Jornalismo B
A Revista Norte é uma publicação gaúcha voltada para a cultura mundial. Jornalismo cultural, literatura e afins passam pelas páginas da revista que chegou, em novembro, à décima sexta edição. A Norte – livros, artes e ideias, traz, como sempre, vários textos de grande qualidade e bom aprofundamento, sempre tratando de assuntos que, se não podem ser classificados como “marginais”, pouco seguem a lógica da maior parte do jornalismo cultural brasileiro.Ainda que a capa seja dedicada a Cartier-Bresson, destaco a reportagem do jornalista Jônatas Costa sobre o escritor e jornalista João Antonio, um craque da máquina de escrever e do entendimento das profundezas humanas e sociais. Para ler a Norte inteira, AQUI. O escritor João Antonio destacou-se já com seu primeiro livro, “Malagueta, Perus e Bacanaço”, e virou jornalista ao mesmo tempo em que seguiu com sua literatura. Em seus textos conseguia unir os dois, sempre retratando a marginalidade – prostitutas, traficantes, malandros –em seus momentos mais distraídos.
Como João Antonio uniu a literatura e o jornalismo, Jônatas Costa uniu a História e o personagem. Em um texto que flui com grande facilidade, o repórter intercalou informações sobre o centro de Documentação e Apoio à Pesquisa (Cedap), onde está a vida de João Antonio (de seus móveis a seus livros), com relatos sobre o estilo de escrita e a forma de trabalho do “escritor do submundo”, como a própria matéria o trata.
Unindo uma grande história de um grande escritor a um grande texto do repórter da Norte, a matéria, com quatro páginas, traça um perfil de João Antonio – morto em 1996 – e traz novamente à tona um escritor pouco reconhecido para a importância que teve como um fotógrafo – em palavras – do submundo, do brasileiro.
Postado por Alexandre Haubrich
Nenhum comentário:
Postar um comentário