As últimas do Wikileaks
Somos andando
Os documentos obtidos pelo Wikileaks que vieram à tona mais recentemente – divulgados ontem pelo Le Monde – trazem, entre outras revelações, o seguinte trecho, de uma correspondência americana de novembro de 2009:
No caso em questão, faltou aos Estados Unidos enxergarem que o Brasil está, sim, disputando a liderança na América do Sul, mas não para “ser igual aos Estados Unidos” ou “ser percebido como ele”. Porque historicamente os países sul-americanos percebem os EUA como a potência dominante e dominadora, que impõe políticas que interessem apenas a si, na maioria dos casos prejudicando ou não beneficiando os países do Sul.
O Brasil age de outra forma. Se ainda não tem cacife suficiente para disputar uma posição de liderança com os EUA no cenário mundial, ao menos aproveitou da melhor forma seu crescimento, utilizando todos os meios para influenciar positivamente na geopolítica regional e também na mundial. Mas exerceu uma influência diferente, porque não imperialista. Ou seja, o Brasil não quer “ser igual”, quer ser, na verdade, muito diferente. Quer, e vem conseguindo, exercer sua liderança para fortalecer os países da região, e não para enfraquecê-los e mais facilmente dominá-los, como era de praxe aos que por aqui se abancavam.
A diferença é que o Brasil exerce uma política externa baseada na solidariedade, coisa que os Estados Unidos ainda não demonstraram conhecer. É a grande mudança em um cenário acostumado a quem vem de fora para conseguir lucro e aumentar seu poder.
“O Brasil considera entrar em uma competição com os Estados Unidos na América do Sul e desconfia das intenções americanas (…) O Brasil tem uma necessidade quase neurótica de ser igual aos Estados Unidos e de ser percebido como ele.”Quem escreveu esse documento reflete uma visão arraigada na sociedade média norte-americana. Uma visão egocêntrica: os Estados Unidos são os melhores, acima de qualquer outro lugar do mundo, e, por óbvio, todos os países devem querer se tornar uma cópia do país norte-americano. Assim o Brasil é interpretado, mas eles esquecem de olhar para as mudanças na geopolítica mundial com um olhar mais aberto às novidades. Daí incorrem em um erro que tende a ser prejudicial a eles próprios. Afinal, quem não consegue enxergar o cenário com o qual lida tende a tomar decisões equivocadas, baseadas em uma crença de uma situação imaginária.
No caso em questão, faltou aos Estados Unidos enxergarem que o Brasil está, sim, disputando a liderança na América do Sul, mas não para “ser igual aos Estados Unidos” ou “ser percebido como ele”. Porque historicamente os países sul-americanos percebem os EUA como a potência dominante e dominadora, que impõe políticas que interessem apenas a si, na maioria dos casos prejudicando ou não beneficiando os países do Sul.
O Brasil age de outra forma. Se ainda não tem cacife suficiente para disputar uma posição de liderança com os EUA no cenário mundial, ao menos aproveitou da melhor forma seu crescimento, utilizando todos os meios para influenciar positivamente na geopolítica regional e também na mundial. Mas exerceu uma influência diferente, porque não imperialista. Ou seja, o Brasil não quer “ser igual”, quer ser, na verdade, muito diferente. Quer, e vem conseguindo, exercer sua liderança para fortalecer os países da região, e não para enfraquecê-los e mais facilmente dominá-los, como era de praxe aos que por aqui se abancavam.
A diferença é que o Brasil exerce uma política externa baseada na solidariedade, coisa que os Estados Unidos ainda não demonstraram conhecer. É a grande mudança em um cenário acostumado a quem vem de fora para conseguir lucro e aumentar seu poder.