Mina Ahadi: "Esse dia estará escrito nos livros de história do Irã”
Redação Carta Capital
O Comitê Internacional contra Execuções informou que a iraniana Sakineh Mohamadi Ashtiani, condenada a apedrejamento por adultério, foi libertada. A notícia ainda não foi confirmada pelas autoridades, o que deve acontecer em breve por meio da televisão estatal do Irã, revelou o mesmo organismo.
O jornal espanhol El País adiantou que o filho de Sakineh, Sajjad Ghaderzadeh, e seu advogado, Javid Houtan Kian, além de dois jornalistas alemães, também foram libertados. Eles foram presos em outubro durante uma entrevista.
Embora ainda não haja pronunciamento oficial, a televisão iraniana já divulgou imagens de Sakineh com o filho em sua casa no noroeste do país. De acordo com fontes ouvidos pelo El País, os prisioneiros foram libertados após pagamento de fiança, mas o valor é desconhecido.
Sakineh foi condenada a 99 chibatadas em 2006 por manter relações com dois homens após ter enviuvado, o que é considerado adultério pela lei islâmica. A pena foi posteriormente convertida em morte por apedrejamento. Após esgotadas todos os recursos legais possíveis, seu então advogado, Mohammad Mostafaeí, fez pública a situação e atraiu a atenção dos governos ocidentais e de entidades em defesa dos direitos humanos. Ao jornal britânico The Guardian, Mina Ahadi, presidente do Comitê Internacional contra Execuções, disse que “esse dia estará escrito nos livros de história do Irã, se não nos livros de história de todo mundo, como uma data da vitória dos direitos humanos”. Segundo a ativista, a pressão internacional foi decisiva para as libertações.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, Mina citou o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e sua sucessora, Dilma Rousseff, como pessoas importantes no processo de Sakineh. “O fato de que Dilma tenha sido ainda mais forte em suas críticas também ajudou muito”, disse a ativista.
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