Governo pede ao MP que investigue atuação da Doux Frangosul no Rio Grande do Sul

Segundo o secretário Mainardi, a situação da empresa vinha sendo monitorada desde o início de 2011, a pedido da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) e da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs). Boatos davam conta da transferência de dinheiro da filial brasileira da Doux para a matriz francesa. As análises do balanço da empresa, relatou ainda o secretário, indicaram “valores realmente astronômicos”, como a venda do portfólio de clientes da matriz para a filiar pelo valor de R$ 50,7 milhões e o repasse de R$ 152,1 milhões para a compra de marcas e patentes.

Diante da gravidade dos fatos relatados, o procurador-geral disse que examinará pessoalmente toda a documentação. Segundo ele, o MP poderá apurar por meio de um inquérito civil os fatos que estão causando uma grave repercussão na vida de milhares de produtores no interior do Estado.
Segundo a Fetag, há pelo menos três anos a empresa vem atrasando o pagamento de aproximadamente 2,2 mil produtores de suínos e aves. O presidente da entidade, Elton Weber, disse que a falta de pagamento por parte da Doux afeta mais de 2,3 mil produtores em 125 municípios gaúchos. Os atrasos, acrescentou já chegam a 150 dias. Temos produtores endividados, com crises na família, jovens saindo do campo para a cidade para procurar emprego, pois a propriedade está sem receber. E se a empresa for vendida, como fica a situação?”, questionou Weber. Mais de 40% dos produtores já suspenderam o alojamento de frangos, em protesto pela falta de pagamento. Essa decisão pode desestruturar a cadeia produtiva do setor.
O Grupo Doux tem fábricas na Europa (Alemanha, França) e no Brasil. A sede do grupo fica em Châteaulin, na região de Finistère (França).
(*) Com informações dos portais do Governo do Estado e do Ministério Público do Rio Grande do Sul.
Foto: Célio Romais/MP-RS
Ilustração: Jornal Primeira Hora (15/12/2011)
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