quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

código florestal

Reserva Legal, esse “corpo estranho”, ganha Troféu Frango

Criei, anos atrás, o humorado Troféu Frango para premiar bizarrices em geral – quem é leitor deste blog já está acostumado com ele. Hoje, o Frango vai para a Reserva Legal:

Agradeço à senadora Kátia Abreu (DEM-TO), também presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), por ter alertado publicamente, em meio à Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-16) em Cancún, que aquele tanto de área de vegetação nativa a ser resguadado em cada propriedade é um “corpo estranho” que atrapalha uma unidade de produção econômica. Ufa! Alguém de coragem tinha que dizer isso! Chega de biólogos, agrônomos, e pesquisadores afins mentindo sobre a importância daquele chumaço de mato. Quer guardar floresta, faça um parque nacional! As declarações foram registradas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Maldita reserva legal que impede o produtor de ser feliz! De retirar toda a possibilidade de lucro a partir do santo chão! Por isso, é Frango nela!

A senadora também tranquilizou a população mundial, provavelmente em relação às mentirosas reportagens de jornal, de revistas, TV, rádios, internet, além de estudos malucos de ONGs doidas (ONGs vendidas para a gringolândia por um chapéu do Mickey ou um copo de Guiness) que cismam em mostrar que mercadorias produzidas com impactos ambientais no Brasil fluem por longas cadeias produtivas chegando a praticamente todos os grandes mercados do planeta. “Queremos que os consumidores brasileiros e estrangeiros fiquem tranquilos. Estamos produzindo com sustentabilidade.” Valeu, Kátia Abreu! Agora, posso dormir tranquilo.
Pelos serviços prestados ao Brasil ao fazer esse alerta, um obrigado à senadora.

PS: A senadora também foi lançar um projeto ambiental da CNA na COP-16. Perguntar não ofende: se a CNA parar de empurrar goela abaixo do país a tungada no Código Florestal, o impacto no meio ambiente não seria mais positivo que esse projeto? Ou melhor: os danos que serão causados pelas mudanças no Código não serão bem maiores que os R$ 40 milhões que serão aplicados no programa? Uma coisa não exclui a outra, é claro. Mas se tivermos que fazer um acordo, que tal deixar tudo como está, sem projeto e sem mudança no Código?

Até para que a CNA não seja acusada de greenwashing, lá fora, e lavagem de imagem aqui dentro, não é mesmo?

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