Para o C Af, Assange = Zé das Couves
O Conversa Afiada considera que o Brasil desmoralizou o WikiLeaks.
No Brasil, as revelações do WikiLeaks foram monopólio do PiG (*).
Só a Folha (**) e o Globo tiveram acesso às primeiras informações.
(Embora, o William Bonner tenha tentado desqualificar o que chamou de “uaiquiliques”, depois que Johnbim entrou na roda.)
A Folha, por exemplo, escondeu que o serrista Nelson Johnbim tinha ido ao embaixador americano para
1)apoiar a crítica do embaixador à política externa do país a que servia – ou seja, desempenhou papel que lá em Marechal se chama de traíra;
2)falou mal de um colega de ministério, o Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, que vai entrar para a História do Brasil numa página mais edificante que a dele.;
3)revelou um segredo que o presidente Nunca Dante lhe tinha contado: que Evo Morales, presidente da Bolívia, tinha um tumor na cabeça.
Isso, a Folha escondeu.
A Folha, dessa forma, fraudou o WikiLeaks.
Ou seja, para este Conversa Afiada, o WikiLeaks no Brasil é um Viagra vendido na Feira de São Joaquim, em Salvador.
A entrevista que os jornalistas brasileiros fizeram com o Assange foi tão útil quanto entrevista o Fernando Henrique Cardoso.
Assange no Brasil é um problema.
Como é para a Justiça da Suécia, onde seu líder é acusado de assédio sexual.
O Conversa Afiada não apóia o “estupra mas não mata”.
Uma questão de estilo.
O WikiLeaks do Brasil – sabe-se lá o que vem a ser isso – divulgou documentos da Operação Satiagraha.
O Conversa Afiada, como um órgão de imprensa que não costuma assediar mulheres, confirmou a veracidade dos documentos ali postados.
O que o Conversa Afiada viu é verdadeiro.
E originais.
Ninguém sabia que o talionário de notas fiscais do advogado Wilson Mirza era administrado pelo Daniel Dantas.
Ninguém sabia que Daniel Dantas contratou um famoso advogado de Brasília para ameaçar o presidente do Superior Tribunal de Justiça, através de um dossiê na Veja.
Ninguém sabia que o Daniel Dantas escondeu de bancos respeitáveis, como o Safra e o UBS, a verdadeira identidade de seus cotistas.
E muito menos que os investidores de Dantas em paraísos fiscais eram eles mesmos, Dantas e assemelhados.
Para o Conversa Afiada, a origem da informação na internet é irrelevante.
Poderia ser o zédascouves.com.br.
Desde que as informações fossem verdadeiras.
Como são.
Para o Conversa Afiada, pouco se lhe dá quem sejam WikiLeaks do Brasil, WikiLeaks da Suécia ou Zé das Couves ponto com ponto BR.
O Conversa Afiada não tem medo do Daniel Dantas.
Tem medo do Assange.
Em nome das mulheres navegantes que visitam esse ansioso blog.
(Em tempo: o Conversa Afiada compartilha de muitas das apreensões que o inglês The Guardian e o americano New York Times passaram a ter, depois que receberam o primeiro material do Assange.)
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
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