“Qual será o destino da nossa nova classe média? Serão os futuros conservadores?”

As políticas de incentivo à participação popular, acrescentou Carvalho, não são mais uma opção, mas sim um elemento constitutivo da democracia. “É um antídoto à vocação autoritária”, resumiu. Um dos pontos mais importantes da fala do secretário geral da Presidência foi o reconhecimento da existência de uma carência estratégica no atual estágio da democracia brasileira: “Nos últimos oito anos, avançamos muito no combate à fome e à desigualdade social, mas ainda estamos carentes de um projeto para o Brasil do futuro. Qual será o destino da nossa nova classe média? Serão eles os futuros conservadores? Precisamos de um projeto para estes milhões de brasileiros que ascenderam socialmente. E este projeto não virá de nenhum laboratório, mais sim da prática e da luta diária. Neste sentido, a participação popular é que pode funcionar como este laboratório”, disse Gilberto Carvalho, destacando ainda a experiência das grandes conferências nacionais realizadas nos oito anos de governo Lula.
O secretário geral da Presidência esteve em Dacar participando do Fórum Social Mundial 2011 como representante do governo brasileiro. Ele fez uma proposta que pegou de surpresa os integrantes do Conselho Internacional do FSM: o estabelecimento de uma interlocução permanente entre os movimentos sociais e organizações que promovem o Fórum e o governo brasileiro. A ideia é criar uma agenda e um canal de diálogo permanente. Bem recebida, a proposta deve começar a ser implementada ainda este ano. Porto Alegre é favorita para receber de volta o Fórum Social Mundial em 2013. A decisão será tomada em maio, durante reunião do Conselho Internacional em Paris. Mas já no ano que vem, a capital gaúcha voltará ao roteiro internacional de mobilizações do FSM com a realização de um grande encontro temático preparatório para a conferência Rio+20.
Foto: Cláudio Fachel/Palácio Piratini
Nenhum comentário:
Postar um comentário