segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

me engana que eu gosto(?) tem certeza(?)

A Globo hipócrita


A campanha de final de ano de 2010 da Globo reforça uns quantos estereótipos. É uma série de vinhetas de 30 segundos com artistas e jornalistas da emissora entregando presentes na casa de pessoas que escreveram cartas de Natal com seus pedidos.

Incentiva o imaginário popular de que basta acreditar muito que os sonhos se realizam, sem esforço, como se fosse mágica. Tudo muito fácil. ”Realizar sonhos é mais simples do que você imagina”, dizem as vinhetas.
Segue a visão de que o povo precisa de alguém que consiga as coisas para ele. Dois equívocos são reforçados: primeiro, o de que não é capaz. Segundo e mais grave, o de que o que o povo precisa é de caridade e não de políticas públicas de redução das desigualdades.

Essa imagem afasta a população das decisões políticas, porque incentiva a ideia de que não vale lutar por distribuição de renda e justiça, porque as soluções parecem simples e rápidas. Fica difícil compreender a necessidade de planejamento e políticas de transformação social para mudar a realidade de todos, não de alguns escolhidos. Se a Globo pode realizar sonhos, decerto o governo não realiza porque não quer. Simplifica um problema bastante complexo, essa tal desigualdade social.

Tudo isso é feito com o objetivo principal de fortalecer a ideia da Globo boazinha, que esconde os verdadeiros e representativos atos da emissora, que surgiu para referendar a ditadura militar e ajudou a eleger governos corruptos e perpetuadores de desigualdade. A Globo hipócrita.






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