terça-feira, 30 de novembro de 2010

mais uma do cara da direita... meus parabéns(!)

A Direita asquerosa que nunca aprende: mais uma de Prates (2008)

Maria Frô

Ontem foi iniciada uma ampla campanha contra o racismo na infância, veja aqui.

É uma campanha belíssima, para além da poesia e do cuidado ao tratar esta doença social, ela nos chama a atenção para dados concretos: os números que produzem a exclusão.

O racismo no Brasil tem cor e endereço: a maioria da população pobre, sem acesso aos serviços básicos e aos direitos constitucionais que deveriam ser garantida a ela, é negra. O racismo produz a miséria que retroalimenta o preconceito e a discriminação.

Quando vemos saídos da favela ‘do coração do mal’ como diz o secretário de segurança do Rio de Janeiro, de modo perigoso, pois generaliza para milhares de pessoas o estigma do crime, jovens com cuecas aparecendo, mulheres descabeladas e mal vestidas (pois raramente topamos com um loiros de olhos azuis, estes estão no asfalto e tem seus direitos garantidos quando cometem os mesmo crimes, vamos associando à miséria e a cor negra ao crime.

Quando ativistas do combate ao racismo lutam por estabelecimento de cotas considerando recortes raciais e de gênero nas políticas públicas, eles sabem que se elas forem implementadas sem visar o grupo mais vunerável elas dificilmente alcançarão tais grupos.

Há cerca de 10 anos, logo após a assinatura da Declaração de Durban quando o Brasil tornou-se signatário dela, ainda sob governo FHC, o Estado brasileiro assumiu o compromisso de implementar ações afirmativas. Na época, a polêmica de cotas raciais ganhou amplo espaço na mídia para todo o coro contrário expor seu mais amplo desejo de manter o Brasil numa realidade de apartheid racial e econômico.
No discurso de combate às cotas a direita raivosa defendia que o problema do Brasil não era racial e sim de classe, e que as cotas deveriam ser por recorte de econômico.

Pois bem, em julho de 2008 o Senado aprovou o projeto de autoria da Ideli Salvatti, PT/SC (começando a desvendar o ódio de Prates) que seguiu para a Câmara que aprovou em novembro de 2008  cota de 50% para alunos de escolas públicas nas Universidades Federais; que voltou para o Senado e que pelo visto continuou em discussão pois em abril de 2010 o Conae aprovou (mas sem força de lei). Agradeço ao leitor/a que me informe se o projeto foi finalmente rediscutido e aprovado.

Durante a tramitação entre Senado e Câmera deste projeto, adivinhem o que a direita raivosa passou a argumentar? É discriminação! É anti-constitucional! O povo paga imposto! Advinhem qual é o conceito de povo e cidadão no discurso desta direita babona?

Bóra acompanhar o exercício do caso patológico mais exemplar deste discurso, feito há dois anos:



Agora, vejam o resultado dos esforços na implementação de políticas inclusivas  como esta e de outras como o PROUNI aqui. Será que agora vocês entendem a fúria que esta direita raivosa tem contra o ENEM?


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BAITASAR


O Baitasar é um ajudante resmungão (ainda mais, quando está sob as ordens de ninguém) no blog do mauro (vive de queixume com ninguém, manda e não pergunta), sem salário ou qualquer pagamento de serviço prestado (enquanto discutimos o serviço que ele pode prestar, tomamos um chopinho e comemos uma berinjela regadinha com azeite de oliva, revirada  na cebola, pimentão e pimenta vermelha), é inconformado com essas coisas da diretia racista, zeladora do apartheid racial e econômico.

Peço que ele sirva-se da berinjela com o garfinho de sobremesa

"Bobagem, pura frescura."

Carrega o chopp em uma das mãos, até a garganta, com a outra mão leva os pedaços de berinjela até a boca.

Desisto. Terezinha! Desce outra porção de berinjela! O Baitasar me olha com um sorriso pervertido e balanceia aquela cachopa de raparigas.

"Tu me diz, por que o sujeito fala essas bobagens?"

Respondo que o sujeito é obediente e dócil a vontade do chefe. O patrão dele é o dinheiro e vai continuar dizendo uma besteira atrás da outra e depois mais outra porque agrada a zeladoria do apartheid racista, todos em nome do pai e do filho. Fica tudo em família.

"Sujeitinho asqueroso."

Terezinha! A berinjela. Mais um chopinho... dois!

X-9 II

Como o WikiLeaks chegou ao Brasil.
Vem mais bomba aí. Cuidado, Johnbim !

Conversa Afiada


Só o Brasil não levou o Assange a sério. Viva o Brasil !

O Conversa Afiada reproduz o texto da jornalista Natália Viana, responsável pela introdução da “transparência radical” no Brasil.

Note-se que o noticiário da Folha (*) de hoje tentou inutilmente preservar a escandalosa responsabilidade do ministro Serrista Nelson Johnbim, clique aqui para ler “Escândalo ! Ministro da Defesa (dos Estados Unidos) ataca política externa brasileira”.


Por dentro do Wikileaks: a democracia passa pela transparência radical


Fui convidada por Julian Assange e sua equipe para trazer ao público brasileiro os documentos que interessam ao nosso país. Para esse fim, o Wikileaks decidiu elaborar conteúdo próprio também em português. Todos os dias haverá no site matérias fresquinhas sobre os documentos da embaixada e consulados norte-americanos no Brasil.

Por trás dessa nova experiência está a vontade de democratizar ainda mais o acesso à informação. O Wikileaks quer ter um canal direto de comunicação com os internautas brasileiros, um dos maiores grupos do mundo, e com os ativistas no Brasil que lutam pela liberdade de imprensa e de informação. Nada mais apropriado para um ano em que a liberdade de informação dominou boa parte da pauta da campanha eleitoral.

Buscando jornalistas independentes, Assange busca furar o cerco de imprensa internacional e da maneira como ela acabada dominando a interpretação que o público vai dar aos documentos. Por isso, além dos cinco grandes jornais estrangeiros, somou-se ao projeto um grupo de jornalistas independentes. Numa próxima etapa, o Wikileaks vai começar a distribuir os documentos para veículos de imprensa e mídia nas mais diversas partes do mundo.

Assange e seu grupo perceberam que a maneira concentrada como as notícias são geradas – no nosso caso, a maior parte das vezes, apenas traduzindo o que as grandes agências escrevem – leva um determinado ângulo a ser reproduzido ao infinito. Não é assim que esses documentos merecem ser tratados: “São a coisa mais importante que eu já vi”, disse ele.

Não foi fácil. O Wikileaks já é conhecido por misturar técnicas de hackers para manter o anonimato das fontes, preservar a segurança das informações e se defender dos inevitáveis ataques virtuais de agências de segurança do mundo todo.

Assange e sua equipe precisam usar mensagens criptografadas e fazer ligações redirecionados para diferentes países que evitam o rastreamento. Os documentos são tão preciosos que qualquer um que tem acesso a eles tem de passar por um rígido controle de segurança. Além disso, Assange está sendo investigado por dois governos e tem um mandado de segurança internacional contra si por crimes sexuais na Suécia. Isso significou que Assange e sua equipe precisam ficar isolados enquanto lidam com o material. Uma verdadeira operação secreta.

Documentos sobre Brasil

No caso brasileiro, os documentos são riquíssimos. São 2.855 no total, sendo 1.947 da embaixada em Brasília, 12 do Consulado em Recife, 119 no Rio de Janeiro e 777 em São Paulo.

Nas próximas semanas, eles vão mostrar ao público brasileiro histórias pouco conhecidas de negociações do governo por debaixo do pano, informantes que costumam visitar a embaixada norte-americana, propostas de acordo contra vizinhos, o trabalho de lobby na venda dos caças para a Força Aérea Brasileira e de empresas de segurança e petróleo.

O Wikileaks vai publicar muitas dessas histórias a partir do seu próprio julgamento editorial. Também vai se aliar a veículos nacionais para conseguir seu objetivo – espalhar ao máximo essa informação. Assim, o público brasileiro vai ter uma oportunidade única: vai poder ver ao mesmo tempo como a mesma história exclusiva é relatada por um grande jornal e pelo Wikileaks. Além disso, todos os dias os documentos serão liberados no site do Wikileaks. Isso significa que todos os outros veículos e os próprios internautas, bloggers, jornalistas independentes vão poder fazer suas próprias reportagens. Democracia radical – também no jornalismo.

Impressões

A reação desesperada da Casa Branca ao vazamento mostra que os Estados Unidos erraram na sua política mundial – e sabem disso. Hillary Clinton ligou pessoalmente para diversos governos, inclusive o chinês, para pedir desculpas antecipadamente pelo que viria. Para muitos, não explicou direto do que se tratava, para outros narrou as histórias mais cabeludas que podiam constar nos 251 mil telegramas de embaixadas.

Ainda assim, não conseguiu frear o impacto do vazamento. O conteúdo dos telegramas é tão importante que nem o gerenciamento de crise de Washington nem a condenação do lançamento por regimes em todo o mundo – da Austrália ao Irã – vai conseguir reduzir o choque.

Como disse um internauta, Wikileaks é o que acontece quando a superpotência mundial é obrigada a passar por uma revista completa dessas de aeroporto. O que mais surpreende é que se trata de material de rotina, corriqueiro, do leva-e-traz da diplomacia dos EUA. Como diz Assange, eles mostram “como o mundo funciona”.

O Wikileaks tem causado tanto furor porque defende uma ideia simples: toda informação relevante deve ser distribuída. Talvez por isso os governos e poderes atuais não saibam direito como lidar com ele. Assange já foi taxado de espião, terrorista, criminoso. Outro dia, foi chamado até de pedófilo.

Wikileaks e o grupo e colaboradores que se reuniu para essa empreitada acreditam que injustiça em qualquer lugar é injustiça em todo lugar. E que, com a ajuda da internet, é possível levar a democracia a um patamar nunca imaginado, em que todo e qualquer poder tem de estar preparado para prestar contas sobre seus atos.

O que Assange traz de novo é a defesa radical da transparência. O raciocínio do grupo de jornalistas investigativos que se reúne em torno do projeto é que, se algum governo ou poder fez algo de que deveria se envergonhar, então o público deve saber. Não cabe aos governos, às assessorias de imprensa ou aos jornalistas esconder essa ou aquela informação por considerar que ela “pode gerar insegurança” ou “atrapalhar o andamento das coisas”. A imprensa simplesmente não tem esse direito.

É por isso que, enquanto o Wikileaks é chamado de “irresponsável”, “ativista”, “antiamericano” e Assange é perseguido, os cinco principais jornais do mundo que se associaram ao lançamento do Cablegate continuam sendo vistos como exemplos de bom jornalismo – objetivo, equilibrado, responsável e imparcial.

Uma ironia e tanto.

*Natália Viana é jornalista e colaboradora do Opera Mundi

 (*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

X-9 I

Quem é o “cretino” que
não entendeu o Johnbim

Conversa Afiada


Sobel mentiu ou não entendeu nada. Viva o Brasil !

Leia a seguir o perfil do embaixador americano no Brasil Clifford Sobel que, segundo Nelson Johnbim, clique aqui para ler, não entendeu o que ele falou e mentiu nos telegramas que mandou para Washington.

Como se verá, trata-se de um rematado “cretino”.

Clifford M. Sobel – Chefe de Missão – Brasil

(Biografia do Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário dos Estados Unidos Para o Brasil)

O embaixador Clifford M. Sobel foi indicado pelo president Bush em 23 de maio, confirmado pelo Senado em 29 de junho e empossado pela secretária de Estado Condoleezza Rice em 20 de julho de 2006 como embaixador Extraordinário e Plenipotenciário dos Estados Unidos da América junto à República Federativa do Brasil.  Ele é o 53 o  chefe de Missão no Brasil.

O embaixador Sobel foi também o 62o embaixador dos Estados Unidos na Holanda de 2001 a 2005.

O embaixador Sobel tem tido uma carreira digna de destaque por sua grande experiência no mundo dos negócios e nas áreas comunitária, de diversidade e de serviços filantrópicos. Antes de se tornar embaixador na Holanda, foi presidente da Net2Phone, empresa de capital aberto registrada na Nasdaq (NTOP). A Net2Phone é a maior provedora de serviços telefônicos na internet e comercializa ampla gama de aplicativos de comunicação aperfeiçoados para a internet. A Net2Phone fez uma joint venture com a Cisco, firma especializada em software de gerenciamento de rede. O embaixador Sobel foi vice-presidente da empresa recém-formada denominada ADIR.

Sobel também foi diretor executivo e presidente da SJJ Investment Corporation e da CMS Realty Company, nas quais respondia pelas decisões de investimentos em diversas áreas. De 1985 a 1991, participou do conselho diretor do Banco Norcrown de Roseland, em Nova Jersey, fundado por ele. Durante as décadas de 1970 e 1980, fundou várias empresas que projetavam, produziam e importavam acessórios para firmas de varejo, tendo mais tarde presidido várias delas. Esses empreendimentos se tornaram algumas das empresas de crescimento mais rápido e de maior inovação no setor e receberam o prêmio Sears Chairman e vários prêmios de projeto durante a gestão de Sobel.

Por nomeação presidencial, entre 1994 e 1998, o embaixador trabalhou no Conselho do Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, em Washington, D.C. Foi membro do conselho do Instituto Lexington, a renomada entidade − que congrega analistas de políticas públicas de amplo alcance − sediada em Arlington, Virginia, cujos principais interesses são: reforma educacional, segurança nacional, desregulamentação, governança coorporativa e redução de alíquotas de impostos. Antes de trabalhar no Instituto Lexington, Sobel presidiu o Conselho de Curadores do Instituto Alexis de Tocqueville, que também é um centro de estudos de políticas públicas. De 1987 a 1989, foi designado para o Conselho de Comércio Internacional do Setor Industrial do Governo dos EUA.

Sobel participou de conselhos consultivos da Empower América e do Conselho de Liderança Republicana. Além disso, atuou como membro do conselho e do comitê de política da Business Executives for National Security (Executivos Empresariais pela Segurança Nacional − BENS). Em 1995, foi chamado para depor perante o Congresso sobre os acordos comerciais internacionais previstos no fast-track. E, de 1993 a 1997, trabalhou no Conselho de Visitantes da Escola de Pós-Doutorado Naval de Monterey, na Califórnia, como nomeado do secretário de Defesa.

O embaixador foi delegado nas Convenções Nacionais Republicanas em 1996 e 2000 e atuou na Comissão e na Subcomissão da Plataforma de Política Externa em 2000. Foi também presidente financeiro em Nova Jersey das campanhas das eleições primárias e presidencial do então governador George W. Bush. Em 1998, acompanhou o governador Bush em uma missão de investigação a Israel. Em Nova Jersey, seu estado natal, Sobel é membro do conselho do Centro de Artes Cênicas de Nova Jersey e participou de comitês executivos da comissão estadual voltada para o crescimento de Nova Jersey, a Prosperidade de Nova Jersey, e da Federação Judaica Unida de Metrowest, NJ.

O embaixador Sobel estudou na Universidade de Vermont e formou-se com louvor na Faculdade de Comércio da Universidade de Nova York, graduando-se bacharel em administração. Em 1999, recebeu o título honorário de Doutor em Leis da Universidade Kean, de Nova Jersey, em reconhecimento por sua contribuição ao serviço público.

violência X espetáculo... circus romanus(?)

Mídia faz da violência no RJ um espetáculo


Jornalismo B 

O Rio de Janeiro viveu nos últimos dias momentos de extrema violência. Depois de manter as favelas abandonadas por décadas, o Estado resolveu lembrar delas e ocupá-las com seu aparelho de repressão. Os traficantes que comandavam os morros invadidos pela polícia e pelo exército tentaram resistir ou fugir, e o conflito se estabeleceu (uma análise da situação por outro viés AQUI). No meio disso tudo, muitos moradores que pouco ou nada tinham a ver com o tráfico sofreram nas mãos da polícia, viram suas casas invadidas, depredadas e roubadas, mas isso pouco saiu na mídia.

A cobertura da imprensa brasileira foi ampla, gigantesca. Canais pagos de televisão transmitindo imagens ao vivo por horas ininterruptas, canais abertos interrompendo suas programações e dedicando telejornais quase inteiros para o assunto, portais com todas as manchetes principais da capa tratando do Rio de Janeiro, jornais impressos com páginas e mais páginas trazendo grandes fotos do confronto.

Entre boas imagens e pouco conteúdo de qualidade, a cobertura de um modo geral foi absolutamente favorável à ação policial. Exaltou-se a “guerra”, conceituação que remete irremediavelmente e tolera muitas “baixas”, cria um clima de permissividade a atos mais violentos. Exaltou-se a força e a união entre polícias civil e militar e exército. A adrenalina no ar era verdadeira, mas a espetacularização leva sempre à perda da profundidade analítica, leva sempre ao subentendimento das circunstâncias.

O clima de Tropa de Elite 3 criado em parte pelos fatos, mas, em boa parte, pela mídia, faz tudo parecer um filme ou um jogo de vídeo game, e aí perde-se pelo caminho a importância humanitária do que acontecia lá, com pessoas morrendo de lado a lado, outras vendo suas casas invadidas, sua privacidade violada, seus direitos desrespeitados. Esse lado das ações policiais apenas agora começa a vir à tona. E muito brevemente. Uma matéria sobre esses abusos foi ao ar nesta segunda no Jornal Nacional, ficou por pouco tempo na capa da Globo.com e já desapareceu.

O apoio da mídia foi grande a ponto de ser desproporcional e causar estranheza. A heroização da polícia sugere uma onda conservadora, de apoio à repressão armada, apoio ao tratamento do problema da violência como uma questão puramente de polícia, sem identificar as profundas raízes sociais da questão.


O jornal gaúcho Zero Hora, por exemplo, teve a cada edição uma matéria que pouco mais fazia do que fazer de um conflito dessa envergadura um circo. Destaque para três matérias. Na sexta-feira, entrevista com José Padilha, diretor de Tropa de Elite. Domingo, “A análise do ‘Capitão Nascimento’” é uma das chamadas de capa, para uma entrevista com o ex-capitão do Bope Rodrigo Pimentel. Nesta segunda-feira, por fim, as páginas 4 e 5 são dedicadas ao “Tabuleiro da asfixia ao tráfico”. A arte gráfica, bem feita, traz bonequinhos como os antigos brinquedos de “forte apache”, e um tabuleiro ao melhor estilo “War” ocupando as duas páginas.

As tentativas insistentes de passar-se a impressão de total apoio popular às ações policiais exageraram um sentimento que realmente parece existir, criando descrédito nos leitores e telespectadores mais atentos. Essa ideia foi reiterada dia a dia, sem qualquer questionamento. O fotógrafo Rafael Vilela, em um comentário aqui no Jornalismo B, chama atenção para uma legenda em fotos da Folha Online, que diz: “Moradores participam de manifestação em apoio à operação militar no Complexo do Alemão, no Rio”. A foto, porém, mostra pessoas com cartazes pedindo paz, “Guerra não” e até “Governo incoerente / somos inocentes”. Para a Folha, isso é apoio à operação militar.

Vale destacar como fator positivo na cobertura o bom trabalho dos repórteres fotográficos de diversos veículos, que demonstraram mais uma vez a alta qualidade do fotojornalismo brasileiro nas mais variadas situações.

Postado por Alexandre Haubrich

instituto federal de educação em porto alegre... esse lula é bão!

Antigo prédio da Ulbra sediará campus do Instituto Federal de Educação no centro de Porto Alegre

O juiz da Vara Federal de Canoas, Daniel Luersen, acolheu, dia 29 de outubro, o pedido de adjudicação do prédio ocupado pela Ulbra no centro de Porto Alegre (rua Coronel Vicente, 281) em favor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (antiga Escola Técnica da UFRGS). Assim, o prédio da Ulbra Saúde e o anexo do edifício garagem, na Voluntários da Pátria, serão transferidos para o IFRS. O imóvel de propriedade da Ulbra encontrava-se penhorado por dívidas fiscais com a União e servirá de sede do Campus Porto Alegre do instituto.

A partir de março de 2011, o Instituto Federal já deve estar ocupando as 31 salas de aula existentes no prédio da Ulbra Saúde, abrigando, em um primeiro momento, os cursos de Contabilidade, Secretariado e Administração. Os 2 mil alunos do IFRS em Porto Alegre estudam provisoriamente, desde 2008, no prédio da antiga Escola Técnica de Comércio da UFRGS. Com o novo prédio, a instituição pretende ampliar sua capacidade para 3,5 mil alunos nos próximos anos.

Entrevistei hoje o diretor do Campus Porto Alegre do IFRS, Paulo Roberto Sangoi, para o Adverso, da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Adufrgs Sindical). O professor Paulo Sangoi e seu vice-diretor, Julio Xandro Heck, estavam muito entusiasmados com a novidade e, principalmente, com o que ela significa em termos de fortalecimento da instituição. O Campus Porto Alegre do IFRS oferece hoje 15 cursos técnicos entre presenciais e à distância, além do PROEJA (Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação Jovens e Adultos), pós-graduação e cursos de extensão e capacitação profissional, bem como oficinas e cursos voltados para pessoas com necessidades especiais. A partir do segundo semestre de 2010, a escola também iniciou a oferta de quatro cursos superiores.

Sangoi disse que é impressionante o crescimento da demanda por cursos técnicos de formação profissional. Nunca antes na história deste país, brincou, o governo federal investiu tanto nesta área. A instalação do Campus do instituto no centro de Porto Alegre deverá mudar todo o entorno daquela área. Serão mais de dois mil alunos circulando diariamente pelo prédio. “A comunidade de Porto Alegre terá um dos maiores Campus dos IFs do Brasil”, anunciou Sangoi.

bicicleta em porto alegre é crime(?)

Mercado Público de Porto Alegre desencoraja o uso da bicicleta como transporte

Somos andando

O resultado da falta de visão do governo Fo-Fo é o absurdo relatado pelo blog Massa Crítica. Ao mesmo tempo em que dá seguimento a uma política de construção desenfreada, defendendo que sejam erguidos grandes complexos onde o trânsito não tem mais por onde escoar, desencoraja o uso da bicicleta como meio de transporte. Vejam bem, não é que não incentiva, é pior: quer que os poucos corajosos desbravadores das ruas de Porto Alegre parem de usar o meio de transporte mais eficaz e ecologicamente correto para distâncias não muito longas. Segue o relato:





Na última quinta-feira, dia 25 de novembro, fomos como de costume fazer compras no Mercado Público de Porto Alegre em nossas bicicletas. Porém, como havia uma feira no largo Glênio Peres, não pudemos acorrentar nossas bicis nos postes da área e decidimos, na falta de local mais adequado, prendê-las nos portões do Mercado.

Fizemos nossas compras tranqüilamente e quando retornamos para pegar nossas bicicletas veio a surpresa: além da nossa corrente, havia outra corrente prendendo-as ao portão. No final das contas descobrimos que o cadeado era da equipe de segurança do Mercado e que eles possuem a ordem de acorrentar as bicicletas para desencorajar a prática. Indignados, mandamos um e-mail para a coordenação do Mercado Público, com cópias para vários e-mails da SMIC (Secretaria Municipal de Indústria e Comércio) e recebemos a seguinte resposta, no qual a responsável nos diz para deixar nossas bicicletas para momentos de lazer ao ar livre e não para utilizá-la como transporte para ir até o Mercado Público:
Em 29 de novembro de 2010 15:47,
<…@smic.prefpoa.com.br> escreveu:
Boa tarde.
Entendemos sua indignação mas, em uma cidade como Porto Alegre, onde não é habitual usar bicicletas como meio de transporte, uma situação como o ocorrido não é de surpreender.
Não estamos preparados para receber ciclistas e nem há previsão de bicicletário no Mercado Público. Não existem avisos por ser considerar-se óbvio que, em local público, não seja esperada a visitação acompanhada por bicicletas ou animais domésticos não havendo, portanto, um local que seja adequado ou seguro para deixá-los.
A orientação de prender ou apreender bicicletas é utilizada para desencorajar e advertir a prática, pois não podemos ser responsáveis por possíveis danos ou mesmo roubo que possam  ocorrer.
A partir de seu contato, pensaremos em soluções adiantando que tais  projetos precisam de um prazo razoável de avaliação.
Pedimos que considere as medidas tomadas não como grosseria, mas como um meio de proteger seu patrimônio pessoal.
Não deixe de vir ao Mercado  para prestigiar Eventos, fazer compras ou passear. Deixe sua bicicleta para aproveitar momentos de lazer ao ar livre. Já conseguimos progressos em construir ciclovias. Como vê, estamos “chegando lá”.
Esperamos sua compreensão.
Att
Coordenação de Próprios / SMIC
Alô, Prefeitura! Alô, Mercado Público! Ninguém quer que vocês se responsabilizem por possíveis danos a nossas bicicletas, só queremos um local apropriado para deixá-las enquanto fazemos nossas compras.

“Deixar nossas bicicletas para momentos de lazer ao ar livre”? É essa a visão da Prefeitura Municipal de Porto Alegre?

Se por acaso, alguém que vier a ler esse post, e também ficar indignado com isso, por favor, clique aqui para mandar um e-mail manifestando a sua opinião para nossos, assim chamados, “dirigentes”.

policiais da tribo dos traficantes

Vídeo: morador da Vila Cruzeiro acusa polícia de roubo

Conversa Afiada

O Conversa Afiada publica denúncia do Stanley Burburinho, o reparador de iniquidades (quem será Stanley Burburinho ?):

1) VÍDEO: “Morador da Vila Cruzeiro acusa polícia de roubar R$ 31 mil”

2) Moradores da Vila Cruzeiro e do Alemão denunciam abusos dos policiais:

VÍDEO: “Morador da Vila Cruzeiro acusa polícia de roubar R$ 31 mil” (Dica do @CidadaoAtento)

Morador da Vila Cruzeiro acusa polícia de roubar R$ 31 mil
 


Moradores da Vila Cruzeiro e do Alemão denunciam abusos dos policiais (Dica @CidadaoAtento : Têm que resolver isso.)


Moradores da Vila Cruzeiro e do Alemão denunciam abusos dos policiais

Denúncias de moradores Vila Cruzeiro e do complexo do Alemão sobre abusos praticados durante as ações policiais nas favelas revelam o outro lado das operações contra o tráfico de drogas no Rio.

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NAVALHA
 
Quando deixava a Vila Cruzeiro, sábado passado, esse ordinário blogueiro foi abordado por um policial da PM.


Segundo o PM, policiais civis do Rio faziam exatamente isso o que esse morador, agora, denuncia.

A única “boa notícia” desse episódio degradante é que os moradores agora denunciam.

Assim em vídeo, ou através do disque-denúncia.

O Delegado Beltrame deve ir para cima desses policiais com a firmeza e a competência com que foi para cima dos traficantes.

É gente da mesma tribo.

Paulo Henrique Amorim

eu sou burro johnbim(?)

Para Jobim, embaixador americano ou WikiLeaks mente

Conversa Afiada
 
Só ele desmentiu o WikiLeaks. Que proeza !


O ministro da defesa (dos EUA) Nelson Johnbim foi o primeiro personagem de um vazamento do WikiLeaks que contestou a veracidade de informação ali contida.

O que só não é mais grave do que falar mal da diplomacia brasileira, e de um colega ministro, ou revelar uma inconfidência de um chefe de Estado estrangeiro (Evo Morales) a um embaixador estrangeiro.

Ninguém ousou dizer que a informação do WikiLeaks é falsa.

Só o Johnbim.

Ou ele acha que o embaixador americano é um cretino ?

Que ouve inconfidências irresponsáveis do ministro da defesa do Brasil e manda um telegrama errado para Washington.

O Johnbim pensa que o americano é burro ?

Ou que o presidente Lula é burro ?

Ou que o amigo navegante é burro ?

Ainda bem que na noite da vitória, a presidente Dilma Rousseff avisou que só seria ministro dela quem jogasse no time dela.

Quem estivesse do lado dela.

Leia o que disse o Johnbim :

Jobim nega ‘críticas’ a Samuel Pinheiro Guimarães divulgadas pelo WikiLeaks

RIO – O ministro da Defesa, Nelson Jobim, negou nesta terça-feira ter dito, em 2008, ao então embaixador americano no Brasil, Clifford Sobel, que Samuel Pinheiro Guimarães, atualmente ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, “odeia os EUA”, conforme consta de documento vazado pelo site WikiLeaks. Em um telegrama, Sobel considera a diplomacia brasileira “antiamericana” .

Segundo notal oficial, Jobim, que está em visita oficial à Polônia, ligou para Guimarães e afirmou que “realmente em algum momento conversou sobre ele com o embaixador, mas disse que o tratou com respeito e classificou Guimarães como um nacionalista, um homem que ama profundamente o Brasil”.

Na nota, Jobim acrescenta que “se o embaixador disse que Samuel não gosta dos Estados Unidos, isso é interpretação do embaixador, eu não disse isso. Samuel é meu amigo”.

A nota afirma, ainda, que as relações entre Brasil e EUA, tanto na diplomacia quanto na Defesa, “estão cada vez mais aprofundadas. No entanto, eventuais divergências entre as duas Nações tornam-se visíveis, à medida em que aumenta o relevo do Brasil no cenário internacional”.

Em tempo: o Conversa Afiada recebeu o seguinte e-mail de Roberta Belyse, que trabalha com Nelson Jobim:

Prezado Paulo Henrique Amorim,

Em resposta à sua pergunta, encaminho a matéria que está no sítio do Ministério da Defesa sobre o assunto.

Atenciosamente,

Roberta Belyse


Jobim nega críticas a Samuel Pinheiro Guimarães

Brasília, 30/11/2010- O Ministro da Defesa, Nelson Jobim, que encontra-se hoje em visita oficial à Polônia, ligou na manhã desta terça-feira para o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Samuel Pinheiro Guimarães, para negar as afirmações atribuídas a ele em telegrama da embaixada dos Estados Unidos divulgado pelo site Wikileak.

De acordo com o telegrama, de 2008, Jobim teria dito ao então embaixador dos Estados Unidos do Brasil, Clifford Sobel, que Guimarães “odeia os Estados Unidos”.

Jobim desmentiu a afirmação e esclareceu a Guimarães que realmente em algum momento conversou sobre ele com o embaixador, mas disse que o tratou com respeito e classificou Guimarães como “um nacionalista, um homem que ama profundamente o Brasil”.

Segundo Jobim, “se o embaixador disse que Samuel não gosta dos Estados Unidos, isso é interpretação do embaixador, eu não disse isso. Samuel é meu amigo”, afirmou.

SOBERANIA

As relações entre Brasil e Estados Unidos, tanto no âmbito diplomático quanto na área de Defesa, estão cada vez mais aprofundadas. No entanto, eventuais divergências entre as duas Nações tornam-se visíveis, à medida em que aumenta o relevo do Brasil no cenário internacional.

O Brasil tem se mostrado especialmente zeloso na busca da integração sul-americana – política, diplomática, militar, econômica- buscando evitar ações de países externos ao sub-continente que possam simbolizar ameaças à soberania dos países da região.

No campo da Defesa, algumas dessas divergências de visões entre Brasil e Estados Unidos foram expressa publicamente por Jobim em duas palestras recentes.

Na primeira palestra, em Lisboa (16/09/2010), o ministro protestou contra as mudanças de normas da Organização do Tratado do Atlântico Norte(OTAN), que potencialmente autorizaria a organização a intervir militarmente em qualquer parte do mundo, inclusive no Atlântico Sul.

Segundo Jobim, isso poderia ser pretexto para os Estados Unidos intervirem com “verniz de legitimidade” quando não tivesse respaldo da Organização das Nações Unidas.

A segunda divergência manifestada por Jobim, em reunião de ministro da Defesa na Bolívia (22/11/2010), foi sobre a mistura entre assuntos de Defesa e de Segurança (tráfico, terrorismo, etc).

Jobim disse que o Brasil rejeita uma tese eventualmente aventada de que os Estados Unidos garantiria a defesa da América do Sul e as Forças Armadas do continente passariam a cuidar de assuntos de Segurança, que hoje no Brasil são do âmbito policial.

“Os Estados Unidos cuidariam da defesa do hemisfério (segundo seus critérios unilaterais, como ocorreu durante a Guerra das Malvinas)”, alertou Jobim no discurso.

Leia a íntegra dos discursos:

quem tem x-9 não se preocupa com a cia

O ministro X-9

Conversa Afiada

Por Leandro Fortes

Uma informação incrível, revelada graças às inconfidências do Wikileaks, circula ainda impunemente pela equipe de transição da presidente eleita Dilma Rousseff: o ministro da Defesa, Nelson Jobim, costumava almoçar com o ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil Clifford Sobel para falar mal da diplomacia brasileira e passar informes variados. Para agradar o interlocutor e se mostrar como aliado preferencial dentro do governo Lula, Jobim, ministro de Estado, menosprezava o Itamaraty, apresentado como cidadela antiamericana, e denunciava um colega de governo, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, como militante antiyankee. Segundo o relato produzido por Clifford Sobel, divulgado pelo Wikileaks, Jobim disse que Guimarães “odeia os EUA” e trabalha para “criar problemas” na relação entre os dois países.

Para quem não sabe, Samuel Pinheiro Guimarães, vice-chanceler do Brasil na época em que Jobim participava de convescotes na embaixada americana em Brasília, é o atual ministro-chefe da Secretaria Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE). O Ministério da Defesa e a SAE são corresponsáveis pela Estratégia Nacional de Defesa, um documento de Estado montado por Jobim e pelo antecessor de Samuel Guimarães, o advogado Mangabeira Unger – com quem, aliás, Jobim parecia se dar muito bem. Talvez porque Unger, professor em Harvard, é quase um americano, com sotaque e tudo.

Após a divulgação dos telegramas de Sobel ao Departamento de Estado dos EUA, Jobim foi obrigado a se pronunciar a respeito. Em nota oficial, admitiu que realmente “em algum momento” (qual?) conversou sobre Pinheiro com o embaixador americano, mas, na oportunidade, afirma tê-lo mencionado “com respeito”. Para Jobim, o ministro da SAE é “um nacionalista, um homem que ama profundamente o Brasil”, e que Sobel o interpretou mal. Como a chefe do Departamento de Estado dos EUA, Hillary Clinton, decretou silêncio mundial sobre o tema e iniciou uma cruzada contra o Wikileaks, é bem provável que ainda vamos demorar um bocado até ouvir a versão de Mr. Sobel sobre o verdadeiro teor das conversas com Jobim. Por ora, temos apenas a certeza, confirmada pelo ministro brasileiro, de que elas ocorreram “em algum momento”.

Mais adiante, em outro informe recolhido no WikiLeaks, descobrimos que o solícito Nelson Jobim outra vez atuou como diligente informante do embaixador Sobel para tratar da saúde de um notório desafeto dos EUA na América do Sul, o presidente da Bolívia, Evo Morales. Por meio de Jobim, o embaixador Sobel foi informado que Morales teria um “grave tumor” localizado na cabeça. Jobim soube da novidade em 15 de janeiro de 2009, durante uma reunião realizada em La Paz, onde esteve com o presidente Lula. Uma semana depois, em 22 de janeiro, Sobel telegrafava ao Departamento de Estado, em Washington, exultante com a fofoca.

No despacho, Sobel revela que Jobim foi além do simples papel de informante. Teceu, por assim dizer, considerações altamente pertinentes. Jobim revelou ao embaixador americano que Lula tinha oferecido a Morales exame e tratamento em um hospital em São Paulo. A oferta, revela Sobel no telegrama a Washington, com base nas informações de Jobim, acabou protelada porque a Bolívia passava por um “delicado momento político”, o referendo, realizado em 25 de janeiro do ano passado, que aprovou a nova Constituição do país. “O tumor poderia explicar por que Morales demonstrou estar desconcentrado nessa e em outras reuniões recentes”, avisou Jobim, segundo o amigo embaixador.

Não por outra razão, Nelson Jobim é classificado pelo embaixador Clifford Sobel como “talvez um dos mais confiáveis líderes no Brasil”. Não é difícil, à luz do Wikileaks, compreender tamanha admiração. Resta saber se, depois da divulgação desses telegramas, a presidente eleita Dilma Rousseff ainda terá argumentos para manter Jobim na pasta da Defesa, mesmo que por indicação de Lula. Há outros e piores precedentes em questão.

Jobim está no centro da farsa que derrubou o delegado Paulo Lacerda da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), acusado de grampear o ministro Gilmar Mendes, do STF. Jobim apresentou a Lula provas falsas da existência de equipamentos de escutas que teriam sido usados por Lacerda para investigar Mendes. Foi desmentido pelo Exército. Mas, incrivelmente, continuou no cargo. Em seguida, Jobim deu guarida aos comandantes das forças armadas e ameaçou renunciar ao cargo junto com eles caso o governo mantivesse no texto do Plano Nacional de Direitos Humanos a idéia (!) da instalação da Comissão da Verdade para investigar as torturas e os assassinatos durante a ditadura militar. Lula cedeu à chantagem e manteve Jobim no cargo.

Agora, Nelson Jobim, ministro da Defesa do Brasil, foi pego servindo de informante da Embaixada dos Estados Unidos. Isso depois de Lula ter consolidado, à custa de enorme esforço do Itamaraty e da diplomacia brasileira, uma imagem internacional independente e corajosa, justamente em contraponto à política anterior, formalizada no governo FHC, de absoluta subserviência aos interesses dos EUA.

Foi preciso oito anos para o país se livrar da imagem infame do ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer tirando os sapatos no aeroporto de Miami, em dezembro de 2002, para ser revistado por seguranças americanos.

De certa forma, os telegramas de Clifford Sobel nos deixaram, outra vez, descalços no quintal do império.

amamos e não precisamos odiar ninguém

Amorim responde a Jobim:
Brasil não é subserviente

Conversa Afiada
 
 
Amorim não é subserviente


A propósito da espantosa relação privativa do ministro da defesa (dos EUA), Nelson Jobim, clique aqui para ler “Escandalo”, o Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, transmitiu a este ordinário blogueiro a seguinte reação (a reprodução não é literal):

Não há sentimento anti-americano na política externa brasileira.

Não é essa a percepção de altos funcionários do Governo americano, desde Bush.

Há inúmeros exemplos de estreita colaboração entre o Brasil e os Estados Unidos.

Na Organização Mundial do Comércio, OMC, e no Haiti.

A política externa brasileira não é subserviente.

O Brasil não vai concordar sempre com os Estados Unidos.

Isso é natural.

O Ministro Celso Amorim está em Nova York, para receber o prêmio da respeitada revista Foreign Policy, que considerou Celso Amorim a sexta personalidade mundial com pensamento capaz de influir nos destinos do mundo.

Ele participa, também, de um debate sobre o papel dos países emergentes no mundo multi-polar, promovido pelo respeitado Centro de Estudos Carnegie Endownment para a Paz Internacional.

Clique aqui para ler também a resposta do Ministro Samuel Pinheiro Guimarães ao escandaloso comportamento do ministro da defesa.

Este ordinário blog aguarda a resposta feita ao próprio ministro Jobim: o senhor vai se demitir ?

Em tempo: a assessora do Ministro Amorim preferiu não responder a uma pergunta deste ordinário blogueiro: o Ministro Amorim fala mal do Ministério da Defesa nas conversas privativas com o embaixador americano em Brasília ?

Em tempo 2: A pedido da Cons. Liliam Chagas, transmito cópia da nota imprensa sobre a viagem do Ministro Celos Amorim a Washington.

Atenciosamente,

Pedro Saldanha
Assessor do minsitro das Relações Exteriores

Ministério das Relações Exteriores
Assessoria de Imprensa do Gabinete
Nota à Imprensa nº 696

29 de novembro de 2010

Premiação do Ministro Celso Amorim pela revista Foreign Policy – Washington, 30 de novembro de 2010

Nesta terça-feira, 30 de novembro, o Ministro Celso Amorim estará em Washington, nos Estados Unidos, onde participará de cerimônia de premiação dos “100 pensadores globais” (global thinkers) de 2010, escolhidos pela revista Foreign Policy. Segundo a publicação, o Ministro Amorim foi incluído como sexto nome na lista por “transformar o Brasil em um ator global”. A cerimônia acontecerá às 18h00 na Corcoran Gallery of Art. Em seguida, o Ministro Amorim, o Chanceler turco Ahmet Davutoglu, o Senador norte-americano John Kerry e outros agraciados debaterão temas ligados ao papel dos países emergentes em questões de energia.

Às 15h00 do mesmo dia, na sede da organização Carnegie Endowment for International Peace, o Ministro Amorim participará, ao lado do colunista Thomas Friedman, do The New York Times, de debate intitulado “The New Geopolitics: Emerging Powers and the Challenges of a Multipolar World” (“A Nova Geopolítica: Potências Emergentes e os Desafios de um Mundo Mulipolar”).

os miseráveis na universidade

Classe D já é o dobro da A nas universidades

Da Agência Estado

SÃO PAULO – A classe D já passou a classe A no número total de estudantes nas universidades brasileiras públicas e privadas. Em 2002, havia 180 mil alunos da classe D no ensino superior. Sete anos depois, em 2009, eles eram quase cinco vezes mais e somavam 887,4 mil. Em contrapartida, o total de estudantes do estrato mais rico caiu pela metade no período, de 885,6 mil para 423, 4 mil. Os dados fazem parte de um estudo do instituto Data Popular.

“Cerca de 100 mil estudantes da classe D ingressaram a cada ano nas faculdades brasileiras entre 2002 e 2009, e hoje temos a primeira geração de universitários desse estrato social”, observa Renato Meirelles, sócio diretor do instituto e responsável pelo estudo. Essa mudança de perfil deve, segundo ele, ter impactos no mercado de consumo a médio prazo. Com maior nível de escolaridade, essa população, que é a grande massa consumidora do País, deve se tornar mais exigente na hora de ir às compras.

O estudo, feito a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela também que as classes C e D respondem atualmente por 72,4% dos estudantes universitários. Em 2002, a participação dos estudantes desses dois estratos sociais somavam 45,3%. São considerados estudantes de classe D aqueles com renda mensal familiar entre um e três salários mínimos (de R$ 510 a R$ 1.530). Os estudantes da classe C têm rendimento familiar entre três e dez salários mínimos. Já na classe A, a renda está acima de 20 salários mínimos (R$ 10.200). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Do blog da Maria Frô, vale ler: Ensino Superior: classes C, D e E somam 73,7% ‘assim não pode, assim não dá’!. O que diria o comentarista da RBS de SC a respeito? Prates ficaria escandalizado com os pobres que chegam ao Ensino Superior. Daqui a pouco até deixam de ser pobres! Já estão deixando, Prates…

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 BAITASAR

O Baitasar é um ajudante resmungão (e está sob as ordens de ninguém) do blog do mauro (o ancião faz queixume desse ninguém que manda e não pergunta), sem salário ou qualquer pagamento de serviço prestado (estamos discutindo qual serviço que ele pode prestar tomando um chopinho e comendo um sanduba de queijo e mortadela), é inconformado com essas coisas de escola pra rico e escola do pobre.

Deixa de lado o bloco de notas e lápis, em uma das mãos leva o pão recheado até a boca (fica com pedaços no bigode), toma um longo e demorado gole do chopp geladérrimo

"Criança que não estuda termina nas milícias do tráfico ou do político safado."

 Peço que se acalme, afinal, pensamos igual nesta questão de estudante e professorinha.

"Isto é revolución, cumpandi."

Terezinha! Desce mais dois chopinhos, mais dois sanduba, mas sem mistura no pão.

"O Enem é a banda larga que leva o pobre à faculdade."

Mas tem muito chão pavimentado de preconceito, Baitasar.

É gente que não foi preparada para viver com as diferenças e vive dentro do ódio, num mundo de faz-de-conta que só conta quando é no favor da 'jenti xeirosa' folheada em ouro.

O Baitasar ta com o olho estrelado, mudo, o chopp no ar e a boca aberta. Pergunto o que ele ta olhando

"Saúde! Cumpadi!"

Acabamos com o sanduba.

o mundo do trabalho no brasil

Sintomas trabalhistas em transição de governo

O governo Dilma deve começar agitado no mundo do trabalho. Há sinais trazidos à tona neste período de transição mostrando que, mesmo com uma geração recorde de empregos formais, essa área será quente.
Em discurso, Lula lembrou publicamente dos “obstáculos” que os países desenvolvidos impõem contra os produtos brasileiros, como o etanol e a carne bovina, por conta de denúncias de trabalho escravo e infantil – e “esqueceu” que realmente nós temos trabalho escravo e infantil nessas cadeias produtivas, crimes que o próprio governo federal reconhece e vem combatendo. Em entrevista à revista Isto é Dinheiro, Marcos Jank, da União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica) pediu mudanças na legislação que trata do combate ao trabalho escravo porque acha a legislação sobre o tema “vaga”, o que acabaria prejudicando as empresas (apesar das normas detalhadas e leis claras sobre o assunto). A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e sindicatos a ela atrelados dão declarações no sentido da necessidade urgente de retirar entraves para o crescimento econômico e suspender a perseguição contra quem produz as riquezas do país…

Vale lembrar que, como informou matéria do jornal Valor Econômico de 10 de novembro (“Para empresas, motivação é ‘colaborar com democracia’”), os grandes doadores de campanha possuem uma pauta negativa quanto à legislação pensada para proteger os trabalhadores. Parte do setor sucroalcooleiro, por exemplo, é contra a PEC 438/2001 – que prevê o confisco das terras em que escravos sejam encontrados e sua destinação para a reforma agrária, que está empacada no Congresso por conta da ação da bancada ruralista. Do setor de alimentos, vem reclamações contra o PL 6232/2009, que propõe a redução de jornada de trabalho nessa indústria. E há aqueles no setor de bancos que não vêem com bons olhos o PLP 246/2005, que os proíbe de concederem financiamento a quem empregar crianças e adolescentes em trabalho noturno, perigoso ou insalubre. E por aí vai.

Some-se a isso a campanha levada a cabo por parte dos empresários e dos próprios trabalhadores contra o ponto eletrônico. No Congresso, propostas foram criadas para barrar o projeto, que já teve sua implantação adiada. Aliás, ouvi até especialista dizer que vivemos um momento em que contar horas trabalhadas perde em importância diante dos processos tecnológicos que estão adaptando o serviço à vida do empregado e ao seu bem-estar. Faz-me rir.

O Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério Público do Trabalho receberam muitas denúncias relacionadas a fraudes nos sistemas de ponto utilizados por grandes empresas, em especial com a finalidade de reduzir as horas extras computadas. Foram encontrados programas de controle de ponto eletrônico que permitiam que o empregador, por meio de senhas, tivesse acesso posterior às marcações dos empregados e pudesse – inclusive – alterar horários de entrada e de saída, além dos intervalos para repouso e alimentação. A idéia de um ponto eletrônico, que imprime um comprovante de papel pode ser anacrônica no início da segunda década do século 21, mas mais anacrônico ainda são as formas de exploração do trabalhador. Se o sindicato é forte, consegue fazer um acordo com garantias melhores. Mas quantos sindicatos fortes temos por aí?


Esse assunto não se esgota aqui, uma vez que a quantidade de problemas é imensa. A questão trabalhista não deve se limitar à geração de emprego formal, mas incluir a qualidade e a dignidade do trabalho. Na luta pela sobrevivência diária, nos esquecemos disso. Esperemos que Dilma, no sentido de garantir governabilidade, não rife esse mínimo. Até porque a corda arrebenta primeiro para o lado do mais fraco.

aula de jornalismo

Robert Fisk, uma breve aula de jornalismo


RS Urgente
 
Robert Fisk está sendo lido em nossas escolas de jornalismo? Se não está, deveria. E muito. É um dos melhores jornalistas em atividade hoje no mundo. Aqui vai uma pequena amostra: sobre como uma certa “escola de jornalismo” nos EUA gosta de vender, repetidas vezes, a ponte do Brooklin para seus leitores. Qualquer semelhança com uma certa “escola de jornalismo” no Brasil não é mera coincidência. É o que garantem fontes que não quiseram se identificar.


Como me nego a comprar o Wall Street Journal às vezes dou uma passada de olhos em algum exemplar esquecido por alguém. Assim ocorreu mês passado, quando um amável casal deixou seu jornal no assento em frente ao meu no trem. Era tão ruim como sempre: Funcionários da Defesa prevêem lento avanço no Afeganistão. A fonte deste inesperado título? Altos oficiais militares estadunidenses, oficiais militares, um alto funcionário militar, funcionários do governo Obama, funcionários da Defesa, o alto funcionário militar, os oficiais, muitos nas forças armadas, e assim por diante.

Por que nossos escribas publicam essas bobagens? Meu velho amigo Alexander Cockburn chama isso de vender a ponte do Brooklyn e afirma que Michael Gordon, chefe dos correspondentes militares do New York Times sempre está disposto a comprá-la. Certo. Em 2002, Mike soou o alarma afirmando que os tubos de alumínio no Iraque faziam parte do programa nuclear de Saddam Hussein. Depois disso, em 2007, funcionários estadunidenses – claro – informaram Mike de que o Irã estava abastecendo os insurgentes iraquianos de explosivos para utilizá-los contra as forças estadunidenses; o fato de a maioria dos insurgentes que combatiam os estadunidenses serem sunitas e não manterem nenhuma relação com o Irã não foi julgado relevante por Mike. Ah, sim, e os iranianos também forneciam a mesma arma a seus aliados do Hezbollah no Líbano para ser usada contra os israelenses. Bem, pelo menos o Hezbollah, que é xiita, é armado sim pelo Irã, ainda que tenhamos esperar a próxima guerra no Líbano para ver se essas misteriosas armas fazem sua aparição.

O verdadeiro problema é que nos vendem a mesma ponte do Brooklyn várias vezes. Aqui vai uma boa citação a respeito: o Irã é o centro do terrorismo, do fundamentalismo e da subversão, e, do meu ponto de vista, é mais perigoso que o nazismo, porque Hitler não tinha uma bomba nuclear, enquanto os iranianos tentam aperfeiçoar uma opção nuclear. Esta avaliação não foi feita por Benjamin Netanyahu – e obrigado Deus por Robert Cohen, que descobriu essa ponte do Brooklyn em particular -, mas sim pelo então primeiro ministro e hoje presidente de Israel, Shimon Peres, em 1996. Quatro anos antes, esse mesmo Peres vaticinou que o Irã teria uma bomba nuclear em 1999. (They’re trying to sell the Brooklyn Bridge again, The Independent)

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BAITASAR

O Baitasar é um ajudante resmungão (e está sob as ordens de ninguém) do blog do mauro, sem salário ou qualquer pagamento de serviço prestado (ainda vamos discutir, entre uma rodada de chopp e uns pedacinhos de queijo e salaminho italiano, depois do expediente na redação, lá pelo final da tardinha, qual é o serviço que ele pode prestar), é inconformado com essas coisas de jornalismo sem caráter, cheira mal.

Antes que peça o tradicional chopinho, lembro que temos matéria precisada de revisão, antes do fechamento da edição de hoje.

Faço ouvidos de mouco aos seus resmungos.

Diz que a primeira aula que assistiu tinha fumado um baseado.

"Um não, foram dois... muita parceria."

Perguntei o que era isso de baseado.

Levantou resmungando e sentou na frente do bloco e do lápis.

jornalões estão nervosos com os blogueiros sujos(?)

Os donos da mídia estão nervosos

Sul21

por Laurindo Lalo Leal Filho, na Carta Maior *

O blogueiro Renato Rovai contou durante o curso anual do Núcleo Piratininga de Comunicação, realizado semana passada no Rio, que a Veja andou atrás dele querendo saber como foi feita a articulação para que o presidente Lula concedesse uma entrevista a blogs de diferentes pontos do Brasil. Estão preocupadíssimos.
A essa informação somam-se as matérias dos jornalões e de algumas emissoras de TV sobre a coletiva, sempre distorcidas, tentando ridicularizar entrevistado e entrevistadores.

O SBT chegou a realizar uma edição cuidadosa daquele encontro destacando as questões menos relevantes da conversa para culminar com um encerramento digno de se tornar exemplo de mau jornalismo.
Ao ressaltar o problema da inexistência de leis no Brasil que garantam o direito de resposta, tratado na entrevista, o jornal do SBT fechou a matéria dizendo que qualquer um que se sinta prejudicado pela mídia tem amplos caminhos legais para contestação (em outras palavras). Com o que nem o ministro Ayres Brito, do Supremo, ídolo da grande mídia, concorda.

Jornalões e televisões ficaram nervosos ao perceberem que eles não são mais o único canal existente de contato entre os governantes e a sociedade.

Às conquistas do governo Lula soma-se mais essa, importante e pouco percebida. E é ela que permite entender melhor o apoio inédito dado ao atual governo e, também, a vitória da candidata Dilma Roussef.
Lula, como presidente da República, teve a percepção nítida de que se fosse contar apenas com a mídia tradicional para se dirigir à sociedade estaria perdido. A experiência de muitos anos de contato com esses meios, como líder sindical e depois político, deu a ele a possibilidade de entendê-los com muita clareza.
Essa percepção é que explica o contato pessoal, quase diário, do presidente com públicos das mais diferentes camadas sociais, dispensando intermediários.

Colunistas o criticavam dizendo que ele deveria viajar menos e dar mais expediente no palácio. Mas ele sabia muito bem o que estava fazendo. Se não fizesse dessa forma corria o risco de não chegar ao fim do mandato.
Mas uma coisa era o presidente ter consciência de sua alta capacidade de comunicador e outra, quase heróica, era não ter preguiça de colocá-la em prática a toda hora em qualquer canto do pais e mesmo do mundo.

Confesso que me preocupei com sua saúde em alguns momentos do mandato. Especialmente naquela semana em que ele saía do sul do país, participava de evento no Recife e de lá rumava para a Suíça. Não me surpreendi quando a pressão arterial subiu, afinal não era para menos. Mas foi essa disposição para o trabalho que virou o jogo.

Um trabalho que poderia ter sido mais ameno se houvesse uma mídia menos partidarizada e mais diversificada. Sem ela o presidente foi para o sacrifício.
Pesquisadores nas áreas de história e comunicação já tem um excelente campo de estudos daqui para frente. Comparar, por exemplo, a cobertura jornalística do governo Lula com suas realizações. O descompasso será enorme.

As inúmeras conquistas alcançadas ficariam escondidas se o presidente não fosse às ruas, às praças, às conferências setoriais de nível nacional, aos congressos e reuniões de trabalhadores para contar de viva voz e cara-a-cara o que o seu governo vinha fazendo. A NBR, televisão do governo federal, tem tudo gravado. É um excelente acervo para futuras pesquisas.
Curioso lembrar as várias teses publicadas sobre a sociedade mediatizada, onde se tenta demonstrar como os meios de comunicação estabelecem os limites do espaço público e fazem a intermediação entre governos e sociedade.

Pois não é que o governo Lula rompeu até mesmo com essas teorias. Passou por cima dos meios, transmitiu diretamente suas mensagens e deixou nervosos os empresários da comunicação e os seus fiéis funcionários, abalados com a perda do monopólio da transmissão de mensagens.

Está dada, ao final deste governo, mais uma lição. Governos populares não podem ficar sujeitos ao filtro ideológico da mídia para se relacionarem com a sociedade.

Mas também não pode depender apenas de comunicadores excepcionais como é caso do presidente Lula. Se outros surgirem ótimo. Mas uma sociedade democrática não pode ficar contando com o acaso.

Daí a importância dos blogueiros, dos jornais regionais, das emissoras comunitárias e de uma futura legislação da mídia que garanta espaços para vozes divergentes do pensamento único atual.

* Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo e jornalista, é professor de Jornalismo da ECA-USP. É autor, entre outros, de “A TV sob controle – A resposta da sociedade ao poder da televisão” (Summus Editorial).

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A entrevista na íntegra do Presidente Lula aos blogueiros sujos! Clique Aqui!

o que está acontecendo no rio de janeiro... quem sabe(?)

Violência no Rio é fruto da omissão crônica do poder público

Dialógico

Foto: Marcos de Paula/AE
Por Bruno Huberman da Carta Capital

O Rio de Janeiro está passando por uma situação criada pela má gestão de seus últimos governantes. A ausência do poder público nas favelas abriu espaço para o surgimento de um poder paralelo. Para o deputado federal carioca Chico Alencar (Psol), os atuais governos combatem de maneira errada esses criminosos. Insistem em intervir no varejo das armas e das drogas enquanto fazem vista grossa aos atacadistas. Enquanto a polícia faz ações espetaculares nos morros, os “traficantes burgueses” continuam a lucrar com as transações internacionais. Até porque “não havia nenhum barão das drogas naquela marcha tétrica da Vila Cruzeiro ao Alemão”.

Alencar vê como simplista a responsabilidade dada às Unidades Policiais Pacificadoras (UPPs) como a principal causa dos ataques ocorridos desde o domingo 20. Para ele, as UPPs são um início, mas como elas mesmo mostraram, não serão eficazes a longo prazo se não houver uma política estrutural junto. Leia abaixo a entrevista feita por telefone com o deputado que está no Rio para acompanhar de perto os acontecimentos dos próximos dias.

CartaCapital: Como você enxerga o que está acontecendo no Rio de Janeiro?

Chico Alencar: O diretor daquela cena que corre o mundo, de mais de 200 jovens, pobres, de baixíssima escolaridade, armados, atravessando àquela estrada, que liga uma comunidade pobre a outra, chama-se: omissão crônica do poder público. Quem arregimenta esses figurantes do mal é a política institucional, do clientelismo e da reprodução das áreas de abandono das grandes cidades. Evidente, nessa altura, que isso acabaria nessa situação dramática, que não vai durar muito tempo, como sabemos. É necessário combinar as ações estruturantes das políticas que nunca existiram no Rio de educação, saúde e urbanismo, para não ter uma sociabilidade de barbárie como há nessas comunidades pobres, com a ação imediata. Víamos ontem o contraste de vários homens de chinelo com armas de potencial letal enorme nas mãos. Quem lembra de alguma operação, seja nas fronteira do Brasil, do Estado do Rio de Janeiro, na Baia de Sepetiba ou na Baia de Guanabara interceptando comboios de armas e munição de maneira expressiva? Isso não acontece. O negócio transnacional das armas ninguém enfrenta.

CC: Isso mostra que os governos não agem no ponto exato, apenas na consequência do processo?

CA: Claro, agem muito mais na consequência do que na origem. Muito mais atacando o varejo armado das drogas do que nos grandes atacadistas. Claro que uma juventude sem perspectiva de vida, criada no ambiente da violência e de individualismo máximo que a sociedade de mercado estimula cria um caldo de cultura para esse tipo de situação. O interessante que nessas comunidades pobres, que são conviventes, mas não coniventes com o poder do tráfico ou das milícias igualmente criminosas, os políticos vão lá buscar votos periodicamente e muitos deles fazem acordos com os poderes locais. Na verdade é um conluio, uma cumplicidade que acabou levando a essa situação.

CC: Existe alguma solução?

CA: A esperança são a de autoridades, que respeito muito, como o secretário de segurança do Rio, José Mariano Beltrame, e o secretario nacional de Segurança Pública, Roberto Balestra. Eles têm uma visão mais profunda sobre o problema e não são adeptos da política do extermínio dos bandidos. Os grupos armados se reproduzem muito rápido porque há uma profunda crise de valores na sociedade e de noção de país. É uma luta de todos contra todos. O monopólio da força pelo Estado só será legitimado e eficaz se de fato for poder público, ou seja, estiver a favor da sociedade e das maiorias sempre esquecidas. Temos hoje um Estado privatizado que vê os pobres das cidades como massa de manobra eleitoral e de negócios escusos.

CC: Há um avanço na política de segurança pública do Rio de Janeiro na gestão do Beltrame?

CA: Ele, ao contrário da tradição da cúpula de segurança e do ex-chefe de segurança Álvaro Lins, um emblema fortíssimo disso, não faz pacto com a corrupção. Atualmente, na cúpula, até por uma questão de sobrevivência, foram colocadas pessoas dignas. Isso não significa que acabou a corrupção na polícia. Ainda precisa de uma profunda reforma nas polícias, uma renovação, uma dignificação salarial, enfim, isso leva tempo, mas o Beltrame sempre deixou claro o respeito pelas populações dos morros. Embora, eu tenho que deixar claro, que em 2007 houve uma operação no mesmo complexo do Alemão que matou 23 pessoas, várias inocentes, algumas executadas sumariamente. Foi o Estado de barbárie entrando lá. E não adiantou absolutamente nada. Está lá uma área com o poderio entocado do tráfico. Esse tipo de ação espetacular é muito midiático, sensacionalista e ineficiente.

CC: E as UPPs?

CA: Elas representam o controle de apenas 2% do total de áreas dominadas fora do poder do Estado. Dominadas em sua maioria pelas milícias e também em boa parte pelo narcotráfico armado. Só 2% das áreas fora do controle do Estado foram, digamos “reconquistadas”. Mas pacificar não é ocupação militar. Se não houver, como não houve no Chapéu Mangueira, que é uma das UPPs mais antigas, políticas sociais, creches, atendimento de saúde, oportunidades de trabalho e espaços culturais, não resolverá o problema em profundidade. As UPPs só se realizam plenamente quando um conjunto de políticas sociais estiver sendo oferecido no morro como é oferecido em qualquer bairro do asfalto. É exagero também dizer que os ataques são apenas uma reação às UPPs, porque elas controlaram áreas do Rio de Janeiro turístico e olímpico, o que foi uma escolha política do Cabral. Claro que tem também uma insatisfação por perda de territórios, mas é um conjunto de fatores que provocaram essa reação dos traficantes, que deveria ser previsível por um serviço de Inteligência meramente decente. Não dá para prever que dois moleques vão incendiar um carro, isso é incontrolável, agora, uma previsão de que poderia haver essa orquestração, deveria estar nos cálculos, mas aparentemente houve uma surpresa do poder público com os ataques.

CC: E essa história das ordens terem saído dos presídios?

CA: É outro ponto importante que nos deixa indignados em aceitar que a ordem de articulação desse banditismo, que é tosco, iletrado e muito precário, por mais que as armas que tenham sejam poderosas, veio do Elias Maluco, do Marcinho VP, ou seja, dos presídios. Isso revela que a tal segurança máxima é muito débil porque se não consegue monitorar minimamente um advogado numa conversa ou bloquear um celular. Há muito mais do que crime organizado. Há um Estado desorganizado e dentro da própria institucionalidade do Estado um crime organizado em suas altas esferas.

CC: Há uma legitimação, nesse momento, do extermínio dos traficantes pela polícia do Rio?

CA: Acho que não. É uma expressão da opinião pública que não chegou à compreensão que o Estado não pode agir com os mesmos métodos dos bandidos. Ele tem o dever da racionalidade. Ao contrário do que aconteceu em 2007 no Alemão, a ocupação da Vila Cruzeiro, embora tenha acontecido a perda de uma menina de 14 anos por uma bala perdida, no geral, o confronto que se esperava, não aconteceu. Houve uma ação intimidatória, forte, mas o confronto foi pequeno em relação ao que poderia acontecer. Eles poderiam de imediato invadir o complexo do Alemão ou metralhar aqueles bandidos em fuga, mas não o fizeram porque há uma maior racionalidade, cautela e tática nessas ações. Além de uma maior preocupação com os direitos humanos, que é uma conquista nossa. Estou falando isso agora, mas nada me garante que nesse momento esteja acontecendo alguma atrocidade, gente desarmada sendo executada.

CC: Você anunciou que entrará com um pedido de investigação na comissão de Direitos Humanos da Câmara.

CA: Nós vamos formar uma comissão de acompanhamento, com vários deputados, para dialogar com o secretário nacional de Segurança Pública, com o ministério da Defesa e as autoridades locais do Rio de Janeiro. No sentido de acompanhar, inclusive, os recursos. Soube que no começo deste ano, o Programa Nacional de Segurança da Cidadania destinou 100 milhões de reais para o Rio. Iremos acompanhar como os recursos estão sendo utilizados para garantir uma ação que seja, no imediato, mais ponderada e efetiva, e a médio e longo prazo as políticas estruturantes. Se não cortar as fontes de abastecimento do crime pela sua cúpula que não está nos morros, porque não havia nenhum barão das drogas naquela marcha tétrica da Vila Cruzeiro ao Alemão, vai se estar sempre enxugando gelo de alguma maneira.

CC: Você chegou na quarta-feira ao Rio de Janeiro, vindo de Brasília, no meio de todos os problemas. Como estão as ruas da cidade?

CA: Eu dei uma circulada pela cidade. Eu moro numa rua, em Santa Tereza, onde ao lado dela, esses rapazes do crime passam na porta de casa, mas estão mais interessados no seu negócio, que tem muitos consumidores. O problema não é a droga, que é tão antiga quanto à sociedade humana, mas é a letalidade do negócio da droga e de seu armamentismo. Nas ruas há um ambiente de tensão. Qualquer carro que passa com a sirene ligada, como acabou de passar aqui no Largo do Machado, todo mundo olha assustado. Há uma discussão acalorada, porque o descontrole do poder público foi tão grande que qualquer muleque, estimulado pelo espírito de zoar mesmo, taca fogo em um carro. Ontem, desceram dois do Salgueiro, em área de UPP, e tocaram fogo em um ônibus. O curioso é acontecer em uma área dita “pacificada”, o que mostra que ainda tem uma relação psico-social com as populações marginalizadas, que enquanto elas não forem integradas na sociedade através da escola, cultura e no trabalho, ficam na marginalidade a disposição dessas movimentações. Atribui-se ao varejo armado das drogas um poder além do que tem de fato. Ele não terá grande fôlego se houver ação preventiva e policiamento ostensivo, mas o grande problema é estrutural, que continua criando espaço para apropriação pelo poder paralelo, que elege políticos, como no caso das milícias nessas eleições.

e você aí, já tortutrou alguém(?)

A farra (atual) dos torturadores

Diário Gauche

Santiago, pescado do ótimo blog Caminhos de Santiago.

morremos pela boca(?)

Nossos alimentos diários estão envenenados

Diário Gauche


Todos os dias o povo come veneno. Quem são os responsáveis?

O Brasil se transformou desde 2007, no maior consumidor mundial de venenos agrícolas. E na última safra as empresas produtoras venderam nada menos do que um bilhão de litros de venenos agrícolas. Isso representa uma media anual de 6 litros por pessoa ou 150 litros por hectare cultivado. Uma vergonha. Um indicador incomparável com a situação de nenhum outro país ou agricultura.

Há um oligopólio de produção por parte de algumas empresas transnacionais que controlam toda a produção e estimulam seu uso, como a Bayer, Basf, Syngenta, Monsanto, Du Pont, Shell Química, etc.

O Brasil possui a terceira maior frota mundial de aviões de pulverização agrícola. Somente este ano [2010] foram treinados 716 novos pilotos [segundo dados da Anac]. E a pulverização aérea é a mais contaminadora e comprometedora para toda a população.

Há diversos produtos sendo usados no Brasil que já estão proibidos nos paises de suas matrizes. A ANVISA conseguiu proibir o uso de um determinado veneno agrícola. Mas as empresas ganharam uma liminar no “neutral poder judiciário” brasileiro, que autorizou a retirada durante o prazo de três anos... e quem será o responsável pelas consequências do uso durante esses três anos? Na minha opinião é esse Juiz irresponsável que autorizou as empresas a desovarem seus estoques.

Os fazendeiros do agronegóio usam e abusam dos venenos, como única forma que tem de manter sua matriz na base do monocultivo e sem usar mão-de-obra. Um dos venenos mais usados é o secante, que é aplicado no final da safra para matar as próprias plantas e assim eles podem colher com as máquinas num mesmo período. Pois bem, esse veneno secante vai para atmosfera e depois retorna com a chuva, democraticamente atingindo toda população sobretudo das cidades vizinhas.

O dr. Vanderley Pignati da Universidade Federal do Mato Grosso tem várias pesquisas comprovando o aumento de aborto, e outras consequências na população que vive no ambiente dominado pelos venenos da soja.

Diversos pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer e da Universidade Federal do Ceará já comprovaram o aumento de câncer, na população brasileira, consequência do aumento do uso de agrotóxicos.

A ANVISA - responsável pela vigilância sanitária de nosso país - detectou e destruiu mais de 500 mil litros de venenos adulterados, somente este ano, produzido por grandes empresas transnacionais. Ou seja, além de aumentar o uso do veneno, eles falsificavam a formula autorizada, para deixar o veneno mais potente, e assim o agricultor se iludir ainda mais.

O dr. Nascimento Sakano, consultor de saúde, da insuspeita revista CARAS escreveu em sua coluna, que ocorrem anualmente ao redor de 20 mil casos de câncer de estômago no Brasil, a maioria consequente dos alimentos contaminados, e destes 12 mil vão a óbito.

Tudo isso vem acontecendo todos os dias. E ninguém diz nada. Talvez pelo conluio que existe das grandes empresas com o monopólio dos meios de comunicação. Ao contrário, a propaganda sistemática das empresas fabricantes que tem lucros astronômicos é o de que é impossível produzir sem venenos.

Uma grande mentira. A humanidade se reproduziu ao longo de 10 milhões de anos, sem usar venenos. Estamos usando veneno, apenas depois da Segunda Guerra mundial, para cá, como uma adequação das fabricas de bombas químicas agora, para matar os vegetais e animais. Assim, o poder da Monsanto começou fabricando o napalm e o agente laranja, usado largamente no Vietnam. E agora suas fábricas produzem o glifosato. Que mata ervas, pequenos animais, contamina as águas e vai parar no seu estômago.

Esperamos que na próxima legislatura, com parlamentares mais progressistas e com o novo governo, nos estados e a nível federal, consigamos pressão social suficiente, para proibir certos venenos, proibir o uso de aviação agrícola, proibir qualquer propaganda de veneno e responsabilizar as empresas por todas as consequências no meio ambiente e na saúde da população.

Artigo do economista João Pedro Stedile, membro da Via Campesina, Brasil.

uma força em extinção(!)

Folha também acha traficantes a que Estadão deu fuga

    Conversa Afiada


    Itagiba: as milícias perderam seu herói

    O UOL, clique aqui para ler, mostra que o líder do tráfico na Baixada Fluminense morreu em combate no Complexo do Alemão.

    Um dos argumentos do PiG (*) para desqualificar a vitoriosa operação é simular que os chefões fugiram.

    Clique aqui para ler “Estadão dá fuga a traficantes” e clique aqui para ler “Beltrame acha os traficantes do Estadão”.

    A urubóloga Miriam Leitão disse na CBN – clique aqui para ler “CBN considera Lula, Sérgio Cabral e Beltrame uns idiotas” – que o problema agora são as milícias.

    As milícias perderam a colaboração daquele que entusiasticamente apoiaram na última eleição.

    Marcelo Lunus Itagiba, braço direito e esquerdo do Serra, não se reelegeu deputado federal.

    As milícias são hoje combatidas como nunca e para o PiG depois de Beltrame acabar com as milícias terá que enfrentar Átila, o rei dos Hunos, o Cão do Terceiro Livro, as Bestas do Apocalipse e, todos esses vencidos, Osama Bin Laden.

    Para o PiG (*) de São Paulo, o Rio jamais vencerá.

    Ainda mais se o Governador e o prefeito apoiarem Lula e a Dilma.

    Os traficantes do Alemão são hoje uma força em extinção.

    Como o PiG (*).


    Paulo Henrique Amorim


    (*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.