terça-feira, 4 de janeiro de 2011

a praça e a rua volta a ser do povo

Rua volta a ser pública em frente ao Piratini


O Palácio sem grades Piratini


É quase um detalhe, mas vale pela forte simbologia.

Durante o governo Yeda, diversas manifestações populares, de movimentos sociais ou categorias profissionais, foram duramente reprimidas. A Brigada Militar foi acionada mais de uma vez e houve casos de agressão com feridos, inclusive um repórter. Professoras foram ironizadas em seu protesto em frente ao Palácio Piratini, reprimidas por policiais mulheres. O caso mais emblemático é o assassinato, pelas costas, do sem-terra Elton Brum, ainda não punido.

A frente do Palácio Piratini, onde mora e trabalha o governador, é, por óbvio, palco de muitas manifestações. Mesmo Yeda tendo transferido seu gabinete para o Centro Administrativo, aquele ainda é o local de maior força simbólica, inclusive porque ao lado está também a sede do Poder Legislativo gaúcho.
Em um de seus gestos autoritários, em uma demonstração de desrespeito ao povo e de pouco interesse com suas causas, a ex-governadora gaúcha Yeda Crusius (PSDB) havia mandado colocar, em um espaço de estacionamento bem em frente à porta do Palácio, encostado na Praça da Matriz, grades de contenção, para impedir manifestantes de ocuparem o local.

Não foi preciso nem uma semana de novo governo para estabelecer as diferenças. No primeiro dia útil de 2011, a frente do Palácio não se envergonhava mais das frias e ostensivas grades que pouco antes compunham o cenário. O espaço, como de direito, volta a ser de todos. Tarso Genro, governador que assumiu apenas dois dias antes, mostra que está ali para efetivamente fazer o possível para servir ao povo que o elegeu. Ouvi-lo e permitir que ele se expresse é um bom e importante começo.

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