Dique golpista começa a rachar
Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:
O povo não é bobo. Ou não é tão bobo quanto a mídia pensa.
Comentário que pesquei no site do Globo, abaixo da matéria sobre Jaques Wagner, novo alvo da pistolagem política:
Quando entrei na notícia, era o comentário mais recente, aparecendo, portanto, em destaque.
Esse tipo de reação tem crescido. Sabe-se que a grande mídia, em especial o grupo Abril, contratam empresas especializadas em produzir comentários para os portais.
Os blogs da Veja e mesmo o Antagonista são usuários mais conhecidos dessas técnicas de iludir o leitor e o anunciante, para dar a impressão de uma audiência que não existe.
No caso dos blogs da Veja, os serviços são inclusive de péssima qualidade, e muitos comentários são produzidos quiçá eletrônicamente, por robôs, como se pode constatar pela quantidade bizarra de comentários assinados com nicknames, seguidos de textos repetitivos e redundantes, além da recusa destes mesmos serviços de instalar sistemas de comentários via Facebook, que dificultam o controle e a censura.
Quando aparecem comentários críticos às conspirações midiático-judiciais, é porque o sistema de controle rachou.
O dique da manipulação está começando a se romper.
A grande imprensa iniciou a semana com a nota apocalíptica de sempre, o que ajuda a criar um clima de pessimismo, que o mercado reflete no boletim Focus, o qual por sua vez abastece a mídia, num sistema de retroalimentação desgraceiro e doentio.
A grande imprensa continua a demitir em massa, criando nas redações um clima de terrorismo que resulta numa obediência cega do profissional aos ditames editoriais.
Os jornalistas passam a ter medo até mesmo de pensar diferente. De olho na sobrevivência, os profissionais não apenas vendem sua força de trabalho. Vendem também suas ideias, seus sonhos. Isso é o que o sistema atual pode fazer de mais cruel com a juventude disposta a trabalhar nas redações.
Com o recesso parlamentar, o sistema de pistolagem política depende da Lava Jato para vender conteúdo aos jornalões. De posse de um conjunto gigantesco de informações, um punhado de bandidos travestido de autoridades vende seletivamente vazamentos para uma imprensa interessada especialmente num determinado tipo de informação.
Os vazamentos da delação de Cerveró sobre o governo FHC servem para legitimar uma farsa. E digo farsa não porque desacredite da existência de atos de corrupção, tanto no governo FHC quanto nos governos posteriores. Refiro-me ao método de investigação, baseado em delações, de um lado, e num jogo calculado de vazamentos.
Daí que a agenda política nacional continua estreita. Os brasileiros não conhecem o Brasil. A quantas anda a economia brasileira real?
Por que a imprensa esconde que o Brasil tem o monopólio absoluto da produção mundial de nióbio, minério estratégico e essencial na produção de armas, satélites e produtos tecnológicos? Será porque não interessa à família Itaú, detentora deste monopólio?
Por que a imprensa parou de divulgar amplas reportagens-denúncia (se é que fez alguma vez) sobre a tragédia de Mariana?
A quantas anda a questão fundiária no país?
A nossa imprensa vive presa a uma agenda política incrivelmente curta, e repetitiva. Todos os jornais e revistas só falam de dois ou três assuntos, sob a mesma ótica.
A sociedade brasileira tornou-se muito mais complexa do que seu noticiário. Evidentemente, o monopólio cria essas distorções.
A ameaça de um novo delator de oferecer cem nomes de pessoas, envolvidas em algum esquema, transforma a Lava Jato numa grande pantomina. A delação premiada, definitivamente, vulgarizou-se.
Os réus entenderam que podem falar qualquer coisa, e serão premiados. Se não houver provas, não tem importância: a PF se encarregará de inventá-las, através de suposições as mais esdrúxulas possíveis. Os relatórios da PF tornaram-se peças de ficção, em que o policial, de posse de um conjunto volumoso de vazamentos, constrói uma teoria qualquer, a qual, desde que dentro da linha da mídia, será chancelada e defendida por esta custe o que custar.
As previsões econômicas para este ano ainda são bastante ruins: o boletim Focus, que colhe previsões da iniciativa privada, estimou que o PIB deve cair 3% este ano. Para o ano que vem, contudo, espera-se crescimento. Todos os fundamentos sinalizam que o ciclo negativo se esgota este ano. Aliás, já no segundo semestre deste ano, as luzes devem começar a surgir ao fim do túnel.
Politicamente, inclusive, este ano pode ser bem melhor, em virtude da realização das Olimpíadas e das eleições municipais. Melhor no sentido de possuir uma agenda política um pouco mais abrangente. O golpismo tende a se encolher, constrangido, diante do espetáculo de novas eleições livres e democráticas.
As Olimpíadas servem para erguer o astral, além de atrair, para o país, a atenção global, abrindo excelentes oportunidades para trocas culturais, políticas e comerciais.
Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:
O povo não é bobo. Ou não é tão bobo quanto a mídia pensa.
Comentário que pesquei no site do Globo, abaixo da matéria sobre Jaques Wagner, novo alvo da pistolagem política:
Quando entrei na notícia, era o comentário mais recente, aparecendo, portanto, em destaque.
Esse tipo de reação tem crescido. Sabe-se que a grande mídia, em especial o grupo Abril, contratam empresas especializadas em produzir comentários para os portais.
Os blogs da Veja e mesmo o Antagonista são usuários mais conhecidos dessas técnicas de iludir o leitor e o anunciante, para dar a impressão de uma audiência que não existe.
No caso dos blogs da Veja, os serviços são inclusive de péssima qualidade, e muitos comentários são produzidos quiçá eletrônicamente, por robôs, como se pode constatar pela quantidade bizarra de comentários assinados com nicknames, seguidos de textos repetitivos e redundantes, além da recusa destes mesmos serviços de instalar sistemas de comentários via Facebook, que dificultam o controle e a censura.
Quando aparecem comentários críticos às conspirações midiático-judiciais, é porque o sistema de controle rachou.
O dique da manipulação está começando a se romper.
A grande imprensa iniciou a semana com a nota apocalíptica de sempre, o que ajuda a criar um clima de pessimismo, que o mercado reflete no boletim Focus, o qual por sua vez abastece a mídia, num sistema de retroalimentação desgraceiro e doentio.
A grande imprensa continua a demitir em massa, criando nas redações um clima de terrorismo que resulta numa obediência cega do profissional aos ditames editoriais.
Os jornalistas passam a ter medo até mesmo de pensar diferente. De olho na sobrevivência, os profissionais não apenas vendem sua força de trabalho. Vendem também suas ideias, seus sonhos. Isso é o que o sistema atual pode fazer de mais cruel com a juventude disposta a trabalhar nas redações.
Com o recesso parlamentar, o sistema de pistolagem política depende da Lava Jato para vender conteúdo aos jornalões. De posse de um conjunto gigantesco de informações, um punhado de bandidos travestido de autoridades vende seletivamente vazamentos para uma imprensa interessada especialmente num determinado tipo de informação.
Os vazamentos da delação de Cerveró sobre o governo FHC servem para legitimar uma farsa. E digo farsa não porque desacredite da existência de atos de corrupção, tanto no governo FHC quanto nos governos posteriores. Refiro-me ao método de investigação, baseado em delações, de um lado, e num jogo calculado de vazamentos.
Daí que a agenda política nacional continua estreita. Os brasileiros não conhecem o Brasil. A quantas anda a economia brasileira real?
Por que a imprensa esconde que o Brasil tem o monopólio absoluto da produção mundial de nióbio, minério estratégico e essencial na produção de armas, satélites e produtos tecnológicos? Será porque não interessa à família Itaú, detentora deste monopólio?
Por que a imprensa parou de divulgar amplas reportagens-denúncia (se é que fez alguma vez) sobre a tragédia de Mariana?
A quantas anda a questão fundiária no país?
A nossa imprensa vive presa a uma agenda política incrivelmente curta, e repetitiva. Todos os jornais e revistas só falam de dois ou três assuntos, sob a mesma ótica.
A sociedade brasileira tornou-se muito mais complexa do que seu noticiário. Evidentemente, o monopólio cria essas distorções.
A ameaça de um novo delator de oferecer cem nomes de pessoas, envolvidas em algum esquema, transforma a Lava Jato numa grande pantomina. A delação premiada, definitivamente, vulgarizou-se.
Os réus entenderam que podem falar qualquer coisa, e serão premiados. Se não houver provas, não tem importância: a PF se encarregará de inventá-las, através de suposições as mais esdrúxulas possíveis. Os relatórios da PF tornaram-se peças de ficção, em que o policial, de posse de um conjunto volumoso de vazamentos, constrói uma teoria qualquer, a qual, desde que dentro da linha da mídia, será chancelada e defendida por esta custe o que custar.
As previsões econômicas para este ano ainda são bastante ruins: o boletim Focus, que colhe previsões da iniciativa privada, estimou que o PIB deve cair 3% este ano. Para o ano que vem, contudo, espera-se crescimento. Todos os fundamentos sinalizam que o ciclo negativo se esgota este ano. Aliás, já no segundo semestre deste ano, as luzes devem começar a surgir ao fim do túnel.
Politicamente, inclusive, este ano pode ser bem melhor, em virtude da realização das Olimpíadas e das eleições municipais. Melhor no sentido de possuir uma agenda política um pouco mais abrangente. O golpismo tende a se encolher, constrangido, diante do espetáculo de novas eleições livres e democráticas.
As Olimpíadas servem para erguer o astral, além de atrair, para o país, a atenção global, abrindo excelentes oportunidades para trocas culturais, políticas e comerciais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário