O Brasil, a energia e a “merda”
por Rodrigo Vianna
Participei essa semana, como moderador, do seminário promovido pela “Carta Capital”, no Rio de Janeiro. A revista conseguiu reunir, em dois dias de “Diálogos Capitais”, todos os presidentes do BNDES dos oito anos de governo Lula: Guido Mantega (que continuará como ministro da Fazenda), Luciano Coutinho (que também seguirá à frente do banco com Dilma), Carlos Lessa (professor da UFRJ) e Demian Fiocca (hoje, de volta à iniciativa privada).
Os dois últimos participaram de uma interessantíssima mesa sobre a Geração de Energia no Brasil. Lessa deu um show. Frases curtas, cortantes. Misturou informação e humor. “Uma das coisas mais imbecis do Planeta é expandir a geração de energia com termoelétricas, quando temos esse potencial hidrelétrico magnífico”, desferiu.
Foi um comentário aos números mostrados pouco antes por Wilson Ferreira Junior, presidente da CPFL (empresa geradora de energia em São Paulo). Wilson indicou que o Brasil deve entrar na segunda década do século XXI em situação razoavelmente “confortável” no que tange à geração de energia: com as novas usinas já contratadas ou em construção, o país tem energia “sobrando” nos próximos dez anos.
Mas Wilson mostrou também que o Brasil – por força dos (necessários) cuidados ambientais – tem feito uma escolha no mínimo estranha na hora de construir hidrelétricas: opta por usinas sem grandes reservatórios, que operam no sistema do “fio d´água”. Isso evita os impactos ambientais das grandes áreas alagadas; mas em contrapartida reduz a capacidade de geração das usinas.
E o que o Brasil faz para compensar hidrelétricas que produzem menos energia do que poderiam? Constrói termoelétricas!!! Que liberam para a atmosfera toneladas de carbono!
Hum…
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