quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

confiável(?) tenho medo de perguntar sobre os outros...

Jobim, um dos mais confiáveis líderes do Brasil?

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, saiu chamuscado com a revelação do Wikileaks sobre os comentários e as informações que teria repassado ao governo norte-americano. Os comentários negativos a respeito do Itamaraty e do embaixador Samuel Pinheiro Guimarães que, segundo Jobim, odiaria os EUA, foram contornados com declarações diplomáticas das partes envolvidas dizendo que não é bem assim, veja bem, etc… Mas a transmissão de informações sigilosas irritou a diplomacia brasileira, afirma matéria do jornal Valor Econômico nesta quarta-feira. Uma informação em especial: Jobim teria confirmado a Washington o diagnóstico de câncer no presidente da Bolívia, Evo Morales. O embaixador Clifford Sobel teria enviado um telegrama a Washington em 2009, repassando a informação que teria sido dada por Jobim, após um encontro entre Lula e Evo Morales, na Bolívia. “A transmissão, a outro governo, de um suposto segredo de Estado de um aliado do Brasil é uma falta grave”, disse um graduado diplomata brasileiro ao Valor.

O governo, oficialmente, pôs panos quentes no episódio dizendo que não vai abrir um conflito por conta de “telegramas de embaixador”. Mas os telegramas arranharam a imagem do ministro, ao mostrarem uma proximidade incomum com o embaixador dos EUA, considerando que ele é o ministro da Defesa do país que lidera um processo de integração em um continente historicamente subjugado aos interesses políticos e econômicos norte-americanos. Para o jornalista Leandro Fortes, “não por outra razão, Nelson Jobim é classificado pelo embaixador Clifford Sobel como talvez um dos mais confiáveis líderes no Brasil”. Não é difícil compreender tamanha admiração, ironiza. “Resta saber se, depois da divulgação desses telegramas, a presidente eleita Dilma Rousseff ainda terá argumentos para manter Jobim na pasta da Defesa, mesmo que por indicação de Lula”, escreve Leandro Fortes.

Celso Amorim minimiza valor dos documentos

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, minimizou o valor das informações e dos documentos divulgados pelo WikiLeaks. “Devo dizer que não estou tão emocionado como a maioria de vocês” sobre os milhares de documentos diplomáticos dos EUA revelados pelo site, disse Amorim à Agência France Press durante um evento em Washington. “A maior parte do que li eu já conhecia ou é pouco relevante”, acrescentou Amorim, que foi reconhecido nesta quarta-feira pela revista Foreign Policy como um dos 100 “pensadores globais” de 2010.

Na avaliação do chanceler brasileiro, as percepções privadas de diplomatas não devem ser confundidas com posições de Estado: “Não vou discutir percepções de agentes diplomáticos americanos. Sinceramente, o tom que um agente diplomático americano utiliza para fazer suas avaliações é algo que não me interessa. Você acredita em tudo o que dizem nos telegramas”? – indagou.

O presidente Lula também considerou “insignificante” o conteúdo dos documentos. “De vez em quando aparecem essas coisas. Eu acho que as coisas que vi são tão insignificantes que não merecem ser levadas a sério”, disse Lula a jornalistas após visitar, terça-feira as obras de uma hidrelétrica no Maranhão. “Se fossem importantes (os documentos) não teriam sido vazados”, acrescentou.

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