terça-feira, 17 de janeiro de 2012

e aí, ô meu... até tentamos mudar o foco, mas não deu

Big Brother Brasil: Na busca por audiência, vale até estupro






Aldeia Gaulesa


Havia prometido para mim mesmo que este ano não iria dedicar nenhuma linha no blog para comentar o Big Brother Brasil (BBB) deste ano. Inclusive estava bastante satisfeito com a criação do NO BBB, um aplicativo para o Chrome que bloqueia nas redes sociais todos os comentários referentes a este programa da Globo.

Imaginava eu, em minha vã ingenuidade, que todas as baixarias e apelações possíveis já tinham ocorrido e que nada mais poderia me chocar neste que é disparado um dos piores programas da televisão brasileira (e olha que tem muita porcaria na TV). Portanto, além de não assistir ao programa, não tinha o menor interesse em ler nada sobre o BBB. Mas, como diria aquela velha máxima, "nada é tão ruim que não possa piorar", eis que sou surpreendido com a notícia de um caso de estupro no BBB.

O caso ocorreu após a primeira festa promovida pelo programa entre os participantes, quando um dos competidores do programa, abusou sexualmente de uma moça enquanto ela dormia, aproveitando-se do estado de embriaguez dela. O vídeo com a cena foi removido do Youtube, a pedido da Globo, mas fica claro nas imagens que não houve uma relação sexual consentida (imagem acima). De fato ocorreu um aproveitamento de um momento em que ela não podia oferecer qualquer resistência.

Houve um crime, flagrado pelas câmeras da Globo. De acordo com o artigo 217-A do Código Penal:

Art. 217 - A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.

§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.

De acordo com a opinião de algumas especialistas e militantes da área dos direitos das mulheres (consultadas informalmente por este blogueiro) o caso pode sim ser classificado como estupro, independente de ter ocorrido ou não penetração.

Até o momento, a Globo silencia totalmente sobre o ocorrido, tentando na verdade abafar, da maneira que pode, o ocorrido. Felizmente, as redes sociais tem dado grande repercussão ao caso, não permitindo que o silêncio do apresentador Pedro Bial e sua emissora deixem o caso "por isso mesmo".



A impressão que temos é que a Globo, em alguma medida, até mesmo aprova o ocorrido, afinal, na busca descriteriosa por audiência, este crime ocorrido no "reality show" lhe proporciona repercussão espontânea. A qualidade do programa, incrivelmente, consegue piorar ano após ano, como bem sintetizou a tuiteira Mara (@dezmilhoes no twitter:)

"BBB10 tivemos homofobia. BBB11 tivemos violência contra mulher. BBB12 tivemos abuso sexual. Aguardem que no BBB13 teremos um assassinato."

Portanto, todos os expedientes possíveis para aumentar a audiência e o interesse sobre o programa são considerados válidos.

Não pretendo perder meu tempo assistindo ao BBB para ver qual a atitude da Globo tomará daqui para frente. Mas uma conclusão direta neste caso é que se escancará a "moral" adotada pela rede Globo. Para eles, um beijo gay em uma novela é proibido, violência contra a mulher não tem problema. O que importa é apenas audiência e os cofres cheios com os contratos dos patrocinadores.

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