Marilena Chauí denuncia papel da imprensa nas eleições
Somos andando
Judith Brito dizia que a grande imprensa brasileira faz papel de oposição. A presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) não se envergonhou de admitir, pouco antes do processo eleitoral, não só que nossa mídia não é neutra, mas que não é plural.
Hoje, passada a eleição em que – pode-se dizer diante da afirmação de Judith – a imprensa perdeu, Marilena Chauí fala do papel da mídia com uma simplicidade aterradora, ao mesmo tempo que baseada em conceitos filosóficos e linguísticos que a balizam.
“Durante oito anos, nós tivemos que aguentar que era um problema o Lula aparecer nos lugares os mais diferentes e improvisar. Tinha mania de improvisar os discursos e aí dizia muita bobagem. Quanta bobagem ele disse por causa de improvisar. Então, Dilma ganha e vai à televisão, leva um discurso e lê. O que você vê nos comentadores da televisão, nos comentadores do rádio e no dia seguinte nos jornais? “Ah, não tem a capacidade de improviso do Lula, ela precisa ler, coitada, tudo dela é preparado… Você vê, ela teve que vir preparada, ela não é capaz de improvisar.” Eu tinha vontade de atravessar os fios eletrônicos e bater nas pessoas, porque chegou num grau de perversidade, num sentido psicanalítico do termo. No nível do discurso, não dá mais, porque quando você vira na direção da perversão, a primeira característica da perversão é a de que ela é impermeável ao discurso. O grande problema da terapia psicanalítica na hora em que ela é impermeável ao discurso, porque a psicanálise opera no nível da linguagem. E você tem um evento que está ou aquém ou além do discurso. Então, a perversidade e a perversão dos comentários sobre o fato de ela ter o discurso escrito foi tal que eu falei: Já temos aqui o que serão os próximos quatro anos. Os próximos quatro anos vão ser um inferno como foram os oito do Lula, e sobretudo os quatro primeiro anos do Lula. Vai ser um inferno e não tem jeito.”
Exatamente, Marilena, muitas vezes deu e dá vontade de pular pra dentro da telinha pra sacodir o cara, pela obviedade da idiotice, da cara de pau, da tentativa de manipulação.
Marilena Chauí foi cotada para o ministério de Dilma. Não está lá, mas continua ligada ao PT e ativa nas suas ponderações, sugestões, avaliações e críticas. Vale a pena a leitura da entrevista completa com a filósofa à Caros Amigos.
Hoje, passada a eleição em que – pode-se dizer diante da afirmação de Judith – a imprensa perdeu, Marilena Chauí fala do papel da mídia com uma simplicidade aterradora, ao mesmo tempo que baseada em conceitos filosóficos e linguísticos que a balizam.
“Durante oito anos, nós tivemos que aguentar que era um problema o Lula aparecer nos lugares os mais diferentes e improvisar. Tinha mania de improvisar os discursos e aí dizia muita bobagem. Quanta bobagem ele disse por causa de improvisar. Então, Dilma ganha e vai à televisão, leva um discurso e lê. O que você vê nos comentadores da televisão, nos comentadores do rádio e no dia seguinte nos jornais? “Ah, não tem a capacidade de improviso do Lula, ela precisa ler, coitada, tudo dela é preparado… Você vê, ela teve que vir preparada, ela não é capaz de improvisar.” Eu tinha vontade de atravessar os fios eletrônicos e bater nas pessoas, porque chegou num grau de perversidade, num sentido psicanalítico do termo. No nível do discurso, não dá mais, porque quando você vira na direção da perversão, a primeira característica da perversão é a de que ela é impermeável ao discurso. O grande problema da terapia psicanalítica na hora em que ela é impermeável ao discurso, porque a psicanálise opera no nível da linguagem. E você tem um evento que está ou aquém ou além do discurso. Então, a perversidade e a perversão dos comentários sobre o fato de ela ter o discurso escrito foi tal que eu falei: Já temos aqui o que serão os próximos quatro anos. Os próximos quatro anos vão ser um inferno como foram os oito do Lula, e sobretudo os quatro primeiro anos do Lula. Vai ser um inferno e não tem jeito.”
Exatamente, Marilena, muitas vezes deu e dá vontade de pular pra dentro da telinha pra sacodir o cara, pela obviedade da idiotice, da cara de pau, da tentativa de manipulação.
Marilena Chauí foi cotada para o ministério de Dilma. Não está lá, mas continua ligada ao PT e ativa nas suas ponderações, sugestões, avaliações e críticas. Vale a pena a leitura da entrevista completa com a filósofa à Caros Amigos.