Murdoch é o jornalismo em degradação.
Que aqui prospera
Vladimir Safatle, na pág. 2 da Folha (*) é um oásis no PiG (**).
Para aquele mesmo espaço, anuncia a Folha (*) o retorno triunfal da Bláblárina, que, com certeza, demonstrará espírito público e probidade ao descrever tudo o que a faz sair do PV.
Enquanto não se concretiza esse ato de histórica bravura, convém ler o que Safatle diz de Rupert Murdoch, sob o título “Poder em pane”.
Murdoch representa o jornalismo “em seu processo de degradação”, diz ele.
Murdoch aproveitou para fechar o seu tablóide dominical “News of the World”, porque, apesar da tiragem – e talvez por causa dela, 2,6 milhões de exemplares – , ele se aproximava de uma crise terminal.
É um fenômeno que, breve, atingirá a Veja no peito, esse detrito de maré baixa.
Vai morrer pelo volume de assinaturas subsidiadas que vendeu – e tanta credibilidade quanto o “News” do Murdoch.
Murdoch usava detetives particulares e grampos ilegais que dar furos e destruir reputações.
(Nada que a Operação Chacal já não tivesse atribuído a Daniel Dantas, especialista nessas técnicas, segundo a Polícia Federal.)
Como diz Safatle, “Murdoch tornou a produção de notícias setor de uma luta política onde reina a seletividade do escândalo.”
É como fazem colonistas (***) da própria Folha: selecionam a área de escândalo e invasão de privacidade.
Têm um radar míope.
Murdoch é uma prova de que as ditas democracias ocidentais aprenderam a conviver com a persistência do nazismo.
Murdoch é um manipulador de concessões públicas, como o da rede de televisão Fox, nos Estados Unidos.
Quando o presidente Obama entrou na Casa Branca e parecia ser o que nunca foi, ele disse que não dava mais entrevista à Fox, porque aquilo não é uma rede de televisão, mas uma extensão do Partido (ultra reacionário) Republicano.
(Nada que surpreenda os brasileiros. A Globo do Ali Kamel e seus colonistas é um braço armado do pensamento conservador e, sobretudo, golpista da elite brasileira. Ou o amigo navegante não se lembra de como o Casal 45 tratou Cerra e Dilma nas entrevistas da eleição? Ela não se esquece.)
Safatle mostra que essa política de “dois pesos e duas medidas” da Fox (e da Globo e da Folha – PHA) transformou-se numa regra.
Cabe a Murdoch “decidir quem vai ser exposto e quem será conservado, quem vai para a primeira página (o FHC – PHA) e quem vai para a nota do canto (o Itamar, vivo – PHA).
“Pode-se dizer que quem empenha a sua credibilidade a serviço da luta política acaba por pagar um preço alto … Mas, quanto tempo é necessário esperar para que a conta seja paga ?”, pergunta-se Safatle.
Murdoch é australiano, inglês e americano.
( Brizola perguntava quantos passaportes tem o Sr Civita ?)
Na Inglaterra ele fez e desfez.
A mulher de Tony Blair contou ao Guardian que foi por pouco que o marido decidiu invadir o Iraque no papel de poodle do Bush.
Tony se decidiu na última hora.
E pouco ates de ligar para Bush, passou horas no telefone com Murdoch, que o convenceu a invadir o Iraque para extrair uns “aditivos” na legislação de comunicações nos Estados Unidos.
Agora, Murdoch quer comprar uma espécie de CNN européia, a Sky, de que ele já é acionista.
O órgão de regulação inglês correspondente à FCC americana (aqui, a Globo não deixa montar um similar; prefere tratar direto com o Ministro das Comunicações) a FCC inglesa mandou reavaliar o pleito de Murdoch, depois dos escândalos dos grampos do “News of the “World”.
Até um primeiro ministro foi grampeado – Gordon Brown.
(Aqui, o passador de bola apanhado no ato de passar bola, o Dantas, grampeou um ministro – Gushiken – , segundo a Chacal.)
O poder de Murdoch pode estar em pane, como sugere Safatle.
Aqui, ainda não entrou, sequer, na zona de turbulência.
E vai demorar.
Primeiro, porque o Plano Nacional de Banda Larga provocou boas risadas nas teles – e na Globo.
Se era a banda larga que ia desmontar o predomínio do PiG (**), bem, deixa isso pra lá , amigo navegante.
Segundo, porque a Ley dos Medios dorme o sono profundo das quatro Leys de Medios que o Sergio Motta escreveu e o FHC jamais tirou da gaveta.
Foi onde Bernardo depositou a do Franklin Martins.
Qualquer dia desses, por iniciativa do Padim Pade Cerra, se construirá na Avenida Nove de Julho de 1932, em São Paulo, o Mausoléu da Ley de Medios.
A Globo o construirá com recursos da Lei Rouanet.
Viva o Brasil, professor Safatle !
Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(***) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
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