Postado por Juremir Machado da Silva - 07/03/2010 09:57
Correio do Povo
Ano passado, no dia internacional da mulher, publiquei um texto que atualizo agora.
Alguns pensadores ditos estruturalistas (como se dizia em Palomas, não vale a pena explicar, já passou) decretaram que o homem era (ou é) uma invenção recente. Se de fato é, sinto muito, já está obsoleta. A mulher, tenho certeza disso, é uma invenção mais antiga. Não acredito, com todo respeito, na hipótese de que Eva saiu de uma costela de Adão. Acho que foi o contrário. Adão não teria suportado morar sozinho no paraíso sem futebol nem cerveja. Está certo que Dilma Roussef parece que vai sair diretamente de uma costela de Luiz Inácio para a presidência da República. Mas isso não prova coisa alguma. Salvo que o PT está sem quadros para substituir o condutor ou que a mulher é a melhor solução. Todo ano, no dia internacional da mulher, eu penso a mesma coisa: a mulher, em termos darwinistas culturais, está mais aparelhada para se adaptar ao mundo contemporâneo. Não é por acaso que elas vivem mais. E nos carregam.
A lógica feminina é mais perfeita. Começa que os homens nem têm lógica. Ou, se quiserem, limitam-se a uma lógica binária: Grêmio ou Inter. O Juventude não passa, como dizia aquela música, de uma nuvem passageira que foi parar na segunda divisão. As mulheres são incrivelmente mais complexas. Foram elas que inventaram o talvez. Sem o talvez, garanto (sou homem), não haveria Shakespeare nem Machado de Assis. Tampouco mistério ou suspense. Capitu é a encarnação de um talvez ainda não resolvido, mas deliciosamente disseminado. O mundo nunca mais foi o mesmo depois do talvez. Sim ou não é coisa de primitivos. Como a brutalidade tende a se impor sobre a sofisticação, os homens dominaram o sexo feminino nos últimos anos (mais ou menos quatro mil). As mulheres são tão fortes que sobreviveram. Os homens teriam morrido todos no parto ou por causa da dupla jornada. Não estou querendo dizer que o masculino é o verdadeiro sexo frágil. É pura dissimulação. Aí está: os homens é que são dissimulados. Fingem estar perdendo o poder.
Eu sonho com a dominação total das mulheres. Quero mulheres em todos os postos de comando. Só elas são transparentes, objetivas, sinceras e diretas. Esse é o paradoxo do gênero: homens dizem sim ou não. Mas nunca se sabe se estão falando a verdade. Em geral, estão mentindo.
Com as mulheres é muito mais simples: sim é sim e não é não, exceto quando não é sim e sim é não, o que qualquer homem, por mais limitado que seja, consegue perceber. A emancipação da mulher ainda não se completou. A brutalidade masculina ainda faz estragos imensos. As estatísticas não mentem: homens matam mais. A prova da superioridade feminina está no fato de que é quase impossível vê-las enterradas no sofá encharcando-se de cerveja e olhando 22 homens correrem atrás de uma bola sem conseguir, ao longo de 90 minutos, fazer um gol. As mulheres têm um vestuário muito mais complexo. Comunicam-se de modo mais sutil. A dominação masculina fez do homem o centro do mundo.
Qual foi a grande filósofa grega? Os gregos só gostavam mesmo de homens. Qual foi a grande pintora da Renascença? Deve ter. Eu é que sou ignorante. Os machos são pulhas e parasitas. Sufocaram as mulheres. Não as deixaram produzir ou relegaram o que elas produziram ao esquecimento. Alguns ainda lamentam a grande virada das últimas décadas.
Eu, se fosse mulher, juraria vingança. Até nisso as mulheres são superiores.
Têm aceitado uma anistia ampla, geral e irrestrita.
Nunca entendi esses três termos. Sempre achei que dizem o mesmo.
Já imaginaram se as mulheres resolvessem entrar na justiça para exigir reparação pelos séculos em que foram exploradas por nós? Eu, no lugar delas, imporia um castigo. Exigiria um dia internacional do homem.
E os obrigaria a perder a barriga.
Postado por Juremir Machado da Silva
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