segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Manualdo

Aquele Manualdo tranqüilo. Muito quieto. Por esses dias, indiferente no seu jeito acanhado de desfazer o que se fica a pensar dele. Cabelos muito lisos, muito escorridos, acompanhados de um farto bigode. Tapuio castiço. Não é o mesmo homem quando acorda todo apaixonado e preocupado com os suspiros da mulher, Amorzinho, o que foi, Ta tudo bem, querido. Aproxima-se da Cariciosa até colar-se. Sente a maciez das suas pernas. Achega-se com os lábios na nuca da amada. Um pequeno tremor da sua voz faz chegar um arrepio na dona de seu coração. Outro beijo no ombro a faz gemer, Tua falação dormida das coisas me assusta, Por que, Eu não consigo entender, Querido, tenho sonhos estranhos. Enquanto cochicham, sua mão esquerda, única em liberdade de uso, a direita se enfiou por baixo do corpo da Cariciosa e a segura com firmeza na nádega redonda e nua, desliza dos bicos até os pêlos, passa pelo umbigo, ora para cima ora para baixo, Sonhos bons, Muito lindos, Conta estes sonhos. Agora, os dedos se param nos pêlos e ficam a dar voltas, enrolando e desenrolando, Amorzinho, esquece, é tudo idéia do pensamento caído no sono, vamos dormir e depois criar os miúdos, Tá na minha hora, querida. Muito no contragosto retira as mãos e se ergue. É hora de se preparar para os empilhamentos.

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