sábado, 5 de maio de 2012

à força, se for preciso


Famílias cobram promessa de Fortunati e pretendem resistir para não serem retiradas de suas casas


Dois dias depois de o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), garantir em uma reunião plenária do Orçamento Participativo que nenhuma família seria despejada em seu mandato em função de obras (ver vídeo), duas famílias moradoras do bairro Cristal estão ameaçadas de serem retiradas de sua casa (à força, se for preciso) por causa de um problema ocorrido em uma obra da prefeitura.


No dia 16 de abril deste ano, duas casas no bairro Cristal foram atingidas por uma máquina do Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) que trabalhava em escavações do Programa Socioambiental. Essas duas famílias nem sabiam que essas escavações estavam sendo feitas sob suas residências e dos riscos que corriam. Segundo os moradores, a Prefeitura e a construtora responsável pela obra mudaram a rota das escavações, mas não avisaram os moradores.
Estes levaram o caso à Justiça. Em um primeiro momento, a juíza Lílian Cristiane Siman, da 5ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre, determinou a paralisação completa das obras. Mas nesta sexta-feira (4), a juíza deferiu pedido do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) para a retomada das obras. Segundo a decisão, os trabalhos poderão reiniciar somente após a remoção de duas famílias que residem próximas ao local e os custos com a remoção e a moradia deverão ser arcados pelo DMAE.
A juíza determinou ainda que o DMAE pague uma caução no calor de R$ 27.921,43. “Feito o depósito, as famílias serão intimadas a deixarem o imóvel em até cinco dias e em caso de descumprimento, a retirada será compulsória. Somente depois da desocupação dos imóveis os trabalhos poderão ser reiniciados”, diz a decisão judicial.
Os moradores estão indignados com o comportamento da Prefeitura no caso, cobram a promessa de que não haveria despejos feita por Fortunati e prometem lutar para permanecer em suas casas. “Caso queiram nos retirar a força, haverá resistência”, assegura um deles que vive há 30 anos na casa ameaçada. As duas famílias contam com a solidariedade de outros moradores do Cristal, organizados no Comitê Popular Copa – Bairro Cristal e no movimento “Chave por Chave”. Eles moradores decidiram que não sairão das suas residências sem ter suas moradias definitivas para habitar.

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