Memória: O dia em que o Jornal Nacional se despediu do parceiro Ricardo Teixeira, o homem da propina de R$ 73.266.606,00
publicado em 07 de junho de 2015
No dia 11 de maio de 2010 o promotor do cantão de Zug, na Suiça, Thomas Hildbrand, anunciou o acordo pelo qual arquivava ação criminal contra João Havelange e Ricardo Teixeira.
No documento incluiu a tabela ao lado. É a lista das propinas identificadas pagas pela International Sports Marketing, ISL, a Havelange e Teixeira. Um total de 21.904.630 francos suiços entre 1992 e 2000, ou R$ 73.266.606,00 no câmbio de hoje, sem considerar a inflação.
Institution 2 é a empresa Sanud. Quando depôs a uma CPI do Congresso brasileiro, Teixeira disse que a Sanud era “apenas” sócia-investidora dele. O promotor provou que o cartola mentiu. A Sanud era o propinoduto de Teixeira, baseado em Liechtenstein.
Há um pagamento de 1,5 milhão de francos suiços nominal a João Havelange no dia 03 de março de 1997. Foi produto de um erro incrível. Foi um depósito que a ISL fez diretamente na conta da FIFA! A entidade fez o estorno da quantia e deu ao cartola o valor, mas não conseguiu apagar os registros da contabilidade do banco.
A informação vazou para o jornalista Andrew Jennings, que tascou num tabloide britânico sem identificar nominalmente Havelange.
A empresa identificada como E4, da qual eram beneficiários Havelange e Teixeira, é a Renford.
O dinheiro foi pago pela ISL para garantir exclusividade nos direitos de transmissão e marketing da Copa do Mundo, num período em que Havelange presidia a FIFA e seu ex-genro Teixeira a CBF.
Em todo este período a Globo teve exclusividade no Brasil, através de contratos fechados com a ISL.
Embora a FIFA tenha terntado impedir a divulgação das descobertas de Hildbrand, perdeu na Justiça.
No Brasil, o Jornal da Record foi o primeiro a mostrar a relação de pagamentos feitos a Teixeira, ainda em 2011, antes mesmo da divulgação oficial.
Teixeira se afastou da CBF no dia 12 de março de 2012.
Agora vejam o texto que o Jornal Nacional, da TV Globo, dedicou a seu parceiro na despedida.
O ápice da desonestidade jornalística é a frase que destacamos em negrito:
Número 70 da Rua da Alfandega, centro do Rio. Vinte e três anos atrás, Ricardo Teixeira entrava neste prédio para ser empossado como Presidente da CBF.
Há nove anos o prédio deixou de ser a sede da Confederação… há algumas horas Teixeira deixou de ser o Presidente da CBF.
Ricardo Teixeira assumiu a presidência da CBF em 1989, seguindo os passos do sogro, o então presidente da FIFA, João Havelange.
Sob o comando de Teixeira, o Brasil conquistou 112 títulos em várias categorias do futebol: o último deles, em agosto do ano passado, quando a Seleção Sub-20 foi penta-campeã mundial.
A primeira conquista veio logo no início de sua administração, o título da Copa América, pela Seleção principal, deu fim a um jejum que já durava quatro décadas. Aquela taça foi a primeira de uma série de cinco Copas Américas na gestão dele.
Ricardo Teixeira esteve a frente da CBF em seis Copas do Mundo, de 90 na Itália até 2010 na África do Sul, foram três finais consecutivas.
Em 94, com Carlos Alberto Parreira no comando, o Brasil voltou a vencer depois de 24 anos sem um título.
Quatro anos depois, em 98, na França, outra final: derrota para os franceses por três a zero.
Em 2002, a geração talentosa de Ronaldo e Rivaldo reconquistou a hegemonia mundial com o penta-campeonato no Japão.
Nas últimas duas Copas ele presenciou as derrotas, na Alemanha e na África do Sul, apesar de a Seleção ter conquistado a Copa das Confederações nos anos anteriores aos dois mundiais.
No comando da CBF, Ricardo Teixeira organizou o calendário do futebol nacional e instituiu a formula dos pontos corridos para o Campeonato Brasileiro. Foram medidas benéficas para a economia dos clubes, que passaram a ter atividades o ano inteiro.
Com uma gestão longa, Ricardo Teixeira colecionou amigos e adversários. Seu jeito centralizador gerou desafetos, de Romário a Pelé, passando por dirigentes esportivos.
O mais recente: o atual presidente da FIFA, Joseph Blatter.
Da lista, houve muitos com quem selou a paz, como Ronaldo “fenômeno”, que, este ano, depois de restabelecidas as relações, foi nomeado pelo próprio Ricardo Teixeira para integrar o Comitê da Copa de 14.
Ao longo da carreira, Ricardo Teixeira foi alvo de denúncias.
Diante de todas elas, Teixeira sempre disse que as acusações eram falsas e tinham caráter político.
A denúncia mais contundente foi a de que ele, e um grupo ligado a FIFA, teriam recebido dinheiro de forma irregular nas negociações de uma empresa de marketing esportivo, em 1999. Viu os processos serem arquivados pela Justiça.
Teixeira assumiu a Confederação Brasileira quando a Seleção tinha apenas dois patrocinadores. Deixa a Seleção com dez patrocinadores e a CBF com um faturamento anual de R$ 271 milhões (números de 2010).
Sua última realização a frente do futebol brasileiro não foi alcançada no gramado.
Em 2007, Ricardo Teixeira comandou a campanha vitoriosa que fez a FIFA conceder ao Brasil o direito de organizar a Copa do Mundo de 14.
Nos últimos cinco anos foi o Presidente do Comitê Organizador Local. Hoje, sai de cena, há dois anos do Mundial.
Leia também:
Juca Kfouri: O mundo das transmissões de futebol na TV pode ser mais sujo que o das empreiteiras
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Da lista, houve muitos com quem selou a paz, como Ronaldo “fenômeno”, que, este ano, depois de restabelecidas as relações, foi nomeado pelo próprio Ricardo Teixeira para integrar o Comitê da Copa de 14.
Ao longo da carreira, Ricardo Teixeira foi alvo de denúncias.
Diante de todas elas, Teixeira sempre disse que as acusações eram falsas e tinham caráter político.
A denúncia mais contundente foi a de que ele, e um grupo ligado a FIFA, teriam recebido dinheiro de forma irregular nas negociações de uma empresa de marketing esportivo, em 1999. Viu os processos serem arquivados pela Justiça.
Teixeira assumiu a Confederação Brasileira quando a Seleção tinha apenas dois patrocinadores. Deixa a Seleção com dez patrocinadores e a CBF com um faturamento anual de R$ 271 milhões (números de 2010).
Sua última realização a frente do futebol brasileiro não foi alcançada no gramado.
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