sábado, 26 de fevereiro de 2011

a nova classe média serão os conservadores do futuro(?)

“Qual será o destino da nossa nova classe média? Serão os futuros conservadores?”

O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência da República, defendeu ontem, em Porto Alegre, o aprofundamento das políticas de participação popular e de democracia participativa no país. Carvalho participou da abertura do Seminário Estadual de Participação Cidadã, promovido pela Secretaria de Planejamento do Estado. O auditório Dante Barone, da Assembleia Legislativa, ficou lotado, o que mereceu um destaque especial por parte do secretário geral da Presidência. Ele lembrou o pioneirismo de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul na implementação do Orçamento Participativo e de outras práticas de participação que acabaram ganhando destaque nacional e internacional. “Olhando este plenário sinto uma emoção e satisfação muito grande, pois vejo um pedaço importante de toda uma história de lutas. Desde o tempo de Olívio Dutra (quando o PT assumiu a prefeitura de Porto Alegre), sempre tivemos aqui um laboratório da democracia”.

As políticas de incentivo à participação popular, acrescentou Carvalho, não são mais uma opção, mas sim um elemento constitutivo da democracia. “É um antídoto à vocação autoritária”, resumiu. Um dos pontos mais importantes da fala do secretário geral da Presidência foi o reconhecimento da existência de uma carência estratégica no atual estágio da democracia brasileira: “Nos últimos oito anos, avançamos muito no combate à fome e à desigualdade social, mas ainda estamos carentes de um projeto para o Brasil do futuro. Qual será o destino da nossa nova classe média? Serão eles os futuros conservadores? Precisamos de um projeto para estes milhões de brasileiros que ascenderam socialmente. E este projeto não virá de nenhum laboratório, mais sim da prática e da luta diária. Neste sentido, a participação popular é que pode funcionar como este laboratório”, disse Gilberto Carvalho, destacando ainda a experiência das grandes conferências nacionais realizadas nos oito anos de governo Lula.

O secretário geral da Presidência esteve em Dacar participando do Fórum Social Mundial 2011 como representante do governo brasileiro. Ele fez uma proposta que pegou de surpresa os integrantes do Conselho Internacional do FSM: o estabelecimento de uma interlocução permanente entre os movimentos sociais e organizações que promovem o Fórum e o governo brasileiro. A ideia é criar uma agenda e um canal de diálogo permanente. Bem recebida, a proposta deve começar a ser implementada ainda este ano. Porto Alegre é favorita para receber de volta o Fórum Social Mundial em 2013. A decisão será tomada em maio, durante reunião do Conselho Internacional em Paris. Mas já no ano que vem, a capital gaúcha voltará ao roteiro internacional de mobilizações do FSM com a realização de um grande encontro temático preparatório para a conferência Rio+20.

Foto: Cláudio Fachel/Palácio Piratini

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