segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

falta avisar ao PIG golpista

Presidente do BC de iFHC: o Brasil é o máximo


O Brasil é o máximo

Saiu no Globo, pág. 43, de ontem:

“O Brasil hoje tem uma posição única no planeta.”

“Tem crescimento alto para padrões internacionais. Tem taxas de juros, portanto remunerações atraentes para o mercado financeiro. É uma democracia de massas, um país pacífico com respeito ao direito de propriedade, com escala e aberto ao capital estrangeiro.”

“Essa conjugação de fatores não existe em nenhum lugar do mundo.”

Entrevista de Persio Arida, um dos idealizadores do Plano Real (o outro, André Lara Rezende preferiu viver fora do Brasil e criar cavalos), e presidente do Banco Central e do BNDES no Governo iFHC.


NAVALHA

Falta avisar ao iFHC.

Ele acha que o Brasil só tem vento.

E é uma desgraça.

Na página ao lado, no Globo, o dono do Banco BTG Pactual, André Esteves, aquele carioca que morre de rir dos empresários paulistas, e hoje é patrão do Pérsio Arida, diz sobre a compra do PanAmericano:

“ (vai ser) uma plataforma de distribuição de produtos financeiros e crédito para o varejo num país que verá sua classe média e consumo crescerem cada vez mais. Seremos um país de classe média.”


Que horror !

Em tempo: como se sabe, o então Ministro do Planejamento, Padim Pade Cerra, boicotou o Plano Real, através dos jornalistas que o chamam de “Serra”. Jamais se expôs, mas acusou o Real de ser vítima de “populismo cambial”. Tudo para tomar o lugar do Malan.)

Em tempo 2: quando é que o Armínio Fraga, quindim de Iaiá do PiG (*) e presidente do Banco Central de taxas de juros de 40%, vai dizer que o Brasil é o máximo ? Clique aqui para ler “Presidente do BC de FHC (Fraga) manda o investidor fugir do Brasil”.
Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

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BAITASAR

O Professor, vez que outra, some do litoral (nos meses de janeiro e fevereiro, fica indo e vindo, mais indo e ficando do que vindo) e aparece na redação (a sala da redação do blog do baitasar é pequena, para não dizer minúscula, só o redator consegue sentar, o visitante fica em pé, no limiar da porta), chegou tranquilo, completamente desinformado

"Baitasar, têm dias (e são muitos) que desejaria ser um desses alienados do futebol, aos sábados lavar o carro (de preferência que dure a tarde toda), ir ao açougue comprar a carne, as batatas e as bebidas do churrasco. Dormir agarrando as carnes da patroa e babando no pescoço. Levantar cedo no domingo, sair para comprar o jornal dominical (a banca fica na esquina), depois do churrasco com a salada de maionese, uma soneca para destilar a cerveja e escapar de lavar a louça do almoço ( coisa de mulher). Acordar, lá pelo meio da tarde, assistir o futebol da telinha da globo, sem o aúdio (não aguento o cala a boca, galvão!), mas escutando a jornada esportiva pelo radinho de pilha (só pra matar o tempo e a mim mesmo), depois ir a missa das 19 horas e voltar para engolir o fantástico..."

Continuo em silêncio, o Professor engatou a marcha e não o discurso.

Quando se manda do litoral desliga o radar, a internet, o faro, as manchetes dos jornalísticos, e fica leve, flutua sob a brisa exorbitante daquelas terras banhadas pelo mar

"Guri,, as águas oceânicas em Tramandaí estiveram esverdeadas."

Solto uma exclamação de surpresa.

Ele me olha interrogativo.

Explico que imaginei o professor em algum recanto quase deserto do nosso litoral.

Ele viajou com a missão médica de descansar, mas junto com ele, aproximadamente, 500 mil gaúchos e gaúchas de todas as querências, em janeiro e fevereiro, mudaram-se para Tramandaí.

Ele trocou alho por bugalho.

Deixo escapar um sorriso, como um fio de água pela torneira.

Mudo de assunto.

Pergunto ao Professor se ele não quer ser meu amigo no facebook

"Mas já não somos amigos?"

Respondo que no facebook é diferente

"Diferente no quê, guri? Amigo é amigo em qualquer lugar."

Tento explicar que é uma rede social de amigos, interesses comuns

"Pra quê?"

O Professor é um torresmo prensado ao extremo do máximo, até parece queimado de tão duro

"Pois, Baitasar, prefiro encontrar meus amigos no buteku da ladeira, conversa de verdade, enquanto eu falo o amigo escuta, olhando nos olhos, o amigo fala e eu escuto tomando um chopinho muito gelado e batatinha na vontade dos amigos."

Faço mais uma tentativa e chamo o Professor para junto do computador, mostro fotos dos meus amigos (pensando bem, não tenho foto do Professor), amigas, filhos, famílias, passeios, viagens, lembretes de aniversário (nem sei o dia do aniversário do Professor), enfim, tudo que podemos fazer juntos pelo computador (meus amigos sabem usar essas ferramentas melhor que eu mesmo).

O Professor, agora encostado na soleira da porta, ergue a mão pedindo para que eu pare

"Baitasar, vamus até o buteku da ladeira tomar um chopinho, degustando umas tirinhas de picanha enroladas na farofa."

Ele sabe que esse convite sempre me soa como uma ordem do Comandante. Irrecusável. Levanto vestindo a estampa do Che, fecho a porta da redação, passo o braço sobre os ombros do meu amigo, e saímos

"Baitasar, depois podemos ir visitar alguns destes teus amigos?"

Explico que a maioria dos meus amigos nunca vi pessoalmente, nem sei onde moram

"Mas que raio de amigos são esses que a gente não pode visitar?"

Confesso ao Professor que alguns já devem ter abandonado o País depois das eleições, pelo menos é o que escreveram no facebook, estavam de partida com a vitória da Dilma terrorista, assaltante de banco.

Acho que já estão bem longe

"Ah, Baitasar! Eu quero ver quando você descobrir que ninguém vai te devolver esse tempo perdido conversando com o computador."

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