Auditoria confirma afirmação de Dilma sobre Pasadena, mas notícia fica “só para assinantes”
20 de maio de 2015 | 17:53
Autor: Fernando Brito
Se você comparar o espaço no noticiário para a confirmação da fala de Dilma Rousseff sobre não terem sido levadas ao conhecimento do Conselho de Administração cláusulas que, segundo ela, a fariam opor-se ao negócio e toda a extensão das “zentas” matérias que diziam que “ela sabia” dá uma proporção parecida com a de um lenço e o Estado do Amazonas.
Pois hoje, o insuspeitíssimo Valor Econômico (sociedade Globo-Folha) publica a matéria só para seus assinantes.
Como eu prefiro correr o risco de “violar a privacidade” do Valor a deixar que uma notícia com esta importância fique oculta, reproduzo os principais trechos do trabalho dos repórteres Letícia Casado e Fernando Torres, com a colaboração de Claudia Schuffner.
“Relatório do comitê de auditoria da Petrobras sobre a aquisição nos Estados Unidos da refinaria de Pasadena em 2006, elaborado como resultado de investigação interna da companhia, reconhece pela primeira vez diversas irregularidades no processo e coloca praticamente toda a responsabilidade nas costas do exdiretor da área internacional Nestor Cerveró, preso desde janeiro por causa das investigações da Operação LavaJato. O relatório também corrobora a versão da presidente Dilma Rousseff, que comandava o conselho de administração da estatal na época e alegou depois que aprovou a compra com base em um resumo executivo apresentado por Cerveró, sem duas cláusulas da negociação, conhecidas como “Marlin” e “Put Option”. Segundo a versão de Dilma, caso tivessem sido mencionadas, as cláusulas a teriam levado a ficar contra a transação. O documento, apresentado em 14 de novembro de 2014 ao Conselho de Administração da estatal,confirma esta omissão.”
(…)
O Valor teve acesso ao relatório feito pelo comitê, que procurou resumir um documento de 113 páginas preparado pela Companhia. O comitê de auditoria recomendou ao conselho de administração abrir processo civil contra 11 brasileiros relacionados no relatório e processo investigatório nos Estados Unidos para apurar eventuais práticas de fraude ou corrupção.
E muito relevante:
“O relatório do comitê de auditoria foi concluído em 24 de outubro de 2014 e apresentado três semanas depois ao conselho. Portanto, os conselheiros tomaram conhecimento sobre os resultados da investigação depois de a então presidente da estatal Graça Foster e do expresidente da estatal José Sergio Gabrielli terem prestado depoimentos no Congresso e de terem sido questionados sobre a compra da refinaria no Texas.”
Portanto, não eram informações disponíveis na ocasião e suas falas.
O relatório, segundo o Valor, aponta diversas falhas no negócio, com discrepâncias nos valores – muitíssimo menores do que as que têm sido levantadas na mídia – mas só com o acesso às datas de cada estimativa seria possível verificar se, com a variação dos preços e margens de lucro do refino, o tamanho das diferenças é imprudência ou má-fé e o peso que têm sobre a qualidade do negócio, conduzido pelo ex-diretor Nestor Cerveró.
________________________
Recordar é educar a si mesmo no presente
Venderam por 3 o que Valia 100 e hoje Vale 200!
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“Relatório do comitê de auditoria da Petrobras sobre a aquisição nos Estados Unidos da refinaria de Pasadena em 2006, elaborado como resultado de investigação interna da companhia, reconhece pela primeira vez diversas irregularidades no processo e coloca praticamente toda a responsabilidade nas costas do exdiretor da área internacional Nestor Cerveró, preso desde janeiro por causa das investigações da Operação LavaJato. O relatório também corrobora a versão da presidente Dilma Rousseff, que comandava o conselho de administração da estatal na época e alegou depois que aprovou a compra com base em um resumo executivo apresentado por Cerveró, sem duas cláusulas da negociação, conhecidas como “Marlin” e “Put Option”. Segundo a versão de Dilma, caso tivessem sido mencionadas, as cláusulas a teriam levado a ficar contra a transação. O documento, apresentado em 14 de novembro de 2014 ao Conselho de Administração da estatal,confirma esta omissão.”
(…)
O Valor teve acesso ao relatório feito pelo comitê, que procurou resumir um documento de 113 páginas preparado pela Companhia. O comitê de auditoria recomendou ao conselho de administração abrir processo civil contra 11 brasileiros relacionados no relatório e processo investigatório nos Estados Unidos para apurar eventuais práticas de fraude ou corrupção.
E muito relevante:
“O relatório do comitê de auditoria foi concluído em 24 de outubro de 2014 e apresentado três semanas depois ao conselho. Portanto, os conselheiros tomaram conhecimento sobre os resultados da investigação depois de a então presidente da estatal Graça Foster e do expresidente da estatal José Sergio Gabrielli terem prestado depoimentos no Congresso e de terem sido questionados sobre a compra da refinaria no Texas.”
Portanto, não eram informações disponíveis na ocasião e suas falas.
O relatório, segundo o Valor, aponta diversas falhas no negócio, com discrepâncias nos valores – muitíssimo menores do que as que têm sido levantadas na mídia – mas só com o acesso às datas de cada estimativa seria possível verificar se, com a variação dos preços e margens de lucro do refino, o tamanho das diferenças é imprudência ou má-fé e o peso que têm sobre a qualidade do negócio, conduzido pelo ex-diretor Nestor Cerveró.
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Recordar é educar a si mesmo no presente
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