Como o “ele sabia” da Veja varia conforme o “freguês” e o Estadão não lê o Estadão
7 de junho de 2015
Autor: Fernando Brito
A capa da Veja aí de cima é, evidente, uma montagem. A reprodução, ao lado, não.
Está na edição da revista de 8 de maio de 2002.
A capa sequer menciona o nome de Fernando Henrique, mesmo que a revista contenha a denúncia não de um “bandido profissional” (copyright Sérgio Moro, sobre Alberto Youssef), mas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro do próprio FHC.
E não apenas por ele, mas também por Paulo Renato de Souza, então ministro da Educação, morto em 2011.
A entrevista de Barros está aqui e aqui, na parte de baixo das páginas, na íntegra.
A memória implacável de meu bom amigo Apio Gomes – e seus arquivos igualmente impiedosos – chegam-me por e-mail sobre esta exploração sobre o fato de ter havido um encontro, no dia 31 de janeiro de 2006, entre Lula, na Presidência, e Paulo Roberto Costa, diretor de Abastecimento, em companhia do então presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli e outras pessoas estar sendo tratada como “indício” de envolvimento do ex-presidente com as malfeitorias do ex-diretor.
É assim: quando se quer, a afirmação “passa batido” e vai para o “pé” da matéria; quando convém, uma mera suposição vira manchete.
O “caso” atual foi “levantado” pelo Estadão com “base” num relatório de auditoria da Petrobras que simplesmente listou, nada mais, as viagens de diretores da empresa e outros funcionários no período que antecedeu a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA.
O que basta para o ex-vetusto jornal paulista dissesse que a ida de Costa a Brasília”indica” que foi tratar com Lula sobre Pasadena.
Até porque o Estadão sabe que Gabrielli estava no dia apontado como o sendo o da reuniãoe se Lula fosse participar do que não devia não iria fazer isso numa “assembleia”.
O Estadão deixa de lado que tinha acabado de estourar a crise com a Bolívia, por conta das refinarias da Petrobras, que o presidente da petroleira estatal de petróleo boliviana, Eduardo Vardala, tinha anunciado, dias antes, que “pretendia estatizar” numa entrevista àFrance Press.
As refinarias, como se sabe, são área da Diretoria de Abastecimento e, portanto, na época, àquele cidadão, o que deveria ser considerado um possível bom motivo para sua presença por lá, numa reunião com o Presidente, não é?
Para saber disso nem é preciso ter uma memória fantástica como a do amigo que me enviou a Veja.
Basta ler no Estadão todas as informações que dei e que o jornal paulista não deu, muito menos a revista dos Civita.
No Estadão do dia seguinte à tal “reunião reveladora”, 1° de fevereiro, que se não tiverem por lá a gente tem aqui, capturado online e que pode ser vista e lida aqui.
Há motivos para uma reunião que não passam, necessariamente, sobre Pasadena.
Quando imprensa trabalha com vontades e não fatos, deixa de lado até o que ela própria publicou.
Deveriam entronizar o Rubens Ricúpero e seu “o que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde”.
A capa da Veja aí de cima é, evidente, uma montagem. A reprodução, ao lado, não.
Está na edição da revista de 8 de maio de 2002.
A capa sequer menciona o nome de Fernando Henrique, mesmo que a revista contenha a denúncia não de um “bandido profissional” (copyright Sérgio Moro, sobre Alberto Youssef), mas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro do próprio FHC.
E não apenas por ele, mas também por Paulo Renato de Souza, então ministro da Educação, morto em 2011.
A entrevista de Barros está aqui e aqui, na parte de baixo das páginas, na íntegra.
A memória implacável de meu bom amigo Apio Gomes – e seus arquivos igualmente impiedosos – chegam-me por e-mail sobre esta exploração sobre o fato de ter havido um encontro, no dia 31 de janeiro de 2006, entre Lula, na Presidência, e Paulo Roberto Costa, diretor de Abastecimento, em companhia do então presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli e outras pessoas estar sendo tratada como “indício” de envolvimento do ex-presidente com as malfeitorias do ex-diretor.
É assim: quando se quer, a afirmação “passa batido” e vai para o “pé” da matéria; quando convém, uma mera suposição vira manchete.
O “caso” atual foi “levantado” pelo Estadão com “base” num relatório de auditoria da Petrobras que simplesmente listou, nada mais, as viagens de diretores da empresa e outros funcionários no período que antecedeu a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA.
O que basta para o ex-vetusto jornal paulista dissesse que a ida de Costa a Brasília”indica” que foi tratar com Lula sobre Pasadena.
Até porque o Estadão sabe que Gabrielli estava no dia apontado como o sendo o da reuniãoe se Lula fosse participar do que não devia não iria fazer isso numa “assembleia”.
O Estadão deixa de lado que tinha acabado de estourar a crise com a Bolívia, por conta das refinarias da Petrobras, que o presidente da petroleira estatal de petróleo boliviana, Eduardo Vardala, tinha anunciado, dias antes, que “pretendia estatizar” numa entrevista àFrance Press.
As refinarias, como se sabe, são área da Diretoria de Abastecimento e, portanto, na época, àquele cidadão, o que deveria ser considerado um possível bom motivo para sua presença por lá, numa reunião com o Presidente, não é?
Para saber disso nem é preciso ter uma memória fantástica como a do amigo que me enviou a Veja.
Basta ler no Estadão todas as informações que dei e que o jornal paulista não deu, muito menos a revista dos Civita.
No Estadão do dia seguinte à tal “reunião reveladora”, 1° de fevereiro, que se não tiverem por lá a gente tem aqui, capturado online e que pode ser vista e lida aqui.
Há motivos para uma reunião que não passam, necessariamente, sobre Pasadena.
Quando imprensa trabalha com vontades e não fatos, deixa de lado até o que ela própria publicou.
Deveriam entronizar o Rubens Ricúpero e seu “o que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde”.
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