O judaísmo e Israel: uma conferência de Marc Ellis
Jair Souza envia vídeo com uma provocadora conferência de Marc H. Ellis, professor universitário nos Estados Unidos (Waco, Texas), especializado em teologia do judaísmo e autor de mais de 15 livros, entre eles “Judaism doesn’t Israel” (Judaísmo não é igual a Israel), no qual desenvolve a tese da “constantinização” do judaísmo atual. O paralelo feito aí é com o cristianismo antigo que, na avaliação de Ellis, teria sofrido uma enorme deturpação a partir do momento em que o imperador Constantino o transformou em religião oficial do Império Romano, deixando de ser a religião dos oprimidos para ser instrumento de opressão do próprio império e de seus beneficiários.
O judaísmo, defende Ellis, teria entrado em uma situação semelhante após a Segunda Guerra Mundial. A assimilação entre religião e Estado teria feito muito mal ao judaísmo. Para vários teólogos do establishment judaico, observa Ellis, a consciência tradicional de Deus foi substituída pelo estado de Israel. Como Deus teria abandonado os judeus a sua sorte no holocausto, estes já não poderiam mais contar com ele. Por isso, sua única esperança de sobrevivência seria um poderoso estado de Israel. Esta visão teria levado o judaísmo a abandonar sua tradicional identificação com o humanismo para uma adoração do poderio militar opressor de outros povos. No final, ele apresenta uma proposta de releitura dos 10 Mandamentos que resgatariam o sentido humanista mais profundo da cultura judaica. Para quem se interessa pelo tema, é uma conferência instigante.
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