Uma “Disneylândia” no Cais Mauá?
Dec 13th, 2012 by Marco Aurélio Weissheimer no RS Urgente
Por Paulo Muzell
O tema parecia esgotado, eu mesmo aqui no RS URGENTE fiz vários comentários. Trata-se do polêmico projeto do Cais Mauá, que pretende “revitalizar” a área portuária da cidade, numa faixa que vai da Rodoviária até a Usina do Gasômetro. Um grupo de consultoria, liderado pelo arquiteto e ex-prefeito de Curitiba, Jayme Lerner, desenvolveu um estudo preliminar – um anteprojeto -, propondo localizar centro de convenções, shopping center, hotéis, estacionamento subterrâneo para cinco mil veículos e vários outros empreendimentos. Tudo isso justamente na ponta do “funil” que é o centro da cidade. Para isso o governo Fogaça-Fortunati (Fo-Fo) elaborou, aprovou e sancionou leis alterando o regime urbanístico da área, elevando alturas, índices de aproveitamento, taxas de ocupação e zoneamentos de uso. A altura máxima permitida pelo plano diretor da cidade – 52 metros – foi “esquecida”, aumentada na área do projeto para até 100 metros, o que viabiliza – e o anteprojeto prevê -, a construção de duas torres com mais de trinta andares.
Surge aí o primeiro problema: o V COMAR e a Infraero, responsáveis pelo controle e segurança dos vôos do Aeroporto Salgado Filho alertam a Prefeitura da impossibilidade de licenciar alturas superiores aos já consagrados e aprovados 52 metros. O impasse levou o presidente do Sinduscon à Câmara Municipal na semana passada. Em longa palestra, o representante da construção civil colocou a questão em termos teatrais, dramáticos. Ele afirmou que a burocracia da área civil e militar da aviação coloca entraves que ameaçam o desenvolvimento futuro da cidade. O presidente do Sinduscon repetiu à exaustão – tentando convencer os vereadores e a opinião pública da cidade, contando com o apoio de importantes veículos da mídia – que o desenvolvimento da cidade depende principalmente da construção de “espigões”. Grosseira simplificação. E até ameaçou: persistindo o impasse, Porto Alegre (e sua população) será a grande prejudicada, perderá importantes empreendimentos que irão se deslocar para em cidades do entorno, como Canoas, por exemplo.
Em novembro do ano passado a área foi concedida ao consórcio Porto Cais Mauá (Jaime Lerner), que anunciou o início das obras para março de 2012, o que não aconteceu. No início do segundo semestre deste ano começaram as especulações. Alguns órgãos de imprensa buscaram explicações para o atraso. O consórcio Porto Cais Mauá manteve-se discreto, silencioso. Ficou claro que o consórcio não dispunha de recursos e garantias suficientes para alavancar um empreendimento de tal magnitude: buscava parcerias.
Finalmente em meados de dezembro, ao “apagar das luzes” de 2012 são anunciados os dois novos parceiros que viabilizarão o projeto: a NSG Consultoria, que terá participação de 39% no negócio e a VONPAR S.A., representante local da Coca-Cola, aquela mesma empresa que “adotou” o largo Glenio Peres e lá colocou o malfadado boneco da Copa. Falar em “adoção” é eufemismo. Na verdade, Fortunati privatizou uma das áreas mais nobres da cidade. Pois os representantes da VONPAR-Coca-Cola trouxeram a grande novidade, num anúncio bombástico: ”faremos algo inédito, vamos oferecer uma Disneylândia para toda cidade”. Ora, construir shopping, torres gigantescas, centro de convenções, hotéis, estacionamento gigante além de outros empreendimentos no “funil” da área mais congestionada da cidade já é enorme descalabro. Agora é anunciado mais este absurdo: um parque de diversões ao estilo da Disneylândia.
O tema parecia esgotado, eu mesmo aqui no RS URGENTE fiz vários comentários. Trata-se do polêmico projeto do Cais Mauá, que pretende “revitalizar” a área portuária da cidade, numa faixa que vai da Rodoviária até a Usina do Gasômetro. Um grupo de consultoria, liderado pelo arquiteto e ex-prefeito de Curitiba, Jayme Lerner, desenvolveu um estudo preliminar – um anteprojeto -, propondo localizar centro de convenções, shopping center, hotéis, estacionamento subterrâneo para cinco mil veículos e vários outros empreendimentos. Tudo isso justamente na ponta do “funil” que é o centro da cidade. Para isso o governo Fogaça-Fortunati (Fo-Fo) elaborou, aprovou e sancionou leis alterando o regime urbanístico da área, elevando alturas, índices de aproveitamento, taxas de ocupação e zoneamentos de uso. A altura máxima permitida pelo plano diretor da cidade – 52 metros – foi “esquecida”, aumentada na área do projeto para até 100 metros, o que viabiliza – e o anteprojeto prevê -, a construção de duas torres com mais de trinta andares.
Surge aí o primeiro problema: o V COMAR e a Infraero, responsáveis pelo controle e segurança dos vôos do Aeroporto Salgado Filho alertam a Prefeitura da impossibilidade de licenciar alturas superiores aos já consagrados e aprovados 52 metros. O impasse levou o presidente do Sinduscon à Câmara Municipal na semana passada. Em longa palestra, o representante da construção civil colocou a questão em termos teatrais, dramáticos. Ele afirmou que a burocracia da área civil e militar da aviação coloca entraves que ameaçam o desenvolvimento futuro da cidade. O presidente do Sinduscon repetiu à exaustão – tentando convencer os vereadores e a opinião pública da cidade, contando com o apoio de importantes veículos da mídia – que o desenvolvimento da cidade depende principalmente da construção de “espigões”. Grosseira simplificação. E até ameaçou: persistindo o impasse, Porto Alegre (e sua população) será a grande prejudicada, perderá importantes empreendimentos que irão se deslocar para em cidades do entorno, como Canoas, por exemplo.
Em novembro do ano passado a área foi concedida ao consórcio Porto Cais Mauá (Jaime Lerner), que anunciou o início das obras para março de 2012, o que não aconteceu. No início do segundo semestre deste ano começaram as especulações. Alguns órgãos de imprensa buscaram explicações para o atraso. O consórcio Porto Cais Mauá manteve-se discreto, silencioso. Ficou claro que o consórcio não dispunha de recursos e garantias suficientes para alavancar um empreendimento de tal magnitude: buscava parcerias.
Finalmente em meados de dezembro, ao “apagar das luzes” de 2012 são anunciados os dois novos parceiros que viabilizarão o projeto: a NSG Consultoria, que terá participação de 39% no negócio e a VONPAR S.A., representante local da Coca-Cola, aquela mesma empresa que “adotou” o largo Glenio Peres e lá colocou o malfadado boneco da Copa. Falar em “adoção” é eufemismo. Na verdade, Fortunati privatizou uma das áreas mais nobres da cidade. Pois os representantes da VONPAR-Coca-Cola trouxeram a grande novidade, num anúncio bombástico: ”faremos algo inédito, vamos oferecer uma Disneylândia para toda cidade”. Ora, construir shopping, torres gigantescas, centro de convenções, hotéis, estacionamento gigante além de outros empreendimentos no “funil” da área mais congestionada da cidade já é enorme descalabro. Agora é anunciado mais este absurdo: um parque de diversões ao estilo da Disneylândia.
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