segunda-feira, 31 de maio de 2010

A correta orientação para a gentalha

pobres leitores

Com a correta orientação dos jornais e revistas dos homens bons tudo voltará ao caminho normal

A insubordinação das classes inferiores deverá ser contida com o correto doutrinamento mental através dos canais seguros, isentos das influências demoníacas do marxismo e livres das garras do imprensalão petista que macula parte da imprensa do nosso país. O ouriçamento do populacho reles pela bolsa esmola e por outros mimos traiçoeiros do molusco usurpador do PT levou-os a se deslocarem indevidamente da zona social que lhes cabe por designios divinos, indo poluirem os ambientes dos bons homens de nossa pátria, causando diversos transtornos a todos nós.

ultraje

A reeducação das classes baixas terminará com as invasões dos espaços destinados aos nobres

Essa lamentável poluição humana deverá ser dissipada apropriadamente pela reeducação do pós-lula, através da leitura assídua das publicações sérias, as quais trarão as orientações, os conselhos e os ensinamentos para que a gentalha vá aceitando as ordens dos homens de bem e se conformando com o seu papel na pirâmide social, sem sublevação, compreendendo que não é necessário que votem em Dilma e nem em nenhum representante das hostes petistas pois somente aos nobres varões é permitido a direção da nação. Amém.

Professor Hariovaldo Almeida Prado

Cuidado para o seu sérebru não virar uma ostra, depois não venha dizer que eu não avisei!

Imprensa brasileira esconde farsa eleitoral na Colômbia

Blog da Cidadania - por Eduardo Guimarães


Está acontecendo um verdadeiro escândalo eleitoral logo aqui ao lado, na Colômbia, mas, no Brasil, estamos completamente alheios ao fato. Uma eleição está sendo roubada pelo regime de forma descarada, com relatos sucessivos de fraudes, intimidações, assassinatos e incursão de agentes norte-americanos no país para influírem no processo. Contudo, na imprensa brasileira mal se percebe que o país vizinho começou a escolher seu novo presidente.

Contrariando as pesquisas de intenção de voto, o candidato governista, Juan Manuel Santos, do Partido de Unidade Nacional, o mesmo do presidente Alvaro Uribe, teve mais do que o dobro dos votos do oposicionista Antanas Mockus, do Partido Verde, na eleição de ontem.

Os observadores internacionais e nacionais estão fazendo reiteradas denúncias. A candidatura de Santos teria sido beneficiada pela compra de votos, segundo acusa relatório da Missão de Observação Eleitoral (MOE) da Colômbia. Mesmo com a segurança reforçada em todo o país, foram registradas 17 ações armadas, de acordo com a entidade. Esses ataques impediram que muitos eleitores chegassem aos centros de votação. Houve bloqueio de estradas e a descoberta de explosivos em zonas rurais. Várias mortes foram registradas.

É voz corrente no país que está sendo encenada uma farsa ao fim da qual o candidato de Uribe será eleito. Tanto é verossímil essa versão que a abstenção chegou a 51%. A maioria da população nem se atreve a se arriscar a ir votar e sofrer pressões e constrangimentos. A transição vai sendo conduzida muito mais pela Cia do que pelo regime beneficiado pelas fraudes – um regime afundado em denúncias e escândalos de corrupção.

No entanto, você já ouviu o Arnaldo Jabor vociferar contra a Colômbia chamando o regime de Uribe de “ditadura”? Onde estão Globos, Folhas, Vejas e Estadões para condenaram essa farsa eleitoral na Colômbia, esse estupro da democracia que acontece aqui ao nosso lado? A eloqüência com que condenam a Venezuela ou a Bolívia que têm feito eleições inquestionáveis simplesmente vira fumaça diante de um país como a Colômbia, em que a democracia é uma enorme farsa.

No Bom Dia Brasil, por exemplo, nenhuma palavra sobre fraudes, pressões, assassinatos de eleitores ou sobre a incursão americana no processo eleitoral colombiano. Só falaram que as pesquisas “erraram”. A Folha de São Paulo desta segunda, nada noticiou sobre o assunto. O Globo diz que o candidato de Uribe “surpreendeu”. O Estadão diz apenas que o candidato do regime foi “o mais votado”. O Valor diz, seco, que “haverá segundo turno”.

A exceção foi o Jornal do Brasil, reportando denúncias de compras de votos, e matéria do UOL que não foi parar no jornal do grupo Folha.

Junte-se essa postura da imprensa brasileira com a que adotou em relação ao golpe em Honduras, criando mais uma expressão polêmica, a do “golpe constitucional”, ou a discurseira que os veículos de Marinhos, Frias, Civitas e Mesquitas mandaram seus capangas “colunistas” e “blogueiros” espalharem sobre cassar a candidatura Dilma Rousseff por “propaganda antecipada” e se terá claro quanta ameaça ainda pesa sobre a democracia brasileira.


Cuidado para o seu sérebru não virar uma ostra, lendo ou ouvindo ou assistindo o PIG. O risco é muito sério!

PIG e o ataque de Israel

Nota do Viomundo:

A máquina de propaganda de Israel em ação, com apoio da grande mídia.
Ainda vão dizer que a Dilma e o Lula estavam a bordo, junto com o bin Laden e o Evo “exportador de cocaína” Morales.

Cuidado para o seu cérebro não virar uma ostra!

Brasil condena ataque, pede investigação independente e convoca o embaixador de Israel

Nota oficial do Ministério das Relações Exteriores

31/05/2010 – Com choque e consternação, o Governo brasileiro recebeu a notícia do ataque israelense a um dos barcos da flotilha que levava ajuda humanitária internacional à Faixa de Gaza, do qual resultou a morte de mais de uma dezena de pessoas, além de ferimentos em outros integrantes.

O Brasil condena, em termos veementes, a ação israelense, uma vez que não há justificativa para intervenção militar em comboio pacífico, de caráter estritamente humanitário. O fato é agravado por ter ocorrido, segundo as informações disponíveis, em águas internacionais. O Brasil considera que o incidente deva ser objeto de investigação independente, que esclareça plenamente os fatos à luz do Direito Humanitário e do Direito Internacional como um todo.

Os trágicos resultados da operação militar israelense denotam, uma vez mais, a necessidade de que seja levantado, imediatamente, o bloqueio imposto à Faixa de Gaza, com vistas a garantir a liberdade de locomoção de seus habitantes e o livre acesso de alimentos, remédios e bens de consumo àquela região.

Preocupa especialmente ao Governo brasileiro a notícia de que uma brasileira, Iara Lee, estava numa das embarcações que compunha a flotilha humanitária. O Ministro Celso Amorim, ao solidarizar-se com os familiares das vítimas do ataque, determinou que fossem tomadas providências imediatas para a localização da cidadã brasileira.

A Representante do Brasil junto à ONU foi instruída a apoiar a convocação de reunião extraordinária do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir a operação militar israelense.

O Embaixador de Israel no Brasil está sendo chamado ao Itamaraty para que seja manifestada a indignação do Governo Brasileiro com o incidente e a preocupação com a situação da cidadã brasileira.

ISRAEL ATACA NAVIOS QUE LEVAVAM ARMA NUCLEAR IRANIANA

Finalmente! Temos as provas, mas estão no fundo das águas internacionais...
Eles podem...
Acima a manchete que o PIG adoraria estar escrevendo, mas...

Israel ataca frota de ajuda e causa 19 mortos e 30 feridos

Soldados israelenses atacaram hoje a "Frota da Liberdade", um grupo de seis navios que transporta mais de 750 pessoas com ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, causando ao menos 19 mortos.

A "Frota da Liberdade" transportava cerca de 10 toneladas de ajuda humanitária e algumas centenas de militantes pró-palestinianos. O ataque deu-se em plenas águas internacionais.

Segundo a televisão portuguesa RTP, pelo menos quinze pessoas morreram e outras cinquenta ficaram feridas na sequência do ataque de comandos israelitas à “Frota da Liberdade"

Os meios de imprensa turcos mostraram imagens captadas dentro do navio turco Mavi Marmara, nas quais se viam os soldados israelenses abrindo fogo.

Em Istambul, vários centenas de pessoas tentaram atacar o consulado israelense.

A notícia é do portal Terra e do portal do jornal La Repubblica, 31-05-2010.

Confira imagens do ataque israelense à missão de paz.

Confira fotos do ataque israelense à missão de paz.

Veja a rota da Frota da Liberdade.

domingo, 30 de maio de 2010

Santander abre agência no Complexo do Alemão. Aquele do PAC da Dilma


O Alemão foi o primeiro a receber uma UPP, Unidade Policial Pacificadora.

Daqui a pouco, o presidente Lula e a Ministra Dilma vão lá inaugurar o teleférico que ligará vários pontos da favela ao metrô.

No Alemão, foram construídos vários conjuntos no programa Minha Casa Minha Vida.

Antes da chegada da UPP, a associação dos moradores é que recebia e distribuía a correspondência, porque os Correios não ousavam subir na favela.

(Eu vi isso lá, numa reportagem para o Domingo Espetacular.)

Como se percebe, o Santander não leva o Farol de Alexandria a sério.

O Farol (**) disse que o PAC é uma miragem.

Essa mesma política de levar o crédito – e os lucros – à favela já se vê na agência do Bradesco em Heliópolis, em São Paulo.

É um horror !

E o jênio preocupado com a Bolívia …

Paulo Henrique Amorim

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é ; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) É verdade que os tucanos vão despachar o FHC para a Europa no dia da convenção que consagrará Serra candidato a presidente da Bolívia ?

Artigos Relacionados



O que você vê aí é uma miragem: as obras no Alemão

Saiu na Folha (*), pág. B4 (clique aqui e leia a matéria):

“Santander abre agência em favela e amplia microcrédito.”

A unidade do Alemão vai oferecer aos clientes o mesmo serviço de todas as agências do Santander, especialmente o microcrédito.

Na inauguração, havia mil pessoas na festa e uma apresentação do grupo Afroreggae.

Para abrir uma conta, o cliente precisa ter, pelo menos, uma renda mensal de um salário mínimo.

Moram 100 mil pessoas no Alemão.


Revista conservadora alemã trata Lula como super-star












Lula não se levanta quando entra o presidente americano: “não levantaram para mim”

A revista CONSERVADORA alemã analisa o acordo do Brasil e da Turquia com o Irã.
E faz elogios rasgados ao Lula.

Você continua ouvindo o ensaio sobre cegueira do Ricardo Noblat ou Monica Bergamo ou... cuidado para o seu cérebro não virar ostra!

O que os Alemães estão lendo...

... e você não vai ler, sabe por quê? Cuidado pra não deixar esses caras do PIG transformar seu cérebro numa ostra!

Der Spiegel: Lula salta para a Grande Liga da diplomacia mundial


Acordo Nuclear do Irã

Brazil’s Lula Vaults into Big League of World Diplomacy

Erich Follath e Jens Glüsing

da revista alemã Der Spiegel

Cheio de confiança, o presidente brasileiro Luiz Inácio da Silva está elevando seu país ao status global com crescentes avanços na política internacional. Em sua jogada mais recente, ele convenceu o Irã a concordar com um controverso acordo nuclear. Pode oferecer oportunidades para evitar sanções e guerra?

Ele foi acusado de ser muitas coisas no passado, inclusive comunista, um proletário grosseiro e um bêbado. Mas esses dias passaram. No momento em que o Brasil ascende para se tornar um poder econômico, a reputação dele experimentou um crescimento meteórico. Muitos agora vêem o presidente do Brasil como um herói do hemisfério Sul e um importante contrapeso a Washington, Bruxelas e Beijing. A revista americana Time levou a coisa um passo adiante há duas semanas, quando o nomeou “o líder político mais influente do mundo”, mesmo adiante do presidente dos Estados Unidos Barack Obama. Em seu país nativo, há muitos que o enxergam como candidato ao prêmio Nobel da paz.

E agora este homem, Luiz Inácio da Silva, 64, apelidado Lula, que passou a infância em uma favela como filho de pais analfabetos, marcou outro ponto. Em encontros em ritmo de maratona, ele negociou um acordo nuclear com a liderança iraniana. Na segunda-feira, apareceu triunfalmente ao lado do primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan e do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad. Os três líderes chegaram a um acordo que acreditam tirariam da agenda as sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre as possíveis armas nucleares do Irã. O Ocidente, que vinha promovendo o fortalecimento de medidas punitivas internacionais, pareceu pego de surpresa.

Mas o contra-ataque de Washington veio na semana seguinte, abrindo um novo capítulo na crescente disputa nuclear, na qual Beijing, em particular, vinha há muito resistindo a medidas mais duras. A secretária de Estado americana Hillary Clinton anunciou: “Chegamos a um acordo-rascunho em cooperação com a Rússia e a China”. A planejada resolução foi mandada a todos os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, inclusive ao Brasil e Turquia. Os dois países foram eleitos para ocupar por dois anos assentos não-permanentes no conselho de 15 membros, que precisa aceitar a resolução com pelo menos nove votos para que elas entrem em vigor.

Estados Unidos insistem em sanções

Clinton especificamente agradeceu a Lula por seus “sinceros esforços”. Mas sua expressão claramente sugeria que ela entendeu os esforços mais como um empecilho do que qualquer outra coisa. “Estamos continuando a juntar a comunidade internacional em defesa de fortes sanções que em nosso ponto-de-vista vão mandar uma mensagem clara sobre o que esperamos do Irã”, disse Clinton.

Mas não é a solução proposta por Lula a que mais promete? Será fácil assim segurar o Lula Superstar, que tem o apoio da Turquia, integrante da OTAN? Quem quer que tenha seguido a carreira dele vai achar difícil de acreditar. Este homem sempre prevaleceu contra todo tipo de resistência e contra todas as probabilidades.

O pai deixou a família quando Lula era jovem, e a mãe se mudou com oito filhos do Nordeste do Brasil para o sul industrializado, onde ela esperava melhorar as chances da família. Lula não aprendeu a ler e escrever até os 10 anos de idade. Quando criança, ajudou a sustentar a família como engraxate e vendedor de frutas e trabalhando em uma fábrica de tintas. Eventualmente conseguiu ser aprendiz de torneiro mecânico. Quando tinha 25 anos, a esposa Maria e uma criança não-nascida morreram porque a família não podia pagar por serviços de saúde.

Lula se tornou politicamente ativo como jovem, quando se filiou a um sindicato e organizou greves ilegais durante a ditadura militar. Ele foi preso várias vezes nos anos 80. Insatisfeito com a esquerda clássica, fundou seu próprio partido de trabalhadores, que ele gradualmente transformou de um partido marxista em um partido social democrata. Fez três tentativas mal sucedidas de se tornar presidente até que na quarta tentativa ele venceu a eleição presidencial de 2002 por margem significativa. Quando Lula ganhou a eleição, os mais ricos, temendo expropriação, se garantiram mantendo os tanques de seus jatos particulares abastecidos.

O herói dos pobres evitou a revolução

Mas aqueles que esperavam uma revolução no Brasil ficaram surpresos. Depois da posse, Lula levou alguns ministros a uma favela e lançou um programa de larga escala chamado Fome Zero para aliviar as dificuldades dos menos privilegiados. Mas ele não assustou os mercados. Aumentos nos preços das commodities e uma política econômica moderna que enfatizava investimento estrangeiro, educação doméstica e o treinamento de recursos humanos ajudaram Lula a se reeleger em 2006.

O mandato dele expira em dezembro, quando não poderá mais buscar a reeleição. Ele arrumou a casa domesticamente preparando um sucessor em potencial. Mas o presidente autoconfiante evidentemente quer deixar um legado na política externa: ele considera um dever transformar o país, cuja população é de 196 milhões, em um poder mundial com um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Lula reconhece que ajuda manter boas relações com Washington, Londres e Moscou em busca deste objetivo. Mas ele também sabe que relações próximas com a China e a Índia, assim como com o Oriente Médio e países africanos, podem ser ainda mais importantes. Ele se vê como um homem “do sul”, como líder dos pobres e destituídos. E, naturalmente, ele também reconhece as mudanças que estão acontecendo. No ano passado, por exemplo, a República Popular da China ultrapassou pela primeira vez os Estados Unidos como o maior parceiro comercial do Brasil.

Lula é o único chefe de Estado que participou tanto do exclusivo Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suiça, quanto do Fórum Social Mundial, que é crítico da globalização, em Porto Alegre, no Brasil. Ele é um incansável viajante, tendo visitado 25 países na África, muitos na Ásia e quase todos na América Latina — sempre com uma delegação. Ele prega sua crença em um mundo multipolar. E porque Lula é um orador carismático e um sindicalista “autêntico”, multidões em todo o mundo o incentivam como se ele fosse um popstar. Na cúpula do G-20, em Londres, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, aparentemente um fã, disse: “Eu amo esse cara”.

Mas Obama não pode mais ter certeza de que Lula é de fato “seu cara”. Ao se distanciar de Washington, o brasileiro está se tornando mais e mais autoconfiante e, às vezes, até busca confronto.

Crescente autoconfiança

Honduras é um exemplo. Os Estados Unidos, que sempre viram a América Central como seu quintal, ficaram aturdidos quando Lula deu ao presidente deposto Manuel Zelaya refúgio na Embaixada Brasileira em Tegucigalpa no ano passado e exigiu participar da solução do conflito. Ao se negar a reconhecer o novo presidente, Brasília se opôs abertamente a Obama.

As coisas aconteceram rapidamente depois daquilo. Lula viajou para Cuba, onde encontrou Raul e Fidel Castro e pediu o fim imediato do embargo americano. Para prazer dos que o receberam, Lula comparou críticos do regime que sofrem nas prisões de Havana a criminosos comuns. Lula também fez questão de aparecer ao lado do presidente venezuelano Hugo Chávez, que solta fogo contra Washington e tem crescentemente calado a imprensa em seu país. Falando à Spiegel, Lula caracterizou o líder autocrata como “o melhor presidente da Venezuela nos últimos 100 anos”.

E quando recebeu Ahmadinejad em Brasília alguns meses atrás, Lula congratulou o presidente iraniano por sua aparente vitória eleitoral e comparou a oposição iraniana a fãs frustrados do futebol. O Brasil também não permitiria, ele disse, que houvesse interferência em seu “óbvio” programa nuclear pacífico.

Apesar disso, muitos estavam céticos quando Lula foi a Teerã negociar o acordo nuclear com a liderança iraniana, particularmente depois que os iranianos não mostraram nenhuma inclinação para fazer acordo em meses recentes. Numa entrevista de imprensa conjunta com Lula, o presidente russo Dmitry Medvedev disse que as chances de um acordo eram de no máximo 30%. Lula respondeu dizendo: “Acho que são de 99%”. Lá estava de novo o ego pronunciado da estrela política em ascensão. “Ele acha que é um trabalhador milagroso, que pode conseguir o que outros não conseguem”, disse um especialista em América Latina, Michael Shifter.

Vitória ou fracasso?

A esta altura, há apenas provas circunstanciais de que uma verdadeira vitória foi conquistada em Teerã depois de 17 horas de negociação. Também é possível que o encontro foi, como o jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung caracterizou, um “fracasso”, apenas uma forma de os iranianos, que no passado muitas vezes usaram subterfúgios, enrolar o mundo de novo.

Autoridades da Agência Internacional de Energia Nuclear em Viena cuidadosamente disseram que qualquer passo na direção de um acordo nuclear é progresso. Os inspetores da agência são responsáveis por verificar as instalações nucleares do mundo em nome da ONU. Eles recentemente encontraram mais e mais sinais da existência de um programa nuclear ilegal do Irã e pediram a Teerã mais cooperação. A avaliação dos especialistas da agência de Viena, cujas linhas de comunicação com Teerã nunca foram rompidas e que nunca disseram nada que não pudessem provar, terá grande peso agora. O fato de que os iranianos só vão tornar o texto do acordo acessível à AIEA em “uma semana” levantou dúvidas.

Os governos ocidentais tem sido céticos e a resolução que Clinton tornou pública na ONU pouco depois do acordo de Teerã aparentemente deixou os israelenses preocupados. Alguns integrantes do governo de Benjamin Netanyahu estão criticando abertamente o acordo como um golpe destinado a aliviar a pressão internacional contra Teerã. O ministro do Comércio Benjamin Ben-Elieser disse que Teerã aparentemente “está tentando passar o mundo para trás outra vez”.

Acordo dá uma saída ao Irã

O instituto americano ISIS, que sempre advogou uma solução negociada e considera que uma “saída militar” para a questão nuclear do Irã impensável, ofereceu uma avaliação inovadora do acordo Lula-Ahmadinejad-Erdogan. Os especialistas nucleares independentes do instituto listaram suas preocupações citando os pontos fracos do texto conhecido até agora.

Os iranianos concordam apenas com a remessa de 1.200 quilos de urânio baixo-enriquecido para a Turquia, pelo qual eles querem em troca combustível para o reator de pesquisas de Teerã. As dimensões do acordo correspondem a um proposta da AIEA de outubro passado, sob o qual três quartos do urânio produzido no Irã seriam retirados do país, tornando a construção de uma bomba impossível. Era visto como uma medida de confiança para abrir espaço para negociações.

No entanto, o atual acordo não considera o fato de que o Irã, depois de ter colocado em funcionamento suas centrífugas em Narantz, aparentemente tem mais de 2.300 quilos de urânio. Em outras palavras, o acordo permitiria ao Irã manter em casa quase metade do material, um ingrediente básico para a bomba nuclear, podendo portanto ter urânio suficiente para atingir a capacidade de produzir armas nucleares.

O acordo também dá ao Irã uma saída-chave: os lideres iranianos teriam o direito de obter de volta o urânio mandado para a Turquia se, em sua opinião, qualquer cláusula do acordo “não fosse mantida”. Mais importante, o acordo não requer que o Irã suspenda o enriquecimento de urânio. “Nem sonharíamos com isso”, uma autoridade disse. Mas é isso precisamente o que as Nações Unidas pediram de forma inequívoca nas três primeiras rodadas de sanções.

Todas estas objeções não preocupam Lula. Ele demonstra que não pode mais ser ignorado no palco mundial. Na última terça-feira, os amigos do presidente brasileiro saudaram suas tentativas de paz em uma cúpula da União Europeia-America Latina em Madrid. Sua aparição lá teve o objetivo de demonstrar que o “lula” tem vários braços. Ele já provou que pode nadar com os grandes tubarões.

Nos bastidores, Lula Superstar gosta de falar sobre como forçou os diplomatas brasileiros a abandonar a “síndrome do viralata”, seu termo para o profundo complexo de inferioridade sentido por muitos de seus compatriotas brasileiros em relação a estadunidenses e europeus até recentemente.

Foi em 2003, na primeira grande aparição de Lula, na cúpula do G-8 de Evian, na França. Um grupo de pessoas estava sentado no lobby do hotel da conferência, esperando a chegada do presidente George W. Bush dos Estados Unidos. Quando os americanos finalmente entraram no salão, todos se levantaram — exceto Lula, que ordenou a seu ministro das Relações Exteriores que permanecesse sentado. “Não faço parte desta subserviência”, o presidente brasileiro disse. “Além disso, ninguém se levantou quando eu entrei”.


A saudade do servo na VELHA diplomacia brasileira

O filósofo F. Hegel em sua Fenomenologia do Espírito analisou detalhadamente a dialética do senhor e do servo. O senhor se torna tanto mais senhor quanto mais o servo internaliza em si o senhor, o que aprofunda ainda mais seu estado de servo. A mesma dialética identificou Paulo Freire na relação oprimido-opressor em sua clássica obra Pedagogia do oprimido. Com humor comentou Frei Betto: "em cada cabeça de oprimido há uma placa virtual que diz: hospedaria de opressor". Quer dizer, o opressor hospeda em si oprimido e é exatamente isso que o faz oprimido. A libertação se realiza quando o oprimido extrojeta o opressor e ai começa então uma nova história na qual não haverá mais oprimido e opressor mas o cidadão livre.

Comentário do navegante Milton Hayek no Vi o mundo

Marcos Coimbra: Política externa e opinião pública

Quem, nas últimas semanas, leu os principais jornais deve ter ficado com a impressão de que a nossa política de relações exteriores será um problema para Dilma Rousseff

Por Marcos Coimbra, na CartaCapital

Dentre os muitos descompassos que existem entre os sentimentos da maioria da população e o que dizem a oposição e a grande imprensa, um dos maiores acontece na avaliação da política externa do atual governo. Onde alguns só veem equívocos, ela enxerga, quase sempre, sucessos.

Quem, nas últimas semanas, leu os principais jornais deve ter ficado com a impressão de que a nossa política de relações exteriores será um problema para Dilma Rousseff. Como ela conseguirá defendê-la, se pouco ou nada se salva no que o governo faz?

Irresponsável, inconsequente, atrapalhada, é assim que pintam sua condução. Para quem tem a missão de propor a continuidade, seria um fardo e tanto para carregar.

Há tempos que a política externa é um dos alvos preferidos da oposição. Já na eleição de 2006, os estrategistas da campanha de Geraldo Alckmin viram uma oportunidade para enfraquecer a vantagem de Lula nas pesquisas no episódio da nacionalização das reservas bolivianas de petróleo e gás natural, feita pelo recém-empossado governo de Evo Morales. Não funcionou, e gorou a tentativa de transformar o assunto em tema eleitoral.

Ao longo do segundo mandato, foi subindo o tom das críticas, seja contra a política latino-americana do Itamaraty, seja em relação a outras questões, de comerciais e tarifárias a disputas por posição em organismos multilaterais. A compreensão e, às vezes, a simpatia do governo para com os bolivarianos do continente chegou a provocar, pelo que se ouviu no período, tremores de raiva em muita gente.

Em um importante jornal carioca, lemos, faz pouco tempo, uma pergunta que exemplifica esses sentimentos. Escrevendo sobre o que terá mais peso na decisão dos eleitores em outubro, o colunista se indagava se seria a satisfação das pessoas com o presidente e a constatação de que sua vida melhorou, ou “a percepção de parte do eleitorado de que uma política externa radicalizada à esquerda tem reflexos inevitáveis na maneira de conduzir a política interna”.

Essa “radicalização à esquerda” terá se acentuado depois das gestões brasileiras para resolver a crise nuclear iraniana. Nelas, não só a preferência do governo Lula pelos “radicais” se manifestaria, mas ficariam evidentes os traços que a oposição identifica como mais característicos de nossa política externa, nos quais se inclui a falta de compreensão do papel internacional do Brasil e de sua diplomacia.

Ao ouvir os especialistas convidados pelas grandes redes de televisão (a maioria ex-ministros de Fernando Henrique Cardoso), os espectadores poderiam se perguntar como um governo tão canhestro é tão respeitado pelo resto do mundo. Enquanto o coro dessas críticas só aumenta aqui dentro, o de elogios sobe a cada dia lá fora. Vindos de gregos e troianos.

Em vez de perceber qualquer problema na “esquerdização” da política externa, a opinião pública vê a atuação do governo e, especialmente, de Lula nas relações internacionais como um de seus maiores trunfos. Nenhum presidente recebeu, antes dele, tanto destaque nesse campo.

Nas pesquisas qualitativas feitas atualmente, o que se encontra é uma sensação de orgulho do cidadão comum pelo que avalia ser um crescente reconhecimento internacional do Brasil, seu governo e sua economia. Predomina a visão de Lula como um presidente que busca e consegue acordos com outros países, favoráveis aos interesses nacionais. Simplesmente não se ouvem ecos do que a grande imprensa publica. Conciliação, bom senso, entendimento, afirmação nacional, é com palavras como essas que as pessoas caracterizam a política externa.

Ela é (mais um) exemplo da surpresa positiva que a população teve com Lula e com o PT no governo. Muita gente temia pelo desempenho internacional de uma liderança como Lula, que poderia não estar à altura do que o País necessitava. Velhos preconceitos cercavam de expectativas cautelosas o que ele seria. Pelo que as pessoas sentem hoje, no entanto, nenhuma se confirmou.

Assim, Dilma Rousseff não terá dificuldades com esse tema na campanha. Ele nunca foi central nas nossas disputas presidenciais, mas vai subir de importância agora e nos próximos anos. Se desejar, Dilma pode promovê-lo desde já, e tem tudo a ganhar com isso.

Tabagismo no Brasil

No Brasil, estima-se que cerca de 200.000 mortes/ano são decorrentes do tabagismo (OPAS, 2002). De acordo com o Inquérito Domiciliar sobre Comportamentos de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos Não Transmissíveis , realizado em 2002 e 2003, entre pessoas de 15 anos ou mais, residentes em 15 capitais brasileiras e no Distrito Federal, a prevalência de tabagismo variou de 12,9 a 25,2% nas cidades estudadas. Os homens apresentaram prevalências mais elevadas do que as mulheres em todas as capitais. Em Porto Alegre, encontram-se as maiores proporções de fumantes, tanto no sexo masculino quanto no feminino, e em Aracaju, as menores. Essa pesquisa também mostrou que a concentração de fumantes é maior entre as pessoas com menos de oito anos de estudo do que entre pessoas com oito ou mais anos de estudo. Em relação à prevalência de experimentação e uso de cigarro entre jovens, de acordo com estudo realizado entre escolares de 12 capitais brasileiras, nos anos de 2002-2003 (Vigescola ) a prevalência da experimentação nessas cidades variou de 36 a 58% no sexo masculino e de 31 a 55% no sexo feminino, enquanto a prevalência de escolares fumantes atuais variou de 11 a 27% no sexo masculino e 9 a 24% no feminino.

LEIA MAIS.

sábado, 29 de maio de 2010

Em Campanha Contra o Cigarro

Vira & Mexe “Mi Arde O Ôi” paródia de Jorge Cosmo



Em sua primeira formação:
Jorge Cosmo - Mexe
Mauri de Castro - Vira

O Descolocado

III

Pega um dos papéis e começa a leitura, vai dizendo nomes e contando coisas que a guria não lembra, desconhece e não entende, está quieta, não sorri, nem se mexe

Autos do interrogatório e qualificação do processo por razões políticas do réu Virgílio Silva...

Minutos se alongam em horas.

Depois daquilo que foi lido, o Velho segue a contar as outras ocorrências que tinha notícia por ter vivido nos entreveros daqueles dias, apesar de não as ter acostumado na memória

Não sei muito, não era detalhista.

E as outras coisas?

Pede paciência a alma penada. Respira fundo sem ruídos ou afetações. Ele também foi uma figura patética daqueles dias. Pequeno e insignificante, mas, hoje, decisivo para mostrar que a vida é cheia de altos e baixos

Fala, Velho.

Calma, guria... preciso o uso da lembrança.

É bem assim, ensaboar cabeça de burro é perder tempo.

A guria não tem mania de paciência, nem vontade de esperar. Não esconde a impaciência que lhe sacode a cabeça para os lados. Sempre foi assim, desde que lembra, coloca os dedos na boca e se põe a roer os cantinhos da unha do dedão, depois todos os dedos da mão esquerda até chegar ao mínimo da mão direita.

Antes do papai sumir, um caso de polícia se tornou conhecido porque o corpo apareceu boiando nas águas. Lembro do papai comentar alguma coisa em casa. Foi sobre um tal sargento Raimundo que era tido, como ruidoso líder comunista. Depois do golpe militar...

Calma aí, Velho, que golpe é esse?

Foi um bando de gente vestida de general e muitos outros vestidos de gente boa que resolveram querer mudar o Presidente sem consultar mais ninguém, tinham do seu lado os chefes dos tanques, dos navios e dos aviões. Não teve pra ninguém, foi um passeio, mas como eu ia dizendo, o tal sujeito passou a ser considerado perturbador da ordem, em função do que foi enviado para a Ilha Presídio de Madalena, destino dos presos políticos. Após dois meses de prisão, é encontrado boiando nas águas, as mãos amarradas às costas com a sua própria camisa. Na investigação ficou provado que morreu por afogamento. Tudo indicava que durante uma assentada de tortura. O famoso caldo. Apesar das escoriações e ferimentos estarem disfarçadas pelos estragos do cadáver, as provas encontradas eram reais. Pois bem, parece que a falta de castigo desse crime fez aumentar a certeza que os apoiadores da ditadura tudo podiam. E a violência da polícia aumentou...

Afinal, Velho, foi golpe ou ditadura?

No fim dá tudo no mesmo, cacete pra todo lado.

Jovens guardas das tardes de domingo...

Ronnie Von/Roberto Carlos/Erasmo/Vanderléia "Jovem Guarda"




Para a gurizada de 10 e 12 anos dos anos sessenta...

Sobrepasto

Maysa "O Barquinho"





Maysa canta "O Barquinho" de Ronaldo Bôscoli & Roberto Menescal, em gravação original de 1961, no programa para TV dirigido por Liana da Rocha em 1975, na praia de Maricá, onde a cantora viveu.

Iguaria Leve

Nat King Cole "Mona Lisa"



Refeição Caseira

Cauby Peixoto 1957 "Onde Ela Mora"





Cauby Peixoto canta "Onde Ela Mora" de Getúlio Macedo e Lourival Faissal no filme "Chico Fumaça" com direção de Victor Lima, arranjos para orquestra de Radamés Gnattali, produzido e estrelado por Mazzaropi em 1957.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Azenha: Serra, o herói da gripe suína, não produziu uma única dose de vacina

O amigo navegante há de se lembrar que o Inacabado tratou de aderir à Globo e ajudou a disseminar o pânico com a gripe suína.

Ele e a Globo jogaram o Governo Lula contra a parede, cercados de “porquinhos”, (como disse Serra em memorável aula às crianças. Veja o vídeo.)

Serra suspendeu as aulas e não suspendeu o jogos do Brasileirinho da Globo, onde o risco de contaminação era muito maior.

O Inacabado, célere, posou para as fotografias quando chegou um carregamento de vacina feita NO GOVERNO FEDERAL.

Quer dizer, ele faturou o trabalho do outro.

Como fez com a campanha contra a AIDS , do Adib Jatene e os genéricos do Jamil, Haddad.

Agora, o Azenha publica no blog dele (clique aqui e acesse o blog do Azenha) denúncia impressionante: o Instituto Butantã – onde bichos morrem assados – não produziu uma única dose de vacina em ONZE ANOS (!), embora tenha gasto R$ 70 milhões:

Denúncias

Butantan nunca fabricou uma dose de vacina contra a gripe

Da Assessoria de imprensa da Bancada do PT na Alesp

Em diligência no final da tarde de ontem (26/5), os deputados do PT, Antonio Mentor (líder da Bancada do PT) e Fausto Figueira (presidente da Comissão de Saúde e Higiene), foram ao Instituto Butantã para apurar a denúncia de que a fábrica de vacinas da gripe comum e H1N1 do local não funciona. Recebidos pelo diretor Otávio Mercadante, houve uma conversa preliminar para entrega de ofício solicitando informações, mas, na ocasião, já foi confirmado pelo diretor que a fábrica não está operando.

Reinaugurada várias vezes pelos sucessivos governos tucanos, conforme constam em notícias publicadas por jornais desde outubro de 1999, a fábrica de vacinas do Instituto Butantã ainda não produziu uma dose sequer de vacina da gripe até hoje.

A produção de vacinas estava prevista para iniciar a produção em 2005, foi adiada para setembro de 2008, passou para março de 2009, depois para setembro, dezembro, março de 2010 e, agora, setembro de 2010. Em 2006, diversos funcionários foram contratados para a produção de vacinas, contudo tiveram de ser realocados para outros setores, tendo em vista que as vacinas não estavam sendo produzidas.



Ou seja, o Inacabado aparecia como herói da Globo e o Butantã, nada.

Ele é um jênio !

Paulo Henrique Amorim

Em tempo: a noticia saiu hoje também na primeira página da Folha (*), com ligeiras modificações (clique aqui e leia a matéria). A Folha diz que o Butantã ficou três anos sem produzir vacinas, quando o Azenha fala em onze. Pequena diferença. Mas, não livra o Inacabado de responsabilidade. A informação original partiu da liderança do PT na Assembléia Legislativa de SP (onde os tucanos não deixam passar uma CPI).

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CONTINUAMOS DE OLHO!

Butantan nunca fabricou uma dose de vacina contra a gripe

Da Assessoria de imprensa da Bancada do PT na Alesp

Em diligência no final da tarde de ontem (26/5), os deputados do PT, Antonio Mentor (líder da Bancada do PT) e Fausto Figueira (presidente da Comissão de Saúde e Higiene), foram ao Instituto Butantã para apurar a denúncia de que a fábrica de vacinas da gripe comum e H1N1 do local não funciona. Recebidos pelo diretor Otávio Mercadante, houve uma conversa preliminar para entrega de ofício solicitando informações, mas, na ocasião, já foi confirmado pelo diretor que a fábrica não está operando.

Reinaugurada várias vezes pelos sucessivos governos tucanos, conforme constam em notícias publicadas por jornais desde outubro de 1999, a fábrica de vacinas do Instituto Butantã ainda não produziu uma dose sequer de vacina da gripe até hoje.

“Em várias ocasiões, saíram matérias assim na imprensa: ‘mês que vem a fábrica começa a produzir a vacina para dengue’, depois repetiam a mesma história em outro mês. É inaceitável o Butantan não fabricar vacina”, critica Mentor. Segundo o parlamentar, o diretor confirmou que o instituto apenas envasa as vacinas, e não as fabrica.

A produção de vacinas estava prevista para iniciar a produção em 2005, foi adiada para setembro de 2008, passou para março de 2009, depois para setembro, dezembro, março de 2010 e, agora, setembro de 2010. Em 2006, diversos funcionários foram contratados para a produção de vacinas, contudo tiveram de ser realocados para outros setores, tendo em vista que as vacinas não estavam sendo produzidas.

Prejuízos

Os parlamentares relataram denúncias de que diariamente centenas de milhares de ovos de galinha que deveriam servir para fabricação de vacinas da gripe vão para o lixo. Segundo Mentor, ao menos 160 mil ovos chegavam a ser entregue por dia. “Isso pode ter causado grandes prejuízos para o instituto”, alerta o líder da bancada.

Os deputados também questionaram sobre as denúncias de que 14 milhões de doses da vacina H1N1 foram jogadas fora por contaminação durante o processo de envase e que dois lotes da vacina da gripe comum foram inutilizados por não passarem no teste de pirogênio (teste do sistema de água WFI).

Fausto Figueira explicou que também estão sendo aguardadas informações sobre os problemas que ocasionaram o incêndio do último dia 15; números da produção de vacinas de dengue, hepatite B e leishmaniose.

O diretor do instituto, Otávio Mercadante, disse que discutirá o caso com o secretário estadual de Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, e prometeu dar uma resposta rápida do porquê a fábrica não está operando.

Serra no horário nobre: é assim que ele vai ganhar a eleição ?

Serra finalmente apareceu no programa do DEMO, dentro do jornal nacional.

Perfeitamente dentro da lei, segundo o Tribunal Eleitoral.

Ele póóóóde.

A Dilma, não.

Clique aqui para ler o discurso que Brizola Neto fez sobre o golpe do tapetão, na Câmara.

Mas, o Serra pode falar quantas vezes quiser no horário nobre.

Porque ele não tem nada a declarar.

Convence menos que o ShopTour.

É um conjunto de idéias vagas, lugares comuns, que podem ser usados em qualquer eleição, a qualquer tempo.

Se faz sentido, parece loucura.

Mas, é uma loucura que tem lógica: a lógica do preconceito e entreguismo (clique aqui e leia).

(Por que ele não acusa o governo da Colômbia de “cúmplice” do narcotráfico ? Com medo dos americanos, que mandam no pedaço ?)

Serra no horário eleitoral mostrou, mais uma vez, que o paulistismo da política brasileira chegou ao fim.

Porque o paulistismo do PSDB de São Paulo não tem o que dizer.

Caiu para dentro.

Veja o que disse o Conversa Afiada sobre o fim do paulistismo, quando Serra se lançou candidato.

E aqui para ler sobre o que Maria Inês Nassif falou sobre o anti-paulistismo no eleitorado brasileiro.

Serra não é nada, além de ser o anti-Lula.

Serra não é nada, além de filhote do Farol.

Ele não tem nada a propor, como fez no horário nobre desta quinta-feira.

Ele pode voltar quantas vezes quiser.

Pode vender quantas bijuterias quiser no ShopTour.

Só maníacos por consumo compram.

Se programa de televisão ganhasse eleição, o Silvio Santos teria sido o presidente do DEMO.

Como Serra, o Silvio só tinha isso: o PiG (*).

Como disse o filósofo Paulo Arantes, numa sabatina na Folha (**): o que pensa esse rapaz (o Serra) ?


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é ; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Uma campanha para por o ponto final na violência contra mulheres e meninas

Matéria originalmente publicada no site Sul 21 e Carta Capital

A Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, uma articulação nacional voltada para a defesa dos direitos humanos e saúde integral das mulheres, está impulsionando no Brasil a Campanha Ponto Final Na Violência Contra Mulheres e Meninas. A campanha terá lançamento nacional nesta sexta-feira, 28/05, às 15 horas, na Associação Comunitária do Campo da Tuca, Rua D, nº 200, Bairro Partenon, Porto Alegre/RS. A Ponto Final tem como meta eliminar a aceitação social de todas as formas de violência contra as mulheres nos diversos níveis sociais, com a intensidade e cobertura necessárias para criar uma mobilização de longo prazo direcionada a erradicação da violência.

A Campanha Ponto Final na Violência contra Mulheres e Meninas tem na coordenação para a região da América Latina e do Caribe a Rede de Saúde das Mulheres Latinoamericanas e do Caribe - RSMLAC e é resultante de parceria com a agência de financiamento internacional Oxfam-Novib. No Brasil, além da Rede Feminista de Saúde, integram a Coordenação Geral a Rede de Homens pela Equidade de Gênero - RHEG, de Recife,Pernambuco, AGENDE - Ações de Gênero, Cidadania e Desenvolvimento, de Brasília/DF e o Coletivo Feminino Plural, de Porto Alegre/RS. Trata-se de uma experiência já desenvolvida em vários países da Ásia e África que foi adequada ao contexto latino-americano e caribenho.

Para ler o texto completo clique AQUI.

UM JOGO INESQUECÍVEL

Em tempos de Copa do Mundo de Futebol, essa lembrança do Azenha vem a calhar, mas nada de patriotismos exagerados por chuteiras e bolas...


SERRA E OS CHINESES E OS...

Nossa... e o Lula é o ignorantão, mas bah!

A ENXAQUECA



Quem já não curtiu uma dor de cabeça?
Daquelas que começam devagarinho, você não acredita que irá durar e...

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Noblat posa de vítima. É pose

por Luiz Carlos Azenha

O blogueiro Ricardo Noblat, de O Globo, se sentiu ofendido por comentários publicados no Conversa Afiada, do Paulo Henrique Amorim.

Comentários ofensivos a ele, Noblat, por conta de uma opinião que ele deu no blog a respeito de abusos que teriam sido cometidos na campanha eleitoral em curso:

“Há abusos suficientes para ameaçar o registro da candidatura de Dilma, admitem dois ministros do Tribunal Superior Eleitoral ouvidos por este blog. Mas falta ao tribunal coragem para tomar qualquer medida mais drástica a esse respeito”, escreveu Noblat.

Paulo Henrique Amorim admitiu que os comentários de internautas que publicou eram impróprios. Retirou os comentários e pediu desculpas.

Ao manifestar sua indignação, Noblat escreveu:

“O anonimato estimula com frequência as manifestações mais torpes – por vezes criminosas. Elas não podem ser toleradas sob a desculpa de que é livre a manifestação de pensamento”.

Pois bem.

No dia 5 de abril o blogueiro de “O Globo” reproduziu notícia do jornal “O Globo” dando conta de um aditivo de contrato assinado entre a TV Brasil e a Baboon Filmes, de São Paulo, para a produção de seis capítulos adicionais do programa Nova África. O programa foi resultado de uma concorrência pública. O aditivo estava previsto no contrato original e foi resultado de negociação entre a TV Brasil e a Baboon, da qual sou contratado exclusivamente para cuidar da parte editorial. Henry Ajl, um dos donos da produtora e co-diretor do programa, explicou que foi mantido o preço original e que é apenas natural que uma emissora queira manter no ar um programa que foi bem sucedido.

Curiosamente, nem “O Globo”, nem o blogueiro se manifestaram sobre dezenas de programas que a TV Brasil compra de forma direta, sem concorrência pública ou sem prazo para terminar.

Dentre os comentários que o blogueiro Noblat publicou apareceram os seguintes:

Apelido: MALU2010 – 5/4/2010 – 12:05
Podemos abrir aqui no blog uma sistema de apostas.
Vamos apostar qual a porcentagem desse valor irá para a campanha do PT: 80%, 90%, 95%?

Apelido: A_Bem_da_Verdade – 5/4/2010 – 10:55

Uma perguntinha esta “Baboon” produções não é uma empresa nova não?

Ela foi feita só para participar desta licitação?

É que “Baboon” é o nome em inglês de um tipo de macaco da Africa e duvido muito que se tivesse uma empresa com este nome antes.

*****

Repetindo o Noblat:

“O anonimato estimula com frequência as manifestações mais torpes – por vezes criminosas. Elas não podem ser toleradas sob a desculpa de que é livre a manifestação de pensamento”.

Para se encaixar bem no papel de vítima, o Noblat deveria praticar o que prega.

*****

A respeito dos comentários publicados no blog do Noblat, recebo de um dos donos da Baboon Filmes, Henry Ajl, a seguinte mensagem:

Como sócio-diretor da produtora Baboon Produções e Empreendimentos Ltda., empresa devidamente constituída no ano de 2004 e com dezenas de reportagens publicadas em televisão, revistas e sites no Brasil e com participação em festivais no exterior, venho expressar a minha indignação e refutar os factóides publicados no blog do jornalista Ricardo Noblat, publicação esta que ensejaria interpelação judicial por eventuais prejuízos causados à produtora.

1. A Baboon Produções e Empreendimentos Ltda. foi constituida em 2004. Uma breve e responsável verificação dos atos constitutivos da empresa na Junta Comercial do Estado de São Paulo bastaria para comprovar isso.

2. Desde 2004 produzimos mais de 60 reportagens internacionais especiais para o departamento de jornalismo da TV Record. Poucas produtoras brasileiras possuem o currículo jornalístico da Baboon Filmes, com documentários realizados em diversas partes do mundo, entre eles Afeganistão, República Democrática do Congo, Base Espacial de Baikonur, Iêmen, etc.

3. Em 2009 vencemos a licitação para realização do programa “Nova África”, da TV Brasil, do qual sou um dos diretores. Muito antes da própria TV Brasil existir já havíamos produzido diversas reportagens na África, entre elas Golfo da Guiné (Gana e Benim, TV Record, 2004), Barabaigs e Masais (TV Record, Quênia e Tanzânia, 2004), Conflito na República Democrática do Congo (TV Record, 2008).

4. A reportagem exibida pelo Jornal da Record “Camboja, Reino Destruído”, que aborda o tráfico de crianças no Sudeste asiático recebeu Menção Honrosa no Prêmio Vladimir Herzog, 2008.

5. O banco de imagens da Baboon Filmes é comercializado pela Getty Images (Nova Iorque), conforme parceria firmada com a Deluxe Photo.

6. O site da Baboon Filmes é www.baboon.com.br. Todas as informações acima poderiam ser facilmente checadas. Bastaria contatar a produtora (os dados de contato estão no site) ou, mesmo, ir a um sítio de procura e digitar Baboon Filmes.

Assim sendo, consideramos que a utilização do nome de nossa empresa para criação de factóides é inaceitável e tomaremos as medidas judiciais cabíveis.

Henry Daniel Ajl

Baboon Filmes

Sócio-diretor

ELEIÇÃO SE GANHA NO VOTO!!

NAVALHA



Talvez valha a pena recordar a origem de algumas expressões que Brizola Neto usa.

Por exemplo, “ tijolaço” foi o nome que o próprio Leonel Brizola deu ao espaço retangular, no alto da página três dos jornais do PiG (*), que ele era obrigado a comprar, como se fosse matéria publicitária, para divulgar suas ideias e realizações como governador do Rio.

A expressão “tijolaço” nasceu de uma brincadeira do colunista social do Jornal do Brasil Zózimo Barroso do Amaral, e Brizola a adotou para esvaziar seu efeito pejorativo.

O que o PiG (*) faz hoje com o Lula é “brincadeira de criança”, se comparado ao que as Organizações (?) Globo faziam com o Brizola.

A começar pela tentativa de golpe da Proconsult, para impedir que ele tomasse posse, mesmo eleito pelo povo, em 1982. (**)

“Legalidade” lembra a “Campanha da Legalidade” que Brizola, então governador do Rio Grande do Sul, lançou para dar posse a João Goulart na presidência da República, em 1961.

Os ministros Jobim, Ellen Gracie e a Procuradora Cureau devem conhecer esse episódio e dele se orgulhar, já que também são gaúchos.

Dilma se lembra, certamente.

Ela passou um bom tempo de sua vida pública no Rio do Grande do Sul e foi filiada ao PDT.

Ela sabe como e quem tenta ganhar a eleição no tapetão.

Em tempo: clique aqui para assistir a um vídeo inesquecível: quando o jornal nacional teve que ler um editorial escrito pelo Leonel Brizola.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Este modesto e “ordinário” blogueiro escreveu um livro para desmascarar a versão da Globo do episódio da Proconsult: “Plim-Plim, a peleja de Brizola contra a fraude eleitoral”, da editora Conrad.

Brizola relança campanha da legalidade: eleição se ganha no voto !

A Ellen, o Jobim e a Procuradora Cureau devem se orgulhar do Brizola

Extraído do Blog “Tijolaço” do deputado Brizola Neto:

Chegou a hora desta gente blogada mostrar seu valor

Eu não posso assumir a função de advogado, não posso assumir a função de dirigente da campanha da Dilma, não posso oferecer mais que minhas poucas horas de direito ao descanso e ao convívio com minha família, sustentando o combate aqui nesta fronteira cibernética. Mas onde houver chance de lutar, vou lutar, com as armas da democracia, do esclarecimento e da mobilização.

Aí está o selo criado para marcar nossa adesão a uma campanha eleitoral que se decida com o voto popular, não na mídia, nos escritórios de advocacia, nos gabinetes de marqueteiros, de políticos e, sobretudo, não no Judiciário.

Já coloquei no cabeçallho do Tijolaco.com. Sugiro que todos os blogueiros comprometidos com a causa da democracia, independentemente de partidos, façam o mesmo. E que reproduzam, como puderem, no Orkut, no Facebook, no Twitter, nos “templates” de e-mail, avatares, enfim, onde der e puder.

É preciso que vejam que, por toda a parte, existem brasileiros que dizem: eleição se ganha é no voto!

ELEIÇÃO SE GANHA NO VOTO!


terça-feira, 25 de maio de 2010

O pensamento de FHC analisado por Millôr Fernandes

LIÇÃO PRIMEIRA

De uma coisa ninguém podia me acusar — de ter perdido meu tempo lendo FhC (superlativo de PhD). Achava meu tempo melhor aproveitado lendo o Almanaque da Saúde da Mulher. Mas quando o homem se tornou vosso Presidente, achei que devia ler o Mein Kampf (Minha Luta, em tradução literal) dele, quando lutava bravamente, no Chile, em sua Mercedes (“A mais linda Mercedes azul que vi na minha vida”, segundo o companheiro Weffort, na tevê, quando ainda não sabia que ia ser Ministro), e nós ficávamos aqui, numa boa, papeando descontraidamente com a amável rapaziada do Dops-DOI-CODI.

Quando, afinal, arranjei o tal Opus MagnoDependência e Desenvolvimento na América Latina — tive que dar a mão à palmatória. O livro é muito melhor do que eu esperava. De deixar o imortal Sir Ney morrer de inveja. Sem qualquerpartipri, e sem poder supervalorizar a obra, transcrevo um trecho, apanhado no mais absoluto acaso, para que os leitores babem por si:

“É evidente que a explicação técnica das estruturas de dominação, no caso dos países latino-americanos, implica estabelecer conexões que se dão entre os determinantes internos e externos, mas essas vinculações, em que qualquer hipótese, não devem ser entendidas em termos de uma relação “casual-analítica”, nem muito menos em termos de uma determinação mecânica e imediata do interno pelo externo. Precisamente o conceito de dependência, que mais adiante será examinado, pretende outorgar significado a uma série de fatos e situações que aparecem conjuntamente em um momento dado e busca-se estabelecer, por seu intermédio, as relações que tornam inteligíveis as situações empíricas em função do modo de conexão entre os componentes estruturais internos e externos. Mas o externo, nessa perspectiva, expressa-se também como um modo particular de relação entre grupos e classes sociais de âmbito das nações subdesenvolvidas. É precisamente por isso que tem validez centrar a análise de dependência em sua manifestação interna, posto que o conceito de dependência utiliza-se como um tipo específico de “causal-significante’ — implicações determinadas por um modo de relação historicamente dado e não como conceito meramente “mecânico-causal”, que enfatiza a determinação externa, anterior, que posteriormente produziria ‘conseqüências internas’.”

Concurso – E-mail:
Qualquer leitor que conseguir sintetizar, em duas ou três linhas (210 toques), o que o ociólogo preferido por 9 entre 10 estrelas da ociologia da Sorbonne quis dizer com isso, ganhará um exemplar do outro clássico, já comentado na primeira parte desta obra: Brejal dos Guajas — de José Sarney.
LIÇÃO SEGUNDA
Como sei que todos os leitores ficaram flabbergasted (não sabem o que quer dizer? Dumbfounded, pô!) com a Lição primeira sobre Dependência e Desenvolvimento da América Latina, boto aqui outro trecho — também escolhidoabsolutamente ao acaso — do Opus Magno de gênio da “profilática hermenêutica consubstancial da infra-estrutura casuística”, perdão, pegou-me o estilo. Se não acreditam que o trecho foi escolhido ao acaso, leiam o livro todo. Vão ver o que é bom!

Estrutura e Processo: Determinações Recíprocas
“Para a análise global do desenvolvimento não é suficiente, entretanto, agregar ao conhecimento das condicionantes estruturais a compreensão dos ‘fatores sociais’, entendidos estes como novas variáveis de tipo estrutural. Para adquirir significação, tal análise requer um duplo esforço de redefinição de perspectivas: por um lado, considerar em sua totalidade as ‘condições históricas particulares’ — econômicas e sociais — subjacentes aos processos de desenvolvimento no plano nacional e no plano externo; por outro, compreender, nas situações estruturais dadas, os objetivos e interesses que dão sentido, orientam ou animam o conflito entre os grupos e classes e os movimentos sociais que ‘põem em marcha’ nas sociedades em desenvolvimento. Requer-se, portanto, e isso é fundamental, uma perspectiva que, ao realçar as mencionadas condições concretas — que são de caráter estrutural — e ao destacar os móveis dos movimentos sociais — objetivos, valores, ideologias —, analise aquelas e estes em suas relações e determinações recíprocas. (…) Isso supõe que a análise ultrapasse a abordagem que se pode chamar de enfoque estrutural, reintegrando-a em uma interpretação feita em termos de ‘processo histórico’ (1). Tal interpretação não significa aceitar o ponto de vista ingênuo, que assinala a importância da seqüência temporal para a explicação científica — origem e desenvolvimento de cada situação social — mas que o devir histórico só se explica por categorias que atribuam significação aos fatos e que, em conseqüência, sejam historicamente referidas.
(1) Ver, especialmente, W. W. Rostow, The Stages of Economic Growth, A Non-Communist Manifest, Cambridge, Cambridge University Press, 1962; Wilbert Moore, Economy and Society, Nova York, Doubleday Co., 1955; Kerr, Dunlop e outros, Industrialism and Industrial Man, Londres, Heinemann, 1962.”

Comentário do Millôr, intimidado:
A todo momento, conhecendo nossa precária capacitação para entender o objetivo e desenvolvimento do seu, de qualquer forma, inalcançável saber, o professor FhC faz uma nota de pata de página. Só uma objeçãozinha, professor. Comprei o seu livro para que o senhor me explicasse sociologia. Se não entendo o que diz, em português tão cristalino, como me remete a esses livros todos? Em inglês! Que o senhor não informa onde estão, como encontrar. E outra coisa, professor, paguei uma nota preta pelo seu tratado, sou um estudante pobre, não tenho mais dinheiro. Além do que, confesso com vergonha, não sei inglês. Olha, não vá se ofender, me dá até a impressão, sem qualquer malícia, que o senhor imita um velho amigo meu, padre que servia na Paróquia de Vigário-Geral, no Rio. Sábio, ele achava inútil tentar explicar melhor os altos desígnios de Deus pra plebe ignara do pequeno burgo e ensinava usando parábolas, epístolas, salmos e encíclicas. E me dizia: “Millôr, meu filho, em Roma, eu como os romanos. Sendo vigário em Vigário-Geral, tenho que ensinar com vigarice”.

LIÇÃO TERCEIRA
Há vezes, e não são poucas, em que FhC atinge níveis insuperáveis. Vejam, pra terminar esta pequena explanação, este pequeno trecho ainda escolhido ao acaso. Eu sei, eu sei — os defensores de FhC, a máfia de beca, dirão que o acaso está contra ele. Mas leiam:

“É oportuno assinalar aqui que a influência dos livros como o de Talcot Parsons, The Social System, Glencoe, The Free Press, 1951, ou o de Roberto K. Merton, Social Theory and Social Structure, Glencoe, The Free press, 1949, desempenharam um papel decisivo na formulação desse tipo de análise do desenvolvimento. Em outros autores enfatizaram-se mais os aspectos psicossociais da passagem do tradicionalismo para o modernismo, como em Everett Hagen, On the Theory of Social Change, Homewood, Dorsey Press, 1962, e David MacClelland, The Achieving Society, Princeton, Van Nostrand, 1961. Por outro lado, Daniel Lemer, em The Passing of Traditional Society: Modernizing the Middle East, Glencoe, The Free Press, 1958, formulou em termos mais gerais, isto é, não especificamente orientados para o problema do desenvolvimento, o enfoque do tradicionalismo e do modernismo como análise dos processos de mudança social”.

Amigos, não é genial? Vou até repetir pra vocês gozarem (no bom sentido) melhor: “formulou (em termos mais gerais, isto é, não especificamente orientados para o problema do desenvolvimento) o enfoque (do tradicionalismo e do modernismo) como análise (dos processos de mudança social)”.

Formulou o enfoque como análise!
É demais! É demais! E sei que o vosso sábio governando, nosso FhC, espécie de Sarney barroco-rococó, poderia ir ainda mais longe.
Poderia analisar a fórmula como enfoque.
Ou enfocar a análise como fórmula.
É evidente que só não o fez em respeito à simplicidade de estilo.
Tópico avulso sobre imodéstia e pequenos disparates do eremita preferido dos Mamonas Assassinas.
Vaidade todos vocês têm, não é mesmo? Mas há vaidades doentias, como as das pessoas capazes de acordar às três da manhã para falar dois minutos num programa de tevê visto por exatamente mais ou menos ninguém. Há vaidades patológicas, como as de Madonas e Reis do Roque, só possíveis em sociedades que criaram multidões patológicas.

Mas há vaidades indescritíveis. Vaidade em estado puro, sem retoque nem disfarce, tão vaidade que o vaidoso nem percebe que tem, pois tudo que infla sua vaidade é para ele coisa absolutamente natural. Quem é supremamente vaidoso, se acha sempre supremamente modesto. Esse ser existe materializado em FhC (superlativo de PhD). Um umbigo delirante.
O que me impressiona é que esse homem, que escreve mal — se aquilo é escrever bem o meu poodle é bicicleta — e fala pessimamente — seu falar é absolutamente vazio, as frases se contradizem entre si, quando uma frase não se contradiz nela mesma, é considerado o maior sociólogo brasileiro.

Nunca vi nada que ele fizesse (Dependência e Desenvolvimento na América Latina, livro que o elevou à glória, é apenas um Brejal dos Guajas, mais acadêmico) e dissesse que não fosse tolice primária. “Também tenho um pé na cozinha”, “(os brasileiros) são todos caipiras”, “(os aposentados) são uns vagabundos”, “(o Congresso) precisa de uma assepsia”, “Ser rico é muito chato”, “Todos os trabalhadores deviam fazer checape”, “Não vou transformar isso (a moratória de Itamar) num fato político”. “Isso (a violência, chamada de Poder Paralelo) é uma anomia”. E por aí vai. Pra não lembrar o vergonhoso passado, quando sentou na cadeira da prefeitura de São Paulo, antes de ser derrotado por Jânio Quadros, segundo ele “um fantasma que não mete mais medo a ninguém”.

Eleito prefeito, no dia seguinte Jânio Quadros desinfetou a cadeira com uma bomba de Flit.
E, sempre que aproxima mais o país do abismo no qual, segundo a retórica política, o Brasil vive, esse FhC (superlativo de PhD) corre à televisão e deita a fala do trono, com a convicção de que, mais do que nunca, foi ele, the king of the black sweetmeat made of coconuts (o rei da cocada preta), quem conduziu o Brasil à salvação definitiva e à glória eterna. E que todos querem ouvi-lo mais uma vez no Hosana e na Aleluia. Haja!

Millôr Fernandes

Dia do Trabalhador Rural

Hoje é Dia do Trabalhador Rural

Funeral de um Lavrador

João Cabral de Melo Neto

Chico Buarque


Resposta do Planalto à Folha sobre Lula na ONU

Por aldeney

Destaques do blog

nassif,

resposta à folha de São Paulo.

Do Blog do Planalto

A verdade por inteiro – resposta à Folha de S. Paulo

Enviamos carta à direção de redação da Folha de S. Paulo em resposta à manchete de domingo (23/5) “Lula articula seu futuro na ONU ou Banco Mundial”, mas o jornal só publicou parte dela. Consideramos importante para esclarecer o assunto que as pessoas tenham acesso à íntegra da resposta, conforme publicamos abaixo:

Ao diretor de Redação da Folha de S. Paulo,

Otavio Frias Filho.

A manchete da Folha de S. Paulo deste domingo (23/05), “Lula articula seu futuro na ONU ou Banco Mundial”, não é verdadeira. O repórter Kennedy Alencar, que assina o texto, enganou-se ou foi levado a engano por fontes desinformadas ou desqualificadas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não fez, não está fazendo e não incentiva qualquer articulação visando ocupar postos em organismos multilaterais.

Ao contrário, ele tem desencorajado qualquer conversa nesse sentido e já manifestou diversas vezes publicamente que tal pretensão não está em seus planos para o futuro. O comentário mais recente sobre tal proposta foi feito na entrevista concedida ao Correio Braziliense em 20 de abril próximo passado e publicada na edição do dia seguinte, na qual o presidente afirma categoricamente: “Não existe projeto internacional”.

“Jornalista: Agora em relação a essa coisa, seu projeto internacional, ONU, essa coisa da África, o senhor falou muito.

Presidente: Mas não existe projeto internacional.

Jornalista: Chefiar uma instituição. Como é que o senhor (incompreensível)?

Presidente: Esse negócio da ONU… vamos ter claro o seguinte: a ONU não pode ter, como secretário-geral, um político. Ela tem que ter um burocrata do sistema ONU. É, porque senão você entra em confronto com os outros presidentes. Quem manda na ONU são os presidentes representados na Assembleia da ONU. De repente, se você colocar um político… sabe? Você imagina se um presidente americano deixar a Presidência e quiser ser Secretário-Geral da ONU. Isso não é uma coisa…?

Então, eu acho que vamos melhorar a ONU, queremos a reforma, mas eu acho que a burocracia tem que continuar existindo nas Nações Unidas, para manter uma certa harmonia.”

Este continua sendo o pensamento do presidente Lula e vale para qualquer outra instituição multilateral.

Nelson Breve,

Secretário de Imprensa da Presidência da República

A réplica do jornalista Kennedy Alencar, publicada na seção Painel do Leitor, abaixo de parte de nossa carta:

As informações foram obtidas em conversas nas últimas três semanas com auxiliares diretos do presidente e diplomatas brasileiros e estrangeiros que participaram de conversas sobre uma articulação para Lula ocupar, no futuro, o cargo de secretário-geral da ONU ou de presidente do Banco Mundial.

A tréplica da Secretaria de Imprensa:

O presidente Lula voltou a negar tal articulação ontem, conforme texto da própria Folha (ver matéria da Eliane Cantanhede). O repórter deveria riscar as fontes ruins de seu caderno ao invés de continuar se apoiando nelas sem apresentar informações mais consistentes.

Autor: luizhenriquemendes - Categoria(s): Internacional, Mídia, Política

Eduardo Guimarães: "Só por cima do meu cadáver"

Vamos chamar pelo que é esse ensaio da próxima linha de ataque da direita brasileira: tentativa de golpe contra a vontade popular. Simples assim. Com base em interpretação dúbia de leis, a direita quer fazer a Justiça Eleitoral tirar da disputa pela Presidência da República a sua principal adversária exatamente no momento em que vai ficando claro que a eleição dela é vontade da maioria eleitorado brasileiro.

E não é porque a lei eleitoral trata os brasileiros como burros que eles são, pois todos sabemos que vantagem ilegal tem, sim, o PSDB, pois tem toda mídia, inclusive as concessões públicas de rádio e tevê, do lado dele, dizendo que Dilma “cometeu gafe”, que sua campanha “vai mal”, que ela está “empacada”, que um de seus marqueteiros é uma besta etc.

É de estranhar uma justiça eleitoral que não enxerga o abuso de poder econômico que são as propagandas do governo de São Paulo em todas as rádios e tevês durante toda a programação de todas as emissoras abertas e até fechadas à razão de pelo menos umas 10 peças publicitárias por hora, às vezes mais.

E essa, acima, é apenas uma das incoerências dos tucanos, que atacam adversários pelo que fazem desabridamente em termos de campanha eleitoral antecipada e de vantagem injusta sobre o adversário.

O PT teve o programa dele de dez minutos e os tucanos terão o seu. Podem aproveitar para difundir Serra ou não, mas já aproveitaram antes e há várias provas gravadas, a maioria das quais não vieram a público, sem falar que a vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, ao dizer que há mais provas contra o PT, contra o PSDB não disse que não há, mas que há menos, apenas.

O que é estranho é que a procuradora disse que há menos provas contra o PSDB porque ele não tem a máquina pública, sendo que, até algumas semanas, teve apenas o segundo orçamento do país nas mãos, o de São Paulo, e continua tendo, como se vê nas exaltações do governo tucano paulista em programas caríssimos em todos os horários de rádio e tevê.

Enfim, quero crer, ainda, que a Justiça Eleitoral deverá funcionar e que a doutora Sandra saberá explicar o grande número de posições contra o PT e o número zero de posições contra o PSDB que tem adotado, pois a aceitação da representação do Movimento dos Sem Mídia foi totalmente apartidária, para investigar institutos de pesquisa dos dois lados, se é que algum deles tem lado…

Mas, enfim, acho que chegou a hora de a onça beber água. Acho que a sociedade civil deve começar a se mobilizar já e os partidos da aliança governista que sustenta Dilma Rousseff devem pedir explicações à Justiça Eleitoral.

Quanto a mim, já me considero engajado em qualquer forma de resistência a um golpe análogo ao de Honduras, que a mídia brasileira carinhosamente chamou de “constitucional” – ou seja, um golpe de Estado, uma ruptura ilegal da democracia por definição, passa a ser compatível com a mesma Constituição que proíbe golpes, na visão da direita brasileira.

E também comunico que o Movimento dos Sem Mídia já se mobiliza para analisar e agir contra essa possibilidade de ruptura “constitucional” do processo eleitoral legal e democrático no qual somente o povo tem poder para decidir, pois considera que cassar uma candidatura que vem crescendo com intensidade devido ao amplo apoio popular, é golpe.

O próximo passo do MSM virá no momento oportuno, pois. Mas o da sociedade civil deveria começar já, na impossibilidade de ter começado ontem.

Blog da Cidadania


Bomba de Israel para os racistas da África do Sul

Peres ia vender ogivas ao regime do apartheid e hoje preside Israel

Saiu no jornal Guardian, de Londres:

O Governo de Israel ia vender ogivas nucleares, de diversos tamanhos, ao regime racista do apartheid da África do Sul.

O negócio só não saiu porque era muito caro.

E como fica a posição dos Estados Unidos/Israel, diante do acordo do Brasil e Turquia com o Irã ?

Israel pode ter bomba e sair por aí a vender a regimes renegados pela comunidade internacional, como era o regime do apartheid ?

A propósito, o Irã entregou, como prometido, o acordo com o Brasil e Turquia à Agencia Internacional e Energia Atômica.

O que dirão os embaixadores de pijama ?


Clique aqui para ler o que o Monde disse do Lula (tudo o que o FHC queria que dissesse dele) e do Celso Amorim.


Paulo Henrique Amorim

Melhor jornal francês elogia Lula.

Nem em francês ele ganha do Lula

Amigo navegante Luis sugere a leitura de editorial de hoje do Le Monde, o principal jornal francês.

É o jornal que o FHC lia todas as manhãs, quando morou em Paris.

(Ele fala francês.)

E gostaria que dissesse dele, FHC, o que disse do Lula:

O Brasil de Lula em todas as partes, diz o titulo do Monde.

Lula por aqui, o Brasil por lá.

O Brasil não é apenas a expressão do carisma do Lula.

Lula encarna um Brasil em plena forma.

Depois de driblar a crise econômica, o Brasil se equipara à China e à Índia em crescimento econômico.

O Brasil é brilhantemente representado por seu Ministro do Exterior, Celso Amorim.

(Aí, assistiremos a cerimônia macabra múltipla: FHC e os embaixadores de pijama vão cortar os pulsos, juntos, no estúdio da GloboNews. PHA)

O eixo econômico do mundo se deslocou para o Sul, diz o Monde.

O Brasil tem todo o direito de reclamar uma representação maior no Banco Mundial, no FMI e no Conselho de Segurança da ONU.

Além de reforçar o papel do G-20.

Lula pode apresentar a candidatura a Secretario-Geral da ONU em 2012.

(Tudo o que a ONU ofereceu ao Farol, quando ele deixou o Governo, foi o cargo de “Observador de Grandes Rios” – PHA.)

Paulo Henrique Amorim

Clique aqui para ir ao editorial do Le Monde

Acordo com o Irã: Obama foi quem pediu a Lula

Os embaixadores de pijama não sabem de nada


Saiu na Agência Brasil:

Amorim reforça necessidade de solução pacífica para impasse com Irã

Brasília – Quanto menores forem as ameaças ao Irã, maiores serão as chances de obter uma solução pacífica para a questão nuclear iraniana, disse hoje (240 o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. O acordo que Teerã fechou com o Brasil e a Turquia, destacou o chanceler brasileiro, mostra que é possível sentar à mesa e negociar.

“Quanto menos ameaças houver agora, maior e melhor é a perspectiva de haver negociação. As desconfianças vão se desfazendo. Primeiro, achavam que o Irã não queria fazer acordo nenhum e chegaram a um acordo”, disse Amorim.

Ao comentar a carta enviada pelo presidente norte-americano, Barack Obama, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Amorim disse que o Brasil não iria se envolver na negociação com o Irã sem o respaldo da comunidade internacional, principalmente dos Estados Unidos.

“Naturalmente, não íamos entrar numa coisa desse tipo, ao contrário do que alguns pensam, levianamente. Então, sempre tivemos em conta opiniões dadas e as preocupações de vários países, sobretudo dos Estados Unidos, porque foi o presidente Obama quem primeiro pediu ao presidente Lula para se interessar sobre a questão”, disse Amorim.

Segundo ele, o Brasil está tentando manter aberto o canal de diálogo com o Irã antes que sejam aplicadas sanções ou retaliações ao país. “Estamos fazendo força para criar esse espaço [de negociação com o Irã]. Você já viu aquela pessoa que coloca o pé na porta quando ela vai bater, se machuca, mas, mesmo assim, a mantém aberta e depois vai forçando? Somos nós”, comparou o ministro.

Clique aqui para ler a matéria de Ivan Richard na Agência Brasil

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Grêmio, Inter e cuia ajudam Dilma no Sul

por Luiz Carlos Azenha

Segundo dados da mais recente pesquisa do Datafolha, na região Sul do Brasil a petista Dilma Rousseff “subiu nove pontos e foi a 35% das intenções. O tucano [José Serra] caiu dez pontos desde abril e está com 38%. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais, eles estão empatados” no Sul (Fernando Rodrigues, em seu blog).

Existe alguma explicação razoável para um candidato subir nove pontos em um mês e outro candidato despencar dez pontos em uma região específica do Brasil?

Talvez seja resultado da derrota do Grêmio para um time paulista, o Santos, na Copa do Brasil, despertando um ódio inesperado dos gaúchos em relação aos paulistas.

Ou a vitória do Inter sobre o Estudiantes na Copa Libertadores, despertando um gauchismo repentino que beneficia a gaúcha Dilma Rousseff.

Ou o engasgar de José Serra diante da cuia do chimarrão:

Qualquer destas três explicações é melhor que a oferecida pela Folha de S. Paulo, que produziu a “grande” pesquisa fora da curva desta temporada eleitoral, aquela que previa a vitória esmagadora de José Serra na época do lançamento da candidatura dele, quando outros institutos de opinião já anunciavam que a boca do jacaré estava se fechando e que Dilma Rousseff estava em empate técnico com o tucano.

PAULO HENRIQUE AMORIM

"AS PESQUISAS DO DATA-DA-FOLHA TÊM A CREDIBILIDADE DA LISTA DOS LIVROS MAIS VENDIDOS DA VEJA"

"O mundo está ficando difícil para ser humano"

A imprensa brasileira - seus jornais, rádios e tevês – já não sabem bem o que são, embora saibam muito bem o que fazem. São a gripe suína do pensamento nacional. Ficaram histéricos, mas não se dão conta, nem ouvem a estridência de seus gritos. E, na verdade, já não se sabe pelo que gritam, nesses dias espetaculares, se pelos resultados da política internacional de Lula, se pelo avanço e ultrapassagem de Dilma em relação a Serra, ou se porque seus ataques, cada vez mais intensos, produzem cada vez menos efeito. O artigo é de Flávio Koutzii.

Mesmo assim, estes dias têm sido espetaculares: a ação do presidente do Brasil. A iniciativa da diplomacia brasileira. O atrevimento de arriscar um caminho, que talvez possa evitar a guerra. A altivez de ter independência na política externa, servindo ao Brasil e também ao mundo é uma página extraordinária da nossa história.

A dimensão fica mais nítida pela trágica e grotesca reação da grande imprensa brasileira: não apóiam, não exaltam, não valorizam, não contextualizam, desde uma perspectiva brasileira, só olham do ponto de vista da América do Norte, da Hillary, dos novos falcões americanos – uma nova transgenia democrata-republicana. É o “dark side of the moon” de Obama.

Para todos que acham que não houve golpe militar em Honduras, é natural achar que o Brasil não deve “atrapalhar” a preparação da nova invasão, desta vez no Irã, e muito menos podem aceitar uma iniciativa, que vejam só, pode ajudar a paz. E dificultar a diplomacia de guerra cada vez mais acelerada dos EUA.

A imprensa brasileira - seus jornais, rádios e tevês – já não sabem bem o que são, embora saibam muito bem o que fazem. São a gripe suína do pensamento nacional. Ficaram histéricos, mas não se dão conta, nem ouvem a estridência de seus gritos. E, na verdade, já não se sabe pelo que gritam, nesses dias espetaculares, se pelos resultados da política internacional de Lula, se pelo avanço e ultrapassagem de Dilma em relação a Serra, ou se porque seus ataques, cada vez mais intensos, produzem cada vez menos efeito.

Vale a pena observar algumas manifestações desta imprensa:

No dia 19 de maio, no Jornal da Noite, William Wack recorre a uma retrospectiva histórica, onde relembra com apoio de fotos e filmes, Nasser, Nehru, Tito como experiências de independência terceiro-mundista, que já aconteceram e não deram certo, para explicar que essa é a descendência, em 2010, da política de Lula. Ou, trocando em miúdos, toda busca de autonomia, independência nacional, construção de nação que aqueles episódios testemunharam são congenitamente equivocados. O único DNA “bom” é o DNA da obediência, do colonizado, do obediente, e toda revolta deve ser condenada.

Outro exemplo é a pergunta interativa feita no tradicional programa de debates Conversas Cruzadas, da RBS TV, sobre o tema: se o Irã iria cumprir o acordo. É uma pergunta legítima, mas típica do enfoque preferencial da produção desse programa; nem em sonhos, cogitam de fazer uma pergunta que começasse, não examinando as consequências futuras, mas os significados do gesto recente: o novo peso do Brasil na política internacional.

Perderam a noção, o sentido da grandeza, a percepção da história, o significado do gesto, o valor e o peso do Brasil, a noção da Pátria, os interesses do Mundo e da Paz.

Se fazem amnésicos, não lembram nem da história recente: as invasões das “cruzadas Bush”, dos movimentos evidentes do conservadorismo americano para invadir o Irã.

E também não se lembram do passado, pois querem eternizar as condições que fizeram das grandes nações coloniais e dos grandes países industrias do século XX os dominadores e senhores da Terra. Aliás, no mesmo jornal da Noite citado, há uma passagem que claramente indica como insensato atrevimento querer alterar a “ordem natural” das coisas. Quem tem riqueza, armas, poder, tecnologia, terá cada vez mais. Quem não tem, obedecerá cada vez mais.

É disto que se trata e é isto que Lula e o Brasil enfrentam com sensibilidade e realismo, tentando romper estes limites protegendo ao mesmo tempo a possibilidade do entendimento e da Paz. Não é para qualquer um.

(*) Sociólogo, foi deputado estadual (PT-RS) e Chefe da Casa Civil do Governo Olívio Dutra.