Presidenta decepciona o PiG e escolhe presidente da Vale
Lamentavelmente, o PiG (*) não conseguiu manter o Agnelli na Vale – clique aqui para ler “O Agnelli vale tudo isso ?”.
Lamentavelmente, a Folha (**) não teve a propriedade – prevista na Lei das SA – de escolher o sucessor do Agnelli.
A Folha, no uso das prerrogativas estatutárias da ANJ, Associação Nacional dos Jornais, escolheu Tito Martins.
O que levou o Bradesco a dizer que aquilo que a Folha dizia não tinha pé nem cabeça.
Característica anatômica que os leitores da Folha perceberam há muito tempo.
Inexplicavelmente, a JK de saias, que lidera o grupo majoritário da Vale – o conjunto de acionistas sob o controle do Governo Federal -, de forma autoritária, monocrática, imperial, a JK de saias resolveu decidir em nome da maioria.
Um absurdo !
Onde já se viu ?
A maioria querer mandar !
Isso nem na pior das ditaduras de inclinação estalinista.
Numa boa democracia, quem manda é a minoria, reunida em torno da imprensa conservadora (e incompetente).
Assim, como Catarina, a Grande, a Presidenta resolveu fazer o que sabe: mandar !
“Vale terá Murilo Ferreira no comando”, diz a Folha, às lágrimas, na pág. B1.
Informa a Folha que Dilma conheceu Ferreira quando era presidente da Albrás e ela, Ministra das Minas.
A sucessão de Agnelli se tornou uma questão de dogma teológico.
E o que a JK de saias faz, agora, em boa hora, é rever os termos da privatização – aquela em que o Padim Pade Cerra e o Farol de Alexandria entregaram a Vale na bacia das almas.
Clique aqui para ver o vídeo em que o Farol admite que vendeu a Vale docemente constrangido pelo Padim.
A Vale é uma conquista do povo brasileiro desde o Dr Getulio.
Vargas criou a Vale em 1942 para, enfim, depois de uma longa batalha política, tomar o minério de ferro do Brasil e Itabira Iron Ore Company.
A criação da Vale estava indissoluvelmente ligada à criação da Companhia Siderúrgica Nacional.
E, portanto, à industrialização do Brasil.
Vargas já sabia que exportar aço é melhor do que exportar minério de ferro.
E, como se sabe, quando o Agnelli ouve falar em siderúrgica tem coceira na palma a mão.
Um dia, as faculdades de economia do Brasil – que só formam quadros para os bancos – poderiam dar um curso sobre “Como o Brasil enfrentou e derrotou o empresário americano Percival Farquhar, aquele que mandava no minério de ferro da Iron Ore e, portanto, mandava no Brasil.”
Seria um curso, por exemplo, a ser ministrado aos alunos do IBMEC.
Ou no Instituto Millenium.
A Vale é a maior mineradora do mundo.
E não faz sentido um CEO, de ideias próprias – e bônus próprios, com um jato Bombardier à disposição – decidir que esse patrimônio vai ser dilapidado na venda de um produto só, sem valor agregado – o minério de ferro -, e para um cliente só – a China.
Essa, aliás, é a critica à jestão Agnelli da desprestigiada revista inglesa The Economist, e que, aqui, em boa hora, o PiG desconsiderou.
A Presidenta não é de decepcionar o PiG (*).
Ao contrário.
Foi ao aniversário da Folha.
Fez uma omelete com a Ana Maria Braga.
E, agora, por exemplo, diz-se que ela vai a um seminário de empresários paulistanamente ultraconservadores.
Corro o risco de tomar uma vaia.
Mas, é da vida.
Só que, no caso da Vale, o Dr Getulio podia ficar chateado com ela.
E ela, surpreendentemente, fez o que o Nunca Dantes queria fazer desde que o Agnelli mandou comprar cargueiros em Cingapura; e demitiu mais de mil funcionários – ele e a diretora do Departamento de Pessoal, que, inexplicavelmente parecia ser a 2ª no comando – no auge da crise de 2008.
Vargas, Lula, Dilma.
Quem o Agnelli pensava que é ?
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
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