quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

O trono do ESTUDAR

André Whoong Arnaldo Antunes Chico Buarque Dado Villa-Lobos Dani Black Felipe Catto Felipe Roseno Fernando Anitelli Hélio Flanders Lucas Santtana Lucas Silveira Miranda Kassin Paulo Miklos Pedro Luís Tetê Espíndola Tiago Iorc Tiê Xuxa Levy Zélia Duncan









O Trono de estudar

Ninguém tira o trono do estudar

Ninguém é o dono do que a vida dá

E nem me colocando numa jaula Porque sala de aula

Essa jaula vai virar

A vida deu os muitos anos de estrutura do humano à procura do que Deus não respondeu

Deu a história, a ciência, a arquitetura, deu a arte e deu a cura e a cultura pra quem leu

Depois de tudo até chegar neste momento me negar conhecimento é me negar o que é meu

Não venha agora fazer furo em meu futuro, me trancar num quarto escuro e fingir que me esqueceu

Vocês vão ter que acostumar porque

Ninguém tira o trono do estudar Ninguém é o dono do que a vida dá

E nem me colocando numa jaula Porque sala de aula

Essa jaula vai virar

E tem que honrar e se orgulhar do trono mesmo e perder o sono mesmo para lutar pelo que é seu

Que neste trono todo ser humano é rei seja preto, branco, gay, rico, pobre, santo, ateu

Pra ter escolha tem que ter escola ninguém quer escola, isto ninguém pode negar

Nem a lei, nem estado, nem turista, nem palácio, nem artista, nem polícia militar

Vocês vão ter que me engolir, se entregar

Porque ninguém tira o trono do estudar








Picolé de Chuchu saiu da caverna


Pendurado pela PM de cabeça para baixo, este estudante derrotou Alckmin.



Blog do Baitasar

Diário do Centro do Mundo




Por Kiko Nogueira



Postado em 03 dez 2015
por : Kiko Nogueira


Elissandro da Siqueira dialoga com a PM de Geraldo Alckmin (FOTO MARIVALDO OLIVEIRA)



Geraldo Alckmin foi derrotado pelo estudante Elissandro Dias Nazaré da Siqueira, de 18 anos. Elissandro foi preso, com mais cinco pessoas, num protesto contra a “reorganização” da educação pelo governo de São Paulo.

Tomou as costumeiras cacetadas da PM e, em seguida, foi algemando e carregado de cabeça para baixo numa rua de Pinheiros. “Estou com muito medo. Eles me ameaçaram para ficar calado e sumir, mas vou continuar na guerra”, disse para a reportagem do Uol.

Alessandro resume o espírito dos garotos que estão desmascarando, de maneira implacável, um governante inepto e autoritário. Um cascateiro cuja faceta de coroinha interiorano está sendo atirada no lixo.

Ontem, Alckmin perpetrou mais um de seus disparates: “A polícia dialoga, a polícia conversa, a polícia pede para as pessoas saírem, a polícia dá tempo de as pessoas saírem”, disse.

A polícia bate, não dialoga e Geraldo tem alguma noção disso (embora, a essa altura, é provável que já esteja confundindo as coisas em seu delírio). Quem deveria dialogar é o governador e seus homens, a começar pelo secretário de educação Herman Vorwaald, para quem o ensino no estado é “uma vergonha” — o resultado confesso de duas décadas de PSDB, portanto.

Alckmin terá o mesmo destino de seu colega de partido Beto Richa, do Paraná. Richa, classificado por Aécio como “um dos mais qualificados gestores públicos do país”, viu sua popularidade despencar depois de mandar seus soldados descerem o pau nos professores, com direito a cenas dantescas como um cachorro tirando um naco da perna de um cinegrafista.

Beto Richa, hoje, é um morto vivo. Ninguém, a não ser um psicopata como, por exemplo, Eduardo Cunha, gosta de ver professores ou estudantes apanhando.

Em 2014, uma matéria laudatória sobre Geraldo na Época o saudava como um dirigente que conseguiu “ler as ruas” e os protestos de 2013. “Alckmin sabia, por intuição e por pesquisas, que a população queria um governo tolerante com os manifestantes pacíficos”, afirmava a revista.

Tolerante com revoltados online, kataguiris e débeis mentais que pedem intervenção militar e truculento com alunos da rede de ensino estadual. O Picolé de Chuchu saiu da caverna e mostrou quem é: um rotweiller. Devidamente subjugado e desmoralizado pelos elissandros.



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