depoimento de ex-aluno da rede pública municipal de porto alegre
não esculhamba nossa educação siô prefeito
"Depoimento de ex aluno da EMEF PROFESSOR ANISIO TEIXEIRA, Lucas L. Ramos.
Sou filho da educação pública municipal (ensino fundamental) e estadual (ensino médio). Estudei apenas dois anos em uma escola particular.
Portanto, toda a minha formação tem origem no ensino público. Não só a minha. Minha irmã mais velha também estudou na mesma escola municipal, localizada no bairro onde crescemos e até hoje residimos.
Tenho acompanhado a questão dos professores municipais.
A prefeitura, aos 45 minutos do segundo tempo (pouco antes do início das aulas), resolveu mudar o tempo dos períodos em sala de aula para o ensino fundamental.
Tal distribuição temporal, diga-se, é a mesma desde, pelo menos, o ano de 1996 quando ingressei na primeira série.
Mas o nosso atual prefeito, sob o subterfúgio de estar focado no "aluno", resolveu modificar isso e esculhambar tudo.
O prefeito diz mais: que os alunos da rede pública municipal saem da escola sem saber absolutamente nada.
Sr. Prefeito, com todo o respeito. Toda a minha formação é pública (excetuando, óbvio, o ensino superior).
Não seria razoável deduzir que hoje, ao desempenhar a minha função de advogado, pudesse fazê-lo se eu tivesse saído da minha BASE sem saber nada. Digo mais: é provável que nem formação superior eu tivesse.
Vou usar outro exemplo, caseiro: a minha irmã teve acesso ao mesmo sistema de educação. É fisioterapeuta.
Nós, assim como grandes amigos que fiz na escola, saímos da educação pública municipal e, cada um de acordo com as suas escolhas, traçou seus caminhos e está tentando subir na vida. Nós aprendemos. Nós tivemos acesso ao ensino que o Sr. diz ser insuficiente.
O que me diferenciou, Sr. Prefeito, não foi a educação recebida na escola. Foi a ESTRUTURA FAMILIAR que eu, minha irmã e alguns amigos, sempre tivemos.
Estrutura que a maioria dos nossos colegas, vindos de comunidades extremamente carentes, jamais tiveram. Isso não é culpa da educação municipal, Sr. Prefeito.
Vou além: nunca fomos ricos. Mas meu pai sempre teve condições de nos oferecer o MÍNIMO necessário. Ele sempre teve EMPREGO e RENDA, tendo autonomia e proporcionando dignidade para a nossa família.
Repito: não somos e nunca fomos ricos. Talvez, jamais seremos, aliás.
Mas eu jamais poderei me comparar aos meus colegas que não tinham absolutamente nada. Essa é a realidade da maioria dos alunos que frequentam a rede municipal de ensino.
Eles têm acesso ao mesmo ensino que eu tive, porém, em condições absolutamente diversas.
Então o problema não é a educação municipal. Não são os professores. Não é a estrutura das escolas.
O problema é que ninguém (políticos) pensa a respeito de uma plataforma que aprendi muito com o meu amigo Nelson Naibert: geração de emprego e renda. É a famosa tríade sempre presente em época de campanha: educação, saúde e segurança. E isso não é entregue para a população, pois, desde sempre temos problemas nestas áreas. Insistem sempre nessas teclas.
Deveriam pensar em formas de garantir o acesso ao emprego e renda. Isso afetaria de forma positiva as 3 áreas "chaves". O Nelson sempre falou sobre isso e, como bom ouvinte, compreendi e tirei as minhas conclusões. Me vejo como um exemplo claro disso.
É isso.
Não sou brilhante. Não sou excepcional. Não sou melhor que os demais. A única coisa que me diferenciou, foi isso: a minha família tinha essa autonomia e, infelizmente, a família de muitos que estudaram comigo beirava a miserabilidade. A única refeição, por exemplo, era dentro da própria escola.
A minha família, estruturada, me educou. Na escola MUNICIPAL, busquei o CONHECIMENTO.
Mas, reitero, o acesso ao ensino foi o mesmo. Os professores foram os mesmos e a estrutura era a mesma.
Jogar para a torcida é fácil, Sr. Prefeito.
Toca na ferida. Vai no ponto certo. Não esculhamba a nossa educação com medidas irrelevantes e prejudiciais."
não esculhamba nossa educação siô prefeito
"Depoimento de ex aluno da EMEF PROFESSOR ANISIO TEIXEIRA, Lucas L. Ramos.
Sou filho da educação pública municipal (ensino fundamental) e estadual (ensino médio). Estudei apenas dois anos em uma escola particular.
Portanto, toda a minha formação tem origem no ensino público. Não só a minha. Minha irmã mais velha também estudou na mesma escola municipal, localizada no bairro onde crescemos e até hoje residimos.
Tenho acompanhado a questão dos professores municipais.
A prefeitura, aos 45 minutos do segundo tempo (pouco antes do início das aulas), resolveu mudar o tempo dos períodos em sala de aula para o ensino fundamental.
Tal distribuição temporal, diga-se, é a mesma desde, pelo menos, o ano de 1996 quando ingressei na primeira série.
Mas o nosso atual prefeito, sob o subterfúgio de estar focado no "aluno", resolveu modificar isso e esculhambar tudo.
O prefeito diz mais: que os alunos da rede pública municipal saem da escola sem saber absolutamente nada.
Sr. Prefeito, com todo o respeito. Toda a minha formação é pública (excetuando, óbvio, o ensino superior).
Não seria razoável deduzir que hoje, ao desempenhar a minha função de advogado, pudesse fazê-lo se eu tivesse saído da minha BASE sem saber nada. Digo mais: é provável que nem formação superior eu tivesse.
Vou usar outro exemplo, caseiro: a minha irmã teve acesso ao mesmo sistema de educação. É fisioterapeuta.
Nós, assim como grandes amigos que fiz na escola, saímos da educação pública municipal e, cada um de acordo com as suas escolhas, traçou seus caminhos e está tentando subir na vida. Nós aprendemos. Nós tivemos acesso ao ensino que o Sr. diz ser insuficiente.
O que me diferenciou, Sr. Prefeito, não foi a educação recebida na escola. Foi a ESTRUTURA FAMILIAR que eu, minha irmã e alguns amigos, sempre tivemos.
Estrutura que a maioria dos nossos colegas, vindos de comunidades extremamente carentes, jamais tiveram. Isso não é culpa da educação municipal, Sr. Prefeito.
Vou além: nunca fomos ricos. Mas meu pai sempre teve condições de nos oferecer o MÍNIMO necessário. Ele sempre teve EMPREGO e RENDA, tendo autonomia e proporcionando dignidade para a nossa família.
Repito: não somos e nunca fomos ricos. Talvez, jamais seremos, aliás.
Mas eu jamais poderei me comparar aos meus colegas que não tinham absolutamente nada. Essa é a realidade da maioria dos alunos que frequentam a rede municipal de ensino.
Eles têm acesso ao mesmo ensino que eu tive, porém, em condições absolutamente diversas.
Então o problema não é a educação municipal. Não são os professores. Não é a estrutura das escolas.
O problema é que ninguém (políticos) pensa a respeito de uma plataforma que aprendi muito com o meu amigo Nelson Naibert: geração de emprego e renda. É a famosa tríade sempre presente em época de campanha: educação, saúde e segurança. E isso não é entregue para a população, pois, desde sempre temos problemas nestas áreas. Insistem sempre nessas teclas.
Deveriam pensar em formas de garantir o acesso ao emprego e renda. Isso afetaria de forma positiva as 3 áreas "chaves". O Nelson sempre falou sobre isso e, como bom ouvinte, compreendi e tirei as minhas conclusões. Me vejo como um exemplo claro disso.
É isso.
Não sou brilhante. Não sou excepcional. Não sou melhor que os demais. A única coisa que me diferenciou, foi isso: a minha família tinha essa autonomia e, infelizmente, a família de muitos que estudaram comigo beirava a miserabilidade. A única refeição, por exemplo, era dentro da própria escola.
A minha família, estruturada, me educou. Na escola MUNICIPAL, busquei o CONHECIMENTO.
Mas, reitero, o acesso ao ensino foi o mesmo. Os professores foram os mesmos e a estrutura era a mesma.
Jogar para a torcida é fácil, Sr. Prefeito.
Toca na ferida. Vai no ponto certo. Não esculhamba a nossa educação com medidas irrelevantes e prejudiciais."
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