Serra à direita, com os Reis Magos do Metrô
Logo após votar em São Bernardo do Campo, Lula desabafou, com incontida irritação.
Acusou o Serra de realizar a campanha eleitoral mais sórdida de que ele, Lula, se lembra.
E Lula participou de quatro campanhas presidenciais e de uma para governador.
Ele – nem ninguém – nunca viu nada igual.
Lula recriminou em Serra a politização da religião.
Primeiro, o casamento gay e o aborto.
Como Bush, o filho, sem tirar nem pôr.
Como se a Dilma fosse a favor de matar criancinhas.
E o aborto só se tornou menos visível (porque, “invisível”, sempre esteve) quando se soube que a própria mulher do santarrão tinha feito aborto.
Depois, a irreligiosidade da Dilma.
Logo ele, Serra, que crê em Deus como FHC: com a devoção com que crê na monogamia.
Serra manipulou até uma declaração do Papa contra o aborto.
Disse o Lula hoje de manhã: a Igreja é contra o aborto desde sempre.
Por que só agora a Igreja seria contra o aborto com o propósito de eleger o Serra ?
Serra termina a sórdida campanha de 2010 na manjedoura em que se acolherá, daqui em diante.
Segundo o artigo da página três da Folha (*) de hoje, Serra, além de convertido à Opus Dei, é favor da “decência”.
É a velha UDN de São Paulo, de Herbert Levy, do Padre Godinho, o último redutos dos santarrões de São Paulo.
Decência, sem duvida.
Ele é a favor da decência do Robanel.
A decência do Paulo Preto.
A decência da mãe do Paulo Preto, que cedia guindastes ao Robanel.
A decência da licitação com carta marcada do metrô.
O Alckmin deveria pregar ao Serra a mesma peça que o Serra lhe pregou.
Ao assumir o Governo do Estado, Serra, na frente de Alckmin, como um Defensor Implacável dos Valores, anunciou que ia “rever os contratos”.
Como se o Alckmin fosse um corrupto.
Agora, Alckmin, ao assumir, deveria fazer o mesmo: rever os contratos da “família Paulo Preto” e a concorrência de carta marcada do metrô.
Em nome da decência.
Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
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