quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

em nome desta tal transversalidade

Transversalidade dificulta indicação de nomes para o segundo escalão de Tarso


Sul21


Bruno Alencastro/Sul21
Foto: Bruno Alencastro/Sul21

Rachel Duarte

A proposta de uma gestão transversal está dificultando a definição dos nomes para o segundo escalão do governo gaúcho. Nesta terça-feira (4), o governador Tarso Genro ainda aguardava pelo fim das negociações com os partidos aliados.

Chefe da Casa Civil e encarregado das negociações políticas, Carlos Pestana seguia dialogando com secretários e partidos. Neste terça-feira, Pestana anunciou apenas mais cinco nomes da administração, sendo a maioria do PT: Arlete Pasqualetto (PT) para a Fundação Zoobotânica; Cláudio Silva (PT) para a Faders; Elifas Simas (PT) na Companhia Riograndense de Mineração; Renita Nair Dametto (PDT) na Fundergs (Fundação do Esporte e Lazer do RS) e Heitor Goularte (PTB) na Fgtas (Fundação Gaúcha do Trabalho e Assistência Social).

Ainda faltam os nomes para a Caixa RS, Metroplan, Cientec, Corag, Sulgas, IPE, Procergs, Fetag e Superintendência de Portos e Hidrovias. A expectativa de Pestana é concluir as indicações até o final da semana. A demora, segundo ele, é devido à necessidade de contemplar os interesses dos partidos da base aliada dentro do critério da transversalidade. “Estamos demorando porque será uma negociação definitiva” , afirmou Pestana. Ele alertou que as negociações continuarão, mesmo depois do preenchimento dos cargos. Estas conversas entre o governo e as siglas – adiantou o chefe da Casa Civil – “serão para outras pautas”.

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Calros Pestana / Foto/ Bruno Alencastro/Sul21

Reivindicações pedetistas

Por enquanto, para vencer a pauta da composição do segundo escalão, Pestana está tendo que contemplar o conjunto de reivindicações apresentadas pelo PDT, que exigiu em reunião, nesta segunda-feira (3), as diretorias da CEEE e Corsan, as coordenadorias regionais da Saúde e da Educação e a chefia da Defesa Civil. “Boa parte, ou pelo menos as indicações mais relevantes, nós vamos atender. Hoje já falei com alguns secretários e então vamos definir os espaços do PDT até amanhã (quarta)”, disse.

Ainda no dia 21 de dezembro, quando foram anunciados os primeiros nomes do segundo escalão, o atual diretor de Geração da CEEE e integrante do PSB, Sérgio Souza Dias, fora indicado para a presidência da empresa. A indicação, no entanto, ficou em suspenso, devido à solicitação dos trabalhistas. Outro caso semelhante é o da Caixa RS para a qual havia sido indicado o pedetista Flávio Lammel, que irá para a vice-presidência do Banrisul.

“Os secretários estão acompanhando o trabalho destes órgãos (para os quais não há nomes definidos) nos primeiros dias de governo, enquanto definimos os nomes. Algumas áreas ainda terão que aguardar um prazo maior de transição, como a Corsan, Banrisul, IPE, pois precisam de aprovação da Assembleia Legilativa”, explica Pestana.

Na divisão dos cargos, o PT ficará com a fatia maior: IPE, Sulgas, Corag e Procergs. O PT ainda disputa com o partido do vice-governador (PSB) a Superintendência de Hidrovias e Portos (SPH). Sobre algum descontentamento do PSB, Carlos Pestana lembrou que o partido já ocupa a presidência do Daer, CEEE e Ceasa. Além de ter indicado o secretário-adjunto para o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.

A Metroplan ficará com o PTB e as demais estatais entrarão na roda de negociações. As agências e órgãos lidados ao setor financeiro deverão ficar de fora do critério partidário e seguir uma linha de quadros mais técnicos. Quanto às coordenadorias regionais de Educação e da Saúde, Pestana informa que os nomes ainda não estão em dicussão.
Herança de Olívio

Entre os nomes já anunciados, oito integraram o governo Olívio Dutra: os indicados para a Fundação de Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH), Casa Militar, Susepe, DAER, BRDE, Superintendência do Porto de Rio Grande, Banrisul e Emater. O mestre em Agroecologia Lino de David voltará a presidir a Emater. O ex-secretário de Administração, do Interior e Chefe da Casa Civil durante a gestão de Olívio, Dirceu Lopes, vai ocupar a Superintendência do Porto de Rio Grande.

Para o BRDE foram indicados: o doutor em Economia Carlos Henrique Horn para a presidência, e o engenheiro agrônomo José Hermeto Hoffmann, secretário de Agricultura no governo Olívio, para a diretoria de Operações. Ex-superintendente de Conservação do DAER, na época de Olívio, Milton Cypel comandará o Departamento Autônomo de Estradas e Rodagens. Gelson Santos Treiesleben, diretor do Departamento de Execução Penal no governo Olívio, assumiu a Superintendência de Assuntos Penitenciários – Susepe. Na chefia da Casa Militar está o coronel Leandro Ribeiro Fonseca que, no primeiro governo petista, foi diretor de Inteligência e Assuntos Estratégicos.

Túlio Zamin, que presidiu o Banrisul no governo Olívio, foi convidado por Tarso Genro a voltar ao cargo. E Jorge Branco, que foi superintendente da Metroplan, agora, presidirá a Fundação de Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH).

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Foto: Bruno Alencastro/Sul21

Demais cargos

Também já foram preenchidos diretorias de departamentos e presidência de fundações. Alessandro Barcellos foi empossado, nesta terça-feira (4), como diretor-geral do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). O ex-vereador de Harmonia Lotário José Vier é o novo diretor presidente da Ceasa.

Para a Fepam, foi indicado o químico e presidente do PCdoB de Porto Alegre e vice-presidente estadual da silga, Carlos Fernando Niedersberg. Para a presidência da Corsan vai Arnaldo Dutra. E na presidência da Fundação Piratini ficará o professor Pedro Luiz Osório.

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