sexta-feira, 19 de agosto de 2011

a hipocrisia cara-pálida


A hipocrisia judicial.
Pobres algemadas e identificadas


Criminoso pobre tem nome e sobrenome

Os telejornais vespertinos desta quinta-feira levaram a todo o país as imagens de mulheres gaúchas presas em Canoas sob a suspeita de operar uma rede de tráfico de drogas em lugar de marido encarcerado.

Clique aqui para ver.

Os rostos das jovens apareciam em primeiro plano.

Todas identificadas com nome e sobrenome.

À medida em que passavam pelas câmeras, apareciam devidamente algemadas, sem que aparentassem qualquer ameaça à autoridade policial ou a si próprias.

Depois, foram levadas à parede que tinha o painel da delegacia ao fundo, submetidas à execração pública – com o testemunho Implacável das câmeras de alcance nacional.

Na véspera, os criminosos responsáveis pela maior evasão fiscal de que se tem notícia, apanhados na Operação Alquimia, eram protegidos de forma impermeável.

Não há sequer a identidade dos suspeitos.

Tudo em nome de um suposto “segredo de Justiça”.

Foi a espetacularizacao sob medida para dois ministros da Suprema Corte: um, Gilmar Dantas (*) que viu na Operação Satiagraha uma tentativa de Golpe de Estado: o “espetáculo” de brancos de olhos azuis serem encarcerados devidamente algemados; outro, o Ministro Mello, o guardião da Constituição que, na prática, aboliu as algemas em ricos.

Depois, o STJ baixou uma “súmula vinculante”: rico não pode, sequer, ser investigado.

Agora, as pobres traficantes de meia tijela de Canoas, essas, coitadas, que ofereçam o grátis espetáculo do pão e do circo.

Viva o Brasil !


Paulo Henrique Amorim


(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.

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