domingo, 26 de fevereiro de 2012

Porto Alegre: queremos 70 km/h em nossas veias?


Sofia é contra os 70 km/h nas vias de Porto Alegre



Blog da Sofia Cavedon


Não é aumentando a velocidade máxima que vamos melhorar o fluxo do trânsito da nossa Cidade
foto felipe dalla valle/cmpa
“Se estivéssemos em outro nível de criatividade e de investimentos no trânsito da cidade de Porto Alegre, com investimentos em transportes alternativos, em transporte público de qualidade, nós teríamos um trânsito que fluiria tão bem que não seria necessário dar vazão a ideias como essas de aumentar a velocidade máxima nas vias urbanas da Capital”.

A manifestação é da vereadora Sofia Cavedon (PT) referindo-se ao projeto de lei que tramita na Câmara Municipal, o PLL nº 042/10, de autoria do vereador Alceu Brasinha (PTB), que estabelece a velocidade máxima permitida de 70 km/h (setenta quilômetros por hora) para o trafego de veículos automotores nas vias urbanas de Porto Alegre em que o limite atual seja de 60 km/h (sessenta quilômetros por hora).

Segundo a vereadora todos gostariam de andar um pouco mais rápido na Cidade, mas há uma Legislação de Trânsito que não é arbitrária e sem nenhum fundamento, diz ela. “Certamente 40, 60, 80, 100 Km/h têm seu estudo de repercussão, de impacto, de risco. Não podemos primeiro, legislar sobre o assunto; segundo, sermos irresponsáveis e não enxergar, o grau de agressividade que está o trânsito desta Cidade, de acidentes com idosos, com crianças, com mulheres e que não tem como não restringir a velocidade nas vias públicas”, destacou.

foto camila rodrigues
Sofia recorda que tem andado muito de ônibus, realizando vistorias em várias linhas, e está gritante que caiu de qualidade da frota de ônibus na cidade. “Reduziram horários em várias comunidades, ou as são as tabelas são as mesmas cumpridas há 17, 18 anos. Então, as pessoas estão optando muito por automóvel, pelo transporte individual. Não podemos deixar de enxergar que não há investimento continuado em ciclovias, viável, não um passeio de um pedacinho, que depois tem que voltar para a via, mas que possa conectar com o ônibus, que possa ter estacionamentos, lugares seguros para deixar a bicicleta, com a integração entre metrô, ônibus e uma série de inflexões no trânsito de Porto Alegre que certamente melhorassem o fluxo”, destaca a vereadora.

foto arquivo CP
Porto Alegre está sem investimentos há quase uma década, afirma Sofia. “E desafio: quais são os grandes investimentos estruturais que fez o Governo Fogaça/Fortunati no último período? Porque todas essas vias estruturantes como a Av. Sertório, como a Av. Farrapos, como toda a Zona Sul, Av. Protásio Alves, 3ª Perimetral, são todas grandes obras – todas – realizadas pelos Governos da Administração Popular. Depois disso, nenhuma se fez. Nenhuma! Nem ações criativas de alterações d trânsito, quem é da Zona Sul, que sabe da importância das avenidas na região, conhece as que foram duplicadas?”

charge kayser
Portanto, segue ela, nem investimento em transporte coletivo de qualidade, nem investimento em transporte mais integrado à natureza, como ciclovias, como a possibilidade de combinar os diferentes transportes, nem investimento nas vias estruturantes da Cidade para dar vazão aos automóveis! Então, o tema é muito mais complexo do que alterar de 60 Km/h para 70. Fazer isso numa cidade conflitada como está, hoje, Porto Alegre, onde as pessoas perderam muito da urbanidade, da atenção, da delicadeza no trânsito.

Para Sofia, uma cidade tão politizada como Porto Alegre poderia ter uma postura diferenciada no trânsito, de preservação da vida: “quando as pessoas botarem o pé na rua, andar devagar com o carro, cuidar do cidadão, do ser humano que está circulando, seja nas calçadas, seja nas paradas de ônibus. Portanto, é preciso diminuir velocidade e dar fluxo ao trânsito. Ninguém vai pedir para andar veloz se andar sempre e andar bem; ninguém vai pedir para haver mais espaços para automóveis se houver bons ônibus. O ar-condicionado perdeu-se, não há priorização de organização das ruas por onde os ônibus passam para que eles tenham ar-condicionado. Vide a Lomba do Pinheiro, onde temos a Quinta do Portal; lá se tem que passar por uma poeirama, os ônibus não pode ter ar-condicionado, não podem ter motor atrás. É cada vez pior a qualidade dos ônibus! Então, são outros elementos. Acho bom este debate, mas acho que não é aumentando a velocidade máxima que vamos melhorar o fluxo do trânsito da nossa Cidade com segurança e com qualidade de vida”, salienta Sofia.

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