A história me absolverá…Morre o maior líder político do século XX
Depois do ataque ao quartel Moncada de Santiago de Cuba, em 26 de julho de 1953, e depois de passar 76 dias “preso em uma cela solitária”, como denunciou na época, ele fez a própria defesa no julgamento. E encerrou com estas palavras:
“Sei que a prisão será dura como nunca foi para ninguém, cheia de ameaças, de enfurecimento ruim e covarde, mas não a temo, como não temo a fúria do tirano miserável que arrancou a vida de 70 dos meus irmãos. Condene-me, não importa, a história me absolverá.”
Fidel Castro foi condenado no dia 16 de outubro daquele mesmo ano. Depois de passar 22 meses na prisão, foi libertado graças a uma anistia e partiu para o exílio no México.
Fidel Alejandro Castro Ruz (Birán, 13 de agosto de 1926 — Havana, 25 de novembro de 2016, o Fidel Castro, foi um político e revolucionário cubano que governou a República de Cuba como primeiro-ministro de 1959 a 1976 e depois como presidente de 1976 a 2008. Politicamente, era um um cubano nacionalista e marxista-leninista. Ele também serviu como Primeiro Secretário do Partido Comunista de Cuba de 1961 até 2011. Sob sua administração, Cuba tornou-se um Estado socialista unipartidário; a indústria e os negócios foram nacionalizados e reformas socialistas foram implementadas em toda a sociedade. Castro morreu em Havana na noite de 25 de novembro de 2016, aos 90 anos.
Nascido em Birán como filho de um rico fazendeiro, Castro adotou a política anti-imperialista de esquerda enquanto estudava direito na Universidade de Havana. Depois de participar de rebeliões contra os governos de direita na República Dominicana e na Colômbia, planejou a derrubada do presidente cubano Fulgencio Batista, lançando um ataque fracassado ao Quartel Moncada em 1953. Depois de um ano de prisão, viajou para o México onde formou um grupo revolucionário, o Movimento 26 de Julho, com seu irmão Raúl Castro e Che Guevara. Voltando a Cuba, Castro assumiu um papel fundamental na Revolução Cubana, liderando o movimento em uma guerra de guerrilha contra as forças de Batista na Serra Maestra. Após a derrota de Batista em 1959, Castro assumiu o poder militar e político como primeiro-ministro de Cuba. Os Estados Unidos ficaram alarmados com as relações amistosas de Castro com a União Soviética e tentaram sem êxito removê-lo através de assassinato, bloqueio econômico e contrarrevolução, incluindo a invasão da Baía dos Porcos em 1961. Contra essas ameaças, Castro formou uma aliança com os soviéticos e permitiu que eles colocassem armas nucleares na ilha, o que provocou a Crise dos Mísseis de Cuba – um incidente determinante da Guerra Fria – em 1962.
Adotando um modelo marxista-leninista de desenvolvimento, Castro converteu Cuba em uma ditadura socialista sob comando do Partido Comunista, o primeiro no hemisfério ocidental. As reformas introduziram o planejamento econômico central e levaram Cuba a alcançar índices elevados de desenvolvimento humano e social, como a menor taxa de mortalidade infantil da América, a erradicação do analfabetismo e da desnutrição infantil, mas foram acompanhadas pelo controle estatal da imprensa e pela supressão da dissidência interna. No exterior, Castro apoiou grupos anti-imperialistas revolucionários, apoiando o estabelecimento de governos marxistas no Chile, Nicarágua e Granada, além de enviar tropas para ajudar os aliados na Guerra do Yom Kipur, da Guerra Etío-Somali e da Guerra Civil Angolana. Essas ações, aliadas à liderança de Castro no Movimento Não Alinhado de 1979 a 1983 e ao internacionalismo médico cubano, melhoraram a imagem de Cuba no cenário mundial e conquistaram um grande respeito no mundo em desenvolvimento. Após a dissolução da União Soviética em 1991, Castro levou Cuba ao seu “Período Especial” e abraçou ideias ambientalistas e antiglobalização. Na década de 2000 ele forjou alianças na “onda rosa” da América Latina e assinou a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América. Em 2006, transferiu suas responsabilidades para o vice-presidente e irmão Raúl Castro, que assumiu formalmente a presidência em 2008.
Castro era uma figura mundial controversa e divisiva. Ele foi condecorado com vários prêmios internacionais e seus partidários o elogiam por ter sido um defensor do socialismo, do anti-imperialismo e do humanitarismo, cujo regime revolucionário garantiu a independência de Cuba do imperialismo estadunidense. Por outro lado, os críticos o classificam como um ditador totalitário cuja administração cometeu múltiplos abusos ao direitos humanos, Através de suas ações e seus escritos, ele influenciou significativamente a política de vários indivíduos e grupos em todo o mundo.
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