quarta-feira, 12 de outubro de 2011

o aterro sanitário da televisão... vamos liberar tudo, cara pálida


Filme pornô na TV aberta? É só mudar de canal, ora!

Posted by eduguim no Blog da Cidadania




Bem, pelo que entendi dos defensores da inimputabilidade de “atrações” como Rafinha Bastos na televisão aberta, das piadas sobre “comer” mulher grávida e seu bebê, por exemplo, fiquei me perguntando: por que inocentes filmes-pornô (comparados com a sugestão até de pedofilia envolvida na mais recente obra do “pobre” e “invejado” Rafinha) não têm espaço nessas concessões públicas?

Pensem comigo: se em nome de “criações artísticas” vale tudo, por que não piadas sobre pedofilia se já estão tornando o estupro “engraçado”? E se podem dizer essas coisas, por que não podem mostrar? Qual é o freio que censura a imagem explícita de um homem e de uma mulher ou de pessoas do mesmo sexo fazendo apenas sexo que não censura fazer troça de sexo forçado com mulheres ou com crianças?

Vale tudo, galera. É “arte”. Dizer o que diz o tal Rafinha, é arte.

Mas notem que a questão não é o Rafinha e sim o sistema que cria Rafinhas, pois há mais de um, há cada vez mais deles. Trabalham no CQC, no Pânico e no que mais surgir, se é que já não surgiu. Porque o sistema permite. E qual é o sistema? É a grande parte do público que pede lixo, a tevê que oferece esse lixo e os arautos da liberdade de expressão sem fronteiras ou limites que defendem a exibição do lixo em longas matérias, artigos e até aferições do gosto do público pagas a peso de ouro.

Dessa forma, por que não os inocentes filmes-pornô? O que você prefere: ver duas pessoas se amando explicitamente ou ouvir e ver gente rindo de mulheres ditas “feias” que, por isso, teriam obrigação de adorar o “bondoso” e “abnegado” (vá lá…) homem que, apesar de não valerem nada, “comeu-as” à força?

Não há limites. Não pode haver limites. Por que órgãos sexuais de seres humanos em conjunção carnal são piores do que sugestões de estupro de mulheres e crianças? E se as cenas de estupro já são comuns na televisão aberta mesmo, ainda que tarde da noite, logo alguém defenderá que cenas de pedofilia fazem parte da “arte”. E até podem fazer, como de fato fazem na literatura. Por que não vão à tevê, então?

Já que é tão difícil diferenciar o teatro e o mercado editorial de livros da televisão e do rádio, confundindo produções do setor privado com as concessões públicas de radiodifusão, e já que estão comparando obras imortais da literatura com conversa de botequim de um sujeito que manda a repórter da Folha “chupar” seu órgão sexual, liberemos geral.

Por que cerceamos a arte na televisão quando a obra retrata pedofilia e não cerceamos quando retrata estupro? Haverá algum tipo de violência inumana que não podemos suportar nem ouvir ou em nome da arte – mesmo quando não passa da verborragia de um energúmeno – tudo é válido, tudo é permitido?

E aqueles bips irritantes no “BBB” quando os “brothers” falam palavrões? Por que pôr os bips sobre palavrões e não pôr em declaração de intenção de estuprar uma mulher grávida e seu bebê? E o beijo gay, minha gente? Tão combatido… O beijo gay é pior do que o Rafinha abrindo a sua boca infecta?

Liberem os palavrões na televisão, ora. E também os filmes-pornô. Há até do gênero que converte em imagens o estupro e a pedofilia verbais do Rafinha. Não se entende por que, em nome da arte, não se pode enfiar de uma vez todo o lixo nessa guerra pela audiência que faz da vossa televisão esse aterro sanitário. Liberem tudo. E quem não gostar que mude de canal.

Nenhum comentário: