Perspectivas da economia mundial em 2011
Importante artigo de Walden Bello analisa as perspectivas (sombrias) da economia mundial para 2011. O cenário é de crescimento do protecionismo, de desmantelamento da globalização e de deflação global. Segue um resumo com os principais pontos do artigo e o link com a versão integral do texto:
O que alguns analistas chamam de regresso da China a um padrão de crescimento orientado à exportação se chocará com os esforços dos EUA e da Europa para impulsionar a recuperação mediante um crescimento orientado à exportação simultaneamente com a adoção de barreiras à entrada de importações asiáticas. O resultado mais provável dessa volátil mistura de estímulo à exportação e proteção interna por parte dos três setores que encabeçam a economia mundial não será expansão global, mas sim deflação global. O humor dominante nos círculos econômicos liberais no final de 2010 é sombrio, para não dizer apocalíptico.
Os falcões fiscais ganharam a batalha política nos EUA e na Europa, para alarme dos defensores do gasto público, como o prêmio Nobel Paul Krugman e o colunista do Financial Times, Martin Wolf, que consideram as restrições orçamentárias como a receita mais segura para matar a incipiente recuperação nas economias centrais.
Nas economias centrais, a indignação com os excessos das instituições financeiras que precipitaram a crise econômica deram lugar à preocupação com os déficits públicos massivos em que os governos incorreram para poder estabilizar o sistema financeiro, frear o colapso da economia real e enfrentar o desemprego. Nos Estados Unidos, o déficit se situa acima de 9% do PIB. Não é um déficit descontrolado, mas a direita norteamericana conseguiu a façanha de que o medo do déficit e da dívida federal pesasse mais no espírito da opinião pública do que o medo do aprofundamento da estagnação e do aumento do desemprego. Na Inglaterra e nos EUA, os conservadores fiscais conseguiram um mandato eleitoral claro em 2010, enquanto que, na Europa Continental, uma Alemanha retornando ao crescimento anunciou ao resto da eurozona que não seguiria subsidiando os déficits dos membros mais fracos das economias meridionais ou periféricas, como Grécia, Irlanda, Espanha e Portugal.
O triunfo da austeridade nos EUA e na Europa, sem dúvida alguma, eliminará essas duas áreas como motores para a recuperação econômica global. Mas a Ásia encontra-se em um caminho diferente? Ela pode suportar, como Sísifo, o peso do crescimento global?
(A íntegra do artigo de Walden Bello)
O que alguns analistas chamam de regresso da China a um padrão de crescimento orientado à exportação se chocará com os esforços dos EUA e da Europa para impulsionar a recuperação mediante um crescimento orientado à exportação simultaneamente com a adoção de barreiras à entrada de importações asiáticas. O resultado mais provável dessa volátil mistura de estímulo à exportação e proteção interna por parte dos três setores que encabeçam a economia mundial não será expansão global, mas sim deflação global. O humor dominante nos círculos econômicos liberais no final de 2010 é sombrio, para não dizer apocalíptico.
Os falcões fiscais ganharam a batalha política nos EUA e na Europa, para alarme dos defensores do gasto público, como o prêmio Nobel Paul Krugman e o colunista do Financial Times, Martin Wolf, que consideram as restrições orçamentárias como a receita mais segura para matar a incipiente recuperação nas economias centrais.
Nas economias centrais, a indignação com os excessos das instituições financeiras que precipitaram a crise econômica deram lugar à preocupação com os déficits públicos massivos em que os governos incorreram para poder estabilizar o sistema financeiro, frear o colapso da economia real e enfrentar o desemprego. Nos Estados Unidos, o déficit se situa acima de 9% do PIB. Não é um déficit descontrolado, mas a direita norteamericana conseguiu a façanha de que o medo do déficit e da dívida federal pesasse mais no espírito da opinião pública do que o medo do aprofundamento da estagnação e do aumento do desemprego. Na Inglaterra e nos EUA, os conservadores fiscais conseguiram um mandato eleitoral claro em 2010, enquanto que, na Europa Continental, uma Alemanha retornando ao crescimento anunciou ao resto da eurozona que não seguiria subsidiando os déficits dos membros mais fracos das economias meridionais ou periféricas, como Grécia, Irlanda, Espanha e Portugal.
O triunfo da austeridade nos EUA e na Europa, sem dúvida alguma, eliminará essas duas áreas como motores para a recuperação econômica global. Mas a Ásia encontra-se em um caminho diferente? Ela pode suportar, como Sísifo, o peso do crescimento global?
(A íntegra do artigo de Walden Bello)
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