quinta-feira, 21 de julho de 2011

e você paga para ler nos jornalões que é bom ser colonizado? meus parabéns

Tijolaço: Estadão na Idade da Pedra.
Vale não pode produzir aço


Joaquim Silvério dos Reis daria um bom presidente da Vale, na visão do Estadão

O Conversa Afiada reproduz post do Tijolaço, de Fernando Brito:


Dependesse do Estadão, o Brasil nem faria aço


O Estadão, hoje, tem um daqueles momentos de sinceridade antológicos.


É o editorial intitulado “A Vale ainda não entrou na produção de aço, felizmente“.


Depois de algumas lágrimas por Roger Agnelli, o jornalão começa a entregar o seu pensamento colonial.


Por ele, o Brasil ainda seria um pequeno país atrasado, que nem mesmo produziria aço.


Comemora o fato de não aparecer um sócio capaz de colocar dinheiro no projeto da Cia. Siderúrgica de Ubu (CSU) que a Vale pretende instalar no Espírito Santo.


Como se sabe, só há dinheiro de capitalistas para investir em especulação com dólar, uma coisa extremamente mais útil ao país do que produzir aço.


Produzir aço, no Brasil, é algo supérfluo e antieconômico.


Pelo Estadão, o Brasil só exportaria minério de ferro.


Aquela tal de Companhia Siderúrgica Nacional – esqueça os livros de história que dizem que ela foi fundamental para a industrialização do país – não deve ter passado de um arroubo populista de Vargas.


Afinal, diz o porta-voz de nossas oligarquias, nossas jazidas são “praticamente inesgotáveis”.


E desfaz da óbvia vantagem de podermos fazer aço perto das “jazidas praticamente inesgotáveis” porque com “o uso de navios gigantescos, se tem reduzido muito nos últimos anos (o custo de se transportar milhões e milhões de toneladas de minério bruto), especialmente quando esses navios podem retornar transportando petróleo”.


Viram que beleza? Exportamos mais ferro e importamos mais petróleo. Só falta sugerir que deixemos lá este “petróleo anti-econômico” do pré-sal.


Evidente que ninguém quer que o Brasil deixe de exportar minério. Mas o que temos é de resolver os problemas estruturais que nos impedem de avançarmos, como poderíamos, na competividade em matéria de siderurgia.


Mas para que resolver problemas, se podemos vender nosso minério, fresquinho, arrancado do chão? O buraco que eles deixam, a riqueza que se vai, nada disso é importante. Importante são os lucros rápidos e de baixo investimento que fazem adorável a nossa elite colonial.


É o modo Joaquim Silvério dos Reis de pensar o Brasil.

Em tempo: é na pág.27 que o Globo conta: “Planalto cobra de Petrobrás e Vale acordo sobre exploração de potássio.”

“Dilma quer ampliação da produção nacional de insumo básico de fertilizantes”

“A presidente convocou ao Palácio do Planalto os presidentes das gigantes Petrobrás e Vale do Rio Doce (este é o nome completo – PHA), José Sergio Gabrielli e Murilo Ferreira, e cobrou deles rapidez para fechar o acordo sobre a exploração da mina de cloreto de potássio de Itaquiri-Vassouras (ela está com a mania de vassoura … – PHA), a unica em atividde no Brasil.”


Como se vê, a Presidenta reassumiu o papel que a participação acionária lhe atribui: a de comandante da Vale do Rio Doce.

Antes, como se sabe, quem mandava na Vale era o PiG (*).


Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

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