Por que elas não têm destaque?
Neste domingo, às 12h30min, tem Brasil x Estados Unidos, pela Copa do Mundo.
Marta repetirá a fantástica atuação que teve diante das mesmas adversárias em 2007 (com direito a um gol mais que antológico)? A torcida brasileira e, principalmente, os amantes do bom futebol, torcem para que sim.
Mas a pergunta fundamental é: o Brasil vai parar por causa deste jogaço?
Não, pois isso só acontece quando são os homens em campo. Mesmo que a seleção feminina do Brasil jogue um futebol mais bonito que a masculina, o destaque é sempre deles. Nunca delas.
Os brasileiros em geral foram ensinados a torcer apenas por homens no futebol. Mesmo as mulheres, hoje mais presentes nos estádios, assistem majoritariamente ao futebol masculino. Este segue sendo a principal referência esportiva de torcedores e torcedoras. Repare que textos sobre o esporte aqui mesmo no Cão são quase em sua totalidade sobre o masculino. Superar o machismo é tarefa das mais difíceis, ainda mais em um jogo que por tanto tempo foi considerado “coisa de homem”.
E se depender da mídia corporativa, isso não mudará. Pois o destaque é dado ao futebol masculino: como mais gente se interessa, quer dizer que dá mais audiência, logo, mais lucro por atrair mais anunciantes. Só que, ao mesmo tempo, como a “grande mídia” fala mais sobre futebol masculino, influencia mais gente a acompanhá-lo, mas sem ter maior conhecimento (ou até interesse) em relação ao feminino.
Agora, pense bem: se determinados assuntos não recebem atenção da “grande mídia” por não serem financeiramente interessantes, podemos falar que ela é democrática, livre?
Portanto, democratizar a comunicação é fundamental para que o Brasil possa ser um país realmente democrático.
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Esta postagem é uma contribuição à blogagem coletiva pela democratização da comunicação, convocada pelo Eblog (Blogueiros de Esquerda).
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