O ex-vice de Aécio já sumiu da mídia
Por Altamiro Borges
É impressionante a seletividade da mídia na sua escandalização da politica. Quando uma denúncia atinge alguma pessoa próxima ao governo, a revista Veja estampa suas capas sensacionalistas; na sequência, o Fantástico da TV Globo repercute o caso; e os jornalões mantêm o tema nas manchetes. Já quando a denúncia afeta um político ligado aos tucanos, rapidamente o caso some da mídia. Nesta semana, estourou o escândalo do desvio de R$ 20 milhões de entidades do setor de transporte. O ex-senador Clésio Andrade, que foi vice-governador de Aécio Neves em Minas Gerais (2003-2006), é um dos acusados. O “escândalo” não mereceu capa da Veja, nem matéria na TV Globo e já desapareceu da mídia tucana!
Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, que deflagrou a Operação São Cristovão, a quadrilha desviou recursos do Serviço Social do Transporte (Sest) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), entidades sem fins lucrativos de apoio aos trabalhadores deste setor. As investigações apontaram como principal suspeito de liderar o esquema o ex-senador Clésio Andrade. Ele até prestou depoimento. Não foi dada ordem de prisão, mas os policiais cumpriram mandado de busca e apreensão em sua casa. “Existe uma clara divisão de tarefas e, ao que tudo indica, era comandada [pelo] ex-senador”, afirma Luiz Fernando Costa de Araújo, chefe adjunto da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado.
Em segredo de justiça, a investigação do Sest/Senat foi feita em parceria com o Ministério Público do Distrito Federal e de Minas Gerais e da CGU (Controladoria-Geral da União). Quatro pessoas foram presas e outras 24 prestaram depoimentos de forma coercitiva. Segundo a Folha tucana, que vazou o caso – mas já arquivou –, “os envolvidos são acusados de peculato, lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Os desvios milionários aconteciam após a contratação de prestadores de serviço de fachada, ligados aos investigados. Nas investigações, a CGU também apontou remunerações superiores às declaradas à Receita Federal e pagamentos milionários para autônomos, parentes dos investigados”.
No total, foram apreendidos nas casas dos acusados R$ 1,4 milhões em espécie, R$ 500 mil em moeda estrangeira, 18 carros de luxo e 1,5 milhão em joias. Neste sábado (20), a Folha já fez questão de abafar o caso. “O ex-senador Clésio Andrade (PMDB-MG) divulgou nota na noite de sexta-feira afirmando que ‘não tem conhecimento do inquérito’ da Operação São Cristóvão. Citado como suspeito de envolvimento na fraude, afirmou que só dará declarações quando tiver os detalhes da investigação”. Já o Estadão, que voltou a se animar com a “reação” do PSDB nas pesquisas, publicou a nota do ex-senador e acrescentou: “Aécio Neves se recusou a responder quando questionado sobre a investigação contra Clésio”.
O empresário Clésio Andrade seria fonte abundante para a escandalização da política. Desde abril, o ex-senador está licenciado da presidência da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), que administra o sistema Sest/Senat – agora envolvido no desvio de R$ 20 milhões. Ele foi vice-governador no primeiro mandato de Aécio Neves e também foi acusado de participar do “mensalão tucano” – que a mídia insiste em chamar de “mensalão mineiro”. Ex-sócio da SMPB e do publicitário Marcos Valério, ele responde pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro em desvio para o financiamento da campanha de Eduardo Azeredo, de quem foi candidato a vice em 1998.
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É impressionante a seletividade da mídia na sua escandalização da politica. Quando uma denúncia atinge alguma pessoa próxima ao governo, a revista Veja estampa suas capas sensacionalistas; na sequência, o Fantástico da TV Globo repercute o caso; e os jornalões mantêm o tema nas manchetes. Já quando a denúncia afeta um político ligado aos tucanos, rapidamente o caso some da mídia. Nesta semana, estourou o escândalo do desvio de R$ 20 milhões de entidades do setor de transporte. O ex-senador Clésio Andrade, que foi vice-governador de Aécio Neves em Minas Gerais (2003-2006), é um dos acusados. O “escândalo” não mereceu capa da Veja, nem matéria na TV Globo e já desapareceu da mídia tucana!
Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, que deflagrou a Operação São Cristovão, a quadrilha desviou recursos do Serviço Social do Transporte (Sest) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), entidades sem fins lucrativos de apoio aos trabalhadores deste setor. As investigações apontaram como principal suspeito de liderar o esquema o ex-senador Clésio Andrade. Ele até prestou depoimento. Não foi dada ordem de prisão, mas os policiais cumpriram mandado de busca e apreensão em sua casa. “Existe uma clara divisão de tarefas e, ao que tudo indica, era comandada [pelo] ex-senador”, afirma Luiz Fernando Costa de Araújo, chefe adjunto da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado.
Em segredo de justiça, a investigação do Sest/Senat foi feita em parceria com o Ministério Público do Distrito Federal e de Minas Gerais e da CGU (Controladoria-Geral da União). Quatro pessoas foram presas e outras 24 prestaram depoimentos de forma coercitiva. Segundo a Folha tucana, que vazou o caso – mas já arquivou –, “os envolvidos são acusados de peculato, lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Os desvios milionários aconteciam após a contratação de prestadores de serviço de fachada, ligados aos investigados. Nas investigações, a CGU também apontou remunerações superiores às declaradas à Receita Federal e pagamentos milionários para autônomos, parentes dos investigados”.
No total, foram apreendidos nas casas dos acusados R$ 1,4 milhões em espécie, R$ 500 mil em moeda estrangeira, 18 carros de luxo e 1,5 milhão em joias. Neste sábado (20), a Folha já fez questão de abafar o caso. “O ex-senador Clésio Andrade (PMDB-MG) divulgou nota na noite de sexta-feira afirmando que ‘não tem conhecimento do inquérito’ da Operação São Cristóvão. Citado como suspeito de envolvimento na fraude, afirmou que só dará declarações quando tiver os detalhes da investigação”. Já o Estadão, que voltou a se animar com a “reação” do PSDB nas pesquisas, publicou a nota do ex-senador e acrescentou: “Aécio Neves se recusou a responder quando questionado sobre a investigação contra Clésio”.
O empresário Clésio Andrade seria fonte abundante para a escandalização da política. Desde abril, o ex-senador está licenciado da presidência da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), que administra o sistema Sest/Senat – agora envolvido no desvio de R$ 20 milhões. Ele foi vice-governador no primeiro mandato de Aécio Neves e também foi acusado de participar do “mensalão tucano” – que a mídia insiste em chamar de “mensalão mineiro”. Ex-sócio da SMPB e do publicitário Marcos Valério, ele responde pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro em desvio para o financiamento da campanha de Eduardo Azeredo, de quem foi candidato a vice em 1998.
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