domingo, 10 de outubro de 2010

HPSC

Acredito que a saúde dos brasileiros continua resistindo bravamente as incoerências dos Planos de Saúde que nos vêm apenas como registros contábeis de lucro ou prejuízo. Temos o SUS e precisamos que ele se consolide como uma sistema universal de socorro a saúde dos brasileiros. Essa é uma boa luta!
Em 2009, minha mãe, uma jovem senhora de 77 anos, sofreu um Acidente Vascular Cerebral não hemorrágico. Eu e meus irmãos fomos chamados por meu pai, um jovem senhor de 81 anos. Ela havia perdido o controle do braço esquerdo e a boca estava ligeiramente torta. O que fazer? É a primeira pergunta a ser feita. Nenhum dos dois tinha um plano de saúde. O seu plano de saúde é o SUS. Decidimos que seria levada ao HPSC. Entre a sua chegada ao Acolhimento do Pronto Socorro e o atendimento efetivo foram entre cinco e dez minutos. Minha mãe saiu caminhando do HPSC no outro dia, havia superado aquela crise, não era mais um caso de emergência ou urgência, mas espirava muitos cuidados do seu cardiologista e neurologista.
Em abril ou maio de 2010, a memória para datas sempre me importuna e desacompanha, meu jovem pai, agora com 82 anos, rompeu uma das veias varicosas de sua perna e perdeu muito sangue. Novamente, saimos correndo para o HPSC e ele foi imediatamente atendido. Saimos rindo daquilo tudo.
Feriadão de setembro, sou chamado em casa, minha mãe não está passando muito bem. Medindo sua pressa arterial constato que está muito baixa, ela reclama de uma diarréia escura e fétida. Vamos para o HSPC. Novamente é imediatamente atendida, sua pressão caira para 80/40. Na realidade, se rompera no estômago uma úlcera e ela evacuava sangue. Estabilizaram seus sinais vitais e por meio cirúrgico fizeram o sangramento parar. Ficou três dias e noites no HPSC, acompanhada pelos filhos (somos quatro) e noras. Saimos caminhando novamente.
No dia 08 de outubro (sexta-feira) fui chamado porque minha jovem mãe reclamava que sua mão esquerda estava esquecida. Tive medo de uma isquemia ou algo parecido (não sou médico - já deu pra perceber?) e lá nos fomos ao HPSC. Passei a tarde com minha mãe e de novo saimos caminhando depois do seu pronto atendimento (desta vez não tão rápido - não era uma isquemia).
As 20h30 do mesmo dia eu dei entrada no HPSC com fortes dores abdominais. Passei pela triagem, esperei minha vez, com muita dor. Possível cáculo renal foi a diagnótico inicial. Fui medicado para diminuir as dores. E gente, como é bom não sentir dor. É um paraíso. A seguir, fiz os exames de sangue, urina e ecografia total de abdomen. Voltei ao clínico que pediu uma avaliação cirúrgica. Confesso que comecei a me preocupar. Cirugião? Eu? Voltei a sala de observação e a enfermeira me diz que o médico cirurgião está no bloco cirurgico e eu deveria esperar. Esperei. São duas horas da manhã quando tenho minha conversa e sou examinado pelo cirugião. É um cálculo renal. Tenho meu diagnóstico e sem dor volto para casa, na carona de um dos irmãos - o caçula, sempre paga o pato.
O meu dia hoje foi de suportar a dor com medicação e tomando muito líquido. Está suportável. Acho que aguento até segunda-feira para procurar meu urologista. Alguns mais otimista acham que a pedra migra antes para fora do meu corpo. Tomara.
O estranho de tudo isso é que não sei os nomes de nenhum daqueles e daquels que nos atenderam e ajudaram. Eles e elas apenas estavam lá e cumpriram seu dever, alguns com mais ou menos competência. Não sei seus nomes, mas quero agradecer publicamente por existirem.
Gostaria de contar com um serviço destes perto de minha casa, e das casas daquelas pessoas mais humildes que não dipõem de carros particulares para buscarem socorro.
Obrigado, as pessoas que trabalham no Hospital de Pronto Socorro de Canoas.

Mauro Marques

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