Chico Buarque e um novo Brasil
A Bossa Nova não seria mais possível
Conversa Afiada
publicado 13/12/2015
Coincidência?
Os brasileiros tem a fortuna de assistir, na mesma semana, a dois filmes espetaculares: o de Guilherme Fontes, sobre “Chatô”, e “Chico, artista brasileiro”, documentário de Miguel Faria Jr.
Chatô resulta mais divertido e menos safado que Roberto Marinho, a quem precedeu na luta para derrubar presidentes trabalhistas.
O Chico é impecável, irretocável, incomparável.
Miguel Faria, Lauro Escorel, Marcos Flaksman e Luiz Claudio Ramos mostram o que a cinematografia brasileira - e carioca ! - pode fazer.
E Chico, esse artista brasileiro, de Paratodos !
O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Meu maestro soberano
Foi Antonio Brasileiro
Chico tem a elegancia de Pixinguinha.
E, assim, nessa chave, dá um murro no estomago desses impeacheiros mediocres, que se escondem no “constitucionalismo” e na fossa do PiG.
A certa altura, Chico fala da Bossa-Nova.
E diz que a Bossa Nova só foi possivel porque o Brasil era atrasado.
Só assim, atrasado, foi possivel uma musica de elite, de Ipanema se impor como um cânone para o Brasil inteiro.
Um Brasil, diz ele, que não ia ao aeroporto …
Agora, não.
Goste ou não goste, o Brasil menos atrasado incorporou novos padrões culturais – o Chico não fala assim, fala mais facil e melhor !
E a Bossa Nova não seria possivel, hoje, com aquela hegemonia.
Com o devido respeito ao seu maestro soberano, Antonio Brasileiro Chico se contém, aí, no rigor de um “retrato em preto e branco”.
Mas, não é dificil ir mais longe.
O Brasil trabalhista, do Lula e da Dilma, levou o povão ao aeroporto.
E trouxe ao palco a musica sertaneja, o forró, o axé - o que ele, sem mencionar, chama de musica “brega”.
Tudo bem, diz ele.
Voce pode gostar ou não gostar, mas é a musica do povo brasileiro.
A música que estava escondida, lá atrás, na desigualdade, na falta de inclusão.
Ele e Miúcha, a irmã, lembram que o pai, Sergio Buarque de Holanda, incutiu nos filhos desde cedo a aversáo à desigualdade.
(O filme não trata disso, mas Sergio foi um dos fundadores do PT.)
Amiga navegante baiana – linda e fã do Chico desde o Teatro Castro Alves, no lançamento do Paratodos - anota que Chico abre e fecha o filme com um elegante paletó vermelho.
Como diria o Cae, quer dizer muito, ou não …
Uma única restrição, mínima, irrelevante: faltou o Fluminense no documentário.
Mas, também, do jeito que o Fluminense anda …
Paulo Henrique Amorim
A Bossa Nova não seria mais possível
Conversa Afiada
publicado 13/12/2015
Coincidência?
Os brasileiros tem a fortuna de assistir, na mesma semana, a dois filmes espetaculares: o de Guilherme Fontes, sobre “Chatô”, e “Chico, artista brasileiro”, documentário de Miguel Faria Jr.
Chatô resulta mais divertido e menos safado que Roberto Marinho, a quem precedeu na luta para derrubar presidentes trabalhistas.
O Chico é impecável, irretocável, incomparável.
Miguel Faria, Lauro Escorel, Marcos Flaksman e Luiz Claudio Ramos mostram o que a cinematografia brasileira - e carioca ! - pode fazer.
E Chico, esse artista brasileiro, de Paratodos !
O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Meu maestro soberano
Foi Antonio Brasileiro
Chico tem a elegancia de Pixinguinha.
E, assim, nessa chave, dá um murro no estomago desses impeacheiros mediocres, que se escondem no “constitucionalismo” e na fossa do PiG.
A certa altura, Chico fala da Bossa-Nova.
E diz que a Bossa Nova só foi possivel porque o Brasil era atrasado.
Só assim, atrasado, foi possivel uma musica de elite, de Ipanema se impor como um cânone para o Brasil inteiro.
Um Brasil, diz ele, que não ia ao aeroporto …
Agora, não.
Goste ou não goste, o Brasil menos atrasado incorporou novos padrões culturais – o Chico não fala assim, fala mais facil e melhor !
E a Bossa Nova não seria possivel, hoje, com aquela hegemonia.
Com o devido respeito ao seu maestro soberano, Antonio Brasileiro Chico se contém, aí, no rigor de um “retrato em preto e branco”.
Mas, não é dificil ir mais longe.
O Brasil trabalhista, do Lula e da Dilma, levou o povão ao aeroporto.
E trouxe ao palco a musica sertaneja, o forró, o axé - o que ele, sem mencionar, chama de musica “brega”.
Tudo bem, diz ele.
Voce pode gostar ou não gostar, mas é a musica do povo brasileiro.
A música que estava escondida, lá atrás, na desigualdade, na falta de inclusão.
Ele e Miúcha, a irmã, lembram que o pai, Sergio Buarque de Holanda, incutiu nos filhos desde cedo a aversáo à desigualdade.
(O filme não trata disso, mas Sergio foi um dos fundadores do PT.)
Amiga navegante baiana – linda e fã do Chico desde o Teatro Castro Alves, no lançamento do Paratodos - anota que Chico abre e fecha o filme com um elegante paletó vermelho.
Como diria o Cae, quer dizer muito, ou não …
Uma única restrição, mínima, irrelevante: faltou o Fluminense no documentário.
Mas, também, do jeito que o Fluminense anda …
Paulo Henrique Amorim
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