Uma humanidade solidária, amorosa... construída com todos incluídos num mundo menos elitista, preconceituoso, autoritário e desigual, por la vida... siempre!
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
escola X utopia
Escola e Utopia
Mauro Marques
Sei, através dos tempos, de acordo com os diferentes momentos históricos, tivemos construções importantes no campo da pedagogia no sentido de transformar as práticas coercitivas, disciplinadoras e autoritárias. Podemos citar Gramsci com sua pedagogia crítica, Frenet com a escola nova, Makarenko com a pedagogia socialista, Paulo Freire com a pedagogia libertadora. Teria outros a recitar, mas me interessa perguntar: Eles foram traidores? Foram traídos?
Todos eles pensaram em uma nova escola a partir da utopia da construção de sociedade baseada em princípios solidários, onde a pedagogia estaria a serviço da construção desse ideário, então, O que deu errado? Olhamos para o mundo, mas basta olhar para a África e América Latina, veremos a fome, as favelas, as desigualdades extremas e, talvez, tenhamos alguma resposta. Os pedagogos não estão preocupados com justiça social, estão treinando recursos humanos nas grandes corporações. Assumiram seu papel de amestradores de mentes e adestradoras de corações. Não libertam porque não libertam a si próprios.
O que deu certo ou poderá dar certo?
Como pensar em solidariedade e, principalmente, como construir os conceitos de justiça e ética numa sociedade dominada pelo consumismo e individualismo?
Já não basta fazermos a leitura da realidade e dos saberes existentes em determinada comunidade, precisamos compreender como quem interpreta a nossa própria realidade, não há outra saída, creio, a qual não seja estar junto do povo, falar, dialogar, aceitar, meter a colher, mudar nosso modo de vê-los, deixar que nos ensinem e nos toquem, ah... esses pequenos monstrinhos. Fazer, não para teorizar em relatos de seminários, mas para mudar a nossa vida, muito mais que as da classe social dominante e que se diz, também, vítima. Pensando assim a pedagogia não é uma traição. Claro, ela pode ser uma ferramenta de mudança desde que assim o façamos, ou melhor, desde que assim a entendemos, mas tudo isso exige disciplina e método dialético. Com toda certeza, o abismo nos espera, E nós, a quem esperamos? Um cavaleiro inexistente ou o último vôo do flamingo?
Quem sabe a esperança no homem e na mulher descobrindo que o amor não é paz, mas a contradição do outro e da outra em si mesmos reinvente a pedagogia da alegria, das cores, da música, da poesia, da dança. Homens e mulheres com esperança não se acabam, já estão tentando isso por aí.
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