segunda-feira, 6 de setembro de 2010

de golpe em golpe a rasputin vai nos chutando, você vai continuar se fingindo de morto (?)

Direita serrista desesperada e sem limites articula o GOLPE - Como em 1989, o palco será o "Jornal Nacional", e na véspera do dia da votação. É preciso desarticular essa marcha.



por Paulo Jonas de Lima Piva

Quando a democracia contraria os seus interesses, os setores mais conservadores e elitistas da sociedade brasileira botam-na abaixo, sem nenhum escrúpulo, e pelos pretextos mais absurdos. Uma tal "quebra de sigilo" mal explicada pode ser um desses pretextos. Honduras, mais recentemente, foi assim. Na Venezuela, em 2002, idem, mas sem sucesso, pois o povo reagiu há tempo.

Os grandes meios de comunicação da Amárica Latina substituem as forças armadas nesse papel sujo. É o golpe sutil, "civilizado", novo modelo de golpe de direita. Golpe com verniz de legalidade e legitimidade. Convence mais do que tanques nas ruas. Em 1989, o "Jornal Nacional" impediu a vitória de Lula com a manipulação de trechos do debate com Collor e da farsa das lágrimas da ex-namorada de Lula, Miriam Cordeiro. O impacto das manipulações sobre o eleitorado foi bastante eficaz, revertendo o processo a favor da direita.

Conhecedores dos bastidores jornalísticos e políticos afirmam que algo semelhante está em marcha para acontecer no Brasil. O palco da farsa, talvez uma capa de Veja ou o mesmo "Jornal Nacional" velho de guerra. A classe média e a pequena burguesia conservadoras alimentam boatos os mais estapafúrdios sobre Dilma, tão estapafúrdios que nem mesmo elas acreditam no que querem fazer crer. Pois o plano é tornar esses boatos realidade por meio de uma encenação sórdida, fácil de ser desmontada, porém, sem tempo hábil para isso.

Enfim, o clima é de golpe contra Dilma e a vontade popular. Quem narra isso é o experiente jornalista Luís Nassif. Por mais paranóico que pareça, não é impossível que ocorra. A história recente do Brasil mostra que a direita só respeita a democracia enquanto a democracia lhe é conveniente. Os setores democráticos e progressistas do país precisam ficar alertos, pelo menos até 3 de outubro.

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Como será a bala de prata na campanha

por Luís Nassif

Qual a bala de prata, a reportagem que será apresentada no Jornal Nacional na quinta-feira que antecederá as eleições, visando virar o jogo eleitoral, sem tempo para a verdade ser restabelecida e divulgada?

Ontem, no Sarau, conversei muito com um dos nossos convivas. Para decifrar o enigma, ele seguiu o seguinte roteiro:

1. Há tempos a velha mídia aboliu qualquer escrúpulo, qualquer limite. Então tem que ser o episódio mais ignóbil possível, aquele campeão, capaz de envergonhar a velha mídia por décadas mas fazê-la acreditar ser possível virar o jogo. Esse episódio terá que abordar fatos apenas tangenciados até agora, mas que tenham potencial de afetar a opinião pública.

2. Nas pesquisas qualitativas junto ao eleitor médio, tem sobressaído a questão da militância de Dilma Rousseff na guerrilha. Aliás, por coincidência, conversei com a Bibi que me disse, algo escandalizada, que coleguinhas tinham falado que Dilma era "bandida" e "assassina". Aqui em BH, a Sofia, neta do meu primo Oscar, disse que em sua escola - em Curitiba - as coleguinhas repetem a mesma história.

As diversas pesquisas de Ibope e Datafolha devem ter chegado a essa conclusão, de que o grande tema de impacto poderá ser a militância de Dilma na guerrilha. A insistência da Folha com a ficha falsa de Dilma e, agora, com a ficha real, no Supremo Tribunal Militar, é demonstração clara desse seu objetivo. Assim como a insistência de Serra de atropelar qualquer lógica de marketing, para ficar martelando a suposta falta de limites da campanha de Dilma – em cima de um episódio que não convenceu sequer a Lúcia Hipólito.

Aliás, o ataque perpetrado por Serra contra Lúcia – através do seu blogueiro – é demonstração cabal da importância que ele está dando à versão da falta de limites, mesmo em cima de um episódio que qualquer avaliação comezinha indicaria como esgotado.

A quebra de sigilo é apenas uma peça do jogo, preparando a jogada final.

A partir daí, meu interlocutor passou a imaginar como seria montada a cena.

Provavelmente alguém seria apresentado como ex-companheiro de guerrilha, arrependido, que, em pleno Jornal Nacional, diria que Dilma participou da morte de fulano ou beltrano. Choraria na frente da câmera, como o José Serra chora. Aí a reportagem mostraria fotos da suposta vítima, entrevistaria seus pais e se criaria o impacto.

No dia seguinte, sem horário gratuito não haveria maneiras de explicar a armação em meios de comunicação de massa.

Será um desafio do jornalismo brasileiro saber quem serão os colunistas que endossarão essa ignomínia – se realmente vier a ocorrer -, quem serão aqueles que colocarão seu nome e reputação a serviço esse lixo.

Essa loucura - que, tenho certeza, ocorrerá - será a pá de cal nesse tipo de militância de Serra e de falta de limites da mídia. Marcará a ferro e fogo todos os personagens que se envolverem nessa história. Incendiará a blogosfera. Todos os jornalistas que participarem desse jogo serão estigmatizados para sempre.

Todas essas possibilidades são meras hipóteses que parte do pressuposto da falta de limites total da velha mídia.

Mas a hipótese fecha plenamente.

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