quinta-feira, 17 de julho de 2014

aos intelectualmente desonestos, raivosos, furibundos... e coisas e tais


A tal da “elite branca”


16/07/2014 19:05



Passada a correria da Copa do Mundo, será interessante retomar um tema que suscitou polêmica criada pelos que entendem tudo ao pé da letra ou são intelectualmente desonestos, raivosos, furibundos.

Interessa falar apenas aos primeiros, os do pé da letra, e é para estes que conto um episódio vivido num taxi, em Fortaleza, com um motorista pobre e negro que, inconformado com ameaças de manifestação antes de um jogo da Seleção Brasileira, dizia que os ativistas precisavam trabalhar mais e reclamar menos.

O motorista, embora pobre e negro, é um legítimo representante da elite branca, expressão usada pela primeira vez pelo ex-governador de São Paulo, o insuspeito, e também de honestidade inatacável, Cláudio Lembo, um político de centro.

Nestes dias em que Aécio Neves se diz à esquerda de Lula e Dilma, a quem chama de “direitistas”, é bom recuperar o que escreveu Francisco Bosco, em “O Globo”, no dia 26 de junho passado, para clarear conceitos e posições:

“O que me interessa aqui é me deter sobre a própria expressão. Pois não faltaram os que, compreensivelmente, questionaram a pertinência de seu sentido e suspeitaram de uma contradição entre ela e seu emprego por pessoas brancas de classe média ou alta. Diante do imbróglio, é necessário deslindar os fios.

Fazem parte da “elite branca” todos os sujeitos de grupos sociais privilegiados que denunciam difusamente as desigualdades do Brasil mas repudiam qualquer ato político real que as combata; todos os sujeitos incapazes de pensar e agir coletivamente, sempre colocando em primeiro, senão único lugar as suas vantagens pessoais; todos os sujeitos que, para dar um exemplo entre inúmeros possíveis, não apoiaram a greve dos vigilantes, que reivindicavam um piso salarial de pouco mais de R$ 1 mil (e R$ 20 de vale-refeição), diante dos bilhões de reais que os bancos lucraram no ano passado”.

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