quinta-feira, 1 de julho de 2010

PSDB perdeu a hegemonia, porque é de São Paulo


Saiu no Conversa Afiada

José Serra não teve peito de enfrentar os DEMOS e entregou a vice-presidência a um ilustre desconhecido.

(Desconhecido, não da vereadora tucana do Rio, Andrea Gouvêa Vieira, que, hoje, no Globo, volta a dizer que Indio do Brasil favoreceu a Milano, uma vendedora de merendas superfaturadas – merendas e, não, ambulâncias amigo navegante)

José Serra não teve peito para fazer a chapa puro sangue com Aécio ou Álvaro Dias.

Por que ?

Por que ele teve que cair no colo do DEMO mais retrógrado, o da família Maia, do Rio ?

Por que ele não conseguiu seguir o caminho do meio do espectro político e fazer um vice do PSDB ?

Por que o PSDB não conseguiu ser PSDB ?

Com um vice do PSDB ou com Aécio na cabeça da chapa ?

Numa ou noutra hipótese, o PSDB não teria ido para a direita, mas ficaria no centro.

Aécio seria pós-Lula sem rancor, sem despotismo.

Um PSDB/PSD.

Serra é o PSDB/UDN.

Como diz um mineiro ilustre: Serra é o último autoritário.

Mais do que isso.

Serra é de São Paulo.

E, para o resto do Brasil, tucano de São Paulo significa “direita”, significa “arrogância”, significa “pavor de nordestino”, significa “elite”: o Brasil é São Paulo e o resto é o resto.

Como diz Fernando Lyra, sábio pernambucano: São Paulo não pensa o Brasil.

São Paulo dos tucanos não precisa do Brasil.

O Brasil é que precisa deles.

E eles não devem satisfação a ninguém.

Fazem o que bem entendem.

O PiG (*) é deles.

O PiG (*) é a oposição quando eles não querem ser.

Os tucanos de São Paulo (com o PiG) jogaram o Brasil no colo do neoliberalismo, como fez o Farol de Alexandria.

Compraram um segundo mandato.

E governaram com e para o PiG.

Serra é tudo isso e mais vinte.

Porque Serra é um neoliberal por dentro e um Putin por fora.

Serra é São Paulo na veia.

Serra é tucano de São Paulo na veia.

Serra e FHC jogaram o PSDB na direita.

Jogaram o PSDB no colo do DEMO.

E lá morrerão.

(Mas, os Maia, não.)

O Brasil cansou do paulistismo.

Paulo Henrique Amorim

Recomenda-se a leitura da sempre excelente Maria Inês Nassif, no Valor, pág. A4, sobre a batalha do vice: “Sem sorte, sem arte e sem bater um bolão” (ou leia aqui).

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

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