PF: Dantas é a grana do valerioduto.
Época não consegue esconder
Saiu na revista Época:
A pedido do ministro Joaquim Barbosa, a PF desvendou um dos mistérios mais estranhos do governo Lula: a relação do banqueiro Daniel Dantas com o PT. Antes de chegar ao poder, os líderes do partido sempre combateram a gestão de Dantas à frente do grupo que coordenava os investimentos dos principais fundos de pensão do país. Quando Lula assumiu, Dantas estava envolvido numa briga aberta para manter o controle desses investimentos, sobretudo da Brasil Telecom, um gigante do mercado de telefonia. O PT passou, então, a emitir sinais conflitantes sobre que lado assumiria nessa disputa. Alguns integrantes do governo articulavam para derrubá-lo, enquanto outros hesitavam em tomar lado. Em depoimento à PF, Dantas disse que, em meio a esse cenário ambíguo, foi convocado pelo então ministro da Casa Civil, José Dirceu, para uma reunião no Palácio do Planalto.
Segundo Dantas, o encontro deu-se no dia 4 de maio de 2003. Na reunião, Dirceu teria dado sinal de uma oportunidade de conciliação com Dantas e encarregado o então presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb, de manter diálogo com o banqueiro. Onze dias depois, Carlos Rodemburg, sócio de Dantas, encontrou-se com Marcos Valério e Delúbio Soares no hotel Blue Tree, em Brasília, na suíte do tesoureiro do PT. De acordo com o depoimento do sócio de Dantas, Delúbio disse que o partido estava com um “deficit” de US$ 50 milhões – e pediu dinheiro. Não foi dito abertamente, mas o subtexto era evidente: se Dantas pagasse, teria ajuda do governo para se manter à frente de seus negócios.
À PF, Dantas disse que se negou a pagar. Procurado por ÉPOCA, Dantas confirmou, por meio de sua assessoria, o que afirmara em seu depoimento – inclusive o pedido de “ajuda” de Delúbio. E deu suas razões para não ter aceitado a oferta: “O Opportunity (banco comandado por Dantas) era gestor do fundo de investimentos que abrigava recursos do Citigroup. O banco americano foi consultado. A decisão do Citigroup foi informar que não tinha como ajudar”. Também afirmou que, depois de Rodemburg informar Delúbio da negativa, passou a ser perseguido pelo governo.
Dois anos depois, não se sabe por que, a Brasil Telecom, empresa ainda controlada por uma subordinada de Dantas, celebrou dois contratos com a agência DNA, de Marcos Valério, cada um deles no valor de R$ 25 milhões. Os depoimentos dos funcionários da Brasil Telecom à PF revelam que os contratos foram fechados em poucos dias, sem que ninguém da área de marketing soubesse dos motivos das pressa, nem sequer que serviços seriam prestados. Semanas depois, sobreveio o escândalo do mensalão. Apenas R$ 3,6 milhões foram efetivamente repassados às contas de Marcos Valério. Ao rastrear o dinheiro, a PF verificou que os recursos chegaram a doleiros paulistas – e ainda não descobriu a identidade dos beneficiários finais. Para os investigadores, os destinatários foram indicados pela turma do PT e do publicitário Marcos Valério. Na resposta que enviou por meio de sua assessoria, Dantas omitiu a existência desses contratos. Afirma o relatório: “Os contratos (…) foram celebrados apenas com o objetivo de conferir a fachada de legalidade necessária para a distribuição de recursos, na forma de doações clandestinas ou mesmo suborno, negociados ao longo de dois anos entre os representantes dos grupo Opportunity e do Partido dos Trabalhadores, sempre com a indelével intermediação do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza”.
NAVALHA
Convém não esquecer que Diego Escosteguy, autor da reportagem. vem da revista VEJA, aquele detrito de maré baixa.
Escosteguy é da geração que presidiu a Veja, quando publicava reportagens a quatro mãos – duas delas, do Dantas – para dizer que o presidente Lula e o ínclito delegado Paulo Lacerda tinham conta secreta em paraíso fiscal.
(As outras duas eram de Marcio Aith, que foi assessor de imprensa do Padim Pade Cerra na campanha de 2010.)
Escosteguy saiu desse ninho.
A Época e Escosteguy pintam e bordam, têm gráficos, tabelas, setas, integrais e derivadas para desviar o foco.
Mas, o relatório da Polícia Federal tem foco e enfiou o dedo no câncer.
Dantas é o mentor (com caixa baixa, amigo revisor. Com caixa alta é outro, de que se tratará a seguir).
Dantas é o financiador.
Dantas é o pai do mensalão.
Primeiro, vamos esclarecer que a reportagem da Época comprova o que Mino Carta sempre disse.
Mensalão, não.
Mesada mensal, não.
O crime é outro: caixa dois de campanha, cobertura ilegal de déficit de campanha – chame como quiser.
Mas, não é mensalão.
O “mensalão” do Dantas começa com Eduardo Azeredo, governador de Minas.
Dantas “comprou” a Cemig – quando Azeredo era Governador – e inventou o Marcos Valério.
(Depois, o Itamar Franco recomprou a Cemig e botou o Dantas e a Elena Landau para correr. Hoje, o Itamar prefere não tocar no assunto – pelo menos com esse ansioso blogueoiro.)
Em julho de 1998, foi a privatização do Fernando Henrique.
Aquela sopa no mel.
Foi quando houve o “momento Péricles de Atenas” do Governo Cerra-FHC: “se isso der m… estamos todos no mesmo barco”.
A partir daí, começa a jorrar dinheiro da Telemig Celular (do Dantas) no duto do Marcos Valério.
E o dinheiro do Dantas no valerioduto – através de contas fajutas de publicidade – cresce exponencialmente.
Jorra dinheiro da Telemig e da Brasil Telecom, que o FHC deu de presente ao “brilhante”.
E é daí que sai a grana para o PT.
O PT quebrou na campanha de 2002.
E Dantas queria voltar a mandar na Previ, na Petros e na Funcef – que o Farol de Alexandria e o ACM tinham dado a ele numa bandeja.
A matéria do Escosteguy e da Época não toca em Telemig.
(Pelo menos na versão online.)
A matéria do Escosteguy e da Época tem foto de todo mundo, mas não tem foto do Dantas.
A matéria do Escosteguy e da Época concede ao Dantas – e só a ele – o “direito de resposta”.
É quando Dantas conta aquela história de sempre: foi “perseguido”, “extorquido”, coitadinho.
Naquele jantar no Tramvia, em Santa Cecília, em São Paulo, exibido no jornal nacional, quando ele suborna um agente da Polícia Federal, também ali se percebe que os enviados de foram extorquidos, eram perseguidos.
(E foi tal cena edificante que o ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo, Gilmar Dantas (*) ignorou, ao dar o segundo HC Canguru ao Dantas – no prazo record de 48 horas ! Viva o Brasil !)
Mas, como se percebe, o relatório da Policia Federal deve ser uma coisa, a matéria do Escosteguy e da Época, outra.
O Escosteguy e a Época tentam incriminar o presidente Lula.
Não conseguem chegar lá.
Isso, porém, não significa que o PT não tenha sido soterrado pela grana do Dantas.
Delubio, José Dirceu, José Mentor (aquele que enterrou a CPI do Banestado – êpa ! – e agora, ao lado do Senador Delcídio Amaral, tem um projeto para “deslavar” dinheiro de quem lavou com o Dantas).
O PT tá lá.
Com a mão no valerioduto.
Entalado.
Especialmente o PT de São Paulo.
Então, como diz este ansioso Conversa Afiada, o PT tem que se acertar com o Daniel Dantas – especialmente na hora de readmitir o Delúbio.
Outra consideração a fazer sobre o texto do Escosteguy e da Época: não foi o Zé Eduardo Cardozo quem fez essa investigação.
Logo ele, o Zé, que trabalhou para Dantas – até entre os amiguinhos o Berlusconi.
Não vai ser agora que o Zé vai posar para a história como o papagaio de pirata do encarceramento do Dantas.
(O Zé é chegado a um papagaio de pirata).
Não daria tempo.
Isso é trabalho que vem de antes.
Vem da Operação Satiagrajha e de seus desdobramentos exigidos pelo corajoso Juiz Fausto De Sanctis (hoje devidamente promovido a julgar litígio de velhinho com o INSS – Viva o Brasil !).
Terá sido por isso que o presidente Lula disse no encontro histórico com blogueiros sujos que ia concluir no Governo dele a investigação sobre Dantas ?
Escosteguy e a Época integram o minueto do PiG (**) para esconder o Dantas debaixo do tapete.
Não adianta.
Dantas tem um encontro marcado com o Ministro Joaquim Barbosa.
E aí, como diria o Joe Louis, ele pode correr, mas não pode se esconder.
Este ansioso blogueiro convida o amigo navegante a ler o que escreveu em 11 de setembro de 2008, neste ansioso blog:
11 de setembro de 2008
por Paulo Henrique Amorim
Máximas e Mínimas 1436
Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista
“O sol é o melhor desinfetante.”
(Autor anônimo)
. Por que Daniel Dantas não foi indiciado entre os 40 ladrões do mensalão ?
. Aquele processo no Supremo Tribunal Federal, em que o relator Ministro Joaquim Barbosa fez um trabalho de que todos os brasileiros se orgulharam.
. Mas, Dantas, aquele que botava grana no valerioduto, Dantas escapou.
. Escapou ?, caro leitor.
. Se é o que ele pensa, pode começar a ficar preocupado.
. Ou insistir para que o Sistema Dantas de Comunicação, onde se distingue um lobbista que edita a “publicação” de nome Conjur, continue a “desestruturar” o Ministro Barbosa.
. Clique aqui para ler sobre o “Sistema Dantas de Comunicação” e o contrato assinado entre o dono da Conjur” e a empresa de Dantas, de onde saiu uma grana mole, mole.
. Um passarinho pousou aqui na janela e me contou o seguinte.
. Há várias ações derivadas dos crimes do mensalão.
. A denúncia da primeira ação chegou ao Supremo e ao Relator ANTES da conclusão dos trabalhos da CPI do mensalão.
. O Procurador Geral da República propôs a ação ANTES do fim da CPI.
. A CPI, como se sabe, tentou até os 45 minutos do segundo tempo poupar Dantas.
. Sob a proteção da bancada liderada pelo senador Heráclito Fortes e com a mão de gato do Presidente da CPI, senador do PT Delcídio Amaral, e do relator do PMDB, Osmar Serraglio, quase que Dantas consegue ficar de fora do relatório final.
. Agora, vem aí outra ação.
. Quem está nela, ao lado de Dantas, é o Ministro José Dirceu.
. Trata-se da ação de número 2474.
. Dantas, esse é o teu número: 2474.
. A denúncia se prepara na Procuradoria Geral da República e, quando chegar ao Supremo, será entregue ao ministro Joaquim Barbosa para que a relate.
. Barbosa relatará TODAS as ações que derivarem do mensalão.
. Dantas, você gosta de Boxe ?
. Você já leu a Joyce Carol Oates ?
. Manda comprar na Amazon (clique aqui) e leva para ler no PF Hilton, quando você voltar para lá.
. Dantas, tinha um lutador muito esperto, muito rápido, muito ágil, o Billy Conn, que ia enfrentar o Joe Louis. Na véspera da luta, Conn disse que ia “bater e correr” – “hit and run”. Joe não se perturbou e respondeu: você pode correr, mas não pode se esconder (“you can run, but you can’t hide”).
. Dantas, você pode correr e se esconder sob as asas do Supremo Presidente, nas brechas da CPI dos teus amigos no Congresso, na vala comum da Veja e da IstoÉ, contratar a proteção da Folha (da Tarde *) e do PiG, mas, não adianta: você não pode se esconder.
. Dantas, você tem um encontro marcado com o Ministro Joaquim Barbosa.
(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
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