Onda Marina perde força e Dilma abre vantagem
Balaio do Kotscho
No final de agosto, Marina Silva pulou de 20 para 34% e empatou com Dilma Rousseff. Parecia mesmo um furacão virando de pernas para o ar a campanha presidencial. De lá para cá, porém, como confirma a nova pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira, criou-se uma tendência e não apenas mais uma oscilação dentro da margem de erro: é Marina não parando de cair e Dilma subindo a cada semana, tanto no primeiro como no segundo turno.
A presidente candidata à reeleição abriu uma vantagem de sete pontos no primeiro (37 a 30%) e diminuiu para apenas dois a vantagem de Marina no segundo turno (46 a 44%), que chegou a dez pontos (50 a 40% em agosto), mostrando agora uma situação de empate técnico.
Dilma passou a liderar em todas as regiões do país, crescendo em todos os segmentos, a duas semanas do encerramento oficial da campanha. Ao mesmo tempo, a rejeição a Dilma, que chegou a 35, agora se estabilizou em 33%, enquanto a de Marina dobrou de 11 para 22%.
Nenhuma notícia foi boa para Marina desta vez: a vantagem dela sobre o tucano Aécio Neves, que chegou a ser de 19 pontos (34 a 15%), agora caiu para 13 (30 a 17%). A candidata do PSB caiu 4 pontos no sudeste, 4 entre as mulheres, 4 entre os católicos, 5 nas cidades médias e 6 na faixa de eleitores entre 25 e 34 anos, segundo o Datafolha.
O que aconteceu para justificar esta queda? Além do bombardeio de Dilma e Aécio contra a sua candidatura, percebe-se agora que Marina foi mais um fenômeno midiático do que político, que já não se sustenta. E a velha mídia com seus poderosos porta-vozes, que têm mais colunas do que a Grécia Antiga, voltou a acreditar que Aécio é ainda seu melhor candidato para tirar o PT do Palácio do Planalto, embora pelos números atuais só um milagre ou uma nova onda possa leva-lo ao segundo turno.
Escrevo tudo isso por dever de ofício, mas confesso aos leitores que ler tanta pesquisa é demais para a minha cabeça. Chego a me perguntar: para que serve esta banalização das pesquisas, uma atrás da outra, sem parar? Será que os institutos não acreditam nos seus próprios números e sempre resolvem fazer mais uma para ver se os resultados mudam? Será que o eleitor está mesmo interessado nestes levantamentos frenéticos ou eles só servem para orientar os financiadores de campanhas e os especuladores da Bolsa de Valores?
A esta altura, como vêm, tenho mais perguntas a fazer do que respostas a dar. Conto com a ajuda dos comentaristas do Balaio para tirar estas minhas dúvidas.
Bom final de semana a todos e até a próxima pesquisa.
Vida que segue.
Nenhum comentário:
Postar um comentário