A CPI ainda não convocou a Veja
Do sítio jornal Hora do Povo:
Cachoeira: “Fala Doutor”.
Demóstenes: “Fala professor, e ai? Tranqüilo?”.
Cachoeira: ‘Beleza, novidade ai?”.
Demóstenes: “Fiquei o dia inteiro fora do ar aí, sem saber se tem alguma coisa”.
Cachoeira: “Não, só o Policarpo que vai estourar aí, o Jairo arrumou uma fita pra ele lá do hotel lá, onde o Dirceu recebia o pessoal na época do tombo do Palocci. Aí ele vai demonstrar, mas não vai ser esse final-de-semana não, tá? Vai ser umas duas vezes aí pra frente, que ele planejou a queda do Palocci também, recebia só gente graúda lá. Isso quer dizer que os momentos importantes da República, o Dirceu que comanda”.
Demóstenes: “Exatamente, aí é bom de mais, uai, o que que é isso?”
Cachoeira: “É vai sair aí, já falou com o Jairo, hoje almoçou com o Jairo, e perguntou pro Jairo se podia, quando for estourar, pôr a fita na “Veja Online” e o Jairo veio perguntar pra mim. Ai eu falei pra ele: ‘não deixa não. Manda ele pedir pra mim’.
Num outro diálogo, publicado na última edição do HP, Cachoeira e Demóstenes mancomunados com a revista Veja buscam meios para extorquir, pressionar o governador do DF, Agnelo Queiroz, em favor dos interesses da empreiteira Delta. As conversas são de Cachoeira com seu capanga Idalberto Matias, o Dadá, e com Claudio Abreu, ex-diretor da Delta.
Cachoeira: “Então o trem tá feio aí?”
Dadá: “Tá, bicho. A Globo bateu pesado nele. Record. Ele tá dando as explicações aqui, mas os caras não estão se convencendo, não, entendeu? Ta gaguejando aqui na televisão”.
Cachoeira: “Então libera o gordinho (Demóstenes), né?”
Dadá: “(...) falei com ele agora, com o Cláudio (...) Porra, a gente tem que resolver isso”. (...) resolve e vai ser hasteada a bandeira branca, bicho”
Cachoeira: “É. Eles pediram mais alguma coisa procê, não?”
Dadá: “Não. Pediu pro gordinho, entendeu? Receber o cara bem e parar de bater”.
Cachoeira: “Você tem que avisar que eles vão apanhar, entendeu? Vão continuar apanhando”.
Dadá: “Não, lógico. Vou avisar. Daqui a pouco eu vou ligar para eles”.
Cachoeira: “Porque é o seguinte, não vai perder uma oportunidade dessa não, uai”.
Dadá: “Pro cara cair é 3, 4 meses. É o tempo que vence aquele negócio”.
Carlos Cachoeira conversa depois com Cláudio Abreu sobre como deve ser a chantagem:
Cláudio: “Deixa eu falar, o Dadá me posicionou aqui. Aquela história, nós não pedimos nem nada, mas, deu uma reviravolta na turma lá. Ta tudo desesperado, né? O Dadá já me falou que você falou prá ele ‘botou a cabeça, agora deixa’, eles que têm que resolver, não resolvem minhas coisas lá, bicho.
Cachoeira: “Falei pro Dadá, eu liguei pro nosso amigo, falei: ó, solta o bete (...) é ao contrário, vai bater, depois de arrumar os seus negócios, ele para, entendeu?”.
A CPI do Cachoeira começou seus trabalhos na quarta-feira (02/05), quando foi aprovado o plano inicial de ação proposto pelo relator, deputado Odair Cunha (PT/MG), e aprovou também os requerimentos para ouvir os policiais federais e procuradores responsáveis pelas Operações Las Vegas e Monte Carlo. Serão ouvidos principalmente Carlos Cachoeira, Demóstenes Torres e outros integrantes da quadrilha. Aguarda-se para breve a convocação de Policarpo Jr., diretor de Veja, flagrado em íntima associação com a organização criminosa. Foram gravados pela Polícia Federal 200 telefonemas entre Cachoeira e Policarpo Jr.
As convocações para depor aprovadas foram as seguintes: 8 de maio – delegado da Polícia Federal (PF) Raul Alexandre Marques Souza, responsável pela Operação Vegas; 10 de maio – delegado da PF Mateus Rodrigues e procuradores Daniel Salgado e Lea Batista de Oliveira, responsáveis pela Operação Monte Carlo; 15 de maio – Carlos Cachoeira; 22 de maio – Jose Olímpio de Queiroga, Gleib Ferreira da Cruz, Geovani Pereira da Silva, Vladimir Garcez e Lenine de Sousa, integrantes da organização criminosa de Cachoeira; 24 de maio – Idalberto Matias e Jairo Martins – considerados “espiões” do esquema de Cachoeira; 29 de maio – Cláudio Abreu, ex-diretor da Construtora Delta no Centro Oeste, membro do bando de Cachoeira; 31 de maio – senador Demóstenes Torres (ex-líder do Dem-GO), flagrado em diversas ações criminosas com Cachoeira e seus capangas.
Os parlamentares vão ter agora mais detalhes ao ouvirem as mais de 200 ligações de Cachoeira e Policarpo Jr., conhecido também, na quadrilha por “PJ’ ou “Poli”, mas, com o que já veio a público sobre a associação dos Civita com Cachoeira, não há como Veja não ser convocada para dar explicações ao país. O próprio deputado Marco Maia, presidente da Câmara, afirmou recentemente que, por muito menos, o jornal do Rupert Murdock deixou de circular na Inglaterra.
Para se ter uma pequena idéia de como funcionava a ação criminosa do trio Cachoeira, Veja e Demóstenes vamos reproduzir alguns - entre muitos - diálogos gravados pela PF obtidos de forma legal, com autorização da Justiça. O primeiro é um trecho de uma conversa entre Cachoeira e Demóstenes, ocorrida em agosto de 2011, onde ele conta ao senador que Veja foi abastecida com material produzido por seu capanga, Jairo Martins, contra o ex-ministro José Dirceu.
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As convocações para depor aprovadas foram as seguintes: 8 de maio – delegado da Polícia Federal (PF) Raul Alexandre Marques Souza, responsável pela Operação Vegas; 10 de maio – delegado da PF Mateus Rodrigues e procuradores Daniel Salgado e Lea Batista de Oliveira, responsáveis pela Operação Monte Carlo; 15 de maio – Carlos Cachoeira; 22 de maio – Jose Olímpio de Queiroga, Gleib Ferreira da Cruz, Geovani Pereira da Silva, Vladimir Garcez e Lenine de Sousa, integrantes da organização criminosa de Cachoeira; 24 de maio – Idalberto Matias e Jairo Martins – considerados “espiões” do esquema de Cachoeira; 29 de maio – Cláudio Abreu, ex-diretor da Construtora Delta no Centro Oeste, membro do bando de Cachoeira; 31 de maio – senador Demóstenes Torres (ex-líder do Dem-GO), flagrado em diversas ações criminosas com Cachoeira e seus capangas.
Os parlamentares vão ter agora mais detalhes ao ouvirem as mais de 200 ligações de Cachoeira e Policarpo Jr., conhecido também, na quadrilha por “PJ’ ou “Poli”, mas, com o que já veio a público sobre a associação dos Civita com Cachoeira, não há como Veja não ser convocada para dar explicações ao país. O próprio deputado Marco Maia, presidente da Câmara, afirmou recentemente que, por muito menos, o jornal do Rupert Murdock deixou de circular na Inglaterra.
Para se ter uma pequena idéia de como funcionava a ação criminosa do trio Cachoeira, Veja e Demóstenes vamos reproduzir alguns - entre muitos - diálogos gravados pela PF obtidos de forma legal, com autorização da Justiça. O primeiro é um trecho de uma conversa entre Cachoeira e Demóstenes, ocorrida em agosto de 2011, onde ele conta ao senador que Veja foi abastecida com material produzido por seu capanga, Jairo Martins, contra o ex-ministro José Dirceu.
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Cachoeira: “Fala Doutor”.
Demóstenes: “Fala professor, e ai? Tranqüilo?”.
Cachoeira: ‘Beleza, novidade ai?”.
Demóstenes: “Fiquei o dia inteiro fora do ar aí, sem saber se tem alguma coisa”.
Cachoeira: “Não, só o Policarpo que vai estourar aí, o Jairo arrumou uma fita pra ele lá do hotel lá, onde o Dirceu recebia o pessoal na época do tombo do Palocci. Aí ele vai demonstrar, mas não vai ser esse final-de-semana não, tá? Vai ser umas duas vezes aí pra frente, que ele planejou a queda do Palocci também, recebia só gente graúda lá. Isso quer dizer que os momentos importantes da República, o Dirceu que comanda”.
Demóstenes: “Exatamente, aí é bom de mais, uai, o que que é isso?”
Cachoeira: “É vai sair aí, já falou com o Jairo, hoje almoçou com o Jairo, e perguntou pro Jairo se podia, quando for estourar, pôr a fita na “Veja Online” e o Jairo veio perguntar pra mim. Ai eu falei pra ele: ‘não deixa não. Manda ele pedir pra mim’.
Num outro diálogo, publicado na última edição do HP, Cachoeira e Demóstenes mancomunados com a revista Veja buscam meios para extorquir, pressionar o governador do DF, Agnelo Queiroz, em favor dos interesses da empreiteira Delta. As conversas são de Cachoeira com seu capanga Idalberto Matias, o Dadá, e com Claudio Abreu, ex-diretor da Delta.
Cachoeira: “Então o trem tá feio aí?”
Dadá: “Tá, bicho. A Globo bateu pesado nele. Record. Ele tá dando as explicações aqui, mas os caras não estão se convencendo, não, entendeu? Ta gaguejando aqui na televisão”.
Cachoeira: “Então libera o gordinho (Demóstenes), né?”
Dadá: “(...) falei com ele agora, com o Cláudio (...) Porra, a gente tem que resolver isso”. (...) resolve e vai ser hasteada a bandeira branca, bicho”
Cachoeira: “É. Eles pediram mais alguma coisa procê, não?”
Dadá: “Não. Pediu pro gordinho, entendeu? Receber o cara bem e parar de bater”.
Cachoeira: “Você tem que avisar que eles vão apanhar, entendeu? Vão continuar apanhando”.
Dadá: “Não, lógico. Vou avisar. Daqui a pouco eu vou ligar para eles”.
Cachoeira: “Porque é o seguinte, não vai perder uma oportunidade dessa não, uai”.
Dadá: “Pro cara cair é 3, 4 meses. É o tempo que vence aquele negócio”.
Carlos Cachoeira conversa depois com Cláudio Abreu sobre como deve ser a chantagem:
Cláudio: “Deixa eu falar, o Dadá me posicionou aqui. Aquela história, nós não pedimos nem nada, mas, deu uma reviravolta na turma lá. Ta tudo desesperado, né? O Dadá já me falou que você falou prá ele ‘botou a cabeça, agora deixa’, eles que têm que resolver, não resolvem minhas coisas lá, bicho.
Cachoeira: “Falei pro Dadá, eu liguei pro nosso amigo, falei: ó, solta o bete (...) é ao contrário, vai bater, depois de arrumar os seus negócios, ele para, entendeu?”.
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