembro de 1987. O sindicato participou de quatro pedidos de concessão de radiodifusão e foi preterido - apesar de informar que cumpriu todos os requisitos
exigidos por lei. Em 1992, o pedido foi negado novamente - à época já em nome da Fundação Sociedade Comunicação, Cultura e Trabalho.

Em abril de 2005, a fundação conseguiu a concessão do canal educativo 46, com sede no município de Mogi das Cruzes (Grande São Paulo), com aprovação do Congresso Nacional. Na ocasião, o presidente Lula assinou o decreto da concessão na abertura do 16º Congresso Continental da Ciosl-Orit (Confederação Internacional das Organizações Sindicais Livres - Organização Regional Interamericana de Trabalhadores), que reuniu representantes das
principais centrais sindicais de 29 países.

Durante o ato, Lula lembrou que era deputado constituinte quando levou o deputado federal e então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Vicentinho (PT), para conversar com o ministro das Comunicações à época, Antônio Carlos Magalhães (governo Sarney), e pedir pela
primeira vez a concessão.

Cruz e Credo!

SERRA: UM URIBE PIORADO

A dramática diferença entre José Serra e Álvaro Uribe está no poder destrutivo que o tucano teria em mãos caso chegasse à Presidência da República da maior economia da América Latina. Emparedado por governos progressistas, como os da Venezuela e Equador, com um PIB importante mas cerca de 1/5 do brasileiro e sem rivalizar com a liderança de Lula na região, Álvaro Uribe teve que se contentar em representar o Departamento de Estado norte-americano na fronteira com a Venezuela, adotando um belicismo permanente na tentativa de provocar Chávez e isolar seu governo. Limitou-se a isso a bisonha expressão regional do uribismo colombiano.

Se chegasse à presidência do Brasil, o uribismo tucano teria efeitos mais graves. Com o peso da economia brasileira nas mãos, Serra manejaria um poder de fogo que seu inspirador jamais sonhou. Os sinais emitidos nestas eleições dão uma pálida idéia da ameaça que um Alvaro Uribe nativo representaria para os governos e agendas progressistas da América Latina, a saber:

a) Serra quer reverter a entrada da Venezuela no MERCOSUL para destruir Chávez;

b) Serra ataca o desrespeito aos direitos humanos em Cuba para enfraquecera revolução cubana, mas silencia diante de Guantánamo e do embargo comercial dos EUA contra o povo cubano;

c) Serra acusa Morales de cúmplice do narcotráfico dispensando tratamento humilhante ao líder boliviano, o mesmo tratamento racista e reacionário adotado pela oligarquia brança do país ;

d) Serra ameaça anular acordos do governo Lula com Lugo, sob alegação de que o Brasil faz 'filantropia' ao pagar um preço mais justo pela eletricidade de Itaipu pertencente ao povo paraguaio;

e) Serra quer desconstruir o MERCOSUL –e por tabela o governo progressista de Cristina Kirchner na Argentina-- sob alegação de que o Brasil precisa de liberdade para firmar acordos comerciais mais favoráveis 'aos negócios'.

Fatos: o comércio Brasil-Argentina dobrou em cinco anos e, apesar da crise mundial, atingiu US$ 24 bilhões em 2009 (US$ 31 bi em 2008).
(Carta Maior; 29-07)

Lê a Veja? Eu e o Presidente, não!

Blog da Petrobras desmente colonista (*) da Veja

O que esperar da última flor do fáscio ?



Extraído do blog da Petrobrás:

Petrobras não pergunta aos seus empregados em quais candidatos eles votam.

Em relação a nota publicada no blog Radar on-line (reprodução acima da versão das 6h03 e atualização das 12h49), a Petrobras esclarece que:

a) Seu efetivo não é de 72.000 (nem 52.000). São 55.534 empregados (junho/2010);

b) A última pesquisa aberta a todos os empregados da Companhia foi realizada em janeiro de 2010. Essa pesquisa foi a de Ambiência Organizacional, principal instrumento de monitoração e diagnóstico da ambiência da empresa;

c) A Companhia NÃO pergunta aos seus empregados em quais candidatos eles votarão nas eleições.

d) O RH da Companhia não possui “setor de endomarketing”.

(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (**) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

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Massacre de baleias. E sem sanções internacionais…

Esta foto chocante, publicada na edição de hoje do caderno Planeta, do Estadão, chamou-me a atenção para a necessidade de que se ponha fim a uma das maiores hipocrisias ambientais do mundo, que é a burla à proibição do abate de baleias que, embora em vigor desde 1986, continua existindo pela caça disfarçada – aliás, nem disfarçada, como a foto prova – para a captura com finalidades científicas, que é praticada pelo Japão, pela Noruega e pela Islândia.

O Brasil, felizmente, é um dos países mais avançados neste tipo de proteção. Não apenas encerramos a caça baleeira em 1986, ano da moratória internacional, como, ano passado, o presidente Lula baixou um decreto que torna as águas territoriais brasileiras um santuário para baleias e golfinhos e habilita o Governo brasileiro a pressionar pelo respeito – que não existe – à proibição da caça em todo o hemisfério sul do planeta. E é justamente nas águas do Sul que a captura e abate de baleiras é mais realizada pelo Japão, o principal transgressor dos acordos internacionais.

Incrível é como um atentado ambiental como este não desperte no mundo desenvolvido, tão preocupado com o meio-ambiente, nenhum tipo de reação mais dura, como gostam de ter em relação aos países mais pobres.

Ciro e Dilma

Dilma e Ciro estarão juntos na campanha

Ciro e Dilma são guerreiros das mesmas causas

Já tinha comentado aqui, há um mês, que Ciro apóia Dilma e que nem a mágoa natural por ter ficado fora da disputa presidencial o afastaria do compromisso com as forças progressistas e com o que é melhor para o país. Por isso, li com satisfação em matéria do Estadão que ele almoça amanhã com Dilma Rousseff, em Brasília, e que vai gravar um depoimento para o programa de TV da candidata do campo da esquerda.

Ciro é uma pessoa de personalidade forte, mas não é mesquinho. No calor do debate pode fazer declarações intempestivas, mas no momento certo está ao lado de quem tem compromisso com a melhoria de vida da população. Dilma também sempre demonstrou a maior consideração com Ciro, a quem classificou de leal, ético e solidário.

O apoio de Ciro é importante nesta campanha, e Dilma fez muito bem em entrar em contato diretamente com ele, convidando-o para o almoço de amanhã. Tenho certeza de que os dois sairão do encontro ainda mais próximos e acertados para a campanha que precisa de alguém como Ciro, capaz de dizer verdades sem rodeios e contribuir para uma votação ainda mais expressiva de Dilma.

E a Yeda? Está fugindo do Serra!

Serra: Nem genéricos, nem programa de AIDS

Desde 2002, nas eleições que disputou e nos programas do PSDB ( veja aqui e aqui) José Serra se dizia e foi exaustivamente apresentado como o Pai dos Genéricos e o criador do Programa Nacional de DST/Aids, do Ministério da Saúde.

O Viomundo denunciou aqui que Serra e o PSDB mentiam sobre os genéricos. E aqui que mentiam sobre o Programa Nacional de DST/Aids. Provavelmente temendo ser desmascarado nos debates e no horário eleitoral, Serra agora contou a verdade. Antes era propaganda enganosa, mesmo.

*************

Não fui eu que inventei os genéricos, diz Serra

Tucano participou de festa oferecida a ele pela senadora Kátia Abreu (DEM) em Palmas, Tocantins

Adriano Ceolin, enviado a Palmas | 27/07/2010 23:52

no Último Segundo

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, afirmou na noite desta terça-feira que não foi o idealizador do remédio genérico. Nas últimas semanas, o PT tem tentado retirar de Serra a paternidade da quebra de patentes dos medicamentos.

“Não fui que inventei [os medicamentos] genéricos. O genérico já existia como ideia. Eu nem sabia quando assumi o Ministério da Saúde”, disse o tucano ao discursar de festa oferecida para ele na casa da senadora Kátia Abreu (DEM), coordenadora da campanha de Serra no Tocantins.

O presidenciável afirmou que a proposta de se criar os medicamentos genéricos foi apresentada a ele pelo então deputado federal Ronaldo Cézar Coelho (PSDB-RJ), que é ex-banqueiro e nesta eleição é candidato a primeira suplente na chapa de Cesar Maia (DEM).

Serra também disse que não idealizou o programa de combate à Aids, uma das bandeiras da gestão frente à pasta da Saúde entre 1998 e 2002. “Eu toquei o programa da Aids para acontecer na prática, mas não foi ideia minha”, disse.

“Truques e mentiras”

No mesmo discurso, Serra acusou o PT de espalhar “mentiras” a seu respeito. Citou como exemplo mais recente o boato de que privatizaria a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo).

“[Espalham] mentiras que vai fechar isso, vai fechar aquilo. Nunca tive essa ideia [de privatizar a Ceagesp]. Até porque aquilo lá já é privado. Só a administração é pública. É o tempo inteiro esse tipo de coisa”, disse. “É mentira, truque e insulto”.

Em seguida, Serra citou que o PT faz “espionagem” e lembrou o caso da violação do sigilo fiscal do vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge. “Tem um jogo aí e não se debate ideias”, afirmou.

Serra citou Dilma ao lembrar participação em palestra em São Paulo que a petista teria dito que a carga tributária no Brasil é boa. “Ela falou. Está declarado. Eu disse não concordo. Não posso comparar o Brasil com a Suécia”, completou.

O tucano também fez provocações ao senador Aloízio Mercadante (PT), seu adversário na campanha para o governo do Estado de São Paulo. “Ganhei com um pé nas costas. Até porque o candidato era fraco, sem credibilidade”, disse Serra, que venceu a disputa no primeiro turno.

Cerca de 2 mil pessoas participaram da festa promovida na casa da senadora Kátia Abreu para Serra e para o candidato ao governo do Tocantins pelo PSDB, Siqueria Campos. Entre os presentes, estava o prefeito de Almas, Leonardo Cintra, que liberou do trabalho alguns secretários para participar de uma caminhada com Serra em Palmas.

Esse Raul é bom!

PT repudia acusação de assédio sobre base do PDT


O deputado estadual e presidente do PT gaúcho, Raul Pont, divulgou nota rebatendo as críticas de que o Partido dos Trabalhadores estaria assediando a base do PDT no processo eleitoral do Rio Grande do Sul. “Não fazemos assédio e repudiamos essa adjetivação”, disse Pont, que lembrou que os pedetistas que têm aberto o voto para Tarso Genro para o governo do Estado são dirigentes históricos e experimentados, com formação política e que, portanto, não estão sujeitos à cooptação.

O que a direção do PDT gaúcho deve se preocupar em responder, acrescentou Pont, é com as cobranças feitas por esses dirigentes que afirmam que o apoio à candidatura do PMDB ao Piratini estava condicionado ao apoio do partido e do candidato José Fogaça (PMDB) a Dilma Rousseff no plano nacional. “Esses dirigentes, vereadores e quadros políticos têm nos procurado de forma espontânea pois entendem que o PMDB gaúcho se afasta cada vez mais da candidatura Dilma”, afirma o dirigente petista.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Barão de Itararé

Vamos abrir a Satiagraha.
O Barão de Itararé pode fazer isso

Assange: a próxima escala é nas vísceras do Brasil

É indispensável a leitura do excelente perfil que Rodrigo Uchoa fez no Valor, pág. A12, de Julian Assange, o fundador do WikiLeaks.

Assange foi quem vazou os documentos secretos que podem acabar com a Guerra do Afeganistao.

Assange mostra: os EUA derramam dinheiro no Paquistão e o Paquistão ajuda o Taliban no Afeganistão; a situação do Afeganistão é muito pior do que o Governo Obama admite; existe um esquadrão da morte americano, a Força Tarefa 373, que mata sob encomenda do Governo – democrático ? – do Afeganistão.

(Por que o Serra não fala mal do Afeganistão ?)

Assange fundou o WikikLeaks com uma visão: vazar tudo !

Assange prega uma luta contra os segredos e conspirações “em detrimento da população”.

Diz Uchoa: “Não é uma questão de de direita ou de esquerda, de liberalismo ou socialismo. A luta é do indivíduo contra as acachapantes instituições criadas pelas sociedades … , que tem como objetivo perpetuar o próprio sistema, envolto em segredo … “

Diante disso, o Conversa Afiada propõe que o Instituto Barao de Itararé imediatamente providencie o vazamento e a distribuição dos documentos reunidos pela Operação Satiagraha.

O Conversa Afiada se oferece para publicá-los em emocionantes capítulos.

Ali estão as vísceras da Nação.

As Forças Tarefas 373 locais.

Ali está o modus operandi do passador de bola apanhado no ato de passar bola, Daniel Dantas.

Ali está a genese da BrOi, que desafia o Governo Lula: clique aqui para ler “querem vender a BrOi e acham que todo português é burro”.

O Ministro Eros Grau se sentou em cima da Satiagraha, num dos gestos de maior violência já cometidos no Judiciário brasileiro.

(Daniel Dantas virou o Judiciário brasileiro das tripas para fora.)

Grau tomou os documentos da Satiagraha do corajoso Juiz De Sanctis e se sentou em cima.

Grau está para sair do Supremo e levará nas costas o peso de um gesto inesquecível: ter sido o relator que absolveu os torturadores do regime militar.

Quem sabe o Assange pega a Satiagraha no assento do Grau ?

Nos dias 20, 21 e 22 de agosto, o Barão de Itararé vai promover o Primeiro Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, aqui em São Paulo.

Lá, formalmente, este ordinário blogueiro vai sugerir: vazar a Satiagraha é uma obrigação dos blogueiros progressistas.

E proporá também ao presidente do Barão, Miro Borges, que convide o Assange para vir ao Brasil.

E transformar o Barão numa sucursal do WikiLeaks.

O Barão já se determinou a entrar o Supremo com uma ADIN por omissão, em companhia do mestre Fábio Konder Comparato.

Itararé e Comparato vão ao Supremo para garantir a liberdade de expressão.

Mino Carta provocou boas gargalhadas no lancamento do Barão, ao tratar da Veja, a última flor do Fáscio.

Uma alta autoridade da República disse ao Mino Carta que, se a Satiagraha fosse aberta, o Brasil parava por dois anos.

Não pára, nada.

O máximo que pode acontecer é uma superlotação no PF Hilton e o Barão de Itararé do lado de fora a berrar: “pega ladrão !”


Paulo Henrique Amorim

terça-feira, 27 de julho de 2010

Comunicação Cidadã

Abertas as inscrições para o projeto Comunicação Cidadã, em Canoas

A partir de hoje jovens que queiram tornar-se comunicadores da Agência da Boa Notícia do Território da Paz/ Guajuviras poderão inscrever-se para a seleção do projeto Comunicação Cidadã da Secretaria de Segurança Pública e Cidadania do município de Canoas. O Comunicação Cidadã é um dos 12 projetos do Programa de Segurança Pública com Cidadania do Ministério da Justiça que está sendo implantado no bairro Guajuviras. Tem como objetivo promover ações de prevenção a violência por meio de oficinas de comunicação cidadã e despertar para o direito a informação. Isso será feito através da confecção de boas notícias do bairro, onde os participantes receberão capacitação nas áreas de produção de conteúdos em Videodocumentário, Internet, WebTV, RádioWeb, Fotografia, Comunicação Cidadã e Práticas e produção jornalística, para atuar como comunicadores. ”A idéia é que os jovens transitem por todos os programas PRONASCI para que façam a divulgação das notícias, queremos potencializar as redes sociais” explica a coordenadora Andréia Freitas.

As inscrições para as 240 vagas são gratuitas e estão sendo feitas até o dia 30 de agosto na subprefeitura nordeste localizada na rua Alexandre de Gusmão nº2080, das 10 às 12 e das 14h às 16h e também no CRAS Guajuviras situado na na avenida 17 de abril 28, setor N, quadra 6. Os candidatos devem ser moradores do Território da Paz/ Guajuviras, ter idade entre 15 e 24 anos, ser alfabetizado e estar em situação de vulnerabilidade. No ato da inscrição deverá se apresentado certidão de nascimento ou documento de identificação. Os selecionados participarão de oficinas como rádio Web, Tv Web, confecção de textos jornalísticos, entre outros.

A Agência da boa notícia Guajuviras funcionará em um espaço localizado próximo a rótula do Guajuviras e contará com estúdios profissionais de RádioWev, TVWeb e salas de oficinas equipadas com computadores, microfones, câmeras fotográficas e filmadoras. (A matéria é da jornalista Tais Dal Rí, no da Prefeitura de Canoas)

SP/RGS/Porto Alegre estão do mesmo jeito!

O sucateamento da saúde pública em São Paulo

O processo de terceirização e privatização implementado por governos tucanos em São Paulo repetem o padrão das políticas que FHC e Serra fizeram enquanto estiveram no governo federal: sucateamento e pauperização crescentes das estruturas públicas, principalmente as hospitalares e educacionais, e desvalorização de seus funcionários, para que o argumento privatizador pudesse encontrar respaldo junto à população em geral, com o devido apoio das corporações midiáticas. E assim foi. E assim continua sendo São Paulo. O artigo é de Gilson Caroni Filho e João Paulo Cechinel Souza.

Nos últimos dias, temos visto uma infindável torrente de notícias trazendo o presidenciável José Serra como o baluarte derradeiro na defesa por uma saúde pública decente. Cabe-nos, entretanto, salientar alguns pontos propositalmente obscurecidos pela grande mídia sobre o tema em questão.

Desde 1998, com a eleição de Covas e a edição/promulgação de um projeto de lei pelo então presidente FHC, as Organizações Sociais (OSs) passaram a gerir uma série de instituições hospitalares Brasil afora, mas encontraram no Estado de São Paulo seu porto pacífico.

A partir de então, os hospitais e serviços de saúde, que vinham sendo administrados diretamente pelas autarquias municipais e estaduais tiveram seu gerenciamento progressivamente terceirizado, privatizado – sempre pelas mesmas (e poucas) empresas (OSs), e sempre sem licitação.

O esquema, de contratos milionários, envolve aquilo que FHC e Serra fizeram enquanto foram gestores federais: sucateamento e pauperização crescentes das estruturas públicas, principalmente as hospitalares e educacionais, e desvalorização de seus funcionários, para que o argumento privatizador pudesse encontrar respaldo junto à população em geral, com o devido apoio das corporações midiáticas.. E assim foi. E assim continua sendo São Paulo.

Serra deixou à míngua o renomado Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho (IAVC), forçando os profissionais a pedirem demissão pela falta de condições dignas de trabalho no local, relegando a segundo plano o tratamento dos pacientes que lá procuram auxílio. Preferiu deixar de lado um centro de excelência para inaugurar o resplandecente e novo Instituto do Câncer de São Paulo Octávio Frias de Oliveira (ICESP), só para homenagear seu padrinho midiático, aquele cuja família lhe oferece a logística de um jornal diário e a metodologia favorável do Datafolha.

Infelizmente, até hoje o ICESP não funciona plenamente, os profissionais de saúde têm dificuldades imensas para encaminhar para lá os doentes que dele precisam e os pacientes do IAVC continuam com sérios problemas para conseguirem ter sua saúde recuperada.

Por conta dessa mesma terceirização da saúde pública paulista e paulistana, o vírus da dengue encontrou em São Paulo um grande apoio governamental. Minimizando a atuação das Unidades Básicas de Saúde (UBS) na prevenção de diversos problemas de saúde, subestimando o fator pluviométrico e seu poder disseminador de doenças, a Prefeitura Municipal de São Paulo demitiu centenas de agentes de combate às zoonoses, essenciais para o controle da doença.

A responsabilidade pelo aumento de quase 4.000% no número de casos de dengue na cidade é debitada na conta da população que não está à altura da arquitetura inovadora do tucanato. Sem contar os assombrosos índices de contaminação nas cidades de São José do Rio Preto e Ribeirão Preto, todas administradas por políticos com ideias semelhantes às dos prefeitos paulistanos Serra-Kassab – e por eles apoiados.

Não bastasse tamanho descalabro, delegou às OSs a administração de diversas UBS, prejudicando, sobremaneira, a inserção das equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) no Estado, onde podemos encontrar um enorme vácuo no mapa brasileiro no que diz respeito à sua efetiva implementação. A saber, as equipes de ESF são inseridas tendo em vista, basicamente, o contingente populacional a ser atendido. Com base nisso, São Paulo deveria ser o Estado com maior número de equipes – justamente o contrário ao que se constata na realidade.

No que diz respeito às estratégias de atendimento primário à saúde, Serra fragmentou todo o atendimento prestado pelas UBS, esperando, assim, reinventar a roda – e, com ela, quem o legitimasse publicamente. Essa foi a lógica que o levou a criar o “Dose Certa”, o “Mãe Paulistana” e as unidades de Atendimento Médico Ambulatorial (AMAs), que, reunidos, constituem, justamente, o que se chama no resto do Brasil de ESF.

Mas a farsa de José Serra não tem começo tão recente. Antes de redescobrir a pólvora no atendimento primário, já estava chamando para si os louros do programa dos Genéricos, verdadeiramente criado pelo médico e então Ministro da Saúde Jamil Haddad (PSB/RJ) em 1993, que, atendendo a orientações da Organização Mundial de Saúde, editou e promulgou o Decreto-Lei 793. Este sim, revogado integralmente por FHC e Serra em 1999, foi posteriormente reeditado por eles mesmos (lei 9.787/99 e decreto 3.181/99), acrescentando, vejam que pequeno detalhe, inúmeras concessões às grandes indústrias farmacêuticas.

Presidente de honra do PSB, Jamil Haddad faleceu em 2009, divulgando a todos quantos quiseram ouvi-lo que sua ideia fora usurpada por Serra e seu respectivo partido. Faltou, obviamente, o prestimoso apoio da mídia corporativa para divulgar suas denúncias.

Da mesma forma, Serra se “esquece” de mencionar outros atores importantes e nada coadjuvantes quando se refere ao Programa Nacional de Combate à AIDS. Relata sempre que foi o mais importante, senão o único, agente responsável pela implantação do Programa, tentando obscurecer os trabalhos fundamentais desenvolvidos desde meados da década de 80 pelos médicos Pedro Chequer, Euclides Castilho, Luís Loures e Celso Ferreira Ramos Filho, além da coordenação realizada dentro do Ministério da Saúde, no início da década seguinte, pelo ex-ministro Adib Jatene e pela bióloga Dra. Lair Guerra de Macedo Rodrigues.

Tanto esforço não valeu muito no município de São Paulo, que parece não ter feito a lição de casa no que diz respeito à redução da mortalidade associada à AIDS nos últimos anos – entre o final da gestão Serra e o começo da gestão Kassab (2008-2009). Segundo dados da própria Secretaria Municipal de Saúde, houve um aumento do número de óbitos pela doença no município, contrariamente ao que aconteceu no resto do país.

Muito embora essa mistura de hipocrisia e obscurantismo seja maquiada pela grande imprensa ao divulgar os feitos tucanos na área da saúde, contra ela existem fatos concretos e objetivos. E sobre isso Serra não pode fazer nada. Sobra-lhe a opção de negar sua existência ou pedir à Folha de São Paulo que reescreva a história da forma que lhe parece mais conveniente. Talvez não seja interessante para sua candidatura que se descubra o real sentido do que promete. Quando fala em acabar com as filas para a saúde estamos diante de uma proposta de modernização gerencial ou uma ameaça de extermínio? É uma dúvida relevante.

(*) Gilson Caroni Filho – professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil

(*) João Paulo Cechinel Souza – médico especialista em Clínica Médica e residente em Infectologia no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo.

Izaías Almada: Carta Aberta à companheira Dilma Roussef

Carta Aberta à companheira Dilma Roussef

Por Izaías Almada

Estimada companheira Dilma Roussef:

Aproximam-se as eleições de outubro. Passada a overdose do futebol, o Brasil mergulha nas águas turbulentas de uma campanha eleitoral com características como há algum tempo não se viam na nossa história, trazendo lembranças – para os que viveram como eu, ainda adolescentes – as disputadíssimas eleições de 1955 e 1960, onde o viés ideológico permeava os votos daqueles que iriam escolher entre o progresso do país ou a estagnação e o atraso. O Brasil de hoje é bem diferente, eu sei, mas ainda com inúmeros problemas de autodeterminação, de soberania, de construção de uma infraestrutura mais produtiva, consistente e autônoma, geradora de mais empregos e distribuição de sua riqueza de maneira mais equânime e solidária. Organização de um mercado interno sólido, duradouro. Problemas que permanecem ainda em nossos dias.

Em finais de 2005 fui conhecer a Venezuela. E o fiz tomado de grande curiosidade pela Revolução Bolivariana, cuja visibilidade institucional se estabeleceu em 1998, com a eleição de Hugo Chávez à Presidência da República, mas iniciada com a desastrosa política neoliberal imposta ao país pelo governo de Carlos Andrés Perez, fato já aceito e incorporado à história econômica venezuelana.

Resolvi visitar aquele país irmão e sentir um pouco a temperatura do que ali se passava. Ver de perto como oposição e governo se enfrentavam no dia a dia – e já lá se vão quase cinco anos. Entre os vários fatores que suscitaram em mim essa curiosidade, devo confessar que parte importante deles veio no caudal do linchamento da esquerda brasileira sofrido nesse mesmo ano de 2005, tão logo o ínclito e honrado deputado Roberto Jéferson, valoroso combatente da e pela democracia representativa tupiniquim, contrariado em seu despojamento e honestidade patriótica resolveu, segundo ele, botar a boca no trombone e denunciar irregularidades na vida política nacional, em particular na atuação parlamentar do Partido dos Trabalhadores.

Tal fato, de conhecimento geral, onde se jogou muita areia no ventilador, independentemente dos envolvidos e das denúncias, algumas delas sem comprovação até o presente, foi sobejamente aproveitado por boa parte da oposição nacional que, na voz do também honrado e ínclito senador Bornhausen (da turma dos brancos de olhos azuis), deu o mote: “temos que eliminar essa gente da política brasileira”, ou qualquer coisa nesse teor. Embora sem filiação partidária, senti-me atingido pela bravata.

Eu não desconfiava, companheira Dilma Roussef, àquela altura, que viria ao de cima, como acontece sazonalmente no Brasil, mais um jogo sujo de política institucional, com o confronto pelo poder assumindo contornos mais nítidos e não menos distantes, como também não menos violentos, de muitos dos confrontos ideológicos dos anos 60, anos em meio aos quais me formei, como você, companheira, política e profissionalmente, na mesma Belo Horizonte que nos viu nascer. Com ingredientes, fatos e personagens diferentes, é claro.

terrorismo...

A tática terrorista de Serra não vai colar, como não colou o seu falso “lulismo” de meses atrás. Vou desmontar suas afirmações nos próximos posts.

Uma onda vai varrer este país. Uma onda morena, branca, mulata, negra; uma onda da cor do povo brasileiro que viu a esperança e que está se erguendo, com uma força que só o povo pode ter.

Irresistível, invencível, que vai levar de roldão os espantalhos de papel impresso com mentiras com que tentam dete-la.

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Parabéns, Presidente! A esperança não é uma traição da realidade.

O Presidente Lula é possuidor de um carisma muito grande, entre todos, que de alguma maneira, ou por alguma razão, privam da sua palavra e suas reflexões sobre o Brasil. Começa por ser um senhor de cabelos brancos, a barba já não impõe nenhum medo, um andar calmo e curtinho como se não tivesse pressa em chegar, o que parece lhe interessar é o percurso e o caminho percorrido. Sua voz é tranqüila e clara, não deixa dúvidas sobre a sua intenção ao falar, seus olhinhos parecem sempre em busca de tudo que possa ser visto e aprendido na intenção de unir a ação com o pensamento.

Parabéns, Presidente!

Observo a mim mesmo, sou um homem com esperanças para o futuro dos meus filhos. Vivemos longe ainda de uma sociedade verdadeiramente democrática, sempre acreditei na possibilidade de construção de uma vida diferente, voltada para as práticas da conscientização, da inclusão, da autonomia, da participação, da auto-organização, da libertação, da alegria, da cidadania. Enfim, a construção possível de um mundo melhor.
Eis que estamos vivendo as manobras das forças reacionárias e progressistas durante o combate ou na iminência dele, se posicionam, medem as forças, granjeiam aliados, agrupam-se. Não existe lirismo neste combater nem sangramentos aparentes, as conseqüências estão depositadas no fazer ou deixar de fazer, os seus efeitos se concretizam nas maneiras arrogante para alguém ou nos desejos humildes de governar junto.
A mim parece importante chamar a atenção para quantas e quantas vezes sucumbimos frente a falas destrutivas e desesperançadas, que nos fragmentam e nos implodem em pequeninos pedaços voadores, transformando em poeira nossas tentativas íntimas. Nas muitas e mais tantas oportunidades em que isto acontece, não o sabemos se ocorre por intenção deliberada ou por não sabermos pensar e sentir diferente. Guardamos silêncio para o enfrentamento final quando o bem vencerá definitivamente o mal. Eis o imobilismo na crença que haverá somente um embate e que todos os desgastes dos afrontamentos anteriores se dão sem razão. Ao assumir uma posição critica e não lírica deixamos de assumir os defeitos e dificuldades dos outros para estabelecer parcerias razoáveis de comprometimento com a esperança, dentro de uma práxis libertadora do outro em mim que retorna ao outro que está fora de mim.
Não há fadas ou benfeitores, todos e todas nós precisamos caminhar com as próprias pernas, errando ou acertando que diferença faz, nos basta por ora o movimento. Parando vez que outra para estabelecer diálogos íntimos, produzindo alguns enfrentamentos pessoais, fixando regras de ação e deixando o coração livre para voar os maiores e melhores sentimentos da esperança, não se deixar vencer pela insônia do medo e ficar escondido. Levantar da cômoda cadeira e retirar o disco do toca-disco, virar o vinil e tocar o lado B, movimento e reflexão, quanta sonoridade no vinil, nem tudo que é novo supera em qualidade o antigo.
Não se opta pelo novo apenas como conseqüência da novidade, decide-se pelo novo através reflexão que temos do velho e do desejo de fazer nascer diferente do antigo.
Concordo, Presidente, aquilo que é novo, a notícia ou a colheita, não nos embaraça tanto, quanto o novo que chega pelas idéias de fazer diferente. Não se diz querer o novo das idéias por astúcia ou ingenuidade, pois tanto uma como a outra farão da novidade mentiras diárias. Cresceremos com as idéias do novo fazer e pensar, na discussão permanente entre mim e o eu, entre o eu e o nós, entre o nós e o todo, entre o todo e o que repito que é meu, pois sempre retorno ao início que sou eu. Minha dor não é nova, mas meu sorriso está diferente. Estou refletido em mim mesmo, clareando e esclarecendo minhas próprias perguntas. Sou astuto, ingênuo ou progressista, por ora, já me basta responder por está investigação, permanentemente atento, mesmo que sofrendo muito com o esforço, mas em movimento.
Somos energizados ao ouvi-lo, Senhor Presidente, acrescentaria eu, que superando estes papéis mágicos e autoritários, precisamos de novos olhares sobre o nosso quê fazer do nosso Brasil, sacudindo a poeira do tempo e descobrindo aos poucos um novo eu que já existia, permanecia escondido pela poeira da imperturbabilidade ingênua ou solércia medrosa.
Os astutos querem sentar o Presidente Lula na fórmica verde e menos dura e menos fria da sua cadeira pedagógica, se eu pudesse acabaria com a pedagogia. Pior que a possibilidade de matar as pessoas, é a maneira como transforma todos em bonecos de pau. É apenas parte da contenda. Eis o começo da traição aos miseráveis.
Sei, que através dos tempos, de acordo com os diferentes momentos históricos, tivemos construções importantes no sentido de transformar as práticas coercitivas, disciplinadoras, autoritárias. Podemos citar Gramsci com sua pedagogia crítica, Frenet com a escola nova, Makarenko com a pedagogia socialista, Paulo Freire com a pedagogia libertadora. Teria outros a recitar, mas me interessa perguntar, Eles foram traídos? Todos eles pensaram a partir da utopia da construção de uma sociedade baseada em princípios solidários, onde o ser humano estaria a serviço da construção desse ideário. Olhamos para o mundo, mas basta olhar para a África, América Latina, veremos a fome, as favelas, as desigualdades extremas e, talvez, tenhamos alguma resposta. Estamos treinando recursos humanos para as grandes corporações, a nossa sociedade assumiu seu papel de amestradora de mentes e adestradoras de corações.
Como pensar em solidariedade e, principalmente, como construir os conceitos de justiça e ética numa sociedade dominada pelo consumismo e individualismo? Não basta fazermos a leitura da realidade e dos saberes existentes em determinada comunidade. Até onde precisamos ir? Precisamos compreender como quem interpreta a sua própria realidade, não há outra saída, creio, a qual não seja estar junto das pessoas mais humildes, falar, dialogar, aceitar, meter a colher, mudar nosso modo de vê-los, deixar que nos ensinem e nos toquem, os criadores de monstros. Fazer, não para teorizar em cima de relatos em seminários, mas para mudar a nossa vida, muito mais que as da classe social dominante e que se diz, também, vítima.
Pensando assim, a esperança não é uma traição da realidade. Ela pode ser uma ferramenta de mudança desde que assim o façamos, ou melhor, desde que assim a entendemos, mas tudo isso exige disciplina e método. Dialético, com toda certeza.

Maromar