sábado, 25 de fevereiro de 2017

porto alegre: não esculhamba nossa educação... siô prefeito do PSDB

depoimento de ex-aluno da rede pública municipal de porto alegre


não esculhamba nossa educação siô prefeito



"Depoimento de ex aluno da EMEF PROFESSOR ANISIO TEIXEIRA, Lucas L. Ramos.

Sou filho da educação pública municipal (ensino fundamental) e estadual (ensino médio). Estudei apenas dois anos em uma escola particular.


Portanto, toda a minha formação tem origem no ensino público. Não só a minha. Minha irmã mais velha também estudou na mesma escola municipal, localizada no bairro onde crescemos e até hoje residimos.

Tenho acompanhado a questão dos professores municipais.
A prefeitura, aos 45 minutos do segundo tempo (pouco antes do início das aulas), resolveu mudar o tempo dos períodos em sala de aula para o ensino fundamental.

Tal distribuição temporal, diga-se, é a mesma desde, pelo menos, o ano de 1996 quando ingressei na primeira série.

Mas o nosso atual prefeito, sob o subterfúgio de estar focado no "aluno", resolveu modificar isso e esculhambar tudo.

O prefeito diz mais: que os alunos da rede pública municipal saem da escola sem saber absolutamente nada.

Sr. Prefeito, com todo o respeito. Toda a minha formação é pública (excetuando, óbvio, o ensino superior).

Não seria razoável deduzir que hoje, ao desempenhar a minha função de advogado, pudesse fazê-lo se eu tivesse saído da minha BASE sem saber nada. Digo mais: é provável que nem formação superior eu tivesse.

Vou usar outro exemplo, caseiro: a minha irmã teve acesso ao mesmo sistema de educação. É fisioterapeuta.

Nós, assim como grandes amigos que fiz na escola, saímos da educação pública municipal e, cada um de acordo com as suas escolhas, traçou seus caminhos e está tentando subir na vida. Nós aprendemos. Nós tivemos acesso ao ensino que o Sr. diz ser insuficiente.

O que me diferenciou, Sr. Prefeito, não foi a educação recebida na escola. Foi a ESTRUTURA FAMILIAR que eu, minha irmã e alguns amigos, sempre tivemos.

Estrutura que a maioria dos nossos colegas, vindos de comunidades extremamente carentes, jamais tiveram. Isso não é culpa da educação municipal, Sr. Prefeito.

Vou além: nunca fomos ricos. Mas meu pai sempre teve condições de nos oferecer o MÍNIMO necessário. Ele sempre teve EMPREGO e RENDA, tendo autonomia e proporcionando dignidade para a nossa família.

Repito: não somos e nunca fomos ricos. Talvez, jamais seremos, aliás.

Mas eu jamais poderei me comparar aos meus colegas que não tinham absolutamente nada. Essa é a realidade da maioria dos alunos que frequentam a rede municipal de ensino.

Eles têm acesso ao mesmo ensino que eu tive, porém, em condições absolutamente diversas.

Então o problema não é a educação municipal. Não são os professores. Não é a estrutura das escolas.

O problema é que ninguém (políticos) pensa a respeito de uma plataforma que aprendi muito com o meu amigo Nelson Naibert: geração de emprego e renda. É a famosa tríade sempre presente em época de campanha: educação, saúde e segurança. E isso não é entregue para a população, pois, desde sempre temos problemas nestas áreas. Insistem sempre nessas teclas.

Deveriam pensar em formas de garantir o acesso ao emprego e renda. Isso afetaria de forma positiva as 3 áreas "chaves". O Nelson sempre falou sobre isso e, como bom ouvinte, compreendi e tirei as minhas conclusões. Me vejo como um exemplo claro disso.
É isso.

Não sou brilhante. Não sou excepcional. Não sou melhor que os demais. A única coisa que me diferenciou, foi isso: a minha família tinha essa autonomia e, infelizmente, a família de muitos que estudaram comigo beirava a miserabilidade. A única refeição, por exemplo, era dentro da própria escola.

A minha família, estruturada, me educou. Na escola MUNICIPAL, busquei o CONHECIMENTO.

Mas, reitero, o acesso ao ensino foi o mesmo. Os professores foram os mesmos e a estrutura era a mesma.

Jogar para a torcida é fácil, Sr. Prefeito.

Toca na ferida. Vai no ponto certo. Não esculhamba a nossa educação com medidas irrelevantes e prejudiciais."

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Porto Alegre: INCRÍVEL ISSO, MAS CONTAMOS COMO AULA ALUNOS NAS SUAS SALAS COM SEUS PROFESSORES!!

Sou de um tempo em que...



... os professores após as férias e o recesso escolar tinham reencontros, hoje temos conflitos de guerras e mentiras e sprays de pimenta no retorno dxs professorxs. o psdb de porto alegre vai repetir o richa do paraná? vai piorar? vai imitar o pmdb do governador Sartori do rs e do golpista? não vai pagar em dia?



"Texto da competentíssima colega Marileise Caldeira. Mitou!!!



Parte 2: Do café da Manhã e Almoço


Minha colega Soraya da Silveira Franke já esclareceu, mas é sempre bom repetir.


Mentira 1: De acordo com o Secretário os pro...f. ficam das 7H 30m até as 8h olhando os alunos mascarem pão e contam como aula.

A VERDADE: Os alunos tomam café a partir das 7h 15m. 7h 30m quando dá o sinal nos levamos a turma para sala e damos aula. INCRÍVEL ISSO, MAS CONTAMOS COMO AULA ALUNOS NAS SUAS SALAS COM SEUS PROFESSORES!!




Mentira 2: Tb de acordo com o secretário passamos mais de 1 hora no refeitório sem fazer nada enquanto os alunos almoçam.

A VERDADE: os alunos do 5º ano em diante almoçam depois das 12h. Eles tem aula das 7h 30m até às 12h em sala de aula com seus profs. Do 1º ao 4° ano nós os levamos ao refeitório para almoçar. E aqui uma pausa para a fala da Ranzolim que pergunta: Pra que precisa? Nas escolas privadas e do estado os prof. ñ acompanham!! Pelo amor de Deus quanta desinformação em uma única frase!

Ficou até feio!! desde quando escola privada DÁ almoço? (me corrijam se estiver errada, ñ quero pagar o mesmo mico). Escola estadual com almoço? Jesus, eles mal ganham um leite com bolacha e com muita sorte meia cumbuca de arroz ou massa. E os profs os levam sim até o refeitório para receber esse parco lanche.

Nas escolas municipais eles tem almoço: feijão, arroz, salada e carne. E usam garfo, faca e pratos de vidro (a Secretaria da Saúde proíbe utensílios de plástico) . Acham que não precisam ser acompanhados? Em casa os pais deixam seus filhos pequenos lidarem com esses objetos e comida quente sozinhos? E os alunos com necessidades especiais? Nas escolas tem alunos que são os profs que os alimentam. Além disso é pedagógico SIM porque falamos da importância de cada alimento, das vitaminas, ñ encher o prato, ñ desperdiçar alimento e como manejar os talheres. Outro motivo é que em nossos refeitórios cabem em torno de 6 turmas, bem espremidos, por isso o almoço dos porque é escalonado e não demora mais de 20 min. E à tarde o almoço ocorre da mesma forma q o café, antes do sinal de entrada.

As DUAS HORAS que o sr. Secretário diz que passam comendo não dura mais de 20 MINUTOS.




quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

ERA DE AUTORITARISMO, SUPERFICIALIDADE E INCOMPETÊNCIA

sobre autoritarismo e competência para ser incompetente




"Vale muito a pena ler esse texto. Ele explica com riqueza de detalhes o que os educadores de Porto (ex) Alegre estão defendendo com tanta garra e determinação. Não vamos nos calar frente a tamanha arbitrariedade."



"Texto do ex-colega da rede e hoje professor universitário de instituição federal no Nordeste Mateus Gonçalves!"



"Não pensem que nos calaremos ou desistiremos facilmente, golpistas covardes!

É estarrecedor o que acontece no sul de nosso país. A capital que já foi farol do mundo em matéria de educação, hoje agoniza nas mãos de irresponsáveis que destroem o que levamos décadas para construir coletivamente, e com participação popular.

O sonho de uma escola cidadã, com sensibilidade e respeito à municipalidade, hoje acordou entristecida, e vive momentos que nem nos piores pesadelos se pôde imaginar.

Vejo, à distância e impotente, minhas/meus companheir@s de anos sendo menosprezad@s e enganad@s, atingid@s pelas costas por uma ação covarde de uma prefeitura que age arbitrariamente e antes do retorno de professoras/es a suas escolas.

Chamam de "folga" aquilo que foi conquista daquelas/es que vieram antes de nós, e que construíram com muito suor, espaços de discussão coletivos, e que possibilitaram por décadas, a concretização de escolas onde o diálogo e a participação popular eram o desejo e a realidade.

A cada dia em que nos encontrávamos com noss@s estudantes às 7h30min, muitos dos que hoje acusam educadoras/es de preguiços@s e corrupt@s (sim, pq quem recebe e não trabalha não tem outro nome!), estavam dormindo e começavam seu expediente somente às 9h (nem uma, nem duas vezes tínhamos que esperar até essa hora para conseguir falar com pessoas dentro de gabinetes, longe da realidade que nós profes tão bem conhecemos). Sempre trabalhamos a mais todos os dias em que estávamos nas escolas, o dia em que não comparecíamos era tão somente uma compensação, uma vez que não recebíamos horas-extras. Pergunte a qualquer servidor/a na escola municipal mais próxima.

Nossas reuniões pedagógicas sempre foram trincheiras de luta de ideias, debate de pensamentos, fruição de criatividade. Nas reuniões sempre pudemos discutir e construir um projeto de escola comum e coerente! Quem tem dúvida, procure quaisquer conselheir@s escolares, elas/es saberão explicar em detalhes a razão e a importância de cada reunião no interior das escolas municipais.

Não sejamos ingênu@s ao ponto de acreditarmos que não tínhamos problemas, nem tampouco superficiais em acreditar no que a mídia apresenta como "fatos" (sabemos que a verdade exposta nos grandes veículos de comunicação de massa, muitas vezes não passa de uma versão q prevalece).

Procure @s profes municipais, procure a equipe diretiva das escolas, fale com @s conselheir@s escolares, verdadeir@s guerreir@s q vêm sendo subestimad@s a cada gestão que têm ocupado lugares de poder na capital gaúcha.

Hoje estou deveras entristecido, mas não vou deixar com que tudo que construímos JUNT@S seja esquecido!! Estou aqui no sertão do nordeste, e cada estudante, futuro professor/a de teatro, saberá que numa cidade bem longe daqui, no sulzão de nosso país continental, fizemos de nossas utopias a realidade!

Essa realidade nos constituiu como educadoras/es, corre em nossas veias a força da escola cidadã! Quem viveu numa Porto, hoje não muito alegre, não esquecerá! Quem vive hj que continue acreditando em sua força! E quem, como eu, já fez parte desse maravilhoso coletivo de transformadoras/es de vidas, que não se cale e conte a todo mundo o que pode ser esse lugar de incríveis possibilidades chamado ESCOLA!

Força colegas!! Para sempre estaremos junt@s, crític@s e à frente da boa luta!!!

(*) Perdoem quaisquer erros ao longo desse texto, ele é daqueles que vêm do fundo da alma, cheio de caráter e talvez nem tão gramaticalmente correto quanto a correção que sempre pautou minha vida profissional, quando fui servidor na prefeitura de Porto Alegre."



* LEMBRO QUE QUEM ABRIU PORTAS E JANELAS PARA OS BONS DEBATES, PARTILHA DE IDEIAS E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS, ORGANIZOU FÓRUNS NACIONAIS E INTERNACIONAIS DE EDUCAÇÃO FORAM AS GESTÕES POPULARES, PT E PC DO B. DEPOIS DA SAÍDA DELES INICIOU-SE UMA ERA DE AUTORITARISMO, SUPERFICIALIDADE, INCOMPETÊNCIA."




Porto Alegre que já foi referência na educação, hoje tem um prefeito que...

Sou de um tempo em que...



... os professores após as férias e o recesso escolar tinham reencontros, hoje temos conflitos de guerras e mentiras e sprays de pimenta. o psdb de porto alegre vai repetir o richa do paraná? vai piorar?



"Texto da competentíssima colega Marileise Caldeira. Mitou!!!


Parte 1: Folga e Férias

Professor NÃO TEM FOLGA.


Funcionário de empresa privada que trabalha a mais que seu contrato junta os minutos e no fim do mês recebem em dinheiro = hora extra.

Professor tem por turno regime de 20 horas de trabalho semanal. Fazemos 4h e meia, meia a mais por dia que COMPENSAMOS em um dos dias da semana. Não recebemos em dinheiro. Neste dia o aluno é atendido por seus outros professores. Sim, alunos da rede municipal de POA tem mais de um professor. Cada aluno tem um conjunto de professores (Artes, Ed. Física, Volante, Língua estrangeira, Hora do Conto).

60 dias de férias?


NÃO. Professores tem 30 dias de férias. Não fazemos só horas a mais durante a semana, fazemos dias a mais, trabalhamos 20 sábados por ano que estão fora do nosso regime de trabalho. Esses dias a mais tb não ganhamos em dinheiro. Compensamos no mês de fevereiro.

Agora, quem convive diretamente com um professor sabe que não são essas horas a mais só. É noite, domingos e feriados trabalhando em casa sem contar como hora. Quantas vezes deixei de ir passear, viajar, no cinema, na casa de algum amigo porque tinha que: preparar aula, fazer provas, corrigir provas, somar notas, fazer cartaz, jogos... SEMPRE fiz por prazer e por saber que faria diferença na vida do meu aluno.


O que me deixa PDC, PDV, FURIOSA é ver que ainda assim nos chamam de vagabundos que não querem trabalhar e não pensam no seu aluno.


Você aí que sai do teu servicinho e vai tomar uma cerveja com teus amigos e depois vai pra casa se esborrachar no sofá .... passa uma semana em uma escola trabalhando como professor e depois vem me contar o que achou dessa vida de MOLEZA e VAGABUNDAGEM que levamos!!!!!!!!"

Marileise Caldeira